segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ELE NOS LIBERTOU

Cl. 1.13-23


OBJETIVO: Ensinar que a verdadeira libertação só existe a partir do sacrifício e obra de Jesus.


INTRODUÇÃO: ‘Independência ou morte?’ A Inglaterra desempenhou um papel central nas negociações do reconhecimento da Independência do Brasil por Portugal. Interessada em manter sua influência econômica sobre o Brasil, ela jogou o seu peso político nas discussões, com o objetivo de convencer a Coroa Portuguesa de que a Independência do Brasil era inevitável. A compensação financeira também pesou na decisão dos portugueses: 2 milhões de libras esterlinas, quantia tentadora para o endividado Portugal. Grande parte desse dinheiro, porém, tinha destino certo — pagar os credores ingleses da Coroa lusitana .


CONTEXTO: Paulo escreve esta carta aos Colossenses quando estava preso em Roma. Junto com a mesma envia a carta a Filemon e a Carta de Laodicéia (possivelmente a de Efésios).
Paulo trata nesta epístola acerca da centralidade da pessoa de Cristo como Deus encarnado, em contraposição aos ensinamentos do chamado Gnosticismo Cristão.


TRANSIÇÃO: Neste 7 de Setembro comemoramos no Brasil a libertação de nossa pátria do domínio Português. Mas é de se questionar: O Brasil foi mesmo liberto? Quero compartilhar nesta oportunidade o tema: ELE NOS LIBERTOU.


I – A NATUREZA DA LIBERTAÇÃO.

a – O sistema do gnosticismo.

1. Em nenhum lugar da carta Paulo usa diretamente o nome do erro que ele combate em sua carta aos Colossenses, mas à luz da história se descobre com facilidade que está combatendo o chamado Gnosticismo Cristão.

2. Ralph P. Martin: ‘Há […] algumas passagens cruciais onde parece que [Paulo] está realmente citando os lemas e as senhas da seita... Estas citações nos capacitarão a produzir um tipo de “retrato falado” do ensino contra o qual Paulo se opõe’ .

3. Em poucas palavras pode-se dizer que esta heresia era uma mistura de conceitos da filosofia grega com conceitos da teologia cristã.
3.1 – ‘O espírito é bom e a matéria é má’.
3.2 – Este conceito gnóstico impunha a doutrina de que Cristo jamais teria se encarnado, pois como sendo Ele um espírito perfeito poderia ter se tornado carne (matéria) imperfeita (má)?
3.3 – Cl. 2.9 (NVI) ‘Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade’ (Porque em Cristo existe tudo de Deus em um corpo humano – BV).
3.4 – Cl. 1.19 (BV) ‘porque Deus queria que tudo dele mesmo estivesse em seu Filho’.

4. O conceito ou ideia de salvação para o gnosticismo não apela para uma dívida de pecados que se tem diante de Deus, mas trata-se de descobrir o caminho para se aperfeiçoar, uma vez que somos seres materiais e o material é mal.

5. Por isso vemos práticas religiosas para se alcançar essa melhoria do indivíduo:
5.1 – Cl. 2.18 (NVI) ‘Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa’.
5.2 – Cl. 2.21 (NVI) ‘ "Não manuseie!", "Não prove!", "Não toque!’.
5.3 – Cl. 2.23 (NVI) ‘Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne’.

6. Ser salvo no conceito do Gnosticismo Cristão implica em obter certos conhecimentos místicos e praticar certos rituais.

b – A libertação em Cristo.

1. A libertação que Cristo trouxe é mais que mera religiosidade, mas consiste em ter pago o preço de nossos pecados com seu próprio sangue.

2. O apóstolo Paulo demonstra esse fato aos Colossenses em vários pontos da carta.
2.1 – Cl. 1.14 (NVI) ‘em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados’.
2.2 – Cl. 1.20 (NVI) ‘e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz’.
2.3 – Cl. 2.13-14 (NVI) ‘Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz’.

3. Nossa libertação em Cristo não foi preço em ouro ou prata, mas a vida do próprio Filho de Deus dada em nosso lugar.

4. Somos assim eternos devedores ao Filho de Deus.

c – A libertação do Brasil.

1. A libertação do Brasil das garras e poderes políticos de Portugal não se deu pela espada de D. Pedro.

2. A libertação do Brasil se deu por alto pagamento em libras esterlinas que a Inglaterra pagou a Portugal.

3. Assim, ficamos eternos devedores... e ainda somos até hoje.


II – A NATUREZA DO SALVADOR.

a – O salvador no sistema do gnosticismo.

1. O salvador no Gnosticismo Cristão não era um, mas uma diversidade de salvadores.

2. Cada um desses mediadores denominados pelo termo ‘aeon’ poderia ajudar o iniciado a atingir certo grau no conhecimento de Deus e assim estariam realizando a salvação.

3. O Gnosticismo apresentava duas possíveis rotas para a salvação ou libertação.
3.1 – Essa libertação era realizada por meio de seguir duas rotas:
a) O corpo humano (matéria) é mau e seus apetites devem ser refreados (Cl. 2.21-23).
b) O corpo humano (matéria) é indiferente às coisas espirituais, e a partir daí faça o que quiser (antinomismo).

4. O próprio indivíduo assume o papel de realizar sua salvação a partir de seu conhecimento e prática dos mistérios do gnosticismo.

b – O salvador no cristianismo.

1. O apóstolo Paulo aponta para Jesus demonstrando que o Salvador é o próprio Filho de Deus.

2. Paulo descreve quem é o Salvador no Cristianismo:
2.1 – Ele é a imagem do Deus invisível.
2.2 – Ele é o Primogênito de toda a criação.
2.3 – Nele foram criadas todas as coisas.
2.4 – Tudo foi criado por meio dele e para ele.
2.5 – Ele é antes de todas as coisas.
2.6 – Nele tudo subsiste.
2.7 – Ele é o cabeça da Igreja.
2.8 – Ele é o princípio de tudo.
2.9 – Ele é o Primogênito entre os mortos.
2.10 – Nele reside toda a plenitude de Deus (2.9,19).
2.11 – Ele fez a paz entre Deus e homem pela sua cruz.
2.12 – Ele nos reconciliou através de sua morte.

3. A salvação no cristianismo é uma ação monergística de Deus: ‘Ele nos libertou!’ (vs. 13).
3.1 – O verbo usado por Paulo está num tempo que expressa ação completa e definitiva.
3.2 – O verbo (ἐρρύσατο – ρύομαι) aponta para resgatar de algum tipo de servidão ou escravidão.
3.3 – Aponta para o fato de que não nos libertamos, nem ao menos temos ação conjunta na libertação, mas que fomos libertos por uma ação externa.
3.4 – A libertação apresentada coloca em destaque dois reinos, cada qual com os seus respectivos cidadãos:
a) O reino das trevas.
b) O reino do Filho de Deus.
3.5 – Os libertos se tornaram cidadãos de um novo reino e no tempo determinado por Deus entrarão na possessão dessa pátria.

c – O salvador na independência brasileira.

1. O salvador da pátria brasileira, autor do brado ‘Independência ou Morte!’ eternizado em nosso Hino Nacional , não conseguiu nem mesmo a independência do país, a menos que assumisse uma dívida que se arrasta por cerca de 180 anos.

2. O Salvador no cristianismo não é um sistema religioso com mistérios a serem conhecidos, nem uma ação político-econômica, mas sim o próprio Deus através de seu Filho Jesus Cristo.


CONCLUSÃO: Libertação verdadeira só existe através da pessoa e obra de Jesus Cristo.
Você já foi liberto do poder e da condenação do pecado?