segunda-feira, 28 de novembro de 2011

VERBORRAGIAS DE IMPACTO

Tem se tornado comum, mesmo no meio reformado, o uso da expressão: ‘Deus me deu uma palavra’, como se algo inédito estivesse acontecendo. Verborragias que impactam como se verdade fossem, são prenhes em nosso meio evangélico. Não passam de parlapatórios inúteis.
Dizer ‘a palavra do Senhor veio a mim’ pode soar até mesmo mais espiritual em alguns círculos, mas quero lhe apresentar a ideia de que a palavra do Senhor não vem a ninguém mais em nossos dias. Não que eu seja um herege, um apóstata ou coisa do gênero, mas que como reformados precisamos manter nossas convicções escrituristicamente embasadas, afirmadas nos documentos da Reforma e reafirmadas por cada um de nós em nossa Profissão de Fé. A palavra do Senhor não vem a mais ninguém em nossos dias, porque ela já está completa, encerrada e totalmente revelada. Tudo o que o Senhor tinha a revelar ao seu povo está dito.
Como reformados é preciso assumirmos o compromisso de romper com os modismos desembasados de uma religiosidade humanista sensitiva onde dizer: ‘o Senhor me deu a palavra’ soa como espiritual, mas no fundo encerra a centralização do humano e não a pessoa de Deus.
É preciso que não se perca de vista a tríade acerca da Palavra de Deus dada ao seu povo e descortinada no estudo teológico: Inspiração, Revelação e Iluminação. Seguindo as breves definições do Rev. Júlio Andrade Ferreira em seu livro Conheça sua Fé, pode-se entender que:
a) Revelação, ‘... na Bíblia, é o Deus Criador a desvendar ativamente aos homens o seu poder e glória; sua natureza e caráter; sua vontade, caminhos e planos, a fim de que os homens possam conhecê-lo’ (J. A. Ferreira).
b) Inspiração é o capacitar de Deus a homens que Ele mesmo separou para realizarem o registro da Revelação.
c) Iluminação é a capacitação que o Espírito Santo estende aos cristãos para a compreensão e aplicação das verdades reveladas e inspiradas nas Escrituras.
Pode-se sumarizar nestas três pequenas frases: Ensino da vontade de Deus: Revelação. Registro da vontade de Deus: Inspiração. Aplicação da vontade de Deus: Iluminação.
Revelação e Inspiração foram operações especiais de Deus mediante seu Espírito Santo que, embora tendo validade perene, ficaram no passado. Isto significa que hoje Deus não revela mais nada, significa que Deus não inspira mais ninguém. A partir do evento apostólico a Escritura está encerrada e, resta-nos a iluminação como a ação última de Deus para socorrer o seu povo quanto ao revelado e inspirado.
‘O Senhor me deu a palavra...’ é um acinte à fé reformada. O Espírito ilumina os olhos de nosso coração para termos o pleno conhecimento do que foi revelado e inspirado. Lamentavelmente, presbiterianos, herdeiros da reforma, estão usando expressões como estas do acinte. É hora de parar com isso. Seja um autêntico reformado. Pare com os modismos. Assuma sua fé e doutrina reformada.
(Rev. José Emiliano da Cunha - http://insightsemilianus.blogspot.com/ > http://lagaresnaalma.blogspot.com/).

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CUIDADO COM O ESFRIAMENTO DO AMOR

Mt. 24.10-14


OBJETIVO: Apresentar o desafio de se ter um coração abrasado com o amor do Senhor e não deixar que a crescente iniqüidade a nossa volta nos esfrie.


INTRODUÇÃO: Conforme um das leis da termo-diâmica, todos os elementos têm a tendência de se esfriar ou envelhecer.
Basta a observação e essa lei se torna perfeitamente aplicável.


CONTEXTO: Nosso Senhor Jesus estava trazendo aos seus discípulos os ensinos do conhecido Sermão Profético, também conhecido como o ‘Pequeno Apocalipse’, onde alude as questões dos fins dos tempos.


TRANSIÇÃO: Se tudo tem a tendência de se esfriar, isso também se aplica a nossa espiritualidade e relacionamento com Deus? Você tem experimentado esfriamento ou descrença em seu coração em relação ao Evangelho de Jesus? Quero compartilhar nesta oportunidade sobre o tema: CUIDADO COM O ESFRIAMENTO DO AMOR.



I – A REALIDADE DO ESFRIAMENTO DO AMOR.

a – O esfriamento do amor nos tempos primitivos.

1. A espiritualidade é dinâmica e demanda cultivo de um relacionamento verdadeiro, pessoal e íntimo com Deus, e não meramente o atrelamento à uma denominação ou grupo cristão.

2. No próprio Novo Testamento encontramos o esfriamento do amor se manifestando no meio da Igreja.
2.1 – Himineu e Fileto.
a) II Tm. 2.17-18 ‘As coisas que os falsos mestres ensinam se espalham como a gangrena. Dois desses mestres são Himeneu e Fileto, os quais abandonaram o caminho da verdade’.
2.2 – Demas, amou o presente século.
a) II Tm. 4.10 ‘Pois Demas se apaixonou por este mundo, me abandonou e foi para a cidade de Tessalônica. Crescente foi para a província da Galácia, e Tito, para a região da Dalmácia’.
2.3 – I Jo. 2.18-20 ‘Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento’.
2.4 – As cartas às Igrejas do Apocalipse apresentam um quadro de esfriamento, onde todas, menos uma, são censuradas pelo Senhor da Igreja.

3. Os ‘últimos dias’ anunciados por Jesus não são meramente escatológicos, mas denota o tempo que foi inaugurado desde a morte e ressurreição de Jesus até a sua volta iminente.

b – O esfriamento do amor no decurso da História.

1. A História da Igreja é muito ampla e cheia de exemplos do esfriamento da fé.

2. Com a institucionalização da Igreja, época do Imperador Constantino (323 d. C.) houve a priorização do clericalismo e os desvios das verdades reveladas na Palavra, o que trouxe esfriamento do amor a Deus e ao Evangelho.

3. No século XVI acontece um grande reavivamento através do Movimento da Reforma e o apego à fé e a piedade se se reacendem. Empolga ler as biografias dos reformadores e de cristãos daquele período.

4. Após a Reforma houve um recrudescimento do amor na vida dos evangélicos.

5. Os ‘Pia Desidéria’ de Phillip Jacob Spener , pastor luterano do século XVII, são um clamor ao reavivamento da Igreja, para que volte ao amor à Palavra e ao verdadeiro Evangelho de Jesus.

c – O esfriamento do amor na Pós-modernidade.

1. A Igreja em nossa época Pós-moderna tem sido solapada por uma onda de esfriamento global.

2. Enquanto o planeta experimenta o fenômeno do ‘aquecimento global’ a Igreja experimenta um fenômeno contrário.

3. Basta olharmos para o desinteresse por uma evangelização mais intensa, onde cada cristão busque com mais afinco a salvação dos pecadores e não apenas a comodidade e os benefícios da vida secular e material.

4. Precisamos mais que nunca de um reavivamento evangélico que nos leve de volta à piedade e ao amor ao Evangelho, um verdadeiro aquecimento global.


II – CAUSA DO ESFRIAMENTO DO AMOR.

a – A causa básica está na pecaminosidade humana.

1. Nosso Senhor Jesus foi explícito e enfático que ‘por aumentar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos’ (Mt. 24.12).

2. O esfriamento do amor está ligado à realidade do pecado na vida humana.

b – Causas secundárias estão na religiosidade sem alma.

1. Tanto nosso Senhor Jesus quanto os apóstolos pregaram acerca de lobos vorazes que penetrariam no meio de seu rebanho, movidos por espírito de ganância.
1.1 – At. 20.29-30 (NVI) ‘Pois eu sei que, depois que eu for, aparecerão lobos ferozes no meio de vocês e eles não terão pena do rebanho. E chegará o tempo em que alguns de vocês contarão mentiras, procurando levar os irmãos para o seu lado’.
1.2 – II Pe. 2.1-3 (NVI) ‘No passado apareceram falsos profetas no meio do povo, e assim também vão aparecer falsos mestres entre vocês. Eles ensinarão doutrinas destruidoras e falsas e rejeitarão o Mestre que os salvou. E isso fará com que caia sobre eles uma rápida destruição. Mesmo assim, muita gente vai imitar a vida imoral deles, e por causa desses falsos mestres muitas pessoas vão falar mal do Caminho da verdade. Em sua ambição pelo dinheiro, esses falsos mestres vão explorar vocês, contando histórias inventadas. Mas faz muito tempo que o Juiz está alerta, e o Destruidor deles está bem acordado’.

2. Sempre haverá fatores ligados a uma falsa religiosidade ou falsa espiritualidade que levarão muitos ao esfriamento do seu amor a Deus.

3. Olhar firmemente para Jesus e manter aceso o fogo no altar de nosso coração será certamente o antídoto a esse esfriamento tão presente em nosso tempo.
3.1 – Hb 12.2a ‘Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa’.

c – A causa principal do esfriamento está na vida pessoal.

1. No último dia, diante do Trono de Deus, ninguém poderá transferir a responsabilidade para outros itens ou pessoas.

2. O que foi de fato a realidade de sua relação com Deus, mesmo que tenha sofrido influências externas, dependerá exclusivamente da maneira como cada um se apegou ao Senhor e à sua Palavra.


III – COMBATENDO O ESFRIAMENTO DO AMOR.

a – Relacionamento versus religiosidade.

1. Assim como no casamento precisamos cultivar a amizade, o carinho através de um relacionamento sadio, também nossa espiritualidade é mantida através de um relacionamento pessoal e verdadeiro com o Senhor e não apenas tendo-O como objeto de culto e adoração.

2. Assim como uma amizade pode arrefecer e se esfriar por falta de cultivar o relacionamento, também nosso amor ao Evangelho pode se esfriar se mantivermos apenas o aspecto da religiosidade e não de um relacionamento verdadeiro com o Senhor através do Espírito Santo.

b – Cultivando a espiritualidade.

1. O que pode ou deve ser feito para um maior aquecimento do amor na vida da Igreja?

2. Mais que nunca é necessário uma visitação especial de Deus trazendo um reavivamento sobre seu povo em nosso país.
2.1 – Reavivamento é a volta ao fervor pela prática da Palavra de Deus.
2.2 – ‘Embora não seja possível ter, neste mundo, uma Igreja perfeita, pode-se ter, com certeza, uma Igreja melhor’ – Spener.

3. É preciso mais que nunca que cultivemos a espiritualidade tanto no âmbito pessoal como no comunitário através das disciplinas e valores espirituais exarados nas Escrituras:
3.1 – Apego à Palavra de Deus.
3.2 – Prática da Palavra de Deus.
3.3 – Intensidade na vida de oração.
3.4 – Quebrantamento e aflição de alma perante Deus pela pecaminosidade de nossos dias.
3.5 – Evangelismo verdadeiro e sincero.
3.6 – Busca da plenitude do Espírito Santo em nossa vida.
3.7 – Santidade e separação do pecado.


CONCLUSÃO: Você já experimentou período de intenso fervor e calor espiritual através de uma comunhão profunda com Deus?
Como está a temperatura de seu amor ao Senhor?
O amor está esfriando em sua vida?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O PAI NOSSO

Mt. 6.9-15


OBJETIVO: Ensinar que dependemos do Pai em todas as coisas.

INTRODUÇÃO: A oração do Pai nosso, longe de ser uma reza repetitiva e mecânica nos é oferecida como o modelo da mais perfeita oração.

CONTEXTO: O Sermão do Monte foi pregado por Jesus na primavera do ano 28, após Jesus ter passado uma noite em oração (Lc. 6.12) e chamado os seus discípulos.
Conforme Mateus e Lucas tem-se a impressão de que todos esses ditos contidos no Sermão do Monte, foram pronunciados de uma só vez e constituem um só sermão.
A narrativa de Mateus é mais de três vezes mais extensa que a de Lucas, por que Mateus tinha como objetivo alcançar os judeus com o seu evangelho. Por isso Ele inclui vários temas que eram de especial interesse para os seus leitores judeus a quem ele tentava alcançar para Cristo.
Lucas por não estar escrevendo primariamente para os judeus, omite esses temas.

TRANSIÇÃO: Conforme John Stott em seu livro Contracultura Cristã: ‘É comparativamente fácil repetir as palavras da oração do Pai-Nosso como se fôssemos papagaios (ou como "palradores" pagãos). Contudo, fazer esta oração com sinceridade tem implicações revolucionárias, pois expressam as prioridades do cristão’ .

