segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

DOS MAGOS DO ORIENTE PODEMOS SEGUIR O EXEMPLO DA DILIGÊNCIA

Mt. 2.1-12


OBJETIVO: Nortear a perspectiva bíblica do Natal na mente dos cristãos, com exemplos a serem seguidos.

INTRODUÇÃO: Vivemos num mundo que dá muito valor aos magos.
Paulo Coelho é um dos mais famosos, e é campeão de vendas no Brasil e no exterior.
O que estes magos têm a nos ensinar não é digno de ser praticado. Eles não são nada inofensivos. Mas há alguns magos que eu recomendo que vocês imitem. A história está registrada no Evangelho de Mateus. Ouçam a sua história: (Mt. 2.1-12).

CONTEXTO: Mateus é o evangelista que apresenta Jesus como o Rei dos Judeus. Procura dar todo o embasamento do cumprimento profético das Escrituras judaicas (o VT), enquanto demonstra a linhagem real de Jesus. A genealogia que apresenta aponta para o fato de Jesus descender da família real, a Davídica.

TRANSIÇÃO: Quem eram esses magos do Oriente? O que é digno de nota no comportamento desses magos? Que exemplos de vida eles nos dão? Podemos seguí-los? Em nossa reflexão de hoje apresento o seguinte tema: SEGUINDO O EXEMPLO DA DILIGÊNCIA.


I – CONHECENDO OS MAGOS MAIS DE PERTO.

a – Quem, exatamente eram os magos?

1. Os magos eram astrólogos ou mágicos.
1.1 – O termo incluía também o trabalho de outras ciências como a astronomia, matemática, engenharia, alquimia e religião.
1.2 – Incluía também muita superstição, magia, fraudes e impostura.
1.3 – Com freqüência eram conselheiros de cortes reais.
1.4 – A delimitação do campo da astronomia em relação a astrologia se deu a partir de 1760 aproximadamente, portanto até esta época todo astrólogo era um pouco astrônomo e vive-versa.
1.5 – Sl. 72.10-11 ‘Paguem-lhe tributos os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Sebá lhe ofereçam presentes. E todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam’.

2. Quantos eram os magos?
2.1 – Quantos eram os magos? Comumente se fala em três, mas a Bíblia nada diz.
2.2 – Os cristãos orientais têm uma tradição de doze sábios.
2.3 – Alguns antigos mosaicos mostram apenas dois magos.
2.4 – Outras pinturas antigas mostram sete ou doze sábios.
2.5 – O número onze teve apoiadores especiais, porquanto diz que o número onze é um número ‘espiritual’, podendo predizer o número de discípulos fiéis a Cristo.
2.6 – Entretanto, desde o século VI d.C. a Igreja ocidental estabeleceu o número de magos como três que representariam as três raças principais ou a Trindade.
2.7 – Lendas populares atribuíram nomes a estes magos, (Gaspar, Melchior e Baltazar) fazendo deles três reis orientais, levando em consideração o número de presentes.

3. De onde exatamente os magos saíram?
3.1 – O texto bíblico se restringe a dizer que eram do Oriente.
3.2 – Pode significar a Arábia, a Pérsia, a Caldéia, a Partia ou qualquer outro lugar oriental.

b – Os magos e a estrela do Natal.

1. Geralmente o aparecimento de um cometa ou o surgimento de uma nova, era traduzido pelos magos como o nascimento de um novo rei ou governante importante.

2. A constelação de Peixes era a que, segundo a astrologia da época, apontava para a região da Palestina onde se encontrava a nação de Israel e povos vizinhos.

3. Havia uma tradição dos astrólogos judaicos que dizia que o Messias viria por ocasião de uma conjunção de Saturno e Júpiter na constelação de Peixes, segundo anotações do Rabino Abarbanel.

4. A partir das anotações de Abarbanel, o matemático imperial e astrônomo Johannes Kepler, no dia 17 de dezembro de 1603, observou a repetição deste fenômeno: a conjunção de Saturno e Júpiter na constelação de Peixes.

5. Kepler fez e refez os cálculos e chegou a conclusão que o evento também se dera no ano 6 antes de Cristo, estipulando esta a data para o nascimento do Messias.


II – OS MAGOS FORAM DILIGENTES EM PROCURAR O MESSIAS.

a – A empreitada dos magos à procura do novo Rei.

1. Os magos desejosos de conhecer o novo Rei ou Governante que nasceria na região de Israel saem a procura do mesmo, seguindo a direção da estrela.

2. O tempo gasto numa viagem desta natureza era imprevisto, assim como seriam imprevistos os perigos que cercava uma viagem desta monta.

3. O tempo gasto nesta viagem, as condições precárias e os perigos a que se expunham quem quer que viaje, não foram empecilhos para esses magos.

4. O desejo de conhecer a Jesus os tornou diligentes e determinados a superar as dificuldades e obstáculos.

b – Podemos seguir o exemplo dos magos?

1. Acreditaram que sua busca e procura não seria em vão e por isto não viram dificuldades grandes demais para obstar a viagem.

2. Eles são um exemplo para nós.
2.1 – A nossa religião não vale nada se não nos custa nada.
2.2 – Tudo o que é valioso requer de nós uma boa dose de comprometimento, envolvimento de e de renúncia.

3. Você está disposto a assumir o custo de seguir a Jesus?


III – OS MAGOS FORAM DILIGENTES EM PROCLAMAR O MESSIAS.

a – Coragem para ser diferente.

1. É fácil usar uma etiqueta ou rótulo de cristão até que você tenha que assumir de público sua fé.

2. A religião islâmica ou muçulmana exige que seus fiéis estejam prontos a dar a própria vida pela religião de Alá.
2.1 – Você acha um absurdo esse voto?
2.2 – E ainda assim se diz ser cristão?
2.3 – Se você acha absurdo esse voto, é porque ainda não entendeu nada.

3. O Senhor Jesus disse aos seus discípulos e a nós que se alguém não estiver disposto a morrer por Ele não serve para ser seu discípulo.
3.1 – A diferença é que o Senhor Jesus não pede para ninguém se suicidar por Ele.
3.2 – Não pede para ninguém fazer atos terroristas em seu nome.
3.3 – O Rei Jesus exige que seus discípulos dêem sua vida em vida; isto é, que gastem suas vidas por Ele enquanto vivem e obedecem a sua Palavra.
a) Lc. 9:62 ‘Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus’.
b) Mt. 10:37-38 ‘Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim’.
3.4 – Estas expressões apontam para uma decisão e um compromisso total.

b – Coragem para assumir a relação com Cristo.

