domingo, 19 de dezembro de 2010

QUAL O SIGNIFICADO DO NATAL?


Mt. 1.21


INTRODUÇÃO: O Natal se transformou num grande bolsão comercial. Papais Noel, enfeites, propagandas, tudo como um desafio ao comércio. Não comprar um presente de natal chega às raias do desacato à pessoa que nos é próxima.

CONTEXTO: Este texto é apenas um versículo dentro do anúncio do anjo a José acerca do nascimento de Jesus. José estava desposado de Maria. Já eram casados, mas a consumação através da união de seus corpos ainda não ocorrera. José sabe da gravidez de Maria e pensa em abandoná-la. O anjo vem até José para dizer-lhe que não faça isso, pois o que nasceria de Maria era o Messias, o Salvador prometido.

TRANSIÇÃO: O que tudo aquilo significava para José? Traição? Desrespeito? Leviandade? O que o Natal significa para o povo nos dias de hoje? Quero refletir brevemente nesta ocasião sobre QUAL O SIGNIFICADO DO NATAL?


I – O NATAL TEM UM SIGNIFICADO REDENTIVO.

a – Revelado no nome do Senhor Jesus.

1. Jesus → Ίησόυς → ‘Salvador’ → nome derivado de → YHWH (הוהי) → + Iasa → (השי) tendo o significado de ‘nosso socorro, nosso ajudador, nosso salvador’.

2. A forma mais antiga é o nome de Josué → יהשה → Yehosua → YHWH é salvador.

3. No NT o nome é traduzido por Ίησόυς → Salvador.

4. A salvação ou redenção prometida por Deus recebe seu cumprimento e significado no nome e na pessoa de Jesus.

b – Revelado na missão do Senhor Jesus.

1. A missão do Filho de Deus é estampada no anúncio do anjo a José: ‘Ele salvará...’ (Mt. 1.21).

2. A missão de Jesus é manifestada no anúncio do anjo à Maria: ‘... a quem chamarás pelo nome de Jesus’ (Lc. 1.31).

3. A missão de Jesus é proclamada também pelos anjos aos pastores: ‘É que vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor’ (Lc. 2.11).

4. A missão de Jesus é revelada na natureza do evento: ‘... vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei...’ (Gl. 4.4-5).

5. Não há Natal divorciado do plano redentor de Deus.


II – O NATAL TEM UM SIGNIFICADO ELETIVO.

a – O Natal aponta para a salvação de um povo.

1. Povo → λαός → Termo que indicava nos escritos judaicos a nação de Israel como povo de Deus.

2. Povo → λαός → No NT tem a significação não mais de Israel como nação, mas indica a Igreja, como o povo eleito dentre todos os povos para ser povo de Deus.
– Mt. 1.21 ‘... salvará o seu povo...’
– At. 15.15 ‘... Deus visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome...’

b – Povo eleito e exclusivo dele.

1. Tt. 2.14 ‘O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.’

2. I Pe. 2.9 ‘Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva, a fim de proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz’.


III – O NATAL TEM UM SIGNIFICADO SUBSTITUTIVO.

a – Um substituto na história do homem.

1. Desde os tempos primitivos no NT temos o homem sendo poupado por causa de um substituto.

2. No Éden um animal é morto.

3. Isaque é substituído por um cordeiro → ‘Deus proverá’.

4. Páscoa/Egito → Cordeiro como oferta.

b – No NT Jesus é o substituto do pecador.

1. O NT aponta para Jesus como substituto de seu povo na cruz.

2. Jo. 1.29 ‘Eis o Cordeiro de Deus...’

3. A morte de Jesus é a morte de seu povo.

4. A condenação de Jesus é a condenação de seu povo.


CONCLUSÃO: Jesus veio. É Natal.
É nele que temos vida.
Natal aponta para uma nova vida porque é pelo Natal que a vida de Deus veio ao mundo.
Creia!
Entregue-se!
Consagre-se!

sábado, 11 de dezembro de 2010

PAIS E FILHOS NO CAMINHO A SERVIÇO DE DEUS

Lc 2.39-52


OBJETIVO: Ensinar que os pais devem estar atentos aos filhos na caminhada da vida, mesmo que estejam andando pelos caminhos de Deus.

INTRODUÇÃO: Já perdeu seus filhos ou viu o desespero de algum pai/mãe que perdeu seu filho em alguma situação?

CONTEXTO: Lucas dá a narrativa mais completa da infância de Jesus, pois, escrevendo a um gentio queria demonstrar que Jesus é plenamente humano, e ao mesmo tempo plenamente Deus.