I – ORAR O PAI NOSSO É ESTAR INCLUSO NA FAMÍLIA DE DEUS.

1. Nos versos anteriores o Senhor Jesus apresenta os erros comuns na oração numa perspectiva pagã.

2. O Deus verdadeiro é aqui contrastado os caprichosos deuses dos pagãos que precisavam ficar cansados com as repetições de seus seguidores antes de responder.

3. Os judeus se declaravam exclusivistas no que tange a paternidade de Deus, excluído e rechaçando ao desprezo qualquer outra pessoa que não judeus.

4. Cristo nos ensina a orar com a compreensão de que todos os que estão nele (em Cristo) são filhos do Altíssimo.
4.1 – Jo. 1.12 (NTLH) ‘Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus’.

5. Orar ‘Pai nosso’ nos arremete a um nivelamento com todos quantos professam a fé em Cristo Jesus, para não corrermos o risco do exclusivismo, alijando pessoas e nos colocando em posição superior a outros que também foram comprados com o mesmo sangue de Cristo.

II – ORAR O PAI NOSSO É BUSCAR A GLÓRIA DE DEUS.

1. Os três primeiros pedidos na oração do Pai-Nosso expressam a preocupação com a glória de Deus:
1.1 – ‘Santificado seja o Teu nome’.
a) Deus já é santo em sua essência e não podemos torná-lo mais santo.
b) Aqui está em foco a glória de Deus entre os homens, de tal forma que o caráter santo de Deus seja reconhecido e respeitado entre os homens assim como já acontece nos céus.
1.2 – ‘Venha o teu Reino’.
a) A Igreja em todos os tempos tem confundido o conceito de Reino de Deus com a temporalidade ou espacialidade da denominação.
b) O Reino de Deus é mais que a Igreja local, é mais que a denominação nacional, é mais que todo o cristianismo existente sobre a face da terra.
c) É o governo de Deus sobre todo o universo, especialmente manifestado no coração do homem regenerado em Cristo.
d) ‘Orar que o seu reino venha é orar que ele cresça à medida que as pessoas se submetam a Jesus através do testemunho da Igreja, e que logo ele seja consumado com a volta de Jesus em glória para assumir o seu poder e o seu reino’(John Stott) .
1.3 – ‘Faça-se a Tua vontade’.
a) A vontade de Deus é perfeitamente obedecida nos céus.
• Sl. 103.19-22 ‘O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra! Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade! Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor!’.
b) A vontade de Deus obedecida na terra como nos céus eleva a vida terrena e transforma os homens.

2. O céu é a figura do perfeito, o padrão perfeito daquilo que precisa ser feito.

III – ORAR O PAI NOSSO É RECONHECER A DEPENDÊNCIA DE DEUS.

1. Orar o Pai Nosso é reconhecer nossa dependência de Deus quanto às questões de nossa sobrevivência.
1.1 – As Escrituras nos ensinam que temos que trabalhar e comer nosso pão com o suor do rosto.
a) Gn. 3.19 ‘Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás’.
1.2 – Ao mesmo tempo é preciso depender de Deus a cada momento sabendo que virá de suas mãos graciosas a provisão para a vida.
a) Mt. 6.11 ‘... o pão nosso de cada dia nos dá hoje’.
b) Normalmente o significado da palavra traduzida como diário, (ἐπιούσιος), é obscuro. A palavra é uma hápax legómena, ocorrendo somente nas versões de Lucas e Mateus do Pai nosso. Pão diário parece ser uma referência a passagem de onde Deus provia maná aos israelitas a cada dia, enquanto eles estavam no deserto como em (Êx. 16:15–21). Já que eles não podiam manter qualquer maná durante a noite, tiveram que depender de Deus para fornecer um novo maná a cada manhã. Etimologicamente epiousios parece estar relacionado com as palavras gregas epi, significando sobre, acima, em, contra e ousia, que significa substância. Epiousios também pode ser entendida como a existência, ou seja, o pão que foi fundamental para a sobrevivência (como a Peshita siríaca onde a linha é traduzida por "dar-nos o pão do que temos necessidade hoje") .
c) Sl. 127.2 ‘Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama’.
d) Mt. 6.25 ‘Portanto eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa?’.
1.3 – A vocação sempre é de Deus, mas o trabalho é nosso, sabedores de que Deus dará o necessário aos seus.

2. Orar o Pai Nosso é reconhecer nossa dependência de Deus quanto à realidade do perdão de Deus em nós.
2.1 – As Escrituras afirmam que ninguém pode permanecer sem culpa diante da justiça e da santidade de Deus.
a) Sl. 130.3-4 ‘Se tu, Soberano Senhor, registrasses os pecados, quem escaparia? Mas contigo está o perdão para que sejas temido’.
2.2 – Necessitamos do perdão de Deus pelos nossos pecados.
a) Mt. 6.12 ‘Perdoa as nossas dívidas’.
2.3 – O perdão de Deus aplicado a nós é o que nos capacita a perdoar os que nos ofendem.
a) Mt. 6.12 ‘... assim como nós temos perdoado aos nossos devedores’.
b) Mt. 6.14-15 ‘Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas’.

3. Orar o Pai Nosso é reconhecer nossa dependência de Deus quanto à vitória sobre o pecado e o Mal.
3.1 – Mt. 6.13 ‘E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém’.
3.2 – A palavra tentação (Πειρασμόν) pode significar ‘tentação’ ou ‘provação’.
a) O cerne da questão é não cair.
b) Esse é o rigor da sétima petição do Pai Nosso.
3.3 – O termo Mal neste texto (Πονηρού) pode ser masculino ou neutro, no grego, e pode significar o mal de modo geral (tentações de vários tipos, más condições de vida, sofrimentos diversos, etc), ou pode pontar para o significado de Malígno, Satanás.

4. Dependemos de Deus para a libertação do mal que cerca e nos aflige.

IV – ORAR O PAI NOSSO É SE CURVAR À GLÓRIA EXCELSA DE DEUS.

1. O Senhor Jesus conclui a Oração com o reconhecimento de que nossas petições se curvam diante da glória de Deus.
1.1 – Mt. 6.13 ‘Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém’.

2. Para o cristão, tudo o que se pedir em oração deve derivar da e convergir para a glória de Deus.
2.1 – Mt. 6.13 ‘Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém’.

3. Orar de modo que sejamos tidos como palradores frívolos, meros repetidores tal qual papagaios, é voltarmos ao paganismo condenado por Jesus nos versículos que precedem esta oração.
3.1 – Mt. 6.5, 7 ‘E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos’.

4. A oração correta e verdadeira busca a glória de Deus.

CONCLUSÃO: Concluo com as palavras de Stott: ‘Quando nos tivermos dado ao trabalho de gastar algum tempo orientando-nos na direção de Deus, lembrando-nos do que Deus é: nosso Pai pessoal, amoroso e poderoso; então o conteúdo de nossas orações será radicalmente afetado de duas formas. Primeiro, os interesses de Deus terão prioridade (teu nome..., teu reino..., tua vontade). Segundo, nossas próprias necessidades, embora colocadas em segundo plano, serão totalmente entregues a ele (Dá-nos..., perdoa-nos..., livra-nos...). Todos sabem que a oração do Pai-Nosso, nessas duas partes, está preocupada em primeiro lugar com a glória de Deus e, depois, com as necessidades do homem’ .

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ELE NOS LIBERTOU

Cl. 1.13-23


OBJETIVO: Ensinar que a verdadeira libertação só existe a partir do sacrifício e obra de Jesus.


INTRODUÇÃO: ‘Independência ou morte?’ A Inglaterra desempenhou um papel central nas negociações do reconhecimento da Independência do Brasil por Portugal. Interessada em manter sua influência econômica sobre o Brasil, ela jogou o seu peso político nas discussões, com o objetivo de convencer a Coroa Portuguesa de que a Independência do Brasil era inevitável. A compensação financeira também pesou na decisão dos portugueses: 2 milhões de libras esterlinas, quantia tentadora para o endividado Portugal. Grande parte desse dinheiro, porém, tinha destino certo — pagar os credores ingleses da Coroa lusitana .


CONTEXTO: Paulo escreve esta carta aos Colossenses quando estava preso em Roma. Junto com a mesma envia a carta a Filemon e a Carta de Laodicéia (possivelmente a de Efésios).
Paulo trata nesta epístola acerca da centralidade da pessoa de Cristo como Deus encarnado, em contraposição aos ensinamentos do chamado Gnosticismo Cristão.


TRANSIÇÃO: Neste 7 de Setembro comemoramos no Brasil a libertação de nossa pátria do domínio Português. Mas é de se questionar: O Brasil foi mesmo liberto? Quero compartilhar nesta oportunidade o tema: ELE NOS LIBERTOU.


I – A NATUREZA DA LIBERTAÇÃO.

a – O sistema do gnosticismo.

1. Em nenhum lugar da carta Paulo usa diretamente o nome do erro que ele combate em sua carta aos Colossenses, mas à luz da história se descobre com facilidade que está combatendo o chamado Gnosticismo Cristão.

2. Ralph P. Martin: ‘Há […] algumas passagens cruciais onde parece que [Paulo] está realmente citando os lemas e as senhas da seita... Estas citações nos capacitarão a produzir um tipo de “retrato falado” do ensino contra o qual Paulo se opõe’ .

3. Em poucas palavras pode-se dizer que esta heresia era uma mistura de conceitos da filosofia grega com conceitos da teologia cristã.
3.1 – ‘O espírito é bom e a matéria é má’.
3.2 – Este conceito gnóstico impunha a doutrina de que Cristo jamais teria se encarnado, pois como sendo Ele um espírito perfeito poderia ter se tornado carne (matéria) imperfeita (má)?
3.3 – Cl. 2.9 (NVI) ‘Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade’ (Porque em Cristo existe tudo de Deus em um corpo humano – BV).
3.4 – Cl. 1.19 (BV) ‘porque Deus queria que tudo dele mesmo estivesse em seu Filho’.

4. O conceito ou ideia de salvação para o gnosticismo não apela para uma dívida de pecados que se tem diante de Deus, mas trata-se de descobrir o caminho para se aperfeiçoar, uma vez que somos seres materiais e o material é mal.

5. Por isso vemos práticas religiosas para se alcançar essa melhoria do indivíduo:
5.1 – Cl. 2.18 (NVI) ‘Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa’.
5.2 – Cl. 2.21 (NVI) ‘ "Não manuseie!", "Não prove!", "Não toque!’.
5.3 – Cl. 2.23 (NVI) ‘Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne’.

6. Ser salvo no conceito do Gnosticismo Cristão implica em obter certos conhecimentos místicos e praticar certos rituais.

b – A libertação em Cristo.

1. A libertação que Cristo trouxe é mais que mera religiosidade, mas consiste em ter pago o preço de nossos pecados com seu próprio sangue.

2. O apóstolo Paulo demonstra esse fato aos Colossenses em vários pontos da carta.
2.1 – Cl. 1.14 (NVI) ‘em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados’.
2.2 – Cl. 1.20 (NVI) ‘e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz’.
2.3 – Cl. 2.13-14 (NVI) ‘Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz’.

3. Nossa libertação em Cristo não foi preço em ouro ou prata, mas a vida do próprio Filho de Deus dada em nosso lugar.

4. Somos assim eternos devedores ao Filho de Deus.

c – A libertação do Brasil.

1. A libertação do Brasil das garras e poderes políticos de Portugal não se deu pela espada de D. Pedro.

2. A libertação do Brasil se deu por alto pagamento em libras esterlinas que a Inglaterra pagou a Portugal.

3. Assim, ficamos eternos devedores... e ainda somos até hoje.


II – A NATUREZA DO SALVADOR.

a – O salvador no sistema do gnosticismo.

1. O salvador no Gnosticismo Cristão não era um, mas uma diversidade de salvadores.

2. Cada um desses mediadores denominados pelo termo ‘aeon’ poderia ajudar o iniciado a atingir certo grau no conhecimento de Deus e assim estariam realizando a salvação.

3. O Gnosticismo apresentava duas possíveis rotas para a salvação ou libertação.
3.1 – Essa libertação era realizada por meio de seguir duas rotas:
a) O corpo humano (matéria) é mau e seus apetites devem ser refreados (Cl. 2.21-23).
b) O corpo humano (matéria) é indiferente às coisas espirituais, e a partir daí faça o que quiser (antinomismo).