1. Quando interpelados sobre o que ou quem procuravam não se omitiram, mas foram prontos em afirmar que procuravam o novo Rei dos Judeus.

2. Mateus afirma que Herodes e toda Jerusalém se alarmou com a notícia:
2.1 – Mt. 2.2-3 ‘E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém’.

3. Herodes se enfureceu com a notícia.
3.1 – A Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Fislosofia, no verbete ‘Magos’, afirma que:
a) No séc. IV a imperatriz Helena, mãe do Imperador Constantino, interessou-se sobre o debate acerca da identidade dos magos.
b) Em meio a muitas descobertas, encontrou-se três esqueletos que seriam dos três magos, que teriam sido assassinados por Herodes, no caminho de volta para sua terra.
3.2 – Não se encontra tal narrativa nas Escrituras, contudo a fúria de Herodes é notória a ponto de mandar matar os inocentes no intuito de extinguir assim o menino nascido para ser o Rei dos Judeus.

4. Eles são um exemplo para nós?
4.1 – A coragem dos magos de anunciar a que vieram é exemplo para todos os cristãos.
4.2 – Quantos cristãos não tem tido a coragem de dizer a que vieram!

5. Ilustração: Na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, havia um professor de filosofia que era um ateu convicto. Sua meta principal era tomar um semestre inteiro para provar que DEUS não existe. Os estudantes tinham medo de argüi-lo por causa da sua lógica impecável. Por 20 anos ensinou e mostrou que jamais haveria alguém que ousasse contrariá-lo, embora, surgisse alguém que o tentasse, nunca o venciam. No final de cada semestre, no último dia, fazia a mesma pergunta à sua classe de 300 alunos:
- Se alguém aqui ainda acredita em Jesus, que fique de pé! Porque qualquer um que acredita em Deus é um tolo! Se Deus existe impediria que este giz caísse ao chão e se quebrasse. Esta simples questão provaria que Ele existe, mas, não pode fazer isso!
Em 20 anos ninguém ousou levantar-se. E todos os anos soltava o giz, que caia ao chão partindo-se em pedaços. E todos os estudantes apenas ficavam quietos, vendo a DEMONSTRAÇÃO. A maioria dos alunos pensavam que Deus poderia não existir. Certamente, havia alguns cristãos mas, todos tinham medo de ficar de pé. Porém, há alguns anos chegou a vez de um jovem cristão que tinha ouvido sobre a fama daquele professor. O jovem estava com medo, mas, por 3 meses daquele semestre orou todas as manhãs, pedindo a Deus que lhe desse coragem de levantar, não importando o que o professor dissesse ou o que a classe pensasse. Nada do que dissessem abalaria sua fé, ao menos era sua oração. Finalmente o dia chegou. O professor disse:
- Se há alguém aqui que acredita em Jesus, que fique de pé! O professor e os 300 alunos viram, atônitos, o rapaz levantar-se no fundo da sala. O professor gritou:
- Você é um TOLO! Se Deus existe impedirá que este giz caia ao chão e se quebre! E começou a erguer o braço, quando o giz escorregou entre seus dedos, deslizou pela camisa, por uma das pernas da calça, correu sobre o sapato e ao tocar no chão simplesmente rolou, sem se quebrar. O queixo do professor caiu enquanto seu olhar, assustado, seguia o giz. Quando o giz parou de rolar levantou a cabeça, encarou o jovem e saiu apressadamente da sala. O rapaz caminhou firmemente para frente de seus colegas e, por meia hora, compartilhou sua fé em Jesus. Os 300 estudantes ouviram, silenciosamente, sobre o amor de Deus por todos e sobre Seu poder através de Jesus. EU ESTOU DE PÉ! Alguém me acompanha?’.


CONCLUSÃO: Os magos do Oriente são um exemplo para nós: Eles foram diligentes em procurar o Menino Rei, foram diligentes em adorá-lo e foram diligentes em proclamá-lo.
Você já se dispôs a procurar o menino Rei?
Você está disposto a assumir o compromisso sério e definitivo com o Rei dos Reis?
Você nunca será decepcionado.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A REFORMA DE NOSSAS VIDAS É UMA TAREFA INACABADA

Rm. 12.1-2


OBJETIVO: Lembrar com os membros a Reforma Protestante e considerá-la como uma tarefa inacabada.

INTRODUÇÃO: ‘Ecclesia reformata et semper reformanda est’. A Igreja Reformada precisa se reformar sempre. Esta é uma das máximas subtraídas do movimento da Reforma Protestante que caracteriza o espírito da Igreja reformada e da verdadeira Igreja cristã, e que emerge pautando a vida de cada cristão durante sua peregrinação rumo ao mundo novo.

CONTEXTO: O apóstolo Paulo, experiente e sabedor das tendências humanas, oferece forte base doutrinária aos cristãos de Roma.

TRANSIÇÃO: Mesmo realizado profissionalmente ou na área social ou familiar, o cristão é um indivíduo que sabe que precisa de mudanças constantes. A partir destas observações exórdicas, me proponho a refletir no seguinte tema: A REFORMA DE NOSSAS VIDAS É UMA TAREFA INACABADA.


I – A REFORMA DE NOSSAS VIDAS É UMA AÇÃO PROFÉTICA DE DEUS ATRAVÉS DE HOMENS QUE ELE LEVANTA.

a – Olhando um pouco da História.

1. O ensino apostólico sinalizou que erros e desvios haveriam de acontecer na Igreja, mas a mesma tinha a tarefa de se manter fiel à Palavra de Deus.

2. A Igreja se submeteu a inúmeros desvios no decurso da História.
2.1 – Com a cessação das perseguições a partir da suposta conversão do Imperador romano Constantino a Igreja adentrou num processo acelerado de deterioração.
2.2 – A corrupção do clero e a paganização do culto permitiu a entrada de toda espécie de erros e desvios doutrinários.