TRANSIÇÃO
: Os filhos são dádivas que Deus deu e devem ser criados com responsabilidade, pois são portadores de uma alma eterna. Como você está criando seus filhos? Quero compartilhar nesta oportunidade sobre PAIS E FILHOS NO CAMINHO A SERVIÇO DE DEUS.


I – PAIS PODEM PERDER SEUS FILHOS.

a – A família de Jesus viajava uma vez por ano.

1. Lucas registra que José e Maria, os pais de Jesus, iam anualmente para Jerusalém para as festividades da Páscoa, cumprindo assim a ordem de Deus desde os tempos de Moisés.

2. A viagem era feita em caravanas a pé, pelos mais pobres.
– Nazaré distava cerca de 116 Km de Jerusalém.
– Demoravam-se alguns dias para o percurso, dado as dificuldades naturais de uma região quente e árida.

3. As crianças, possivelmente ficavam com outros parentes, até que completassem idade suficiente para suportar uma viagem dessa espécie.

4. Ao chegarem na pré-adolescência tinham o rito de passagem:
– Bar Mitzvá (meninos).
– Bat Mitzvá (meninas).
– A maioridade religiosa, 12 anos, é a ocasião de comemorações que marcam esta evolução tão importante na vida do adolescente.
– Aos 12 anos, o menino judeu é considerado um adulto responsável por seus atos, do ponto de vista judaico.
– Bar Mitzvá significa, literalmente, ‘filho do mandamento’.
– A criança de 12 anos passa a ter as mesmas obrigações religiosas dos adultos, tornando-se responsável pelos seus atos e transgressões.

5. Lc. 2.42 ‘Quando ele completou doze anos de idade, eles subiram à festa, conforme o costume’.

b – Pais perdem seus filhos na viagem da vida.

1. Lucas registra que terminados os dias da festa os pais foram embora com a caravana e não perceberam que o menino Jesus ficara em Jerusalém.
– Lc. 2.43 ‘Terminada a festa, voltando seus pais para casa, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles percebessem’.

2. Da mesma forma que Maria e José estavam tão envolvidos e tão seguros com o fato de estarem no templo que perderam seu filho; muitos pais hoje também perdem seus filhos apesar de estarem na Igreja.


II – DEVE-SE VOLTAR ONDE OS PERDEU
.

a – José e Maria voltaram a buscar Jesus.

1. Lucas em sua narrativa mostra que os pais ficaram tão desapercebidos que só depois de um dia é que se deram conta de que o menino não estava com eles.
– Lc. 2.44 ‘Pensando, porém, estar entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos’.

2. Pais! Cuidado!
– Cuidado, pois podem estar também atarefados com a rotina e poderão perder seus filhos e só perceberem depois de algum tempo.
– Há grande risco nisto!
– Pais, cuidado para não deixar os filhos para trás.

b – Na estrada da vida há lugares fáceis para se perder os filhos.

1. Poderia discorrer aqui sobre muitos lugares ou situações nas quais os pais podem perder seus filhos, mas não o farei.

2. Apenas de lampejo tocarei em alguns desses pontos, mas me atrevo a frisar um em especial que se mostra perigoso em nossos dias.
– Drogas.
– Bebidas.
– Sexo.
– Internet.
– Homossexualismo.
a) O MEC lançou neste fim de ano um kit de educação onde se ensina o homossexualismo nas escolas públicas .
b) Reações estão se dando em todos os seguimentos de nossa sociedade, a começar do próprio Senado .
c) Homossexualismo não é normal nem a luz da Bíblia nem a luz da saúde pública.
d) Por que não se ensina pedofilia também? E necrofilia? Ora, também são opções sexuais!

c – Volte e procure seus filhos.

1. José e Maria procuraram o filho nos lugares mais comuns e não o acharam.
– Entre parentes.
– Entre conhecidos.

2. Muitos pais perdem seus filhos e acreditam que parentes e amigos poderão estar cuidando dos mesmos.

3. Pais! Não terceirize o cuidado de seus filhos, pois se o fizer, quando procurar por eles poderão não os ter mais ao seu lado.
– ‘Adote seu filho, antes que um traficante o adote!’.
– Adote seu filho antes que um homossexual o adote.
– Adote seu filho antes que um programa de internet o adote.

4. Se seu filho ficou para trás volte antes que seja tarde.
– Lc. 2. 45 ‘e, não o tendo encontrado, voltaram à Jerusalém a sua procura’.


