domingo, 29 de junho de 2008

A COMUNHÃO DO CRISTÃO PRECISA SER CULTIVADA

Fp. 4.2-7


OBJETIVO: Incentivar os cristãos a cultivar a comunhão uns com os outros, mesmo que existam diferenças pessoais.


INTRODUÇÃO: Virtudes são sementes frágeis que precisam ser cultivadas com constante cuidado e atenção.


CONTEXTO: A Carta aos Filipenses foi escrita da prisão na cidade de Roma, no ano 60 d.C. É a oitava carta escrita por Paulo.
A cidade de Filipos tinha esse nome em homenagem a Filipe, da Macedônia. A colônia judaica ali era pequena e não tinha sinagoga. Como não havia sinagoga, as mulheres judias se reuniam junto ao rio para orar. A Igreja é fundada na casa de Lídia, uma vendedora de púrpura.
Neste texto lido percebe-se uma situação de conflito entre mulheres líderes naquela Igreja.


TRANSIÇÃO: Você já experimentou conflitos e ruptura em sua comunhão com irmãos ou amigos? Quero compartilhar nesta oportunidade sobre o fato de que A COMUNHÃO DO CRISTÃO PRECISA SER CULTIVADA.



I – A COMUNHÃO DO CRISTÃO PRECISA SER CULTIVADA CULTIVANDO A ACEITAÇÃO MENTAL.

a – O Caso Evódia e Síntique.

1. A mulher macedônica era uma mulher de fibra, destemida e determinada, esposando sempre uma personalidade forte.
– ‘Se a Macedônia produziu o grupo de homens mais competentes que o mundo já viu, as mulheres eram em todos os respeitos, suas contrapartes correspondentes; elas desempenhavam papel importante nos negócios, recebiam enviados, e obtinham concessões para eles, da parte de seus maridos, construíam templos, fundavam cidades, contratavam mercenários, comandavam exércitos, erigiam fortalezas, e funcionavam, às vezes, como regentes ou mesmo na magistratura’ .

2. A presença da mulher no cenário religioso da nascente Igreja cristã em Filipos se manifestou desde os primeiros convertidos.
– A conversão de Lídia.
– A libertação da moça ventríloqua.
– Evódia e Síntique.

3. Em face ao apelo que o apóstolo Paulo faz à Evódia e Síntique, fica claro que nem tudo é harmonia e alegria na vida da brilhante Igreja de Filipos.

4. Não se sabe dos pormenores das desavenças existentes entre estas duas irmãs, Evódia e Síntique, porém fica claro haver ranhuras na comunhão entre ambas.
– W. Shimithals apresenta a possibilidade de quebra de unidade devido a hospitalidade a líderes gnósticos no seio da Igreja.
– É possível que tenha algo a ver com a liderança na Igreja.
– Fp. 2.1-3 ‘Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos’.
– Fp. 2.14 ‘Façam tudo sem queixas nem discussões’.

5. Pessoas no Reino de Deus não são descartáveis, nos ensina Paulo. Apesar das diferenças e atritos que possam surgir, é preciso cultivar a reconciliação, a harmonia e a comunhão.

b – O Desafio do Caso Evódia e Síntique.

1. Este caso não está na carta apenas para mostrar a integridade e seriedade do apóstolo Paulo, antes reforça a fragilidade da própria Igreja cristã.

2. Paulo suplica com ternura a estas duas mulheres, assim como eram antes, que voltem à harmoniosa disposição de ânimo, a fim de que possam trabalhar juntas em equipe.

3. O grande desafio de Paulo às duas irmãs, é que ‘pensem concordemente’ (Fp. 4.2).

4. A cada um de nós, cristãos, é solicitado a mesma coisa: ‘penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento’ (Fp. 2.2).

5. Mesmo preservando nossa individualidade e traços próprios de personalidade é preciso que a unidade em torno do pensamento do Reino, a mente de Cristo, sobressaia em nossos relacionamentos.


II – A COMUNHÃO DO CRISTÃO PRECISA SER CULTIVADA CULTIVANDO A MUTUALIDADE.

a – O Fiel Companheiro de Jugo no Caso Evódia e Síntique.

1. Paulo convoca aqui um personagem sem nome, denominado de Fiel Companheiro de Jugo, para atuar no Caso Evódia e Síntique.