4. O próprio indivíduo assume o papel de realizar sua salvação a partir de seu conhecimento e prática dos mistérios do gnosticismo.

b – O salvador no cristianismo.

1. O apóstolo Paulo aponta para Jesus demonstrando que o Salvador é o próprio Filho de Deus.

2. Paulo descreve quem é o Salvador no Cristianismo:
2.1 – Ele é a imagem do Deus invisível.
2.2 – Ele é o Primogênito de toda a criação.
2.3 – Nele foram criadas todas as coisas.
2.4 – Tudo foi criado por meio dele e para ele.
2.5 – Ele é antes de todas as coisas.
2.6 – Nele tudo subsiste.
2.7 – Ele é o cabeça da Igreja.
2.8 – Ele é o princípio de tudo.
2.9 – Ele é o Primogênito entre os mortos.
2.10 – Nele reside toda a plenitude de Deus (2.9,19).
2.11 – Ele fez a paz entre Deus e homem pela sua cruz.
2.12 – Ele nos reconciliou através de sua morte.

3. A salvação no cristianismo é uma ação monergística de Deus: ‘Ele nos libertou!’ (vs. 13).
3.1 – O verbo usado por Paulo está num tempo que expressa ação completa e definitiva.
3.2 – O verbo (ἐρρύσατο – ρύομαι) aponta para resgatar de algum tipo de servidão ou escravidão.
3.3 – Aponta para o fato de que não nos libertamos, nem ao menos temos ação conjunta na libertação, mas que fomos libertos por uma ação externa.
3.4 – A libertação apresentada coloca em destaque dois reinos, cada qual com os seus respectivos cidadãos:
a) O reino das trevas.
b) O reino do Filho de Deus.
3.5 – Os libertos se tornaram cidadãos de um novo reino e no tempo determinado por Deus entrarão na possessão dessa pátria.

c – O salvador na independência brasileira.

1. O salvador da pátria brasileira, autor do brado ‘Independência ou Morte!’ eternizado em nosso Hino Nacional , não conseguiu nem mesmo a independência do país, a menos que assumisse uma dívida que se arrasta por cerca de 180 anos.

2. O Salvador no cristianismo não é um sistema religioso com mistérios a serem conhecidos, nem uma ação político-econômica, mas sim o próprio Deus através de seu Filho Jesus Cristo.


CONCLUSÃO: Libertação verdadeira só existe através da pessoa e obra de Jesus Cristo.
Você já foi liberto do poder e da condenação do pecado?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

PROMOVIDO À POSIÇÃO DE IRMÃO E HERDEIRO



Fm. 1.4-20


OBJETIVO: Ensinar que cada novo convertido realmente a Cristo Jesus é elevado à uma posição de filho, irmão e herdeiro na família de Deus.

INTRODUÇÃO: Quantos aqui esperam ir para o Reino de Deus? Não deviam esperar isto, pois o Reino de Deus já está presente. Precisamos é aprender a viver cada vez mais nesta realidade.

CONTEXTO: Paulo escreve esta carta que se parece mais com um bilhete a um amigo e a envia juntamente com uma Carta para a Igreja de Colossos e outra para a Igreja de Laodicéia através do companheiro de missão, o pastor Tíquico (Cl. 4.8-9).

TRANSIÇÃO: Um escravo fugitivo. Prejuízo ao seu senhor. Uma conversão e as diferenças são niveladas. Quero compartilhar nesta oportunidade sobre o tema: PROMOVIDO À POSIÇÃO DE IRMÃO E HERDEIRO.



I – A IGREJA É A COMPOSIÇÃO DOS CHAMADOS PARA FORA.

a – O que é a Igreja?

1. Paulo escreve esta carta endereçada ao amigo pessoal chamado Filemom, um cristão próspero que morava na cidade de Colossos, na Ásia Menor, atual Turquia.

2. Endereça esta carta também a outras pessoas próximas e à Igreja que se reunia na casa de Filemom.

3. O termo Igreja no português vem do vocábulo grego (Έκκλησία) com o sentido de chamar para fora.

4. A Igreja é o número dos que foram chamados para fora:
2.1 – Chamados para fora do mundo.
2.2 – Chamados para fora do pecado.

5. A Igreja no contexto do Novo Testamento é instituída pelo próprio Senhor Jesus Cristo, tendo Ele mesmo como seu Senhor e Cabeça, e estando destinada à vitória contra o pecado e as hostes do inferno.
3.1 – Mt. 16.18 ‘Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela’.

b – Cada convertido é gerado nova criatura pelo Espírito Santo.

1. As Escrituras ensinam com largueza a operação do Espírito Santo no processo da regeneração do pecador:
1.1 – É o Espírito Santo que convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo através do chamado interno.
1.2 – E o Espírito Santo que dá vida interior ao pecador gerando nele uma nova natureza.
1.3 – É o Espírito Santo que processa a conversão no pecador, levando-o ao arrependimento e dando-lhe a fé, com a qual este confia plenamente no sacrifício e perdão oferecidos em Cristo Jesus.
1.4 – É o Espírito Santo que aplica ao coração do pecador a justificação que o Pai estende àquele que com fé confiou em seu Filho Jesus Cristo, como seu Salvador.
1.5 – É o Espírito Santo que aplica ao coração do pecador regenerado a dádiva da adoção, com a qual nos tornamos filhos de Deus e podemos chamá-lo de Abba Pai.
1.6 – É o Espírito Santo que sela o coração do pecador com sua presença e lhe garante ser propriedade inviolável de Deus protegido e guardado para a redenção que se completará no último dia.
1.7 – É o Espírito Santo que, durante toda a vida terrena do pecador regenerado, será o Consolador e Santificador deste, conduzindo-o sempre às transformações especiais da graça, para ser conformado ao caráter de Cristo Jesus.

2. II Co. 5.17 ‘Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!’.

3. Paulo escreve carta a Filemom reconhecendo que esta nova vida era realidade para ele.
3.1 – Fm. 1.4-6 ‘Sempre dou graças a meu Deus, lembrando-me de você nas minhas orações, porque ouço falar da sua fé no Senhor Jesus e do seu amor por todos os santos. Oro para que a comunhão que procede da sua fé seja eficaz no pleno conhecimento de todo o bem que temos em Cristo’.

II – A IGREJA É A COMPOSIÇÃO DOS CHAMADOS PARA A VIVÊNCIA EM FAMÍLIA.

a – A Igreja foi chamada para ser família de Deus.

1. O ensino das Escrituras é que aqueles que foram chamados para a salvação são feitos filhos de Deus.
1.1 – Jo. 1.12 ‘Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus’.
1.2 – Ef. 2.19 ‘Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus’.

2. Pertencer à família de Deus é alto privilégio carregado de bênçãos e prazeres que em nenhuma outra relação do ser em todo o universo poderia jamais ser experimentada.
2.1 – Essa experiência de pertencer à família e vivenciar essa qualidade de vida era presente na vida de Filemom.

b – Relacionamentos saudáveis é parte da saúde da Igreja.

1. Uma família onde a paz e a harmonia reinam em seu seio reflete a vivência de relacionamentos saudáveis, através dos quais cada membro sustenta e suporta os outros em suas necessidades e carências.

2. Pode se ver na Igreja de Colossos e na vida de Filemom as qualidades dessa família de Deus.
2.1 – Fm. 1.7 ‘Seu amor me tem dado grande alegria e consolação, porque você, irmão, tem reanimado o coração dos santos’.

3. O Novo Testamento oferece mais de 40 mandamentos recíprocos ordenando, orientando e instruindo sobre a prática de uma vivência saudável.

4. Através dos mandamentos recíprocos os relacionamentos são aperfeiçoados e carências são supridas.
4.1 – Amem-se uns aos outros – Jo. 13.34.
4.2 – Aceitem-se uns aos outros – Rm. 15.7.
4.3 – Saúdem se uns aos outros – I Co. 16.20.
4.4 – Sujeitem-se uns aos outros – Ef. 5.18-21.
4.5 – Suportem-se uns aos outros – Ef. 4.1-3.
4.6 – Confessem pecados uns aos outros – Tg. 5.16.
4.7 – Perdoem-se uns aos outros – Ef. 4.31-32.
4.8 – Edifiquem-se uns aos outros – I Ts. 5.11.
4.9 – Ensinem uns aos outros – Cl. 3.16.
4.10 – Encorajem uns aos outros – Hb. 3.12-13.
4.11 – Aconselhem-se uns aos outros – Rm. 15.14.
4.12 – Sirvam uns aos outros – Gl. 5.13.
4.13 – Levem os fardos uns dos outros – Gl. 6.2.
4.14 – Sejam hospitaleiros uns dos outros – I Pe. 4.7.
4.15 – Orem uns pelos outros – Tg. 5.16.

5. A Igreja não pode ser vista apenas como um lugar onde pessoas se encontram para oferecer um culto religioso, mas sim como uma família onde as pessoas se amam e se ajudam.

III – A IGREJA É A HERDEIRA DO REINO DE DEUS.

a – Valores do Reino na vida de Filemom e Onésimo.

1. Paulo apresenta uma questão de relacionamento saudável para Filemom assumir e equacionar em sua vida.
1.1 – Enquanto Paulo estava preso em Roma, trabalhou na evangelização de outro preso que por sinal era um escravo fugido das propriedades de Filemom.
1.2 – Uma vez convertido e transformado em irmão na fé e herdeiro do Reino de Deus, Paulo orienta a Filemom a perdoar qualquer prejuízo que tenha tido e receber a Onésimo como irmão amado.
1.3 – Fm. 11-12 ‘0nésimo (cujo nome significa "Útil") não lhe foi de muita utilidade no passado, porém agora vai ser de real utilidade para nós dois. Eu o estou mandando de volta a você, e com ele vai o meu próprio coração’.
1.4 – Fm. 15-16 ‘Você talvez pudesse pensar nisto da seguinte maneira: ele fugiu de você por um curto momento, mas agora poderá pertencer-lhe para sempre não mais apenas um escravo, porém algo muito melhor - um irmão amado, especialmente para mim. Agora ele significará muito mais para você também, porque é não somente um servo, mas também seu irmão em Cristo’.
1.5 – Fm. 18-20 ‘Se ele prejudicou você de alguma forma, ou lhe roubou algo, cobre isso de mim. Eu pagarei (eu, Paulo, garanto isto pessoalmente, escrevendo aqui do meu próprio punho), mas não mencionarei quanto você me deve! Porque na verdade, você me deve até a própria alma! Sim, querido irmão, dê-me alegria com esse ato de amor, e o meu coração cansado louvará ao Senhor’.

2. O Evangelho é um modo de vida tal que as diferenças são niveladas na base do amor de Deus manifestado por em Cristo Jesus e esse mesmo amor é derramado no coração de cada cristão pelo Espírito Santo.

b – A Igreja em todos os tempos é família de Deus.

1. Não podemos olhar para os cristãos do passado como sendo privilegiados e melhores que os de hoje, mas olhar para o potencial que Deus disponibiliza ao seu povo em qualquer lugar e em qualquer época.

2. O mesmo potencial de amor, perdão e congraçamento entre os membros que vemos nas páginas do Novo Testamento, devem estar presentes entre o povo de deus em qualquer época.

3. Ser herdeira do Reino não significa bens materiais, mas qualidade de uma vida transformada que já é realidade para cada convertido a Cristo.
3.1 – O Senhor Jesus ensina que o Reino está dentro de cada um dos súditos e não é algo externo e distante.
3.2 – Lc. 17.21 ‘Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós’.

4. O Reino de Deus é o governo de Deus na vida dos seus filhos através de sua Palavra e de seu Espírito Santo.


CONCLUSÃO: Onésimo, que era um escravo, foi promovido à posição de irmão e herdeiro do Reino juntamente com seu senhor Filemom.
Cada cristão possui esta nova posição em Cristo.
É hora de vivemos dentro desta realidade sem fronteiras que possam nos separar.

sábado, 30 de julho de 2011

A CONDUTA DO IDOSO QUE TEME AO SENHOR

Tt. 2.1-5


OBJETIVO: Por ocasião do ‘Dia dos Avós’ ensinar que o idoso cristão é um grande exemplo de fé para as gerações que o sucedem.