III – É PRECISO TÊ-LOS NA CASA DO PAI.

a – Jesus foi encontrado na Casa do Pai.

1. Quando José e Maria encontraram a Jesus, depois de três dias, viram com surpresa que Jesus estava no Templo, discutindo com os doutores da lei.

2. O menino Jesus não tinha a possibilidade de estar sempre no Templo, mas certamente foi educado no conhecimento da Palavra de Deus através de seus pais e, possivelmente através de uma sinagoga.
– É preciso que os pais ensinem a Palavra de Deus aos seus filhos.
– É preciso que os pais levem e ensinem seus filhos a freqüentarem com assiduidade uma boa Escola Dominical para aprenderem desde a infância as Sagradas Letras.

b – Se seus filhos não estão aos pés do Pai, estão no mundo.

1. Existe um jargão sobre a criação de filhos em nossos dias:
– ‘É preciso criar os filhos para o mundo!’.
– Pais! Não crie seus filhos para o mundo, mas crie-os para Deus, pois fazendo assim, serão bons cidadãos neste mundo e no mundo porvir.

2. Pais que inculcam a Palavra de Deus na mente de seus filhos os encontrarão tratando dos negócios da casa do Pai celeste.


CONCLUSÃO
: Jesus foi encontrado na casa do Pai.

Onde estão seus filhos?

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2010/11/24/interna_brasil,224563/material-didatico-contra-homofobia-mostra-adolescente-que-virou-travesti.shtml
²(vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ONfPCxKdGT4).

domingo, 5 de dezembro de 2010

UM ENCONTRO TRANSFORMADOR

Jo. 4.1-7

OBJETIVO: Ensinar que quando alguém tem um encontro verdadeiro com o Senhor Jesus, tem sua vida transformada e comunica essa transformação a outros.

INTRODUÇÃO: Você já teve um encontro que trouxe transformação para sua vida?

CONTEXTO: O Senhor Jesus iniciara seu ministério público na região norte de Israel. Depois de um tempo, ocasião da páscoa Jesus subiu para Jerusalém ficando ali não muito tempo. De volta para a região de Cana da Galiléia, resolve passar pelas aldeias dos Samaritanos e passa pela cidadezinha de Sicar.

TRANSIÇÃO: Quero falar nesta oportunidade sobre UM ENCONTRO TRANSFORMADOR.


I – A INSACIÁVEL SEDE HUMANA.

a – O contexto da sede no texto.

1. A tradição judaica aponta para este poço na cidade de Sicar (Siquém), foi cavado por Jacó.

2. Flui água em veios constantes pelos flancos da montanha próxima sendo que o poço então é um poço de dreno, de tal modo que a água se infiltra através de suas paredes laterais e não nascendo no fundo do mesmo, daí a expressão ‘poço das águas vivas’.

3. Geralmente as mulheres iam buscar água a tardezinha, pois o sol neste horário já seria mais ameno.

4. De acordo com Philip Sahaff , a época do acontecido deveria ser final de dezembro quando mesmo neste horário o clima era mais suportável.

5. Noutras estações do ano essa hora era quente demais para alguém sair ao ar livre numa caminhada destas.

6. Para uma região árida e desértica a localização deste poço é de grande importância para quem mora ou para quem passa por aquelas cercanias.

7. A necessidade de água para dessedentar a sede era algo comum naquele contexto.

b – A sede do ser humano em seu contexto existencial.

1. O ser humano é um ser sedento por satisfação e prazer.

2. Esse vazio é derivado da queda.
2.1 – Tudo o que o homem busca para sua satisfação ainda é pouco.
2.2 – Nada que o homem busque lhe tirará a sede da busca.
2.3 – ‘Há um vazio no ser humano que só pode ser preenchido com o próprio Deus’ (Agostinho).

3. A busca sempre existirá.
3.1 – No intuito de se realizar e preencher esse vazio existencial o ser humano busca aventuras, formas de vida e de relacionamentos, muitas vezes estranhos e até destrutivos.
a) Pr. 14.12 ‘Há caminhos que ao homem parece direito, mas ao final, são caminhos de morte’.
3.2 – Nada que se busque satisfará o seu coração.
a) Jo. 4.18 ‘cinco maridos já tiveste; e esse que agora tens não é teu marido...’.
b) A mulher samaritana, tida comumente na história como uma possível prostituta.
c) Era uma pessoa que buscava preencher o vazio de sua alma em relacionamentos fortuitos.
d) Essas buscas, como a droga, saciavam a sede no momento, mas depois sempre se mostravam insuficientes e vazios.