ALGUNS MOTIVOS DA REFORMA
0304 – Instituição da Missa.
0310 – Reza pelos defuntos.
0320 – Uso das velas.
0375 – Cultos dos Santos.
0431 – Culto a Virgem Maria.
0500 – Instituição da roupa sacerdotal.
0503 – Instituição da Doutrina do Purgatório.
0606 – Bonifácio III se declara ‘papa’ (Bispo Universal).
0609 – Obriga-se a beijar os pés do Bispo Universal.
0754 – Doutrina do poder temporal da Igreja.
0783 – Adoração das imagens e relíquias.
0850 – Uso da Água Benta.
0898 – Instituição da Protodulia (Culto a São José).
0993 – Canonização dos Santos.
1003 – Instituição da festa dos ‘Fiéis Defuntos’.
1074 – Dogma do Celibato sacerdotal.
1076 – Dogma da infalibilidade da Igreja.
1090 – Invenção do rosário.
1184 – Instituição da Santa Inquisição.
1190 – Institui-se a venda de indulgências.
1200 – O pão da comunhão foi substituído pela hóstia.
1215 – Cria-se a Confissão Auricular (Confessionário).
1228 – Adoração da hóstia.
1229 – Proibição da Leitura da Bíblia.
1245 – Uso das campainhas na missa.
1316 – Instituição da ‘Reza da Ave Maria’.
1415 – Eliminação do vinho da comunhão.
1546 – Introdução dos livros apócrifos na Bíblia.
1546 – Doutrina que equipara a tradição com a Bíblia.
1600 – Invenção do escapulário (bentinhos).
1878 – Dogma da infalibilidade papal.
1908 – Pio X anula matrimônios sem sacerdote romano.
1950 – Dogma da presença real e corpórea de Maria no Céu (Ascensão de Maria).
(Wilson G. Salum – Ministro Evangélico).

b – Movimentos Pré Reforma.

1. Petrobrussianos, opunha-se a superstição dominante na Igreja e a imoralidade do Clero (França).

2. Nos fins do século XII, surgiu na Itália, França, Espanha e Alemanha, uma Igreja rival, conhecida como Cataristas.
2.1 – Possuía organização, ministério, culto e sacramentos próprios.
2.2 – Pregavam que a matéria era criada por Satanás e que cristo não teve um corpo material.
2.3 – O caminho para a santidade era fugir do poder da carne, negando os seus desejos ou fugindo deles através do suicídio.

3. Valdenses, foi outro movimento pré-reforma. Pedro Valdo, na França, foi movido pelo Evangelho de Mateus passa a distribuir seus bens aos pobres. Surge uma Igreja assistencialista.

4. Os lolardos, seguidores de John Wicliff, conhecidos como os sacerdotes pobres, tiveram grande influência na Inglaterra contra o catolicismo e pregando um Evangelho mais bíblico.

5. Vários outros movimentos surgiram como protesto aos caminhos doutrinários e eclesiológicos da igreja dominante na Idade Média.

C – A Reforma.

1. Martinho Lutero (1483-1546) é conhecido como o grande reformador.
1.1 – Nasceu em Eisleben, Saxônia, Alemanha.
1.2 – De família pobre, estudou direito.
1.3 – Preocupado com a salvação tornou-se monge, vivendo em jejuns, vigílias, flagelações e penitências.
1.4 – Em visita a Roma frustrou-se com a ostentação e riqueza do clero.
1.5 – Em penitência por seu pai, subiu as escadarias da Catedral de St Louis, e em certo momento questionou consigo mesmo: ‘Quem sabe se tudo isso é verdade...’.
1.6 – Com seus 25 anos Lutero entendeu a doutrina da salvação pela graça ao ler o texto de Rm. 1.16-17.
1.7 – Em 31 de outubro de 1517, afixou na porta da Capela de Wintemberg, as conhecidas ‘95 Teses’ dando início à Reforma Potestante.

2. Grandes estadistas, políticos e empresários da época se volveram para que a Reforma chegasse ao seu êxito.

3. A Reforma, contudo, não pode ser vista apenas como um movimento político e religioso do século XVI, mas sim como uma realidade a acontecer na vida de cada cristão.

4. Deus sempre esteve às voltas com a reforma de sua Igreja e desde os tempos bíblicos levantou homens que foram profetas da Reforma.


II – A REFORMA DE NOSSAS VIDAS É UMA AÇÃO HISTÓRICA CICLICA.

a – O projeto de Deus é Reforma.

1. Desde a Queda, e mesmo antes dela, Deus já estava envolvido em um projeto de reforma da raça humana atingida pelo pecado.

2. Embora o indivíduo possa se realizar no campo profissional, na área social ou familiar, o cristão é um indivíduo insatisfeito consigo mesmo.

b – Todo cristão verdadeiro é chamado a viver em reforma.

1. As exortações apostólicas nos conduzem sempre a um inconformismo com o estado atual do mundo e de nós mesmos em direção a uma vida mais condizente com o santo Evangelho de Jesus Cristo.
1.1 – Rm. 12.2 ‘Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus’.

2. O verdadeiro cristão sempre está de volta, em arrependimento e novos começos, tendo muitas vezes uma experiência espiralada e cíclica.

3. As imperfeições dos homens, as impurezas do pecado, as intromissões e ingerências de Satanás no meio da Igreja a deteriorarão, a menos que esteja sempre se cuidando, se limpando e se reformando.


III – A REFORMA DE NOSSAS VIDAS PROJETA-SE PARA SER COMPLETADA NO FUTURO.

a – A reforma não pode parar.

1. Muitos foram os motivos, distorções e erros cometidos pela Igreja no decurso de sua história, fazendo-se necessária à Reforma Protestante, ocorrida no século XVI.

2. Assim como aconteceram reformas nos períodos bíblicos, aconteceu a reforma na Idade Média, e é preciso continuar acontecendo reformas no meio do povo de Deus.

3. A partir da Reforma do séc. XVI muita coisa mudou para melhor, e também muita coisa também mudou para pior.

b – A Reforma como tarefa inacabada.

1. A Igreja precisa de reforma hoje?
1.1 – Reforma na Igreja implica em reforma na vida de seus membros.
1.2 – Você estaria disposto?
1.3 – Há o que reformar em sua vida?

2. Até a volta de Jesus a reforma precisa continuar, sempre nos conduzindo de volta às Escrituras Sagradas.


CONCLUSÃO: Somos chamados a continuar a reforma: ‘não vos conformeis... transformai-vos’.

Legado que a reforma nos deixou: ‘Ecclesia reformata et semper reformanda est’ (Igreja reformada, sempre se reformando).