INTRODUÇÃO: Há uma certa tendência de auto desvalorização na vida do idoso que, ao chegar nas décadas finais olha com certo ar de vazio para o seu significado e para o seu futuro.
Além de suas limitações, a própria família e a sociedade também impõe obstáculos ao idoso.


CONTEXTO: O apóstolo Paulo escreve as Cartas Pastorais no intuito de orientar os jovens pastores para o bom cuidado da Igreja. A carta ao Rev. Tito é curta, contudo eivada de ensinos práticos para a vida do rebanho. Depois de orientar sobre a vida e qualidades pessoais do pastor, o apóstolo orienta sobre os membros da referida Igreja. Neste texto o ensino se volta para as diversas classes de pessoas que compunham o rebanho da Igreja.


TRANSIÇÃO: Como são vistos os idosos em nosso meio? Quero compartilhar nesta oportunidade sobre o tema: A CONDUTA DO IDOSO QUE TEME AO SENHOR.


I – A CONDUTA DO IDOSO QUE TEME AO SENHOR É DE GRANDE UTILIDADE NA FAMÍLIA.

a – Destaques de virtudes relacionais na vivência da família.

1. O apóstolo Paulo destaca tanto nos atributivos aos homens como às mulheres que os mais velhos tem alto poder de influência no meio familiar.

2. Acerca dos homens idosos, o apóstolo indica alguns qualificativos com os quais seriam influentes no meio da família:
2.1 – ‘Temperantes’ – νηϕάλιους – Embora a raiz da palavra aponte para a moderação no uso do vinho, a palavra indica a pessoa que é moderada e têm equilíbrio em tudo o que faz ou fala.
2.2 – ‘Respeitáveis’ – σεμνούς – indica alguém de caráter nobre, respeitoso e digno.
2.3 – ‘Sensatos’ – σώϕρονας – apontando para uma pessoa que é prudente, refletido, auto-controlado.
2.4 – É tão salutar e de forte poder de influência os vovôs que ostentam esses qualificativos no meio da família, tornando-se exemplos dignos de serem imitados e honrados pelos filhos, netos e demais que os cercam.

3. Acerca das mulheres idosas Paulo também apresenta alguns atributivos com os quais a influência no meio da família é forte e transformadora.
3.1 – ‘Sérias’ – ίεροπρεπείς – indicando a maneira própria de sacerdotisas, em santidade e reverência.
3.2 – ‘não caluniadoras’ μή διάβόλους – O termo aqui é usado ao próprio Satanás quando aponta-o como o acusador. Assim as idosas não devem ser caluniadoras ou acusadoras sobre os irmãos, antes devem ser incentivadoras da fé.
3.3 – ‘Mestras do bem’ – καλοδιδασκάλους – indicando que as idosas devem ser ensinadoras de coisas boas, em tudo, às mais novas. Pelo exemplo ou pela palavra as irmãs mais experientes têm muito a ensinar às mulheres mais novas, no sentido que Paulo coloca nos versos 4 e 5.
a) Tt. 2.4-5 ‘a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada’.
3.4 – O alvo do bom comportamento, exemplo e ensino das mulheres mais velhas em referência às mais novas é que o Evangelho seja reconhecido como digno e não difamado: ‘para que a palavra de Deus não seja difamada’.

II – A CONDUTA DO IDOSO QUE TEME AO SENHOR É DE GRANDE IMPACTO NA SOCIEDADE.

a – A vida do idoso na antiga sociedade pagã.

1. Nas sociedades antigas, com seus sistemas patriarcais, a idade avançada era considerada uma coroa de glória.
1.1 – Pr. 20.29 ‘O ornato dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos, as suas cãs’.
1.2 – Pr. 16.31 ‘Coroa de honra são as cãs, quando se acham no caminho da justiça’.
1.3 – Esperava-se dos idosos que fossem sábios e líderes naturais dos mais jovens.

2. Mas, mesmo que valores como honradez, reconhecimento e dignidade fossem semeados e esperados nas antigas culturas, sabe-se que na maioria dos casos grande parte dos idosos chegava ao fim de forma desoladora e sub-humana.
2.1 – ‘Na idade das trevas em Roma, os idosos eram mortos, pois, eram considerados inúteis para o trabalho e um peso para a família e sociedade’.
2.2 – ‘Para os gregos, a velhice, de um modo geral, era tratada com desdém, muito desconsiderada e até motivo de pavor, principalmente pela perda dos prazeres obtidos através dos sentidos, já que veneravam o corpo jovem e perfeito’.

3. Era comum nos dias antigos o idoso ser maltratado e abandonado pela família e sociedade, e em decorrência disso se tornar escravo de algum ou diversos vícios.

4. Ainda hoje o abandono e a solidão é uma grande ameaça para o idoso.
5.1 – É preciso que seja acolhido e valorizado.
5.2 – É preciso reconhecer o valor de sua presença.
5.3 – É preciso valorizar seu testemunho de vida.
5.4 – É preciso valorizar o que viveu pela família.

b – O poder transformador do Evangelho na sociedade pagã.

1. O apóstolo Paulo via o valor do Evangelho transformando a sociedade pagã de seus dias alterando comportamentos e mesmo as estruturas familiares e sociais.

2. Há muitos testemunhos registrados pela história dentre os próprios pagãos acerca do valor do Evangelho quanto ao cuidado que o cristianismo semeou acerca dos idosos, dos pobres e dos órfãos.

3. As Escrituras nos ensinam a honrar nossos idosos reconhecendo neles sabedoria e testemunhos acumulados sendo ainda de grande valor para a Igreja e família.

III – A CONDUTA DO IDOSO QUE TEME AO SENHOR É DE GRANDE PODER ESPIRITUAL.

a – Idosos no caminho da fé deixam rastros.

1. Cada cristão, por onde quer que passe deixa suas marcas numa vida de testemunho. Os idosos têm um rastro mais longo.

2. O apóstolo Paulo orienta o jovem pastor Tito a instruírem os idosos a viverem de tal forma que ‘a palavra de Deus não seja difamada’ (Tt. 2.5).

b – O poder espiritual do idoso.

1. Os idosos produzem frutos mesmo quando lhes faltarem as forças físicas e seus corpos já estiverem limitados pelo tempo:
1.1 – Sl. 92.12-15 (NVI) ‘Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo. Ele é a minha Rocha; nele não há injustiça’.

2. Muitos são os exemplos de idosos no serviço ao Reino.
2.1 – Simeão e Ana – Idosos e firmes na esperança do Messias.
2.2 – João, o discípulo, morreu aos 94 anos.
2.3 – Paulo, o velho, é decapitado.
2.4 – Pedro, mesmo sem informação exata da idade, morre acima dos 70 anos, crucificado de cabeça para baixo.
2.5 – William Carey, o ‘Pai das Missões Modernas’ morreu com 73 anos, respeitado por todo o mundo, como o pai de um grande movimento missionário.
2.6 – Hudson Taylos, aos 73 anos fez a sua última viagem à China. Na cidade de Changsa, deitou-se numa tarde de 1905 para descansar, e deste sono acordou nas mansões celestiais.
2.7 – Robert Moffat, morreu aos 80 anos depois de servir a África por mais de 50 anos como missionário.
2.8 – John Paton deu sua vida pela evangelização nas Ilhas Hébridas, no pacífico e morreu aos 83 anos.

3. O idoso precisa se reconhecer e se valorizar como parte importante na vida da Igreja, podendo ainda produzir frutos através de seu testemunho, trabalho e intercessão.

4. Os mais novos precisam valorizar os idosos aproximando-se deles numa amizade e companheirismo verdadeiros nesta etapa mais difícil de suas vidas.


CONCLUSÃO: Jovens e adolescentes! Honrem o idoso.
Idosos, se valorizem e se coloquem sempre a serviço do Reino, mesmo que apenas intercedendo diariamente, grande será o seu valor.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

SEGUIR A JESUS É UM DISTINTIVO DO DISCÍPULO

Mc. 1.17

OBJETIVO: Ensinar que os verdadeiros discípulos são imitadores de Cristo na proclamação e na prática.

INTRODUÇÃO: Você sabia que:
a) O quarto domingo de Julho é o Dia do Adolescente Presbiteriano em nosso Calendário?
b) A palavra ‘adolescência’ tem sua origem etimológica no Latim ‘ad’ (‘para’) + ‘olescere’ (‘crescer’); portanto ‘adolescência’ significaria ‘crescer para’.
c) Este termo foi introduzido na literatura científica em 1904, pelo psicólogo e educador norte-americano F. Stanley Hall (1846-1924) para designar o período de desenvolvimento entre a infância e a idade adulta?
d) A ONU define juventude como a fase entre 15 e 24 anos de idade?
e) A OMS define adolescente como o indivíduo que se encontra entre os dez e vinte anos de idade?
f) O ECA estabelece ainda a faixa etária que vai dos 12 aos 18 anos?
g) Que a IPB classifica os adolescentes na faixa etária entre 12 e 17 anos?

CONTEXTO: O texto está inserido no lançamento do Ministério de Jesus, onde chama pessoas para serem seus discípulos.

TRANSIÇÃO: Vamos refletir nesta oportunidade sobre SEGUIR A JESUS É UM DISTINTIVO DO DISCÍPULO.



I – SEGUIR A JESUS IMPLICA EM OUVIR O CHAMADO.

a – Como discernir o chamado de Jesus.

1. Existe no estudo da teologia o ‘chamado externo ou vocação geral’ e o ‘chamado interno ou vocação especial’.
1.1 – O ‘chamado externo ou vocação geral’ é o chamado que é feito a todos através da pregação do Evangelho de Cristo, de todas as maneiras em todos os lugares.
a) Mt. 22.14 ‘Muitos serão chamados’.
b) Muitos ouvirão o Evangelho.
1.2 – O ‘chamado interno ou vocação especial’ é aquela operação do Espírito Santo em falar particular e pessoalmente no coração do pecador, convencendo-o acerca da salvação.
a) Mt. 22.14 ‘Poucos serão escolhidos’.
b) Poucos responderão SIM ao Evangelho.

2. Adolescentes são seguidores e fazem seguidores:
2.1 – Heróis (na fantasia ou na realidade).
2.2 – Redes de comunicação (Twitter, Face Book, Buz, Orkut...).
a) Quantas pessoas ou comunidades você segue?
b) Quantos seguem você?

3. Adolescentes são chamados por Jesus.
2.1 – Nas Escrituras:
a) Davi, atitude de fé vitoriosa ainda jovem.
b) Josias, o menino que foi rei aos oito anos.
c) Ezequias, reformador aos 16 anos.
d) A anônima serva de Naamã.
e) O anônimo menino da multiplicação dos pães.
f) Rode, a criada da casa de João Marcos.
g) Timóteo, jovem missionário com Paulo.
• Estes ouviram o chamado!
2.2 – Você já ouviu o chamado de Jesus?
a) Não basta proceder de uma família cristã.
b) Não basta apenas ouvir a pregações na Igreja.
c) Sl. 95.7b-8a (ARA) ‘Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração’.
d) At. 17.30 ‘Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam’.
e) A resposta ao chamado é pessoal e decisiva.

II – SEGUIR A JESUS IMPLICA EM AUTO-RENÚNCIA.

a – Auto-renúncia é negar a si mesmo.

1. O Senhor Jesus deixa claro que não se pode servir a dois senhores, e isto em qualquer área da vida.
1.1 – Não se pode servir ao Senhor e ao dinheiro.
1.2 – Não se pode servir ao Senhor e ao mundo.
1.3 – Não se pode servir ao Senhor e a si mesmo.

2. Sobre nosso coração só pode existir um senhor: ou o ‘eu’ ou o Senhor Jesus.
a) Quem está no trono de seu coração?
b) Quem está no trono de seu coração é senhor sobre ele.
c) Lc. 9.23 ‘Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me’.
d) O convite de Jesus é: ‘Vinde após mim’ (Mc. 1.17).

3. Não é fácil assumir a atitude da auto-negação. Nosso pior inimigo não está do lado de fora, mas do lado de dentro: nosso ‘eu’.

4. Quem não abre mão de si mesmo no caminho do Evangelho, pode até mesmo ser um bom religioso, mas jamais será um bom seguidor de Jesus.

b – Auto-renúncia é tomar a cruz.

1. A cruz é símbolo da pior qualidade de morte que o ser humano já inventou, pois produz dores terríveis, lancinantes e constantes, e mata o réu lentamente, podendo o suplício chegar até 40 horas.