4. Você vive uma vida insatisfeita e sempre necessitando de algo que dessedente sua sede?


II – JESUS, A FONTE DAS ÁGUAS VIVAS.

a – O diálogo com a mulher e a transição de Jesus.

1. Jesus quebra barreiras para com aquela mulher.
– Não se podia conversar com uma mulher em público.
– Não se podia conversar com um samaritano.

2. Jesus inicia pedindo água do poço.
– Jo. 4.7 ‘Dá-me de beber’.
– Jesus aproveita uma situação existencial e real para apresentar a salvação àquela mulher.
- Ele estava de fato com sede, pois estava cansado da viagem, e assentara-se junto à fonte, por volta da hora sexta [meio dia (Vs. 6)].

b – A fonte das águas vivas dessedenta a sede espiritual.

1. Jesus se apresenta como a verdadeira água que pode dessedentar a sede humana.
1.1 – Jo. 4.10 ‘Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele te daria a água da vida’.

2 As Escrituras apresentam e demonstram como Jesus pode transformar o pecador dando-lhe uma nova natureza, fazendo dele um novo homem.
2.1 – II Co. 5.17 (NVI) ‘Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!’.


III – A ÁGUA VIVA PRODUZ NOVA VIDA.

a – A nova vida para a Samaritana.

1. O Senhor Jesus afirmou para aquela mulher que quem bebesse da água que Ele desse teria uma nova vida.
– Jo. 4.13-14 (NTLH) ‘Quem beber desta água terá sede de novo, mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que dará a vida eterna’.

2. Ela acreditou! Creu nEle como o Messias e teve uma nova vida.

3. Isso ficou demonstrado no fato de que ela saiu dali e foi alegremente contar do Messias para outras pessoas de sua comunidade, que também creram.
– Jo. 4.42 ‘E disseram à mulher: Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo’.

b – A nova vida é para todo aquele que crê.

1. Ezequiel profetizou que da parte de Deus sairia um rio que levaria vida por onde quer que passasse esse rio.

2. Ilustração: Ez. 47.

3. Todos quantos tiverem um encontro verdadeiro com Jesus terão sua sede saciada.
– Jo 7:38 ‘Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva’.

4. Exemplos de vidas transformadas:
– A mulher samaritana.
a) Podia ser uma pessoa de vida fácil:
• Porque ia ao poço ao meio dia.
• Teve cinco maridos.
• Estava ajuntada com outro.
b) Reconheceu que Jesus era o Messias.
• Ele falou sobre ela.
• Ela foi contar aos outros.
– O Apóstolo Paulo.
– I Co. 6.9 ‘Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus e no Espírito de nosso Deus’.
– Agostinho de Hipona.


CONCLUSÃO: O encontro com Jesus é transformador.

Você já se encontrou com Jesus?

Você continua se encontrando com Jesus?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PERDÃO, MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA

Mt. 18.23-35


OBJETIVO: Apresentar ensino de que o cristão foi perdoado numa dívida impagável e por isso, qualquer ofensa recebida é pequena e deve perdoar.


INTRODUÇÃO: Quantos aqui já possuem dívidas para o ano seguinte? Tratar com dívidas nem sempre é fácil.
Como você se sentiria se, de repente, um coração bondoso se prontificasse para quitar todas as suas dívidas?


CONTEXTO: A questão do perdão, levantada nesta parábola pelo Senhor Jesus, nasce de uma discussão dos discípulos sobre quem seria o maior no reino dos céus.
O Senhor Jesus alude que, o Reino não é lugar para ostentação de grandezas, mas lugar de salvação a todos que, igualmente estão caídos e destruídos pelo poder do pecado. Para esclarecer esse fato o Senhor conta a parábola da ovelha perdida.
Jesus conduz o assunto para a questão da culpa que se pode ter uma pessoa em relação a outra e dá instruções sobre como se tratar desses casos no meio do povo de Deus. Pedro pergunta então quantas vezes se deve perdoar o culpado.
A partir desta pergunta o Senhor Jesus apresenta esta parábola, foco de nossa reflexão nesta ocasião, e norteia toda a questão a partir do prisma de um perdão maior.


TRANSIÇÃO: Você já perdoou alguém que te ofendeu? É fácil perdoar? Você ainda precisa perdoar alguém em seu relacionamento? O que está impedindo o seu perdão? Nesta oportunidade quero refletir sobre o tema: PERDÃO, MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA.

