domingo, 1 de fevereiro de 2009

VALORES INEGOCIÁVEIS NA VERDADEIRA ADORAÇÃO

Lv. 10.1-3


OBJETIVO: Ensinar que só podemos servir a Deus pelos princípios estabelecidos por Deus.


INTRODUÇÃO: Há tantas expressões de culto subindo aos céus. Tantas cores confessionais. Tantos tons denominacionais e um sem fim de manifestações litúrgicas.
Como saber se a adoração que prestamos a Deus seja na individualidade ou na comunidade são aceitos?


CONTEXTO: O texto está inserido no contexto da caminhada do povo de Israel nos 40 anos de deserto rumo a terra de Canaã.
Dois filhos de Arão, Nadabe e Abiu, acenderam seu incensário não com o fogo do altar, que tinha sido recentemente aceso pelo próprio Senhor (Lv. 9.24), e que daí por diante devia ser usado, mas acenderam com fogo tirado de outro lugar, provavelmente o que tinha sido usado para queimar as ofertas pacíficas (Lv. 9.4). Por não ter sido tirado do altar é chamado de fogo estranho.
Nadabe e Abiú devem ter pensado que o fogo do altar era igual a qualquer outro, afinal todo fogo é sempre fogo e todo fogo queima, não importando de onde tenha sido tirado. Eles deveriam prestar culto a Deus exatamente da forma que o Senhor tinha dito (Ex. 30.1 – 10).


TRANSIÇÃO: A adoração a Deus deve obedecer a princípios estabelecidos pelo próprio Deus em sua Palavra. Quero refletir sobre: VALORES INEGOCIÁVEIS NA VERDADEIRA ADORAÇÃO.


I – A ADORAÇÃO PRECISA SER TEOCÊNTRICA.

a – O Deus Triúno é o centro da adoração cristã.

1. Dizer que Deus é o centro da adoração cristã, parece ser uma afirmação óbvia, mas fato é que nem sempre é um princípio inegociável.

2. A adoração em muitos meios evangélicos é antropocêntrica, ou seja, coloca os desejos, sentimentos e interesses do indivíduo no centro de tudo.
2.1 – O homem tem que se sentir bem.
2.2 – A mensagem tem que agradar o homem.
2.3 – Os cânticos têm que fazer bem.
2.4 – As doutrinas enfatizam a satisfação das necessidades materiais do homem.
2.5 – Deus é apenas um nome usado para recheio: o centro é o homem.

3. Culto onde Deus não é o centro não é adoração bíblica, portanto não pode ser adoração aceita por Deus.


II – A ADORAÇÃO É UMA RESPOSTA A GRAÇA SALVADORA DE DEUS.

a – Adorar é reconhecer o amor eterno e gracioso de Deus.

1. As Escrituras nos ensinam que Deus nos amou desde antes da fundação do mundo.
1.1 – Ef. 1.3-5 ‘Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade’.
1.2 – Jr. 31..... ‘Com amor eterno eu te amei, e com cordas humanas te atraí’

2. As Escrituras nos ensinam que Deus nos amou a ponto se sacrificar por nós, oferecendo seu próprio Filho como pagamento de nossa condenação.
2.1 – I Jo 4.19 ‘... Ele nos amou primeiro’.
2.2 – Rm 5.8 ‘Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores’.

3. A adoração é uma resposta de gratidão a esse amor gracioso de Deus.

b – Adorar é reconhecer a redenção feita no Calvário.

1. Adorar é olhar para esse amor de Deus e reconhecer que não havia outra maneira de sermos salvos, mas apenas pelo sacrifício de Cristo.
1.1 – Sl. 49.7-8 ‘’.
1.2 – Is. 53.5 ‘Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados’.
1.3 – Rm 3.24 ‘... sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus’.

c – Adorar é reconhecer a miséria e culpa humana.