Pode-se simplificar a fórmula ao mínimo denominador comum: Cristão reformado, sempre se reformando.

Continue a reforma, meu irmão!

sábado, 25 de agosto de 2012

A POSIÇÃO OFICIAL DA IPB SOBRE O DOM DE LÍNGUAS


OBJETIVO: Apresentar a posição oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil para que tenhamos unidade.

INTRODUÇÃO: O que diz oficialmente a IPB? Esta explanação é transcrição ipsis verbis de parte da Carta Pastoral do Supremo Concílio da IPB, promulgada para a Igreja em 1996 .


I – AS LÍNGUAS E O BATISMO COM O ESPÍRITO.

1. Aprouve a Deus que o batismo com o Espírito Santo, ocorrido no dia de Pentecoste, como um evento histórico-escatológico crucial, fosse marcado por manifestações especiais, como o som de vento impetuoso, línguas de fogo e o falar em línguas estrangeiras.

2. Todas as manifestações estavam ligadas ao processo de universalização do Evangelho, segundo At 1.8, e pertenceram, assim, como sinal do cumprimento da promessa do Espírito.

3. Alguns têm entendido e afirmado que as línguas são a evidência inicial mais importante do batismo com o Espírito Santo.
3.1 – Essa afirmação baseia-se principalmente nas narrativas do livro de Atos em que o batismo com o Espírito Santo é seguido pelo falar em línguas.
3.2 – Entretanto, o livro de Atos igualmente relata várias outras ocasiões, que podem ser descritas como “batismo com o Espírito Santo” em que as línguas não aparecem.
a) A conversão dos três mil no dia do Pentecoste.
b) O caso dos Samaritanos.
c) A conversão de Saulo.

4. Em nenhum lugar do Novo Testamento as línguas são mencionadas como a evidência normal do batismo com o Espírito Santo, ou da Sua plenitude, para os crentes, após o Pentecoste.
4.1 – A evidência inconfundível da plenitude espiritual, segundo Paulo, é o fruto do Espírito.
4.2 – Portanto, o falar em línguas não deve ser considerado como a evidência de nenhuma destas duas experiências.

II – A NATUREZA DAS LÍNGUAS.

1. Quanto à exata natureza das línguas faladas miraculosamente no Novo Testamento, devemos buscar indícios nos relatos do livro de Atos e na primeira carta de Paulo aos Coríntios.

2. O Evangelho de Marcos (16.9-20) traz o falar “novas línguas” como um dos sinais que haveriam de acompanhar os que crêem (v. 17).
2.1 – Alguns têm sugerido que as “novas línguas” ali mencionadas se referem a um novo tipo de línguas, diferente da linguagem humana.
2.2 – Entretanto, o adjetivo κάινος (kainos = “novo”), empregado na expressão, não significa necessariamente “um novo tipo”, mas simplesmente algo que é novidade.
2.3 – O sentido natural seria o de falar línguas até o momento ainda não faladas pelos que criam, e portanto, uma novidade para eles.

3. A palavra traduzida como “línguas,” aqui, e em todo o Novo Testamento, é a palavra normal em grego para linguagem humana, γλωσσα (glôssa).

4. Parece evidente que as línguas descritas em Atos 2 eram idiomas humanos conhecidos pelos ouvintes presentes por ocasião do Pentecoste.

5. A declaração de Lucas em At 2.4 deixa pouca dúvida de que o milagre foi o de os apóstolos falarem em outras línguas que não as suas próprias, e não, como alguns têm sugerido, o de os presentes ouvirem em suas próprias línguas.
5.1 – O fenômeno, pois, foi dictivo, e não auditivo.
5.2 – Não há qualquer indício de que as línguas faladas nas demais ocasiões mencionadas em Atos fossem de natureza diferente.

6. Em At 2.6,8,11 se referem às línguas maternas dos que as ouviram naquela ocasião, das quais quatorze são citadas por Lucas.
6.1 – Portanto, fica claro que eram línguas estrangeiras, e não “estranhas”.
6.2 – A expressão “línguas maternas” em At 2.8, literalmente “no nosso próprio dialeto em que fomos nascidos”, reforça este ponto.

7. O adjetivo έτερος (héteros) “outro” expressa a ideia de um outro item de uma mesma série, sem a conotação de que se trata de algo diferente em sua essência.
7.1 – “do outro barco” (Lc 5.7).
7.2 – “outro dos discípulos” (Mt 8.21).
7.3 – “outra (passagem da) Escritura” (Jo 19.37).

8. O adjetivo “estranha”, colocado pelos tradutores da versão Almeida Revista e Corrigida após γλωσσα (glôssa), na passagem de 1 Co 14, não aparece no texto grego, e certamente tem contribuído para difundir a ideia errônea de que o fenômeno tinha a ver com línguas misteriosas, intraduzíveis e estáticas.

9. Alguns têm apontado para a expressão “outras línguas,” que ocorre várias vezes em 1 Co 14, como indício de que se trata de línguas diferentes dos idiomas humanos.
9.1 – A palavra “outras” não ocorre no original grego, tratando-se de uma interpretação dos tradutores para o português.

10. Alguns apelam para 1 Co 14.2 para apoiar a ideia de que Paulo está lidando em 1 Coríntios com um fenômeno distinto de At 2.4-11.
10.1 – O texto afirma que “quem fala em língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistério”.
10.2 – Para os que o ouvem, o sentido é desconhecido. Portanto, é um mistério.
10.3 – Este seria o efeito se alguém falasse em um idioma humano completamente desconhecido dos seus ouvintes. Neste sentido, ele fala não aos homens, mas a Deus.

11. A palavra grega traduzida em 1 Co 14.2 como “língua” é γλωσσα (glôssa), que é a palavra usada comumente para “linguagem” ou “idioma”, que ocorre também em Atos.

12. Além disto, devemos ainda notar que “falar mistérios” pode também significar “falar um mistério divino ainda não revelado” (ver 1 Co 2.7).

13. A expressão “gemidos inexprimíveis” em Rm 8.26, semelhantemente, não pode ser tomada como referência ao dom de línguas, mas sim como referência à intercessão do Espírito pelo crente.

14. Caso as línguas faladas em Corinto, ou em qualquer outra igreja neotestamentária, fossem diferentes das faladas em Atos, esperar-se-ia que o apóstolo Paulo, ou outro escritor do Novo Testamento, estabelecesse a diferença em seus escritos.