2. Syzygos, → (Σύζυγος) significa companheiro de lutas, companheiro de trabalho.
– Como não se sabe exatamente quem tenha sido tal colega de missão de Paulo, alguns pensam que possa ter sido Lucas.
– Outros apontam aqui para Lídia.
– Outros indicam Epafrodito, líder proeminente em Filipos.

3. O desafio que o Fiel Companheiro de Jugo tinha nas mãos agora era ajudar aquelas irmãs a pensarem com unidade para o bom desempenho do Reino de Deus em Filipos.

b – O Desafio do Fiel Companheiro de Jugo.

1. Ilustração: O cristão não é como um meteoro perdido no espaço, mas um astro com lugar definido dentro de sua galáxia.

2. Cada cristão é concitado a ser suporte na vida uns dos outros, como ensinado no princípio da mutualidade, exarado em mais de 40 versículos no Novo Testamento.
– ‘Uns aos outros’.
– ‘Mutuamente’.
– ‘Reciprocamente’.

3. Como companheiros de luta na vida uns dos outros devemos nos auxiliar mutuamente para que haja comunhão e bom relacionamento no corpo de Cristo a fim de que o Reino de Deus se manifeste de modo visível e palpável.


III – A COMUNHÃO DO CRISTÃO PRECISA SER CULTIVADA CULTIVANDO A CONSCIÊNCIA DA PRESENÇA E AÇÃO DE DEUS.

a – Moderação conhecida de todos.

1. Cada cristão é chamado para uma vida de moderação e equilíbrio em todas as áreas de nosso viver e comportar.

2. Devemos moderação e equilíbrio também em nossos relacionamentos interpessoais, onde não buscamos apenas nossos interesses, mas sim os do Reino.
– Fp. 2.3-4 ‘Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros’.

b – Perto está o Senhor.

1. A consciência de que Deus está perto em todo o tempo, que estamos cara a cara com o Todo Poderoso a cada momento, deve nos arremeter a um grau de prudência, moderação e equilíbrio constantes.
– Fp. 4.5 ‘Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor’.

2. Há fartura de referências bíblicas acerca da onisciência e onipresença do Deus Triúno nas quais podemos alicerçar nossa consciência.

c – Lançando sobre Ele todas as nossas ansiedades.

1. Toda inquietação nos relacionamentos gerará no cristão certo grau de ansiedade, tirando-lhe a paz e a tranquilidade.

2. Paulo exorta aos cristãos de Filipos e extensivamente aos de hoje a que não andem ansiosos.
– Fp. 4.6 ‘Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus’.

3. O grande resultado da confiança em Deus na resolução de nossos conflitos é que poderemos desfrutar de uma mente tranqüila e pacificada.
– Fp. 4.7 ‘E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus’.


CONCLUSÃO: Cultive sua comunhão uns com os outros.
Vivencie os princípios da mutualidade entre a família de Deus coletivamente.
Seja um Fiel Companheiro de Jugo na caminhada juntos aos outros irmãos, onde apoio e suporte possam ser sempre oferecidos.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A COMUNHÃO DO CRISTÃO PODE SER RENOVADA

Gn. 50.15-21

OBJETIVO: Ensinar que, mesmo havendo estremecimento da comunhão entre irmãos, a mesma pode ser restaurada.

INTRODUÇÃO: Após um longo período de doença, a mulher morre e chega aos portões do Céu. Enquanto aguardava o anjo guardião da porta, ela espiou pelas grades e viu seus pais, amigos e todos que haviam partido antes dela, sentados a mesa, apreciando um maravilhoso banquete. Quando o anjo chegou, ela comentou:
- Que lugar lindo! Como faço para entrar?
- Eu vou falar uma palavra. Se você soletrá-la corretamente na primeira VEZ você entra; se errar vai direto para o inferno.
- Ok. Qual é a palavra?
- AMOR, respondeu o anjo.
- A-M-O-R. Ela soletrou perfeitamente. Passou pelos portões.
Cerca de um ano depois, o anjo pediu que ela vigiasse os portões aquele dia. Para surpresa dela, o marido apareceu.
- Oi! Que surpresa! - disse ela. Como você esta?
- Ah, eu tenho estado muito bem desde que você morreu... Casei-me com aquela bela enfermeira que cuidou de você, recebi seu seguro de vida e fiquei milionário. Vendi a casa onde vivemos e comprei uma mansão. Eu e minha linda esposa viajamos por todo o mundo. Estávamos de férias e eu fui esquiar hoje. Caí, o esqui bateu na minha cabeça e aqui estou eu. E agora, como faço para entrar, querida?
- Bem, aqui tem uma regra pra entrar: Eu vou falar uma palavra.
Se você soletrá-la corretamente na primeira vez, você entra, senão vai para o inferno.
- Tudo bem! Qual é a palavra?
- ARNOLD SCHWARZENEGGER