I – O PROBLEMA DO PERDÃO.

a – Todos tem dificuldade em perdoar.

1. O Senhor Jesus estava ensinando aos discípulos sobre o amor perdoador de Deus e o dever de se haver perdão entre os filhos de Deus.
1.1 – A parábola da ovelha perdida (Mt. 18.10-14).
1.2 – Como tratar a um irmão culpado (Mt. 18.15-20).

2. Pedro, querendo ser magnânimo, aumenta a taxa de perdão oferecida comumente pelo judeu de 3 vezes ao dia para sete vezes (Mt. 18.21-22).

3. O Senhor Jesus responde que não sete vezes, mas setenta vezes sete, o que chegaria a um número de quatrocentas e noventa vezes para se perdoar uma pessoa num dia.

4. Quando Jesus acabou de responder a Pedro, o Senhor Jesus, iniciou uma parábola: ‘Por isso o Reino dos Céus é semelhante’, ou seja, essa parábola é a ilustração do que Jesus estava querendo ensinar sobre perdão.


II – O MODELO DO PERDÃO.

a – Somos devedores a Deus.

1. A súmula da parábola:
1.1 – Certo Rei chamou seus servos para prestarem contas.
1.2 – Um lhe devia 10 mil talentos (+- U$10.000.000,00).
a) Ele não tinha como pagar.
b) O Rei ordenou: ‘Vendam a ele, a mulher e os filhos como escravos, a casa e tudo que ele tem’.
c) Ele devia tanto que nem ele mesmo com tudo que possuía dava para pagar.
d) Caiu então de joelhos: ‘Eu suplico, pelo amor de Deus, não faça isso comigo’.
e) Então o Rei declarou a dívida está paga e o réu perdoado.
1.3 – Ele saiu da presença do rei.
a) No caminho encontrou um homem que lhe devia 100 denários .
b) Saltou-lhe ao pescoço, sufocando-o, e sacudindo-o: ‘Pague-me o que me deves’.
c) O outro implorava: ‘Eu suplico, por favor, eu não tenho como’.
d) Ele então disse: ‘Lancem-no na cadeia! Ele só vai sair de lá quando pagar o que me deve’.
e) Seus companheiros viram sua atitude; sabiam da graça e do favor imerecido que o Rei lhe dispensara.
f) Contaram ao rei e este o chamou: ‘Tu és malvado, eu te perdoei a tua dívida, por que não fizeste o mesmo com o outro?’.
g) Então o rei, indignado, o entregou aos verdugos até que ele pagasse toda a dívida.

2. Nesta parábola o Senhor Jesus ensina que todos têm uma dívida impagável para com Deus, e mesmo tudo o que o indivíduo é, faz ou possui não é suficiente para quitar esta dívida.

3. O Senhor Jesus propõe um valor impagável a qualquer pessoa dentro do seu contexto palestino, sabendo que seus ouvintes compreenderiam o tamanho da dívida que se tem para com Deus.

4. O perdão de Deus é estendido graciosamente, sem qualquer mérito ou realização humana que leve a Deus o conceder do perdão.

b – Somos devedores a terceiros.

1. Cada pessoa em sua caminhada nesta vida também comete falhas e se torna devedor para com outros.

2. Nesta condição de devedores, cada um precisa estar disposto a perdoar o próximo, ou a pedir perdão.

3. A relação demonstrada pelo Senhor Jesus entre os dois servos exemplifica este dever de perdoar o próximo.

4. A base do perdão ao próximo, para o cristão, está no fato de que foi enormemente perdoado por Deus.
4.1 – Ef. 4.32 (NVI) ‘Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo’.
4.2 – Cl. 3.13 (NVI) ‘Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou’.
4.3 – Mt. 18.35 (NVI) ‘Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão’.


III – O DEVER DE PERDOAR SEMPRE.

a – ‘De graça recebeste, de graça daí’.

1. O Senhor Jesus ensina aos seus discípulos o princípio da graça. Assim como receberam, assim também deveriam dar.
1.1 – Mt. 10.8 (ARA) ‘Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça daí’.

2. Na parábola em voga, o perdão é concedido de graça, estando assim, cada cristão, na obrigação de também perdoar de graça.

b – A medida do perdão para o povo de Deus.