15. O silêncio de Paulo sobre a natureza das línguas, em sua primeira carta aos Coríntios, revela que o apóstolo está assumindo que seus leitores, vivendo alguns anos após o Pentecoste, estavam a par do que ocorrera naquela ocasião.

16. À luz do precedente estabelecido em Atos, torna-se mais natural supor que as línguas de Corinto eram, como em Atos, idiomas humanos.

17. As línguas mencionadas em Corinto e no resto do Novo Testamento são um único e mesmo fenômeno.

18. Em nenhum lugar a Escritura fala de dois dons de línguas distintos, e nem existem indícios inegáveis nas mesmas que nos obriguem a crer na existência de dois fenômenos distintos.

III – O PROPÓSITO DAS LÍNGUAS.

a – Evidenciar a Universalidade da Graça.

1. As línguas mencionadas no livro de Atos ocorreram por ocasião da descida do Espírito Santo:
1.1 – Sobre judeus (2.1-13).
1.2 – Sobre gentios que eram simpatizantes do judaísmo (10.44-46; 11.16-17).
1.3 –Sobre discípulos de João Batista (19.1-7).

2. Elas funcionaram como evidência externa da descida do Espírito sobre estes diferentes grupos, refletindo o progresso do Evangelho a partir dos judeus, passando por grupos intermediários até alcançar, finalmente, os gentios, conforme Jesus determinou em At 1.8.

3. Podemos concluir que, como evidência do cumprimento das diferentes etapas do Pentecoste, as línguas cessaram.

b – Sinal do Juízo de Deus sobre os incrédulos.

1. É importante ainda notar que as línguas serviram como sinal do juízo de Deus sobre os descrentes.

2. Escrevendo aos Coríntios sobre o propósito das línguas, Paulo afirma: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas constituem um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos” (1 Co 12 14.20-22).

c – Edificação da Igreja.

1. Em sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo enfatiza a edificação da Igreja como sendo o propósito de todos os dons espirituais.

2. As línguas, portanto, onde não entendidas, e sem interpretação, eram proibidas por ele, visto que não traziam edificação aos que as ouviam.
2.1 – Seu uso individual particular tampouco foi encorajado pelo apóstolo.
2.2 – Alguns, baseando-se em 1 Co 14.4, têm argumentado que as línguas também foram dadas para a edificação individual do que fala.
2.3 – A passagem, entretanto, não autoriza o uso em particular do dom para proveito apenas do que fala, já que os dons são dados para o benefício de todos os membros da Igreja (ver 1 Pd 4.10; 1 Co 12.7,25; etc.).

3. Embora admitindo o orar e o cantar em línguas, Paulo expressa que é melhor orar e cantar também com o entendimento (14.15).

4. A preferência do apóstolo inspirado, “prefiro falar na Igreja cinco palavras com meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua” (14.19), claramente demonstra que as línguas ocupam lugar absolutamente secundário nas reuniões do povo de Deus.

5. Mesmo não proibindo, ele desencoraja o seu uso (1 Co 14.39-40). Portanto, mesmo os que rejeitarem a argumentação sobre a natureza das línguas, certamente deverão levar em conta a argumentação sobre o propósito por excelência dos dons: a edificação da Igreja.


CONCLUSÃO: Línguas referem-se a um idioma humano.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Dom de Variedade de Línguas


Rev. Emiliano

Introdução

Não se pretende aqui um estudo exaustivo, contudo, mais próximo ao devocional, no intuito de oferecer acessibilidade às ovelhas sob meu pastoreio.
Segundo o conceito Bíblico, o verdadeiro dom é a faculdade sobrenatural de falar em línguas estrangeiras [das nações] sem tê-las aprendido (I Co 14:11, 21). Consiste, portanto, em se expressar em uma ou mais línguas, peculiares às nações daqui da terra.

Conceituação

Conforme Ernesto Bozzano, pesquisador da metapsíquica, informa, na Introdução de seu livro Xenoglossia, que o termo foi criado pelo fisiologista Charles Robert Richet para identificar o fenômeno no qual pessoas falam em línguas que eles e, geralmente, o público presente ignoram, porém que se tratam de línguas existentes hoje ou que existiram no passado. A necessidade de criação do termo foi devida ao termo Glossolalia, então já existente, não ter a restrição de a língua falada ou escrita no fenômeno observado ser uma língua real, existente hoje ou no passado . Define-se aqui, de modo sucinto os dois termos: Xenoglossia é a capacidade sobrenatural de se falar línguas estrangeiras desconhecidas; enquanto que Glossolalia é a faculdade de se pronunciar linguagem ininteligível, em sons inarticulados e desconexos. Na Bíblia o primeiro fenômeno, a Xenoglossia, é conhecida e demonstrada nos livros de Atos e Coríntios.
Vê-se a luz de sérios estudos que a Glossolalia é falada por Pentecostais; Protestantes; Católicos Carismáticos também buscam e pratica a glossolalia; os Mórmons, também falam línguas estranhas. Joseph Smith, o fundador, ensinava os seus seguidores a ‘falar em línguas’. A Glossolalia também aparece entre religiões não cristãs: A profetiza de Delphi, perto de Corinto, falava línguas no século I e, conforme Plutarco, havia intérpretes presentes para explicar as suas palavras incoerentes; nas religiões pagãs de vários países da África, as línguas estranhas são comuns; a mesma coisa acontece na Groenlândia, bem como no Haiti e outros países ocidentais; no Budismo, no Xintoísmo, e entre os seguidores de Maomé, há línguas; no Espiritismo, tão popular no Brasil, também aparecem línguas estranhas. Verifica-se, portanto, que ‘falar em línguas’ não é coisa exclusivamente cristã; é comum a quase todas as religiões do mundo. Pode-se ir mais longe ainda e afirmar que não está limitado à religião; aparece muitas vezes em certas doenças de origem nervosa. Se isto é o dom do Espírito Santo, como explicar sua aparição em seitas heréticas ou religiões não cristãs?