CONTEXTO: O texto lido encontra-se na história dos patriarcas e nos ensina que mesmo entre o povo de Deus existem falhas devido o pecado, mas que estas podem ser corrigidas e seus efeitos minimizados.

TRANSIÇÃO: Você já teve a amizade rompida com alguém e depois a reatou? Quero refletir com você nesta oportunidade sobre o tema: A COMUNHÃO DO CRISTÃO PODE SER RENOVADA.



I – COMUNHÃO RENOVADA EFETIVA O PERDÃO.

a – José poderia ser rancoroso em relação aos seus irmãos.

1. Foi mal entendido quanto aos seus sonhos.

2. Foi maltratado, traído e vendido como escravo.

3. No Egito amargou por anos numa prisão.

b – José reinicia verdadeira comunhão com os irmãos.

1. José, agora no posto de governador do Egito, recebe seus irmãos e os abençoa.

2. José estende o perdão a seus irmãos dando-lhes provisão, moradia e trabalho na terra do Egito para sobrevivência de suas famílias.

3. Mesmo depois da morte do pai Jacó, os irmãos ainda guardavam o peso da culpa por terem feito o que fizeram com José e isso lhes pesava no coração.
3.1 – Gn. 50.15 ‘Vendo os irmãos de José que seu pai havia morrido, disseram: E se José tiver rancor contra nós e resolver retribuir todo o mal que lhe causamos?’.

4. José estende a comunhão demonstrando que o perdão já selara uma nova relação entre eles.

5. A comunhão renovada manifesta que mesmo onde houve a situação de atrito e estranhamento, o perdão foi oferecido e efetivado.

II – COMUNHÃO RENOVADA EFETIVA A CONFIANÇA.

a – Os irmãos de José nutriam medo e desconfiança.

1. Achavam que José ainda lhes perseguiria e lhes faria mal, em retribuição ao mal recebido.
1.1 – Gn. 50.15 ‘Vendo os irmãos de José que seu pai havia morrido, disseram: E se José tiver rancor contra nós e resolver retribuir todo o mal que lhe causamos?’.

2. A parte culpada carrega em si a tendência do medo da retribuição ou do revide por parte de quem foi ofendido.

b – A comunhão renovada destrói o medo e a desconfiança.

1. Os irmãos de José estavam temerosos e amedrontados com a possibilidade de José não os haver perdoado de fato.

2. José, duas vezes nesse pequeno discurso lhes acalma e tira-lhes o medo do coração.
2.1 – Gn. 50.19 ‘José, porém, lhes disse: Não tenham medo’.
2.2 – Gn. 50.21 ‘Por isso, não tenham medo’.

3. Comunhão renovada é a prova material de que o perdão realmente ocorreu no pano espiritual e intangível dentro das almas envolvidas.

4. José garante que a vida seria entre eles uma manifestação palpável de verdadeiro amor e unidade.
4.1 – Gn. 50.21 ‘Por isso, não tenham medo. Eu sustentarei vocês e seus filhos. E assim os tranqüilizou e lhes falou amavelmente’.

5. Ilustração: O perdão de Pedro por Jesus após a negação ‘Tu me amas?’.


CONCLUSÃO: O verdadeiro perdão não dificulta as coisas como no caso narrado na Introdução.

Não há pecado ou culpa que o amor de Deus não restaure.

Isso é tanto verdade na relação vertical quanto o é na horizontal.

Aproprie-se do perdão de Deus oferecido a você em Cristo Jesus.

Aproprie-se do perdão dos irmãos quando oferecido.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A COMUNHÃO DO CRISTÃO PODE SER ESTREMECIDA.