2. Quando o Senhor Diz que é preciso tomar a cruz quis enfatizar que o eu não morre num único ato.
2.1 – A morte na cruz pode ser muito lenta, mas a cruz tem um objetivo: tem a intenção de trazer o ‘eu’ à morte.
2.2 – Isto significa que tomar a cruz não é uma atitude única, mas uma atitude diária na vida do discípulo.
a) Lc. 9.23 ‘Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me’.

3. ‘Cada vez que a sua vontade cruza com a vontade de Deus e você escolhe a vontade de Deus contra a sua vontade, isto é tomar a cruz’ (Luiz Palau).

III – SEGUIR A JESUS IMPLICA EM CONSAGRAÇÃO.

a – O universo conspira contra o seguir a Jesus.

1. Não é tão simples seguir a Jesus: é lutar contra si mesmo.

2. Não é apenas o seu coração que se opõe a seguir a Jesus na prática, porque o mal é sistêmico, isto é, está instalado em todo o sistema da estrutura e comportamento de nossa sociedade.

3. Todo o sistema da vida humana está afetado pelo pecado:
3.1 – I Jo. 5.19 (NVI) ‘O mundo inteiro jaz no Maligno’.
3.2 – Ef. 2.1-3 (NVI) ‘Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira’.

4. Esta não é uma teoria tipo ‘Teoria da Conspiração’, mas uma realidade inegável.

b – Só um coração consagrado poderá seguir a Jesus.

1. Consagração é a atitude de entrega pessoal da vida aos pés do Senhor a cada dia num desejo santo de lhe ser agradável e desfrutar de sua presença pessoal e santidade.

2. Ilustração: ‘O Dr. Graham Scroggie, de Edimburgo, estava certa vez falando sobre servir unicamente a Cristo, e no fim do culto, uma jovem crente que tinha sido grandemente despertada, aproximou-se dele.
– E Porque você não se entrega – perguntou o pastor.
– Tenho medo de duas coisas se o fizer – disse a jovem.
– Quais são elas? – perguntou o ministro.
– Eu toco piano em salão de concerto e temo ter que abandonar – explicou a moça.
– E a outra?
– Eu tenho medo de que Deus me mande para a China como missionária.
O Dr. Scroggie abriu a Bíblia em At. 10.14 – onde Pedro diz ao Senhor: “De modo nenhum, Senhor!” – e explicou à moça que um servo nunca dita. Dizer – “De modo nenhum” e ainda acrescentar a palavra “Senhor” é impossível.
– Agora – disse Scroggie – quero que risque a expressão “De modo nenhum” e deixe a palavra “Senhor” ou risque a palavra “Senhor” e deixe a expressão “De modo nenhum”. Deu-lhe um lápis e se afastou em silêncio.
Mais tarde voltou e encontrou a moça com o rosto banhado em lágrimas e balbuciando a palavra “Senhor”, enquanto a expressão “De modo nenhum” estava toda riscada’ .


CONCLUSÃO: Você é um seguidor de Jesus?
Você segue a Jesus tão de perto como segue seus amigos?
Como você segue a Jesus?
Você já levou pessoas a seguir outros nas redes de comunicação?
Você já levou outras pessoas a seguir a Jesus?

domingo, 17 de julho de 2011

OBEDIÊNCIA É UM DISTINTIVO DOS DISCÍPULOS

Pr. 3.1-8

OBJETIVO: Ensinar que os discípulos pagam o preço e desfrutam das bênçãos da obediência para com os princípios e valores do Reino.


INTRODUÇÃO: Para que serve um distintivo?


CONTEXTO: O livro de Provérbios foi escrito em cerca de 950-900 a.C e é apresentado como sendo de autoria de Salomão, embora os capítulos 30 e 31 são atribuídos à Agur e Lemuel respectivamente . Em I Re. 4:32 tem-se a informação de que Salomão fez 3000 provérbios e 1005 cânticos. O livro de Provérbios contém apenas 915 destes 3000 . ‘O propósito do escritor aqui é traçar o contraste mais nítido entre as consequências de buscar e encontrar a sabedoria e as de seguir uma vida de insensatez’ (Ewerton B. Tokashiki, Ministro presbiteriano e professor no Seminário Presbiteriano Brasil Central/JiParaná e na Faculdade Metodista de Porto Velho).


TRANSIÇÃO: O que te identifica como um cristão verdadeiro? Quero trabalhar esse texto numa perspectiva cristã sob o tema: OBEDIÊNCIA É UM DISTINTIVO DOS DISCÍPULOS.


I – OS DISCÍPULOS SÃO CHAMADOS À OBEDIÊNCIA.

a – A obediência é uma virtude adquirida e exercitável.

1. Ninguém aprende a obediência instintivamente, antes precisa aprender e exercitar como uma disciplina para a mente, para a alma e para o corpo.

2. A obediência nasce de um condicionamento mental e lógico e amadurece na compreensão racional e moral dos preceitos que a rege.

3. Ilustração: ‘Crianças que não podem ver objetos de enfeites em lugares acessíveis que mexem e desarranjam tudo enquanto outras não fazem o mesmo. Onde está a diferença? Pais que ensinaram e pais que não construíram sua autoridade na vida dos filhos nas pequenas coisas’.

b – A obediência é o termômetro da verdadeira espiritualidade.

1. O chamado à obediência é constante nas páginas das Escrituras.
1.1 – Pr. 3.1 (ARA) ‘Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos’.

2. O relacionamento do cristão com Deus não se verifica em certo condicionamento da mente, acumulando aprendizados teóricos, mas sim na observância de sua Palavra.

3. Assim, a espiritualidade verdadeira se verifica na medida da obediência aos princípios de Deus e não na aparente religiosidade.
3.1 – Jo. 14.21 (ARA) ‘Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele’.

4. Cada discípulo é chamado a apresentar o distintivo e as credenciais de cristão através da vivência na obediência.


II – OS DISCÍPULOS ASSUMEM O PREÇO DA OBEDIÊNCIA.

a – Encha-se dos princípios de Deus.

1. É impossível obedecer aquilo que não se conhece.
1.1 – Ilustração: Imagine alguém dirigindo um carro em estrada perigosa sem saber interpretar as placas de trânsito. O que provavelmente aconteceria?

2. Para obedecer a Deus é preciso se encher de sua Palavra.
2.1 – Pr. 3.3 (ARA) ‘... ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua de seu coração’.
2.2 – Cl. 3.15 (ARA) ‘Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria...’.

3. O primeiro preço a ser assumido para uma vida de obediência é encher-se da Palavra de Deus.

b – Obediência a Deus implica em negar a si próprio.

1. Três posturas para a obediência.
1.1 – Confia no Senhor.
a) Pr. 3.5 (ARA) ‘Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento’.
b) O estribo é o suporte onde o cavaleiro se apoia para cavalgar.
c) Não se apoie em si mesmo.
d) Não confie em si mesmo.
1.2 – Reconhece o Senhor em seus caminhos.
a) Pr. 3. 6 ‘Reconhece-o em todos os seus caminhos e Ele endireitará as suas veredas’.
b) Deus sempre sinalizará sua presença no caminho de seus discípulos.
c) Mt. 28.20 (ARA) ‘E eis que estou convosco todos os dias...’.
d) Através do Espírito Santo a presença de Deus é percebida na vida do discípulo orientando-o em seus caminhos.
1.3 – Teme ao Senhor.
a) Pr. 3.7 ‘Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal’.
b) ‘Temer a Deus é levar Deus a sério’ (Jaime Kemp).

2. O discípulo é reconhecido pela constante luta no caminho da obediência, e mesmo caindo, volta-se para Deus buscando o perdão e novo recomeço com o Senhor.


III – OS DISCÍPULOS COLHEM OS RESULTADOS DA OBEDIÊNCIA.

a – Os resultados da obediência são inevitáveis.

1. É impossível enumerar os frutos da obediência na vida de uma pessoa que teme ao Senhor.

2. As Escrituras são fartas em apontar os benefícios da obediência na vida dos discípulos de Cristo.

b – Alguns resultados da obediência alistados pelo poeta sacro.

1. Pr. 3.2 ‘Eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz’.
1.1 – Certamente o ‘aumentar os dias’ e o ‘acrescentar dos anos de vida’ proposto pelo salmista implica não em longevidade, uma vez que todos os nossos dias estão determinados pelo Soberano, mas em qualidade desses dias e anos vividos pelo discípulo.
1.2 – Não se pode apegar à letra do termo, pois pessoas consagradas e obedientes tiveram suas vidas ceifadas ainda muito jovens.
1.3 – Ilustração: Philip James Elliot, mais conhecido por Jim Elliot (08 de outubro de 1927 - 08 de janeiro de 1956) foi um missionário para o Equador que, junto com outros quatro, foi morto durante a tentativa de evangelizar os nativos através da conhecida Operação Auca.

2. Pr. 3.4 ‘e acharás graça e boa compreensão diante de Deus e dos homens’.
2.1 – Dentro de um quadro de normalidade o discípulo é sempre reconhecido pelos homens como alguém digno.
2.2 – O servo obediente sempre encontrará o favor e cuidado do Senhor, experimentando bênçãos incontáveis em sua vida.

3. Pr. 3.6 ‘Ele endireitará as tuas veredas’.
3.1 – A obediência garante ao discípulo a intervenção do Senhor em seus caminhos endireitando-os conforme os seus propósitos.
3.2 – O discípulo experimenta as constantes ações de Deus prosperando sua vida nos caminhos do bem.

4. Pr. 3.8 ‘Será isto saúde para o teu corpo e refrigério para os teus ossos’.
4.1 – Andar em obediência aos princípios de Deus, via de regra, possibilita melhor saúde física e mental ao discípulo.


CONCLUSÃO: Somos chamados a uma vida de obediência ao Senhor.

Se você só pode obedecer a princípios que você conhece, como discípulo de Cristo, que nota você dá a sua alimentação e conhecimento bíblico?

Como discípulo de Cristo, que nota você dá ao exercício de sua obediência à Palavra de Deus?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

COMPROMISSO COM A EVANGELIZAÇÃO E DISCIPULADO DA PRÓXIMA GERAÇÃO

COMPROMISSO COM A EVANGELIZAÇÃO E DISCIPULADO DA PRÓXIMA GERAÇÃO

Sl. 78.1-8


OBJETIVO: Ensinar que somos os responsáveis para que a próxima geração seja evangelizada.

INTRODUÇÃO: Se você conheceu o Evangelho da graça salvadora em Cristo Jesus e hoje desfruta da segurança da salvação e das bênçãos da vida cristã, é um eterno devedor às gerações anteriores que anunciaram a Palavra de Deus.

TRANSIÇÃO: Qual será o futuro espiritual de nossos filhos e netos, no que depender de cada um de nós?
Qual será o futuro espiritual dos jovens e adolescentes de nossa Igreja se depender de cada um de nós?
Quero compartilhar nesta oportunidade sobre COMPROMISSO COM A EVANGELIZAÇÃO E DISCIPULADO DA PRÓXIMA GERAÇÃO.


I – RESPONSABILIDADE COM A PRÓXIMA GERAÇÃO.

a – A percepção de Asafe para com as gerações futuras.

1. Asafe, o salmista compositor desta poesia, era um dos responsáveis pelo ministério de Adoração do templo nos dias de Davi.

2. Com sua experiência na orquestração não só instrumental e musical do grande coral, que se compunha de 288 vozes, mas da orquestração da formação de novos músicos, cantores e compositores, Asafe sabia da importância de se formar as próximas gerações com os valores doutrinais da Palavra de Deus.

3. A composição deste salmo se volta para a proclamação dos feitos poderosos de Deus desde a saída do Egito até a entronização de Davi como rei de Israel.

4. Asafe declara na abertura de sua poesia a necessidade de se contar às gerações vindouras acerca de Deus para que estas o conheçam e o obedeçam.
4.1 – Sl. 78. 4 (ARA) ‘Não os esconderemos de nossos filhos...’.

b – A responsabilidade de nossa geração para com a próxima.

1. À semelhança de Asafe, cada geração tem responsabilidade de transmitir os valores de Deus para a próxima.

2. Daphne Kirk: ‘Quando nos mantemos calados, coisas permanecem escondidas da próxima geração’ .

3. Ilustração: ‘Os maoris, da Austrália, ainda é uma tribo que guarda sua tradição de forma oral. Separam tempo para contarem às crianças as histórias de eu povo. A sua herança estará a salvo enquanto eles se lembrarem de fazer isso’ .