1. Quando nós nos confrontamos com a necessidade de perdoar alguém devemos ter em mente seis realidades sobre o padrão divino de perdoar .
1.1 – Deve-se ter em mente que todos nós somos devedores.
a) Todos devemos ao rei, todos devemos a Deus, todos devemos mais do que valemos.
b) Nossa capacidade de dever é muito maior que a nossa capacidade de ser.
c) O que somos não paga nem o que devemos.
d) Somos eternos devedores: nosso pecado, nossa culpa, nossa condenação, nossa dívida é maior do que a nossa capacidade de pagá-la.

1.2 – Sempre que estiver confrontado com a necessidade de perdoar alguém, deve-se lembrar que todos nós recebemos graça.
a) Quando nos ajoelhamos e suplicamos: Tem piedade de mim, Senhor, Ele já perdoou toda a dívida.
b) A dívida está paga, está consumada não há mais o que pagar, Deus cancelou todo o débito, usou de graça para comigo e para com você.

1.3 – Tudo quanto nosso próximo nos deve é infinitamente menor do que aquilo que devemos a Deus.
a) Quando alguém houver feito alguma coisa contra você, saiba que sua dívida com Deus é infinitamente maior do que a dívida do seu próximo para com você.
b) A dívida de qualquer pessoa para comigo é infinitamente menor do que a minha dívida para com Deus.
c) Vejam a comparação que Jesus fez:
• O servo devia ao rei 10 mil talentos (60 milhões de denários).
• Já o outro lhe devia 100 denários.
• Observem a diferença de 60 milhões para 100.
d) O que meu próximo deve a mim não se compara com o que eu devo a Deus.

1.4 – Não perdoar é tratar o outro como Deus não nos tratou.
a) É jogar o meu próximo no cárcere psicológico, existencial, moral e espiritual.
b) É lançá-lo num inferno temporal.
c) E Deus não nos lançou no inferno eterno.

1.5 – Todos os que recebem o perdão de Deus têm perante Ele o compromisso perpétuo de repetir o mesmo gesto com os outros tantas vezes quantas sejam necessárias.
a) Mt. 18.32-33 ‘Então o seu Senhor, Chamou-o, disse: Servo malvado perdoei-te aquela dívida toda, porque tu pediste, tu me suplicaste; não devias tu igualmente, ou como eu fiz contigo, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?’.
b) Quem recebeu o perdão de Deus tem um compromisso perene, perpétuo, definitivo, repetível tantas vezes quantas sejam necessárias de dar aos outros o mesmo perdão que Deus lhe deu.
c) Cabe a você o compromisso de ser uma miniatura de Deus nas relações com o seu próximo!

1.6 – Quem não perdoa coloca a si mesmo debaixo do juízo de Deus.
a) Mt. 18.34-35 ‘Indignando-se o Senhor o entregou aos verdugos até que pagassem toda a dívida. Assim também da mesma maneira, meu Pai Celeste vos fará, se no íntimo, não perdoardes cada um ao seu irmão’.
b) Há muitos verdugos psicológicos, existenciais, emocionais e espirituais para nos punirem já nesta vida.
c) Quem não perdoa não será punido apenas na eternidade, é punido aqui.
d) Quem não perdoa envenena o coração e se auto-chicoteia pelo verdugo da consciência.


CONCLUSÃO: Ilustração: ‘Um certo beduíno estava dentro da sua tenda ao sol da Palestina quando entrou correndo, um garoto adolescente, que se refugiou atrás dele, chorando e grunhindo. Logo em seguida chegou uma turba alvoroçada, empunhando cacetes e facas. Abriram a portinhola da tenda e disseram ao beduíno: Dá-nos este menino porque ele é um assassino. O beduíno respondeu: Mas há uma lei entre nós que diz que quando um assassino se refugia numa tenda e o dono da tenda lhe dá abrigo e guarida, ele está absolvido. Eu me compadeci deste garoto, quero perdoar-lhe. E o garoto tremia..... Mas eles disseram: Você lhe quer perdoar porque não sabe o que ele fez e nem a quem matou. O beduíno falou: Não importa, eu quero perdoar a ele. Os homens então afirmaram: ele matou seu filho. Vá ver o corpo dele sangrando na areia ali fora. O beduíno caiu num profundo silêncio, depois, enxugando as lágrimas, disse: Então eu vou criá-lo como se fosse o meu filho a quem ele matou’.


Esse é o padrão do perdão divino.

Deus não fez isso por nós?

Jesus fez muito por nós na cruz.

Escondidos atrás da Cruz temos acesso à Tenda do perdão.

E não apenas esse é o padrão divino, mas o padrão para o qual Deus nos desafia.