At. 15.36-41


OBJETIVO: Ensinar que a comunhão dos cristãos pode ser estremecida no relacionamento uns com os outros.


INTRODUÇÃO: Machado de Assis em seu livro ‘Esaú e Jacó’ desenvolve a história de dois irmãos gêmeos, Pedro e Paulo que, por ideais distintos acabam por se distanciarem um do outro. Embora tendo ambos bons ideais, querendo um o governo republicano e o outro a continuidade da monarquia, em sua discordância mútua acabam se distanciando e destruindo o relacionamento de irmãos.


CONTEXTO: O texto que lemos acha-se inserido na segunda viagem missionária de Paulo. Paulo e Barnabé, dedicados ao anúncio do Evangelho da salvação em Jesus Cristo, acabam tendo discordância e se distanciando um do outro, cada qual indo para lugares diferentes com a finalidade de evangelizarem.


TRANSIÇÃO: Você já experimentou situações onde houve estremecimento em seus relacionamentos pessoais? Quero refletir nesta oportunidade sobre o tema: A COMUNHÃO DO CRISTÃO PODE SER ESTREMECIDA.



I – A COMUNHÃO DO CRISTÃO PODE SER ESTREMECIDA DEVIDO O PECADO QUE SOBREVIVE.

a – O pecado ainda habita o cristão.

1. Infelizmente os cristãos acabam por passar, seja intencional ou inconscientemente, o conceito de que o cristão é um ser perfeito.

2. É preciso mais que nunca ter a consciência e demonstrar o fato de que somos imperfeitos e estamos em construção.

3. Cada cristão, verdadeiramente convertido a Jesus, possui duas naturezas.
3.1 – Velho homem – Natureza pecaminosa – Nascimento.
3.2 – Novo homem – Nova natureza – Novo nascimento.

4. Apesar de se ter uma nova natureza, o apóstolo Paulo reforça o ensino de que ‘o pecado vive em mim’ (5x em Rm. 7).

b – Os apóstolos não estavam isentos da manifestação do pecado.

1. Barnabé foi o responsável por discipular Paulo, quando este já convertido, mas sem espaço na comunidade dos cristãos, devido seu passado pregresso.
1.1 – At. 11.25-26a ‘Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia’.
1.2 – É bom fazer amizades significativas?
1.3 – Você tem amigos de relacionamentos profundos e significativos nos quais você pode confiar plenamente?

2. Paulo e Barnabé, mesmo sendo apóstolos, não estavam isentos da manifestação do pecado.
2.1 – At. 15.39a ‘Tiveram um desentendimento tão sério que se separaram’.

3. Pode-se ver aqui alguns resquícios da presença do pecado:
3.1 – Paulo pode não ter perdoado João Marcos por ter sido fraco numa experiência passada
3.2 – Barnabé quis fazer prevalecer a sua posição independente de pastorear o coração de Paulo, já que era o cristão mais experiente e o discipulador de Paulo
3.3 – Falta de perdão, egoísmo, não aceitação, dureza, entre outros, podem ser pecados percebidos neste incidente na vida dos apóstolos.

4. Como é que Paulo e Barnabé eram amigos há um bom tempo e se desentenderam?

c – Os cristãos não estão isentos da manifestação do pecado.

1. Não se pode apresentar um cristianismo destituído da realidade de que o pecado ainda é um mal presente na vida do cristão, apesar de ter uma nova natureza, uma nova vida e uma nova inclinação.

2. Muitas são as situações onde a comunhão entre cristãos é quebrada devido a presença do pecado que ainda nos assedia.

3. São muitos os textos e ensinos bíblicos sobre a tolerância, o perdão e a reconciliação entre os cristãos.
3.1 – Cl. 3.13-14 (NVI) ‘Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito’.
3.2 – Ef. 4.30-32 (NVI) ‘Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo’.

4. Mesmo que o pecado tenha promovido quebra de comunhão em sua vida volte atrás, reconcilie e reconstrua a comunhão.


II – A COMUNHÃO DO CRISTÃO PODE SER ESTREMECIDA DEVIDO A INTERESSES DIFERENTES.

a – Os interesses de Paulo e Barnabé entraram em conflito.

1. Os apóstolos Paulo e Barnabé tinham interesses em comum, que se resumiam no anseio da proclamação da salvação aos povos.