Fundamentação Pentecostal genéria

Em algumas edições da Bíblia Sagrada na versão Almeida, usou-se inadequadamente o termo ‘língua estranha’. O termo vem grafado em itálico, significando que o mesmo não se acha no texto original (grego). Nas versões mais recentes a expressão foi corrigida para ‘outras línguas’ (Atos 2:1-13; I Co 12:10, 28; 14:6-11, 18, 21).
Os pentecostais insistem que as línguas se referem a um tipo de idioma do céu, supostamente a língua dos anjos. O único texto no qual baseiam sua teoria é a passagem de 1 Coríntios 13.1: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”. Simon Kistemaker, profundo conhecedor dos originais, afirma ‘não sabemos que linguagem sobrenatural os anjos falam'. John MacArthur Jr., ensina diz que Paulo ‘estava usando uma hipérbole – um exagero – a fim de ressaltar um fato’. Em toda a Bíblia, sempre que os anjos aparecem falando, eles se comunicam com as pessoas em termos humanos (Gn. 16.9-11; Nm. 22.32, 35; 1 Re. 13.18; 19.5, 7; Is. 6.3; Zc. 1.12-19; Mt. 1.20; 2.13, 19-20; 28.5; Lc. 1.11-13; At. 1.10, 11).
A fundamentação pentecostal é insustentável. É inconsistente a afirmação de que o moderno ‘dom de línguas’ seja a elocução de idiomas angelicais. Ao contrário, os adeptos dos citados movimentos entendem que o dom de língua consiste no balbuciar desconexo de uma espécie de palavras e sons incoerentes e sem sentido, proferidas em estado de êxtase espiritual, como se fossem línguas estranhas, misteriosas e completamente desconhecidas pelos homens, somente inteligíveis, segundo eles, por quem esteja carismaticamente preparado para sua interpretação.
Após minuciosos e exaustivos estudos realizados sobre gravações dessa fala atabalhoada, eruditos linguísticos chegaram à conclusão que ela não tem qualquer base de linguagem, pois não apresentam nenhuma estrutura ou regra gramatical, características de um idioma. Por conseguinte, as chamadas ‘línguas estranhas’ apregoadas pelos modernos glossolalistas como sendo línguas desconhecidas (língua dos anjos), são apenas uma forma de ‘fala extática’, formada pela emissão confusa e repetida de sílabas e sons em estado de êxtase, porém totalmente desconexos e ininteligíveis (I Co 14:9). Muitas vezes esses fenômenos são acompanhados de gritos, piados, grunhidos, uivos, batidas de pé, tremores, convulsões e outras manifestações físicas anormais e completamente descontroladas, que também não se harmonizam com as normas bíblicas de decência, ordem e auto-controle (I Co 14:28, 30, 32, 33, 40; Gl 5:22, 23).