4. Isso é o que devemos fazer também se queremos ver a próxima geração com o Evangelho transformador.

5. Asafe entende o poder da transmissão dos feitos de Deus à próxima geração para esta o sirva e também transmita às outras que viriam depois dela.
5.1 – Sl. 78.4 (ARA) ‘Contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez’.

6. Asafe entende e estende a nós no registro bíblico que não é uma opção, mas uma ordem. Não repassar o conhecimento e os valores de Deus às próximas gerações é desobediência a Deus.
6.1 – Sl. 78.5 (ARA) ‘Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos’.


II – A MISSÃO DE SE ALCANÇAR AS GERAÇÕES.

a – Nossa geração é devedora às gerações do passado e do futuro.

1. O apóstolo Paulo, ao escrever a carta aos Romanos afirma que se reconhecia devedor aos outros que estava à sua frente.
1.1 – Rm. 1.14 (ARA) ‘Pois sou devedor tanto a gregos quanto a bárbaros, tanto a sábios quanto à ignorantes’.

2. Recebemos o Evangelho da Graça de graça e temos o dever de transmiti-lo às próximas gerações, e para isto não basta apenas você crer, é preciso transmitir a fé aos que estão vindo.

3. O vazio e a ausência de valores tem produzido uma geração manipulada pelo poder corruptor do pecado.

4. Qual o caminho que nossos filhos estarão seguindo nos anos por vir se não os conduzirmos nos caminhos do Senhor?

5. É comum ouvirmos, mesmo no meio evangélico, que estamos criando nossos filhos para o mundo quando deveríamos criá-los para Deus.

6. O Senhor está chamando esta geração para assumir a sua posição como pais e mães espirituais para os filhos que estão crescendo em meio a uma sociedade pervertida e corrupta.

b – Necessita-se de gerações conectadas umas às outras.

1. Asafe viu que existe certa conectividade entre uma geração e outra e que precisava se valer deste mecanismo para que o nome e os feitos poderosos e graciosos de Deus alcançassem as gerações vindouras.
1.1 – Sl. 78.5-6 (ARA).
a) ‘nossos pais...’
b) ‘a seus filhos...’.
c) ‘a nova geração...’.
d) ‘filhos que ainda hão de nascer...’.
e) ‘aos seus descendentes...’
1.2 – Sl. 145.4 (ARA) ‘Uma geração louvará a outra geração as tuas obras e anunciará os teus poderosos feitos’.
1.3 – Ex. 3.15 (NVI) ‘Disse também Deus a Moisés: Diga aos israelitas: O Senhor, o Deus dos seus ante¬passados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, enviou-me a vocês. Esse é o meu nome para sempre, nome pelo qual serei lembrado de geração em geração’.
1.4 – A conectividade entre as gerações é sempre nomeada nas Escrituras:
a) Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
b) Três gerações conectadas.

2. Há uma conectividade natural entre as gerações.
2.1 – As gerações estão ligadas umas às outras por elos genéticos, por elos afetivos, por elos culturais.
2.2 – Precisamos também ligar as gerações por elos espirituais que resguardam os valores e o conhecimento dos feitos de Deus, especialmente o maior feito: o feito salvador realizado em Cristo Jesus.
2.3 – É preciso restabelecer esta corrente entre as gerações.
a) Dt. 4.7-9 (NVI) ‘Pois, que grande nação tem um Deus tão próximo como o Senhor, o nosso Deus, sempre que o invocamos? Ou, que grande nação tem decretos e preceitos tão justos como esta lei que estou apresentando a vocês hoje? Apenas tenham cuidado! Tenham muito cuidado para que vocês nunca se esqueçam das coisas que os seus olhos viram; conservem-nas por toda a sua vida na memória. Contem-nas a seus filhos e a seus netos’.

3. A mensagem do Evangelho não pode parecer uma fábula aos nossos adolescentes e jovens, mas deve ser vivida e comunicada de tal maneira que estes queiram conhecer de perto o Deus de seus pais e avós.

4. Nossas crianças, adolescentes e jovens precisam de nossa aceitação amorosa, de nossa presença no sucesso e no fracasso, amando-os continuamente e respeitando-os como indivíduos que irão décadas à nossa frente levando a mensagem da salvação.

5. Eles precisam de todos os heróis da fé que puderem encontrar nas páginas bíblicas e nos bancos de nossas Igrejas.

6. Sl. 127.3-4 (NVI) ‘Os filhos são um presente do Senhor; uma grande recompensa dada por Ele. Os filhos que o homem tem durante a sua mocidade são como flechas de um soldado valente, afiadas e prontas para a defesa’.
6.1 – Daphne Kirk: ‘Os pais tem uma herança em seus filhos; eles são dados como uma recompensa. Eles são os eu prêmio, sua alegria e sua posse mais preciosa. Uma geração assume o seu papel como guerreira do Reino quando toma essas flechas (nossos filhos) e as aponta na direção correta, de modo que, quando chegar o dia de liberá-los, eles irão voar diretamente para o alvo, conquistando as nações e vencendo batalhas contra os poderes da escuridão, porque estavam apontados na direção correta nas mãos de seus pais’ .


III – O NÃO CUMPRIMENTO DA MISSÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS.

a – Seremos tidos por culpados.

1. Cada cristão é responsável pelos que estão nas gerações à frente. ‘Ai de mim se não anunciar o Evangelho – I Co. 9.16’.

2. Ilustração: ‘Quatro leprosos, vivendo do lado de fora dos muros de Samaria. A cidade estava cercada pelos assírios ... Mães já estavam comendo seus bebezinhos assados, para não morrerem de fome. Os quatro leprosos se dirigem ao acampamento dos assírios ... e ao chegar ali, não encontram ninguém. Apropriam-se de comida, roupa e riquezas. Escondem tudo em lugar seguro. E caem em si: Se não transmitirmos essa boa notícia seremos tidos por culpados’.

b – Porque estamos aqui?

1. À medida que o Evangelho alcança cada um de nós, Deus poderia ir nos transportando para seu Reino, mas não o faz. Porque?

2. Ilustração: Et. 4.14 (NVI) ‘Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?’.

3. Foi também para um momento como este que Deus te conservou até aqui.

4. Vivemos num tempo que urge de cada cristão o compromisso com a evangelização e o discipulado de nossos filhos e da próxima geração.
4.1 – Jz. 2.10 (NVI) ‘Depois que toda aquela geração foi reunida a seus antepassados, surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor e o que ele havia feito por Israel’.
4.2 – Jl. 1.3 (NVI) ‘Contem aos seus filhos o que aconteceu, e eles aos seus netos, e os seus netos, à geração seguinte’.

5. Numa pesquisa na Nova Zelândia descobriu-se que 80% das crianças que cresceram em famílias cristãs não estavam mais na Igreja. No Brasil afirma-se que cerca de 40% dos adolescentes que passam pela Fundação Casa (FEBEM) são de famílias evangélicas.


CONCLUSÃO: Ilustração: D. L. Moody não deixava as crianças de famílias cristãs irem a Escola Dominical. Ele dizia que isso faria com que os pais parassem de discipular os filhos deixando-os sob a responsabilidade da Igreja. Foi o que aconteceu. É ainda o que acontece em grande número de famílias.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

EM QUE REPOUSA A ESTABILIDADE DO CASAMENTO?

Gn. 2.18-25


OBJETIVO: Fortalecer o ensino de que se o lar foi criado por Deus então os alicerces do lar também foram dados por Ele.

INTRODUÇÃO: Para muitos o casamento é uma tremenda bolha de sabão. Pode estourar e acabar a qualquer momento. No Brasil, de 1984 a 2007 a taxa cresce mais de 200%. Foi isso que Deus planejou? Para que isso não aconteça, é imprescindível que sejam observados alguns pilares de sustentação da família.

CONTEXTO: Neste contexto ainda é o lar como Deus o criara no princípio. Quero convidá-lo a entrar comigo no Jardim do Éden e fazer uma visita ao lar de Adão. Se o lar de Adão foi criado por Deus, então os alicerces e fundamentos do lar também foram dados por Ele.

TRANSIÇÃO: Caminhe pelo lar de Adão e observe comigo EM QUE REPOUSA A ESTABILIDADE DO CASAMENTO?

I – A ESTABILIDADE DO CASAMENTO REPOUSA NO DESFRUTE DE VERDADEIRO COMPANHEIRISMO.

a – Homem e mulher necessitam de companheirismo.

1. Viu Deus que não era bom que o homem esteja só.
1.1 – Gn. 2.18 ‘Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só’.
1.2 – O homem é carente de uma companhia, da presença estável de uma mulher que esteja ao seu lado, livrando-o da terrível sensação de solidão.
1.3 – Desde o princípio isso foi constatado por Deus.
1.4 – A mulher, no entanto, é movida por afeto, que é o mais nutritivo alimento do seu coração.

2. Quando elege o seu cônjuge, ela espera receber dele afeto, em forma de palavras, de toques e de atitudes.

3. As relações conjugais lhes são sinônimos de relações afetivas.
3.1 – A mulher cobra constantemente do homem esse tipo de convivência e um ambiente onde haja compreensão e um nível de confiança baseado no compromisso da fidelidade.

4. Adão sentiu falta de uma companheira.
4.1 – Fomos criados como seres sociais, viver em isolamento geralmente provoca tristeza, depressão, angústia e, em casos extremos, o suicídio.

II – A ESTABILIDADE DO CASAMENTO REPOUSA NA NECESSIDADE DE TRANSPARÊNCIA.

a – Transparência é coluna de estabilidade da família.

1. Como você vê a transparência no texto?
1.1 – Gn. 2.25 ‘Estavam nus’.
1.2 – Não havia nada a esconderem um do outro.
1.3 – Esta é uma figura do que deve acontecer também no âmbito da família.

2. A transparência nos relacionamentos familiares deve ser tão comum que se sintam a vontade uns com os outros pelo fato de saberem que todos se conhecem tão bem.

b – É fácil ser transparente?

1. Quando somos criados num ambiente de transparência, não há dificuldade em deixar que os outros nos vejam como somos e conviver com os outros assim como são.

2. Muitos de nós temos que aprender a arte da transparência.

3. A transparência é um exercício que todos devem fazer para que a família possa alcançar esse nível de vida onde nada haja para se esconder um do outro.

4. Se hipocrisia ou segredos fazem parte da vida familiar, esta família está correndo risco de um desastre iminente.

III – A ESTABILIDADE DO CASAMENTO REPOUSA NO EXPERIMENTAR DE ABSOLUTA.

a – Unidade absoluta é coluna de estabilidade do lar cristão.

1. Você o percebe?
1.1 – Gn 2. 24 ‘E serão os dois uma só carne’.
1.2 – Mais que uma união de carne e prazeres físicos, a unidade na vida familiar fala de uma unidade de alma e de propósitos.

2. A verdadeira unidade da família só é alcançada se sua base for a pessoa e o relacionamento com Deus através de Jesus Cristo no poder do Espírito Santo.
2.1 – Sl. 127.1 ‘Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam’.
2.2 – A Profissão de Fé de Josué deve ser a mesma de nossas famílias: ‘Eu e minha casa serviremos ao Senhor’.

IV – A ESTABILIDADE DO CASAMENTO REPOUSA NO CULTIVO DA PRESENÇA DE DEUS.

a – A presença de Deus é coluna de estabilidade do lar cristão.

1. Como podia ser vista a presença Deus no lar de Adão?
1.1 – Deus andava no jardim com Adão.
1.2 – Embora a transcendência seja um atributo imutável de Deus, a Sua imanência era a experiência natural na vida de nossos primeiros pais.
1.3 – Deus se manifestava Deus presente no lar e na vida de Adão e Eva.
1.4 – Deus caminhava com Adão pelo Jardim paradisíaco todos os dias.
1.5 – Sua presença era percebida e experimentada.

2. Essa coluna de estabilidade do lar pode ser dispensado?
2.1 – A presença de Deus é uma coluna e um sustentáculo indispensável para a sobrevivência da família nesses dias tão difíceis.
2.2 – Não é apenas aquela fé ou assentimento místico e impessoal que muitas pessoas abrigam como que dizendo: ‘Deus está em minha casa’.
2.3 – Mas sim a realidade de uma pessoa que se relaciona no dia a dia com a família através de sua Palavra, da oração e do seu Espírito Santo.

b – Como este sustentáculo pode ser experimentado no lar?