2. No entanto, eram indivíduos com personalidades distintas e, portanto, foi inevitável existir interesses diferentes entre eles, a ponto de terem não pequena discussão e de se separarem.
2.1 – Barnabé queria levar seu primo João Marcos, jovem, dinâmico, apaixonado pela proclamação do Evangelho, porém em estágio de amadurecimento.
2.2 – Paulo não queria que João Marcos os acompanhasse, pois na primeira viagem o jovem desistiu no meio do caminho, trazendo alguns transtornos e preocupações aos apóstolos.

3. A existência de interesses diferentes é natural, porém podem levar a conflitos quando fazemos valer nossos próprios interesses, sem consideração pelos interesses dos outros.
3.1 – Fp. 2.1-4 (NVI) ‘Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros’.

4. Desentendimentos podem acontecer entre cristãos, e isso, muitas vezes, pode estremecer a comunhão.

b – Os interesses entre cristãos podem entrar em conflito.

1. Assim como Paulo e Barnabé, cada cristão também possui sua individualidade que deve se expressar com respeito e consideração pelo próximo.

2. Muitas vezes, no expressar de nossa individualidade, nos esquecemos de que é preciso manter a unidade, e quando assim esquecemos, acabamos por atropelar ou desrespeitar o irmão, e aí acontece a quebra de comunhão.

3. Na carta que Paulo escreve a Timóteo, anos à frente, encontramos o missionário pedindo que João Marcos viesse ajudá-lo.

4. Ilustração: O ano de 1903 foi um ano de dor no meio da Igreja Presbiteriana do Brasil. Três pontos básicos foram discordantes entre os pastores e líderes da Igreja naquela ocasião: A questão da educação teológica, a questão da administração americana sobre a Igreja brasileira e a questão da Maçonaria. O dia 31 de julho de 1903 marcou uma divisão no que resultou o surgimento da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. Depois de uma reunião acirrada, carregada de manifestos onde as diferenças eram objeto de discussão sobre os três pontos em questão, passou-se a votação onde 52 votantes declaram tolerância e 22 se manifestam irredutíveis e contrários a presença maçônica no seio da Igreja. A divisão estava estabelecida. Ouça a narrativa das palavras finais do Rev. Eduardo Carlos Pereira despedindo-se da Igreja Presbiteriana para viver a experiência da fundação da nova Igreja Presbiteriana Independente: ‘Irmãos missionários, permiti-me dirigir-vos cordial despedida. Procurei, nas bases apresentadas pelo Dr. Chester e Dr. Ellinwood, um plano de cooperação entre os missionários e os nacionais. Vós não o quisestes, creio que errastes; o futuro o dirá. E vós, meus patrícios, reagi quanto pude em favor do nosso prestígio moral, nada consegui. A maçonaria cavou um abismo entre nós e vós. Ela foi, o instrumento e, se me permitirem a expressão, a mão de gato para tirar as castanhas do fogo. Como vistes, Cristo foi levantado ao seio deste Concílio por uns, pregado na cruz por outros, e ainda por outros coroado de glória. Vós ouvireis falar de nós, nós ouviremos falar de vós e um dia perante o Juiz nos encontraremos. Felicidades, meu patrícios. Tomou o chapéu. Desceu a tribuna e atravessou o recinto no meio do rumor que se erguia. Lágrimas corriam pelas faces de muitos. Era a hora tremenda das provações. Outros membros da minoria o foram acompanhando. A Igreja Presbiteriana Brasileira, parodiando o Profeta das Lamentações, bem poderia exclamar na sua dor: “Olha Jeová, porque estou angustiada; turbadas estão as minhas entranhas; transformado dentro de mim está o meu coração; porque tenho multiplicado as minhas rebeliões” (Lm. 2.20)’ .


CONCLUSÃO: Você já teve a comunhão estremecida no relacionamento com algum irmão?

Ainda há na sua vida amizades estremecidas que precisam ser restauradas?

É preciso que nós cristãos aprendamos a conviver com as diferenças pessoais, no entanto mantendo a unidade, na busca do interesse do Reino de Deus.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ

A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ

Sl. 133

OBJETIVO: Ensinar que a unidade do povo de Deus deve levar ao desfrute de uma comunhão profunda e contagiante.