Doutrina Presbiteriana reformada

A Igreja Presbiteriana do Brasil em sua Carta Pastoral, ressalta: ‘Os versos de At 2.6,8,11. Estes versículos se referem às línguas maternas dos que as ouviram naquela ocasião, das quais quatorze são citadas por Lucas. Portanto, fica claro que eram línguas estrangeiras, e não ‘estranhas’. A expressão ‘línguas maternas’ em At 2.8, literalmente, th idia dialektw hmwn en egennhqhmen, ‘no nosso próprio dialeto em que fomos nascidos’, reforça este ponto. O uso de (heteros) eterov, ‘outras’ por Lucas em At 2.4 (‘começaram a falar noutras línguas’) não fornece apoio decisivo para a sugestão de que as línguas faladas em Pentecoste eram de um gênero diferente, e que, portanto, não eram idiomas humanos. O adjetivo (heteros) eterov, ‘outro’ frequentemente expressa a ideia de um outro item de uma mesma série, sem a conotação de que se trata de algo diferente em sua essência. Por exemplo, ‘do outro barco’ (Lc 5.7), ‘outro dos discípulos’ (Mt 8.21), ‘outra (passagem da) Escritura’ (Jo 19.37)’. Estes argumentos, se tomados juntamente com o precedente em Atos, constituem-se em indício importante de que as línguas mencionadas em Corinto e no resto do Novo Testamento são um único e mesmo fenômeno. Em nenhum lugar a Escritura fala de dois dons de línguas distintos, e nem existem indícios inegáveis nas mesmas que nos obriguem a crer na existência de dois fenômenos distintos.
Segundo as Escrituras Sagradas, os dons espirituais, inclusive o de línguas, são dados por Jesus espontaneamente, a cada um como Ele quer e para o que for útil à Igreja, segundo a sua soberana vontade e seus propósitos e não segundo o desejo do homem (I Co 12:7-11, 18, 28-31 ; Ef 4:8, 11). Ele dispõe os membros do Seu Corpo - a Sua Igreja - de forma conveniente, como lhe apraz, dotando-os com dons espirituais que se fizerem necessários para o perfeito e harmonioso funcionamento de todo o organismo (I Co 12:11-13; Rm 12:4-8; Ef 4:3-6).
O que encontramos em Atos 2 é o fenômeno da ‘xenoglossia’, que é a capacidade de falar línguas estrangeiras desconhecidas. Assim registra o Dr. Lucas: ‘Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem... E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?... tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?’ (At. 2. 4, 8, 11). Nestes versículos, duas palavras intercambiáveis são usadas para traduzir ‘línguas’: ‘glossa’ (glossa) e ‘dialeto’ (dialektw). A palavra ‘glossa’ (glossa) diz respeito a ‘língua, discurso, conversa, idioma, linguagem, linguagem não familiar, nação, definida por sua linguagem ou idioma’. Simon Kistemaker diz que, ‘a palavra língua equivale ao conceito de idioma falado’. Já o termo ‘dialetos’ (dialektw) significa ‘discurso, maneira de falar, linguagem peculiar de uma nação, dialeto, idioma vernáculo’. Kistemaker sobre esse termo afirma:
A língua é o veículo de comunicação que, para cada pessoa, é a sua língua materna. Quando os estrangeiros residentes em Jerusalém ouvem o idioma que aprenderam no país onde nasceram e foram criados, eles ficam completamente pasmos. As barreiras linguísticas que embaraçam a comunicação eficaz são removidas quando o Espírito Santo capacita os crentes a transmitirem a revelação de Deus em vários idiomas.
Os modernos pentecostais procuram avidamente falar nas chamadas ‘línguas estranhas’ persuadidos por falsos conceitos a esse respeito, tomando a iniciativa para alcançar essa tão almejada experiência espiritual, chegando até a formular instruções e recomendar métodos de auto-sugestão para facilitar a sua realização, contrariando assim os critérios bíblicos.
Deus criou o homem com inteligência e certamente só aceitará a sua adoração e o seu louvor quando prestado espontaneamente, no pleno domínio de suas faculdades mentais, e não ‘fora de si’ em estado de histeria, hipnose ou êxtase espiritual, dirigido por forças ou poderes estranhos, sem saber o que faz ou o que diz.
As línguas faladas no dia de Pentecostes eram idiomas humanos estrangeiros. Não eram idiomas angelicais, nem expressões estáticas sem sentido.
Segundo o conceito pentecostal, aquele que estiver falando em ‘línguas estranhas’, a sua mente, seu intelecto e sua compreensão permanecem aquiescentes, em estado de transe, sem entender [ou saber] o que está dizendo ou fazendo, sob o domínio de ‘uma força estranha’, à semelhança de um ‘médium espírita’ (esperando, talvez, que mais tarde um irmão lhe diga o que aconteceu).
Sempre ligado ao dom de línguas, está o dom de ‘interpretação de línguas’ (I Co 12:10, 30; 14:5, 26, 28), que é a capacidade divinamente dada de traduzir para o idioma da congregação o que fora dito em idioma estrangeiro (I Co. 14:9-11).
As Escrituras Sagradas proíbe que se fale em outra língua na congregação, se não houver um intérprete presente (I Co. 14:28), pois ninguém entenderia o que se dissesse, consequentemente, a ordem ‘não proibais’ do versículo 39 está sujeita à condição anteriormente estabelecida no versículo 28. É evidente que não há necessidade de intérprete quando se fala em idioma estrangeiro, porém peculiar aos ouvintes, pois todos o entenderiam. Isto é como se eu, falando o português, estivesse participando de um culto na Inglaterra, por exemplo!
Em experiências realizadas por estudiosos desses fenômenos, foi constatado que a mesma fala extática teve interpretações diferentes, o que invalida a sua autenticidade.
O regulamento Bíblico que diz: ‘não havendo intérprete, fique calado na igreja’, (I Co 14:28), indicando que o genuíno dom de línguas é controlável pela pessoa que o possui, pois só o exerce em plena consciência, no momento oportuno e quando tem conhecimento que há um intérprete presente capaz de traduzir as suas palavras para o idioma compreensível pela congregação.
O movimento moderno de línguas tem violado continuamente esse regulamento que é mandamento do Senhor (I Co 14:37). Porquanto a fala extática é ininteligível e, portanto, sem interpretação.
A teoria pentecostal fica mais fragilizada ainda ao se observar que a natureza do dom de línguas exercido em Corinto é a mesma de Atos dos Apóstolos: ‘a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las’. (1 Co. 12.10). O nome do dom – variedade de línguas – aponta para a natureza do dom. Observe-se o seguinte nesse versículo: 1) novamente, a palavra usada para ‘línguas’ é ‘glossa’ (glossa), referente a idiomas; 2) existe uma distinção entre as línguas. O termo ‘variedade’ – ‘genê’ (genh), que significa ‘espécies, variedade, gêneros’. ‘As línguas eram distintas porque eram idiomas falados que podiam ser diferenciados’. Comentando o termo ‘gene’ (genh) o Dr. Brian Schwertley afirma o seguinte: ‘Existem várias famílias de línguas no mundo – semítica, eslava, latina, etc. todas elas têm uma coisa em comum, elas possuem um vocabulário definido e construção gramatical’. Então, conclui-se que Paulo certamente não podia ter misturado línguas estrangeiras conhecidas com expressões desconhecidas e estáticas colocando-as sob uma mesma classificação. Elas simplesmente não têm nenhuma relação entre si’. Assim sendo, literalmente, o versículo 10 de 1 Coríntios 12 diz o seguinte: ‘a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, diferentes variedades de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las’.
Os fenômenos de falar línguas estrangeiras, constantes dos relatos bíblicos, destinam-se a marcar o cumprimento de profecias e da promessa de Jesus aos seus discípulos capacitando-os para poderem disseminar o Evangelho (Jo 14:16, 17, 26; Lc 24:49; I Co 14:21, 22).
As Escrituras Sagradas afirma que todos os salvos foram ‘batizados no Espírito Santo’ (I Co 12:13, Ef 1:13), mas que nem todos falam línguas (I Co 12:30). Há inúmeros exemplos de personagens bíblicos que foram ‘cheios do Espírito Santo’ e não falaram línguas (Sl 51:11; Is 61:1; Mq 3:8; Lc 1:41; 2:25-27; Atos 6:5-8; 11:24; et all). O próprio Jesus não falou em ‘línguas estranhas’. Será que Ele não possuía o Espírito Santo?
As passagens bíblicas referentes ao revestimento, enchimento ou plenitude do Espírito Santo, que devemos almejar continuamente, não indicam a glossolalia como a sua evidência necessária, mas outros resultados e qualidades espirituais que manifestam aquele estado (Ef 5:18-21; 4:11-13; Gl 5:22, 23; I Co 6:11; Atos 4:31; 5:32; Jo 14:16, 17; 16:13).
Nosso argumento de que o termo ‘glossa’ (glossa) se refere a idiomas estrangeiros é apoiado ainda pela palavra grega utilizada por Paulo quando ele diz que ‘línguas’ devem ser interpretadas: ‘a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las’ (1 Co. 12.10); ‘Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro interpretação. Seja tudo feito para edificação... Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus’ (1 Co. 14.26, 28). A palavra hermeneia (ermeneia) significa ‘interpretação’. Quando a palavra hermeneia (ermeneia) não é utilizada para descrever a exposição das Escrituras, ela simplesmente significa ‘traduzir o que foi falado ou escrito em uma língua estrangeira’. Palmer Robertson diz que, ‘as línguas de 1 Coríntios 14 eram traduzíveis, o que se sugere que eram idiomas estrangeiros’.
É provável que algumas dessas manifestações seja de origem psicológica, motivadas pela intensa excitação dos sentimentos, por um ambiente fortemente emotivo, capaz de atuar em maior grau, de acordo com a compleição psíquica de cada indivíduo. Há casos em que essas manifestações são artificiais, simuladas por pessoas que apenas querem acompanhar os outros, por questão de prestígio ou de constrangimento. Há casos também de ingerência, influência ou possessão demoníaca. O crente coloca-se numa posição particularmente vulnerável quando é persuadido a suspender toda a atividade mental e a entregar a sua vontade à uma inteligência invisível, que presume ser o Espírito Santo. O moderno movimento de línguas reflete confusão e ignorância quanto à doutrina bíblica.