1. Através da integração e da comunhão da família com a Igreja de forma que seja extensão uma da outra.

2. Através do cultivo da Palavra de Deus na vida de cada membro do lar.
2.1 – Os membros da família não devem ver a Bíblia como material didático para ser usado apenas na Igreja, mas como manual a ser conhecido e consultado para todas as áreas da vida.

3. Através do exercício da oração.
3.1 – Que lugar tem a oração na vida da família.

4. Através do andar no Espírito.
4.1 – A consciência da presença constante e o relacionamento com o Espírito Santo é uma experiência que seu lar desfruta?


CONCLUSÃO: Estes quatro pilares de sustentação do lar de Adão podem ser também as bases para a sustentação de sua família.
O que garante que o seu lar não se somará à cifra de divórcios de nosso país, é a seriedade com que os princípios e valores da Palavra de Deus são vividos na esfera de seu lar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ESVAZIANDO-NOS PARA SERVIR

Fp. 2.5-11

OBJETIVO: Ensinar que o cristão é chamado para servir como o Senhor, e para isso é preciso se esvaziar conforme o modelo de Jesus.


INTRODUÇÃO: Como reconhecer a grandeza de uma pessoa dentro dos padrões de nossa sociedade?

CONTEXTO: O apóstolo Paulo escreve esta carta aos Filipenses a partir de uma prisão e incentiva os mesmos a assumirem uma postura de simplicidade e serviço, demonstrando que este foi o estilo de vida do próprio Senhor Jesus Cristo.


TRANSIÇÃO: Alguém cheio de si mesmo e que busque glórias pessoais e holofotes teria a disposição de se dar a e servir ao próximo? Quero compartilhar nesta oportunidade sobre o tema: ESVAZIANDO-SE PARA SERVIR.


I – ESVAZIANDO PARA SERVIR A DEUS.

a – Jesus se esvaziou de privilégios pessoais para salvar outros.

1. Há uma forte interrogação acerca deste texto quanto a que Jesus teria se esvaziado.
1.1 – Teria Ele se esvaziado de sua divindade?
1.2 – Teria ele se esvaziado de seus poderes?
1.3 – Teria Ele se esvaziado de seus atributos?

2. O kénosis de Jesus.
2.1 – Esse termo ‘kénosis’ origina-se na palavra grega usada por Paulo neste texto: κενόω.

2.2 – Esse termo se refere ao esvaziamento de Paulo aponta no verso 7.
a) Fp. 2.7 ‘mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens’.
2.3 – Isso implica numa auto-limitação não no Logos Divino, o eterno Filho de Deus, mas no Homem Jesus, quando Ele pôs de lado o uso prático de alguns de seus atributos divinos.
2.4 – Há uma distinção entre atributos absolutos e essenciais de Deus, tais como o poder absoluto, a santidade, a verdade e o amor; e os atributos relativos que não são essenciais à soberania da divindade, tais como a onipotência, a onipresença e a onisciência.
2.5 – Essa limitação explica o fato de que Jesus nunca usou de sua Onipotência ou Onisciência de modo pleno em seu ministério terreno.
2.6 – Era a renúncia de Si mesmo para seus próprios interesses a fim de cumprir a missão de resgatar o homem pecador.

3. Viveu sua humanidade plena sem que sua divindade interferisse a ponto de não ser visto e reconhecido como homem.
3.1 – Fp. 2. 7 ‘antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana’.

4. Assim como Cristo renunciou a Si mesmo, o cristão também é chamado a uma vida de renúncia de privilégios.
4.1 – Mt. 16.24 ‘Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me’.

b – Jesus serviu a Deus até mesmo com a sua própria morte.

1. O esvaziamento de Jesus o levou à obediência até a morte sacrificial e substitutiva em lugar do pecador.

2. A morte de Jesus serviu a Deus no que respeita ao pagamento e satisfação de nossa dívida diante do Senhor do Universo.
2.1 – Cl. 2.13-15 (NVI) ‘Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz’.

3. O propósito de Deus, sendo ele Justo, era salvar o pecador de modo que a justiça fosse satisfeita, e para isto ofereceu seu próprio Filho como pagamento de nossa dívida.
3.1 – Rm. 3.25-26 (NVI) ‘Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus’.

4. A morte de Jesus trouxe a plena satisfação da Justiça de Deus e desta forma o sacrifício de Cristo em prol dos pecadores foi um serviço a Deus.


II – ESVAZIANDO PARA SERVIR AO PRÓXIMO.

a – Jesus serviu ao próximo em vida.

1. A essência do Evangelho é o serviço a Deus e ao próximo. Não há vida cristã divorciada do serviço. O próprio Senhor Jesus apontou para esta essência quando falou de Si mesmo:
1.1 – Mc. 10.45 (NVI) ‘Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos’.

2. O ministério de Jesus foi curto, mas carregado de serviço ao próximo.
2.1 – Jo. 20.30-31 ‘Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais milagrosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome’.
2.2 – At. 10.38 ‘como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele’.

3. Assim como Jesus, cada cristão é chamado a esvaziar-se de si mesmo e servir ao próximo.
3.1 – I Jo. 3.18 ‘Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos’.

4. Nosso Mestre e Senhor ensinou que servir é o posto mais alto na carreira do discípulo.
4.1 – Lc. 22.25 ‘Jesus lhes disse: Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores. Mas, vocês não serão assim. Ao contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa, como o que serve. Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve’.
4.2 – Jo. 13.15-17 ‘Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. Digo-lhes verdadeiramente que nenhum escravo é maior do que o seu senhor, como também nenhum mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem’.

5. A vida cristã é a repetição da vida de Cristo em cada cristão numa vida de serviço a Deus e ao próximo.

b – Jesus serviu ao próximo na morte.

1. Sua vida foi serviço ao próximo e sua morte coroou todo este propósito.

2. Deus sua vida em resgate pelos pecadores.

3. O sacrifício substitutivo de Cristo em lugar dos pecadores eleitos foi o maior serviço prestado a humanidade.

4. Isto não resultou apenas em melhorias das condições de saúde ou meras transformações materiais na vida dos beneficiados, mas resultou em mudança de vida em todos os sentidos e por toda a eternidade.
4.1 – Is. 53.10-12a (BV) ‘Apesar disso, o plano perfeito do Senhor exigia sua morte e seu sofrimento. Mas depois de dar a sua vida como oferta pelo pecado, Ele vai ressuscitar, verá os muitos filhos que ganhou através da fé, Ele cumprirá com sucesso a vontade do Senhor. E, quando Ele puder ver o resultado do seu terrível sofrimento, ficará muito satisfeito. Através de tudo o que passou, o meu Servo, o Justo, fará muitas pessoas se tornarem justas diante de Mim, porque Ele mesmo levará sobre Si os pecados delas’.

5. Pelo cumprimento de sua missão Cristo foi exaltado e reconhecido como Senhor.
5.1 – Fp. 3.9-11 ‘Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai’.
5.2 – Is. 53.12a ‘Por causa disso Eu darei a Ele grandes honras e muito poder, porque Ele entregou sua vida a ponto de ir até à morte’.

6. O cristão deve exercer sua vida de serviço a Deus e ao próximo, e a promessa de Deus aponta para recompensa dos fiéis.


CONCLUSÃO: Dizer-se cristão e não ser servo é contradizer a fé afirmada.
Se conhece o verdadeiro cristão não pelo holofotes que lhe são dirigidos, mas ao serviço prestado mesmo sem ser visto ou reconhecido.
Disponha-se a servir a Deus e ao próximo.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

OUTDOORS DE DEUS

Rm. 1.18-27

OBJETIVO: Ensinar que Deus se revelou e continua se revelando através das coisas criadas.


INTRODUÇÃO: Por que os cavalos, para se erguerem, usam as patas dianteiras, e as vacas, as traseiras? Quem ensinou esses animais serem assim? Por que o canário nasce aos 14 dias, a galinha aos 21, os patos e gansos aos 28, o ganso silvestre aos 35 e os papagaios e avestruzes aos 42 dias? Por que a diferença entre um período e outro é sempre de sete dias?
Quem regula a natureza, sem jamais cometer engano, determinando que as ondas do mar se quebrem na praia à razão de 26 por minuto, tanto na calma como na tormenta?
Coisas interessantes da na natureza:
• A melancia tem número par de franjas.
• A laranja possui número par de gomos.
• A espiga de milho tem número par de fileiras de grãos.
• O cacho de bananas tem, na última fila, número par de bananas, e cada fila de bananas tem uma a menos que a anterior. Desse modo, se uma fileira tem número par, a seguinte terá número ímpar.
• A ciência moderna descobriu que todos os grãos das espigas são em número par, e é admirável que Jesus, ao se referir aos grãos, tenha mencionado exatamente números pares: 30, 60 e 100. (Marcos 4:8).


CONTEXTO: A Carta de Paulo aos Romanos é o mais completo texto de teologia dentre todo o material produzido por este apóstolo. Paulo gasta boa parte de sua carta para demonstrar a universalidade do pecado e a manifestação de Deus se revelando de modo que o pecador seja indesculpável.


TRANSIÇÃO: Pode o homem não perceber a grandeza e a beleza da obra criada manifestando a pessoa de seu criador? Nosso tema nesta oportunidade é: OUTDOORS DE DEUS.

I – DEUS SE REVELA DO CÉU PELAS COISAS CRIADAS.

a – Deus providenciou meios para ser conhecido de suas criaturas.

1. Deus, na sua sabedoria não se deixou ficar sem testemunho e revelação de si mesmo, de modo que suas criaturas não o conhecessem.
1.1 – At. 14.15-17 ‘Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria’.

2. Na sua providência Deus dispôs meios para que Ele fosse conhecido de suas criaturas e de forma tal que toda a sua criação lhe rendesse glória.
2.1 – Sl. 29.9 ‘A voz do SENHOR faz dar cria às corças e desnuda os bosques; e no seu templo tudo diz: Glória!’.

b – Deus continuamente se revela às suas criaturas.

1. O homem jamais poderá conhecer a Deus por iniciativa ou capacidade própria, mas só pode conhece-Lo na medida em que Ele se faz efetivamente conhecido.

2. Deus em sua sabedoria resolveu se revelar através das coisas criadas, de modo tal que todas as coisas criadas comunicam a riqueza do conhecimento de Deus e sua existência.
2.1 – Somos fruto do acaso ou resultado intencional de um Ser inteligente?
2.2 – Se olharmos apenas o corpo humano, já seria o bastante. Há cerca de 50 bilhões de células que compõem o corpo humano. Cada uma delas exerce uma função inteligente. 50 mil bactérias podem estar apenas na borda de um copo quando bebo água. Cerca de um bilhão delas podem ser encontradas em meia colher de chá de saliva.
2.3 – Nossos glóbulos brancos formam um verdadeiro exército que, com inteligência defendem a saúde de nosso organismo. É mero acaso a existência de um sistema assim, ou é resultado de uma Ser inteligente?
2.4 – Uma ameba tem uma única célula, e só dentro de um olho humano estão cerca de 107.000.000 de células. Sete milhões delas são cones que transmitem informações ao cérebro e nos capacitam a perceber cerca de 1000 cores diferentes.
2.5 – O cérebro humano recebe milhões de relatórios simultâneos das células do olho. O cérebro separa e organiza todas essas informações e nos dá o resultado do que vemos. É mero acaso a existência de um sistema assim, ou é resultado de um Ser inteligente?
2.6 – As células mais inteligentes do corpo são as células sexuais e as células nervosas. O óvulo é a maior célula do corpo humano e pode ser vista a olho nu, tendo uma forma oval. Por outro lado os espermatozóides são como girinos que nadam furiosamente agitando suas caudas em direção ao óvulo. Numa ejaculação são bilhões deles, mas apenas um será o conquistador que gerará a nova vida humana. É mero acaso a existência de um sistema assim, ou é resultado de uma Ser inteligente?

c – Deus se manifestou de modo insofismável e pleno.

1. O apóstolo Paulo afirma que o que de Deus se pode conhecer é manifesto aos olhos humanos através das coisas criadas.
1.1 – Rm. 1. 19 (ARA) ‘... porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou’.

2. O apóstolo afirma que não é meramente um sentimento acerca da existência de Deus que nos é dado, mas a percepção e compreensão clara de seus atributos, qualidades e divindade.
2.1 – Rm. 1.20 (NVI) ‘Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis’.