INTRODUÇÃO: Tem sido reforçado no contexto social brasileiro o sentido da palavra ‘comunidade’. Substituindo o termo favela, que é carregado de sentido pejorativo e depreciante, o termo comunidade traz a idéia de um povo comum em busca de relacionamentos saudáveis e alvos de melhoria para o todo.

CONTEXTO: Alguns eruditos vêem o Salmo como meditação isolada na vida de Davi. Outros vêem a composição deste Salmo situada no ato de todas as tribos de Israel se unirem ao redor de Davi para consagrá-lo rei sobre o reino de Israel, reclamando de Davi a unidade da nação, a eleição divina de Davi e a bênção prometida por Deus (II Sm. 5.1-5).

TRANSIÇÃO: Deste possível contexto na vida de Davi, e do conteúdo do salmo, proponho falar aos irmãos nesta oportunidade sobre o seguinte tema: ‘A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ’.



I – A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ PORQUE É BOM E AGRADÁVEL.

a – Viver em unidade é bom.

1. Davi tinha experimentado boa parte do governo de Saul, e tinha visto nos últimos anos uma nação em profunda crise.
– Crise política – manifestada na insatisfação de boa parte do povo com respeito ao rei, chegando até mesmo às raias do desespero e deserção, ligando-se ao pior inimigo de Saul, que naquele momento estava sendo o próprio Davi.
– Crise social – manifestada no desassossego do povo.
– Crise espiritual – manifestada no declínio do temor do Senhor por parte do povo, exemplificada na desobediência do povo em I Sm. 15; ou no fato de o próprio rei Saul procurar uma médium em virtude de ter perdido a comunhão com Deus.

2. ‘Bom’ aponta para a qualidade de vida oriunda da unidade.
– É bom porque a unidade propicia reflexão integral, participativa e comunitária acerca da crise.
– É bom porque a unidade possibilita ação restauradora dentro da crise.
– É bom porque a unidade faculta a capacidade de comunhão e socorro recíproco, na própria crise.
– Era num ambiente assim que Davi afirmava que é ‘bom’ a unidade dos irmãos.

b – Viver em unidade é agradável.

1. ‘Agradável’ aponta para a sensação de prazer e realização oriunda do exercício da unidade.
– É agradável porque a unidade estabelece circunstâncias onde, a paz e o amor, podem ser reais e efetivamente exercitados.
– É agradável porque a unidade dizima e extermina amarguras e rancores, possibilitando o cultivo dos frutos do Espírito (Gl. 5.22-23).


II – A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ PORQUE É AMBIENTE DE UNÇÃO E FERTILIDADE.

a – A metáfora da unção de Arão.

1. A unção de Arão.
– A unção era o ato pelo qual se conferia poder e autoridade de Deus para a execução de trabalhos específicos.
– Foi na unidade do povo no deserto que, por ordem de Deus, Moisés ungiu e consagrou Arão para o exercício do sacerdócio.

2. É na unidade da Igreja que Deus unge se povo com dons e poderes do Espírito Santo, capacitando-os para a realização da obra a que é chamado.

b – A metáfora da fertilidade presente nas encostas do Hermom.

1. O valor do monte Hermom para a região.
– O monte Hermom era o monte que fazia a divisa de Israel ao norte com a Síria. Tinha 3.000 metros de altitude, tendo seu cume constantemente coberto de neve.
– A geleira derrete o tempo todo, regando toda a área ao seu redor, tornando-a terra extremamente fértil e produtiva.

2. Quando a unidade se torna manifesta no povo de Deus, a Igreja realiza com eficácia seu papel de semear a divina semente da Palavra em ambiente de fertilidade.
– Jesus orou por isso: ‘... que eles sejam um... para que o mundo creia...’ (Jo. 17.21).


III – A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ PORQUE É O VÉRTICE DA BÊNÇÃO DE DEUS.

a – Ali o Senhor ordena a sua bênção.

1. Qual o significado do adjunto adverbial de lugar: ‘ali’?
– ‘Ali’ era uma referência a barba de Arão, ou ao óleo da unção.
– ‘Ali’ era uma referência ao monte Hermom?

2. Estava falando da unidade dos irmãos. Ali, na unidade dos irmãos, o Senhor derrama a sua bênção.

b – Bênção.

1. Bênção é uma palavra desgastada hoje no meio evangélico.
– Quando se usa esta palavra nos cultos evangélicos, grosso modo falando, se pensa em dinheiro ou em cura.