1. Só se reconhece o valor do sacrifício de Cristo quem reconhece a grandeza de sua pecaminosidade.
1.1 – Is. 64.6 ‘... todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapos da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como a um vento, nos arrebatam’.
1.2 – Rm 3.23 ‘Todos pecaram e carecem da glória de Deus’.
1.3 – Sl 130.3 “Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?”

2. Ninguém que não reconheça o tamanho e a brutalidade de sua pecaminosidade, não se prostra para adorar verdadeira a Deus.


III – A VERDADEIRA ADORAÇÃO É HOLÍSTICA.

a – A adoração não é um momento na vida.

1. É a vida apresentada como sacrifício a Deus.
1.1 – Rm 12.1 ‘Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional’.

2. A adoração não fica num determinado local, mas é toda a nossa vida em todos os locais e momentos, vivida em resposta à graça de Deus.
2.1 – ‘Adoração pública é o momento em que nós tornamos coletivo aquilo que Deus nos chamou para realizarmos individualmente, todos os dias’ Marcelo Giovani.

3. Calvino cunhou a expressão “culto legítimo”, para destacar que a verdadeira adoração só é possível nos moldes da Revelação de Deus, que é a Escritura Sagrada.

4. É comum alguém dizer que vai ao culto. Na verdade ninguém presta um culto público se sua vida privada não for um constante culto a Deus.
4.1 – ‘A adoração não faz parte da vida cristã; ela é a própria vida cristã’. Gerald Vann.

5. A mulher samaritana perguntou a Jesus onde era o local da verdadeira adoração:
5.1 – Jo 4.20-21 ‘Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é que é o lugar onde se deve adorar. Ao que Jesus respondeu: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai’.
5.2 – Jo 4.23-24 ‘Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade’.

6. O ensino apostólico também regulamenta o culto de forma holística na vida do cristão.
6.1 – I Co 10.31 ‘Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus’.


IV – A VERDADEIRA ADORAÇÃO É OFERTA DE PRIMÍCIAS A DEUS.

a – Deus merece as primícias.

1. Parece que Nadabe e Abiú não se deram conta de que deveriam cultuar a Deus oferecendo a Ele o melhor.
1.1 – ‘Adoração é aquilo a que consagramos nosso interesse, nosso entusiasmo e nossa devoção’. Clarence E. MacCartney.

2. Oferecer o melhor não é apenas uma questão de sentimento na hora da adoração pública, mas é uma questão de obediência.
2.1 – ‘Manifestando reverência, aprendemos obediência’. Matthew Henry.

3. Deus recebe as primícias de sua vida? Um bom termômetro desta questão é o desprendimento com que você contribui com sua causa.
3.1 – Pr. 3.9 ‘Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda’.

4. Ninguém de mãos vazias diante do Senhor.

b – O termo ‘primícias’ não pode se restringir a dinheiro.

1. Muitos podem pensar que oferecendo a Deus o seu dinheiro, o resto da vida está liberado, como se o dinheiro comprasse as bênçãos de Deus.

2. Oferecer as ‘primícias’ a Deus é oferecer a Deus sempre o primeiro lugar de nossa vida em todas as coisas.
2.1 – Tempo.
2.2 – Energia, vigor.
• Ec. 12.1 ‘Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que cheguem os maus dias, nos quais dirás: Não tenho neles prazer’.
2.3 – Compromisso.
2.4 – Prioridade.
• Mt. 6.33 ‘Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas’.

c – Deus promete manifestar sua glória.

1. A manifestação da presença e da glória de Deus está destinada àqueles que se achegarem a Deus pelos seus caminhos.
1.1 – Lv. 10.3 ‘’.

2. Fora dos princípios bíblicos não existe verdadeira adoração, mas qualquer tentativa se torna anti-bíblica e insulta a Deus.


CONCLUSÃO: Sua adoração prestada a Deus invade todas as esferas de sua vida ou se limita a um culto?
O perdão gracioso de Deus no sacrifício de Jesus é o ponto alto de sua vida e de sua adoração?