3. O ser humano é indesculpável se não adorar e não glorificar o criador na afirmativa hipotética de não o conhecia.


II – DEUS SE REVELA DE FORMA PATENTE E IRREFUTÁVEL.

a – Os testemunhos de Deus se dirigem aos seres morais.

1. A Bíblia atesta uma quádrupla revelação de Deus:
1.1 – Uma revelação na natureza que nos cerca, na consciência humana, e no governo providencial do mundo. O Livro das obras de Deus .
a) Sl 19:1 (ARA) ‘Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos’.
b) At 14:17 (BV) ‘mas nunca Se deixou sem testemunho; sempre houve as coisas que lembravam a existência dEle - as coisas boas que Ele fazia, tais como mandar a chuva e boas colheitas, e dar a vocês alimento e alegria’.
c) Rm 1:20 (NVI) ‘Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis’.
1.2 – Uma revelação gravada nos corações de cada pessoa.
a) Rm. 2.14-15 ‘De fato, quando os gentios, que não têm a Lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a Lei; pois mostram que as exigências da Lei estão gravadas em seu coração. Disso dão testemunho também a sua consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os’.
1.3 – Uma revelação interpessoal, onde uma pessoa atesta e compartilha a outra sobre a pessoa do Criador.
1.4 – Uma revelação encarnada na Bíblia como Palavra de Deus. O Livro das Palavras de Deus.
a) II Re 17:13 ‘O Senhor advertiu Israel e Judá por meio de todos os seus profetas e videntes: Desviem-se de seus maus caminhos. Obedeçam às minhas ordenanças e aos meus decretos, de acordo com toda a Lei que ordenei aos seus antepassados que obedecessem e que lhes entreguei por meio de meus servos, os profetas’.
b) Hb 1:1-2 ‘Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo’.

2. De forma geral a Teologia Sistemática aponta para duas grandes revelações de Deus.
2.1 – Uma denominada de Revelação Geral.
2.2 – Uma denominada de Revelação Especial.

3. Uma distinção importante:
3.1 – A revelação geral está arraigada na criação, e é dirigida ao homem como homem.
3.2 – A revelação especial está arraigada no plano da redenção de Deus, e é dirigida ao homem na qualidade de pecador, e só pode ser adequadamente compreendida e assimilada somente pela fé.

4. O Dr. Warfield afirma: ‘A primeira é dirigida de modo geral a todos as criaturas inteligentes, e, portanto é acessível a todos os homens; a outra se dirige a uma classe especial de pecadores, aos quais Deus quis tornar conhecida a Sua salvação’.

b – A salvação só se conhece mediante as Escrituras.

1. O homem se torna indesculpável se não reconhecer e glorificar a Deus como o Criador; pois Deus estabeleceu outdoors em toda a sua criação, falando de seu Ser, atributos e divindade.

2. Deus nos ofereceu a revelação maior através das Escrituras e de Seu Filho, possibilitando a salvação de nossa condição de pecadores.

3. Também nisso o homem é indesculpável. O pecado que lança o pecador no inferno é a rejeição do Filho de Deus como seu eterno e único Salvador.


CONCLUSÃO: Olhe para a criação: reconheça e adore o Criador.
Olhe para as Escrituras e para Jesus: reconheça seu pecado e o grande amor salvador de Deus estendido até você.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

QUANDO A CASA NÃO É UM LAR

I Sm. 25.2-3, 24-26, 32-35


OBJETIVO: Ensinar que não se pode contentar apenas em ter uma família, mas edificá-la nos princípios das Escrituras.

INTRODUÇÃO: Lar deve ser aquele cantinho delicioso onde há prazer em voltar para casa depois de um dia de trabalho ou estudos. Deve ser aquele espaço onde a música dos bons relacionamentos seja natural, onde as cores de uma tela que está sendo pintada podem ser retocadas em busca da perfeição e da excelência.
Há casos onde a casa não é um lar; onde a casa não passa de um HOTEL, onde os membros se encontram apenas para comer e dormir; ou um POSTO DE GASOLINA, aonde as pessoas só vão para se abastecer; ou ainda um CAMPO DE BATALHA, onde só se encontram para brigar.

CONTEXTO: Esta história está incrustrada no relato da trajetória de Davi em direção ao trono de Israel. Na caminhada de Davi encontramos o relato de uma família com uma casa que não era um lar.

TRANSIÇÃO
: Sua casa de fato é um lar? Quero falar nesta oportunidade sobre o tema: QUANDO A CASA NÃO É UM LAR.


I – UMA CASA PODE NÃO SER UM LAR.

a – Características do esposo.

1. O marido em tela, Nabal, era uma pessoa socialmente bem sucedida.
1.1 – Suas posses.
a) Homem abastado.
b) 3.000 ovelhas: Isso representa muitos dividendos como: leite, queijos, lã para tecelagem e carne.
c) 1.000 cabras: Isso representa dividendos como: leite, couro e carne.
1.2 – Representava um bom patrimônio móvel, além do patrimônio fixo como propriedades.

2. Nabal, o marido em tela, é uma pessoa grosseira e rude.
2.1 – Homem duro e maligno em todo o seu trato.
a) I Sm. 25.3 (BV) ‘O nome desse homem era Nabal; sua esposa, uma mulher muito linda e inteligente, chamava-se Abigail. Mas o marido, que era da família de Calebe, era um tipo esquisito, grosseiro, teimoso; era um sujeito difícil de se lidar’.
2.2 – Nabal distratou e disparatou com os homens de Davi.
a) I Sm. 25.14 (BV) ‘Nesse meio tempo, um dos homens de Nabal foi procurar Abigail, e disse a ela: "Davi enviou homens do deserto para falar com o nosso patrão, mas ele insultou os homens e os expulsou daqui’.
2.3 – I Sm. 25.37 (ARA) ‘... se amorteceu nele o coração e ficou duro como pedra ’.

3. Era um homem maligno.
3.1 – Como seria Nabal, como marido?
a) Por inferência pode-se deduzir que era um marido sem afeição, sem ternura ou carinho.
b) Pode-se inferir que não tinha uma vida relacional agradável com a esposa.
3.2 – Como imaginar Nabal na qualidade de pai?
a) O texto não descreve a presença de filhos nesta família, mas como seria um marido assim, na criação de seus filhos?
b) Seria um pai que daria tempo e atenção aos filhos?
c) Seria um pai terno e carinhoso para com os filhos?

4. Era da casa de Calebe.
4.1 – Era do povo de Deus.
4.2 – Não significa que era convertido.
4.3 – Isso pode indicar que também no meio do povo de Deus, a Igreja, pode haver muitos maridos que não são convertidos e rudes no trato com suas esposas.

b – Características da esposa.

1. A esposa em tela era uma mulher sensata.
1.1 – Prudente.
a) I Sm. 25.33 (ARA) ‘Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue e de que por minha própria mão me vingasse’.
1.2 – Uma esposa ou uma mãe com os dotes de Abigail torna a família mais agradável, pois é uma pacificadora e protetora.
1.3 – O livro de Provérbios, em seu último capítulo, apresenta a mulher virtuosa, sendo reconhecida e louvada pelo esposo e pelos filhos.

2. A esposa em tela era uma mulher formosa.
2.1 – I Sm. 25.3a (BV) ‘O nome desse homem era Nabal; sua esposa, uma mulher muito linda e inteligente, chamava-se Abigail’.
2.2 – Embora o texto apresente adjetivos que aponte para a beleza física da mulher, sabe-se à luz da própria Bíblia e experiência humana, que a verdadeira beleza está além do físico, mas no ser interior.
a) Pr. 31.30 (BV) ‘Os encantos de uma mulher podem ser apenas uma ilusão e a beleza não dura para sempre. A verdadeira beleza, a verdadeira honra de uma mulher está em amar e obedecer ao Senhor’.
b) O temor da esposa, Abigail, aponta para uma pessoa convertida.


II – QUANDO A CASA NÃO É UM LAR FALTA TUDO.

a – Falta amor.

1. O lar pressupõe mais que um ambiente onde se mora, mas aponta para um lugar de aconchego hospitaleiro, onde os relacionamentos são vívidos e significativos. Lar é a expressão de uma família harmoniosa e agradável.

2. Pode-se ter pessoas morando numa mesma casa e não existir amor que as una.

3. É possível olharmos pelas frestas da casa de Nabal e imaginarmos o dia-a-dia do casal.
3.1 – Um marido maligno e duro no trato, como Nabal é descrito, poderia oferecer amor e afeto à sua jovem esposa?

4. Pode-se dizer que o casamento destes dois ainda perdurava porque, principalmente a esposa mantinha um Pacto Matrimonial, onde Deus se coloca como o Juiz.

b – Falta paz.

1. Diferenças entre os cônjuges não precisam se transformar em campo de batalha entre os pares, pelo contrário, devem ser vivenciadas como partes que se completam destacando a beleza da vida a dois.

2. Numa casa onde uma das partes recebe a adjetivação dada a Nabal, ‘homem... duro e maligno em todo o seu trato’ (v.s 3) certamente a falta de paz e segurança emocional e relacional sempre podiam ser experimentadas.

c – Falta romantismo.

1. Como imaginar um ‘homem... duro e maligno em todo o seu trato’ (v.s 3) sendo romântico e carinhoso com sua esposa?
1.1 – ‘Como és formosa, querida minha, como és formosa’.

2. Quem ama galanteia sua/seu amada através de elogios românticos que manifestam a força da libido e da química que atrai e seduz homens e mulheres.

d – Falta cônjuges amigos.

1. Por mais dócil e meiga que possamos imaginar a jovem senhora Abigail, ainda assim torna-se difícil imaginar este casal brincando e sorrindo com as coisas simples da vida.
1.1 – I Sm. 25.3 (BV) Mas o marido, ... era um tipo esquisito, grosseiro, teimoso; era um sujeito difícil de se lidar’.
1.2 – A amizade sincera, franca e aberta era definida por Sócrates como ‘duas almas vivendo em um só corpo’.
1.3 – Um casamento para ter beleza e encanto precisa desfrutar da presença de uma amizade sincera, franca e aberta.

2. Para um relacionamento mais agradável e leve é necessário existir cônjuges que sejam mais que parceiros de casamento, mas também amigos.

3. Quando uma casa não é de fato um lar pode faltar entre outras coisas: amor, paz, romantismo e amizade sincera entre os cônjuges ou demais familiares.


III – DEUS PODE TRANSFORMAR UMA CASA EM LAR.

a – Ele é o Deus soberano que olha para seu povo.

1. Por ser uma mulher temente a Deus, Abigail teve sua sorte mudada, quando o marido duro, insensível e maligno foi atingido de forma direta pela ação do Senhor Todo Poderoso e morreu.
1.1 – I Sm. 25.38 ‘Passados uns dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu’.
1.2 – Isso não significa que todo marido ou toda esposa de coração duro, insensível ou maligno terá sua vida cortada por uma ação punitiva de Deus e deixará a outra parte livre, mas isto não está descartado.
1.3 – Isso não significa que o marido ou a mulher temente a Deus, representados aqui na figura de Abigail, devam esperar do Senhor uma punição contra a outra parte, figurada aqui na pessoa de Nabal.

2. O que se depreende do texto é que Deus olhou para Abigail como uma serva temente e que estava padecendo sob os maus cuidados de um marido cruel.

3. Também soma-se o fato de Nabal ter se mostrado cruel para com Davi que era o escolhido de Deus para ocupar o trono de Israel.

4. Deus é o soberano que olha para o seu povo, e pode-se asseverar, sem dúvidas, que Deus é o também Juiz em matéria de casamento.

b – Ele dispõe os meios e os fins em suas mãos.

1. Quando a casa não é de fato um lar, como um lugar de aconchego e refrigério, certamente precisa ser transformada.

2. Deus pode mudar a história de sua casa. Deus pode fazer dela de fato um lar.
2.1 – Sl. 127.1 ‘Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam’.

3. Qual o caminho que Deus tomará nem sempre o sabemos, mas o caminho que devemos tomar é o caminho de sua Palavra.

4. Conhecendo e vivenciando os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, pode-se prever e experimentar nossa casa como um verdadeiro lar.


CONCLUSÃO: Viva a vida comum do lar de modo que sua casa seja mesmo um Lar.
Um lugar aconchegante onde as pessoas querem estar e se sentir seguras e amadas.
A presença de Jesus e de sua Palavra podem transformar seu lar.