2. O que é bênção.
– Bênção não é Deus realizar o que quero ou peço, mas Deus impulsionar-me e equipar-me a realizar aquilo que ele quer.
– É a dotação de todo tipo de suprimento, da providência e do cuidado de Deus para que eu seja o que Deus quer.

3. Isso pode acarretar em providências materiais, curas, fé, forças e poderes espirituais para uma vida vitoriosa onde o nome de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo será glorificado.
– Ef. 1.3 ‘Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo Jesus...’.

c – Vida para sempre.

1. É na unidade do povo de Deus que se manifesta a vida verdadeira em todas as extensões e significações.

2. O verbo ‘ordenar’ nos permite dois significados:
– ‘O Senhor “ordena” a vida continuamente’.
a) ‘Colocar’, ‘dispor em ordem’, ‘organizar’.
b) Assim, é na unidade dos irmãos dentro do Corpo de Cristo, que a vida plena é disposta, colocada em ordem, desenvolvida e experimentada.
c) A comunhão verdadeira é o elemento sensitivo do Corpo de Cristo, pois ali se experimenta prazer, realização e o sentido de utilidade na vida uns dos outros.
– ‘O Senhor “ordena” a vida para sempre’
a) ‘Dar ordem’, ‘determinar’, ‘mandar que se faça algo’.
b) É quando a comunhão é exercida e desfrutada que Deus estabelece o prazer da vida de comunidade, de pertencer um ao outro no meio de seu povo.
c) Não existe vida eterna divorciada da comunhão dos santos.
d) Não existe comunhão apenas no relacionamento com Deus, mas todo convertido experimenta comunhão no relacionamento com a família da fé.


CONCLUSÃO: Comunhão não é apenas a convicção de uma amizade reatada com o Criador, mas um envolvimento que se estende uns aos outros dentro da família cristã.
Somos desafiados a viver em união e unidade, expressando verdadeira comunhão.

terça-feira, 3 de junho de 2008

DESPERTA PARA A RENOVAÇÃO DE SUA COMUNHÃO -I-


De acordo com William Barclay, em seu comentário sobre ‘Palavras Chaves do Novo Testamento Grego’, a idéia de comunhão no período clássico era voltada para as obrigações do cidadão quanto ao Estado. O cidadão mantinha comunhão na sua relação com o Estado, implicando na relação obrigatícia a que se impunha ao cidadão quanto a impostos e tributos. Como toda língua viva é dinâmica, o grego evoluiu no significado da comunhão e passou-se a respeitar ao que tange também às obrigações e relações do casamento. No período do Grego Koinê (época de Jesus), o significado era bem mais amplo e já abarcava a idéia de se participar na vida um do outro. Comunhão nas Escrituras implica, portanto, na participação de um cristão na vida de outro, como membros da mesma família, tendo o privilégio de não apenas sorrir com os que riem, mas também o privilégio de chorar com os que choram, de levar as cargas uns dos outros. Isto é comunhão!
O ponto de partida para a verdadeira comunhão é a restauração da comunhão entre o pecador e Deus. Sem comunhão com Deus, não há comunhão verdadeira com o próximo.
Comunhão com Deus é mais que o estado novo a que o cristão se encontra, tendo o perdão de seus pecados e o destino eterno de sua vida no Reino de Deus; mas comunhão com Deus implica numa relação pessoal e perene com o Deus triúno que se revela nas Escrituras.
Você consegue distinguir com clareza que há comunhão entre você e o Deus triúno, seja na conjunção intrínseca das três pessoas da trindade, seja na relação pessoal com cada uma delas? Ou em outras palavras: Você já falou com o Pai hoje a ponto de perceber e desfrutar de sua presença em sua vida? Já se identificou e se relacionou com Jesus, como irmão primogênito e seu redentor? Já sentiu a proximidade e a intimidade do Espírito Santo hoje a lhe ensinar e lhe aquecer a alma?
A comunhão do cristão é com o Deus triúno. Há uma participação de sua vida na vida de cada uma das três pessoas da Trindade, ou nas três simultaneamente, como o único e verdadeiro Deus? Então há comunhão de sua vida com o Deus triúno!

Rev. Emiliano.

A COMUNHÃO DO CRISTÃO É COM O DEUS TRIÚNO

I Jo. 1.1-4


OBJETIVO: Ensinar e estimular a prática da comunhão do cristão com o Deus Triuno.


INTRODUÇÃO: Como está sua comunhão com Deus?


CONTEXTO: João, o apóstolo, escreve esta carta às Igrejas da Ásia no intuito de animar o cristão a viver e demonstrar em seu dia a dia de modo prático e dinâmico sua relação com Deus.


TRANSIÇÃO: Quero refletir nesta oportunidade sobre o tema: A COMUNHÃO DO CRISTÃO É COM O DEUS TRIÚNO.




I – A COMUNHÃO COM O DEUS TRIÚNO É COMUNHÃO ENCARNADA.

a – O significado do termo comunhão nas Escrituras.

1. O que é comunhão?
1.1 – O conceito comum de comunhão nas páginas das Escrituras é de um relacionamento íntimo entre pessoas.
1.2 – O Dr. William Barclay demonstra os vários usos do termo na cultura grega:
a) O termo comunhão era utilizado para denotar relações comerciais onde existe uma parceria ou participação conjunta em negócios.
b) O termo comunhão era utilizado para denotar o intercâmbio de um homem e sua mulher dentro do casamento em todas as suas relações.
c) O termo comunhão é usado para expressar a relação entre o homem e Deus.

2. ‘Κοινονία’ → Comunhão é o termo que propõe expressar uma íntima relação entre pessoas.

b – A comunhão com o Deus Tríuno é quebrada na criação.

1. Tendo Deus criado o ser humano para desfrutar de um relacionamento saudável com Ele, este relacionamento foi rompido com a entrada do pecado no mundo.

2. A Bíblia afirma que cada ser humano nasce com a comunhão rompida por causa do pecado.
2.1 – Sl. 51.5 ‘Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe’.

3. Comunhão com Deus não é apenas um bom sentimento ou convicção, mas sim a realidade de um relacionamento; e se não há um relacionamento pessoal, através de uma amizade mantida e desenvolvida dia a dia, não há comunhão.

c – A comunhão com o Deus Tríuno é recriada na encarnação.

1. Deus ama o ser humano e o busca para a comunhão.

2. A verdadeira comunhão com Deus se materializa na encarnação do próprio Filho de Deus para nos aproximar do Pai.
2.1 – Jo. 1.14 ‘Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade’.
2.2 – I Jo. 1.1 ‘O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam isto proclamamos a respeito da Palavra da vida’.

3. Só pode ter comunhão com o Deus Triúno aquele que crê na encarnação do Filho de Deus.


II – A COMUNHÃO COM O DEUS TRIÚNO É COMUNHÃO REALIZADA.

a – A comunhão com o Deus Tríuno é possibilitada em Cristo.

1. Quando o pecador crê na encarnação e no sacrifício de Jesus em seu lugar passa a desfrutar de uma nova relação com Deus.

2. A inimizade com Deus é rompida e uma nova relação de amizade baseada no amor e no perdão gratuito de Deus se estabelece.

b – A comunhão deixa de ser possibilidade para ser realidade.

1. O pecador pode mesmo desfrutar da presença e da amizade de Deus.
1.1 – Rm. 5.10-11 ‘Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida! Não apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante quem recebemos agora a reconciliação’.

2. A vida eterna é não é meramente um conceito de vida infindável, mas sim um estado de vida dentro de uma relação de amizade e intimidade com Deus, à semelhança da intimidade que havia entre as três pessoas da Trindade na eternidade.
2.1 – I Jo. 1.2 ‘A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada’.

3. Esta relação com Deus pode ser desfrutada na vida de cada cristão no tempo presente.


III – A COMUNHÃO COM O DEUS TRIÚNO É COMUNHÃO PROCLAMADA.

a – A comunhão com o Deus Tríuno é oferecida a todos.

1. O amor de Deus abrange toda sua criação e é oferecido a todas as criaturas.
1.1 – I Jo. 1.3-4 ‘Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco’.

2. O cristão deve anunciar aos outros a comunhão alcançada.
2.1 – I Jo. 1.3-4 ‘Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco’.


CONCLUSÃO: Você não tinha comunhão com Deus. Sua comunhão foi restabelecida. Viva e anuncie esta comunhão.