Normas de controlabilidade.

Aquilo que não se entende não edifica. A xenoglossia diferentemente da glossolalia, podia ser usada em público para a edificação, pois, sendo fala em línguas estrangeiras, era inteligível ao intérprete e, por este, à Igreja em reunião de adoração. O uso deste dom é regulamentado por Paulo com ordenações mandamentais (I Co l4.37,38).

Privacidade.
Quem possui o dom por ele não se privilegia nas reuniões litúrgicas, mas pode utilizá-lo em sua comunhão privativa com Deus, evitando exibições públicas.

Edificação.
A norma geral para todos os dons carismáticos é a edificação (I Co l4.7,12,25-26). Como o conteúdo edificador do dom de línguas é nulo para a comunidade (I Co l4.4), Paulo evitou usá-la, preferindo falar cinco palavras inteligíveis a pronunciar dez mil ininteligíveis (I Co l4.l8,l9). Esta preferência por orações e comunicações claras, nítidas, compreensivas, tem sido praticada, seguindo a prática paulina, pela Igreja Presbiteriana do Brasil e por outras co-irmãs históricas. Os bons exemplos devem ser imitados.

Interpretação.
A xenoglossia condiciona-se ao dom da interpretação (I Co l4.27) que, neste caso, é superior ao de línguas, no entendimento paulino, pois, sem o intérprete, impunha-se, imperativamente, o silêncio. Isto deixa patente a dispensabilidade do ‘falar em línguas’ nas assembléias litúrgicas.

Controlabilidade.
O dom de línguas é controlável pelo dirigente do culto, que lhe determina a quantidade de manifestações e lhe estabelece a ordem de execução (I Co l4.27 ). Onde não há controle, não há direção divina, pois ‘Deus não é de confusão’ (I Co l4.33). Veja-se I Co. 14.32: ‘Lembrem-se que uma pessoa que tem uma mensagem de Deus, tem a capacidade de conter-se ou de esperar a sua vez (BV). ‘Quem fala deve controlar o dom de anunciar a mensagem de Deus’ (NTLH).
O apóstolo ensina que deve haver a inconcomitância no exercício (I Co. 14.27):
a) Limitação numérica (... dois ou quando muito três).
b) Limitação na ordem (sucessivamente).
c) Limitação no exercício (... haja quem interprete ... senão, fique calado...).

O silêncio das mulheres.
‘Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas’ (I Co l4.34). Notem bem, Paulo não manda a mulher calar-se fora da Igreja, mas nela, nas assembléias litúrgicas. A mulher não foi chamada por Deus para operar nos cerimoniais do culto vetotestamentário, mas isto não impedia que o Espírito Santo se utilizasse dela nos ministérios proféticos externos ao templo. Profetisas foram: Miriã (Ex 25.20), Débora (Jz 4.4), Hulda (II Rs 22. l4) e Ana (Lc 2.36). De igual modo podiam profetizar na implantação da Igreja, na formação do cânon neotestamentário (I Co 11.2 cf At 21.9). Israel não possuía profetisas cúlticas, oraculares, pois excluídas estavam as mulheres da ordem sacerdotal. Os três ofícios fundamentais da Igreja, por decisão divina, são destinados a homens: Apóstolos, profetas e mestres. O Novo Testamento, acompanhando o Velho, não registra ministério feminino de apóstolas, pastoras e presbíteras. Por ser a mulher mais mística que o homem, proibi-la de falar significava reduzir consideravelmente a incidência de línguas extáticas no culto. Com as normas paulinas a glossolalia coríntia ficou contida dentro de limites aceitáveis e subordinada a regras preordenadas, que não são respeitadas hoje pelos glossolálicos modernos.

Conclusão à Luz da Carta Pastoral da IPB

A Igreja Presbiteriana do Brasil promulgou e difundiu para todas as Igrejas uma Carta Pastoral na qual estabelece nossa posição como presbiterianos sobre o assunto em tela. Uma das conclusões apresentadas na Pastoral versa da seguinte forma: ‘Quanto às línguas mencionadas por Paulo na sua primeira carta aos Coríntios, embora sua exata natureza seja de mais difícil interpretação, não há qualquer evidência exegética, teológica, ou histórica, de que fossem diferentes do precedente estabelecido em Atos, ou seja, dos idiomas falados no Pentecoste. Alguns têm apontado para a expressão ‘outras línguas’ que ocorre várias vezes em 1 Co 14, como indício de que se trata de línguas diferentes dos idiomas humanos’.

RECOMENDAÇÕES AOS CONCÍLIOS E IGREJAS

À luz do exposto acima sobre os dons de línguas e profecia, a Igreja Presbiteriana do Brasil, partindo de uma hermenêutica baseada não na experiência individual, mas nos princípios da sua tradição reformada, e sobretudo no entendimento que as Escrituras dão de si mesmas e na busca da iluminação do Espírito, faz as seguintes recomendações aos seus concílios, pastores, oficiais e membros da Igreja:
1. A doutrina do batismo com o Espírito Santo, como uma "segunda bênção" distinta da conversão, não deve ser ensinada e nem propagada pelos pastores ou membros nas comunidades, por ser biblicamente equivocada.
2. Os concílios e igrejas locais devem tratar com amor e paciência os pastores e membros das igrejas presbiterianas que professam ter sido batizados com o Espírito Santo, numa experiência distinta da conversão, e devem pastoreá-los e instruí-los na Escritura e na doutrina reformada, para que sejam corrigidos quanto a este modo de crer, e para que demonstrem o fruto do Espírito, que é o sinal inequívoco de toda atuação verdadeira do Espírito.
3. Todo ensino sobre as línguas e profecias que entende a prática moderna como uma experiência revelatória, isto é, uma experiência na qual nova revelação é recebida, é contrário ao caráter final da revelação bíblica e à autoridade das Escrituras como única regra de fé e prática.
4. Todo ensino sobre as línguas e profecias que entende estes fenômenos como um sinal do batismo com o Espírito é contrário à Escritura, bem como todo ensino que vê as línguas e profecias como sinal de espiritualidade.
5. Toda prática do fenômeno das línguas e de profecias que cause divisão e dissensão dentro do Corpo de Cristo, e que não resulte em instrução e ensino em língua conhecida, é contrária ao propósito dos dons do Espírito, que é a edificação da Igreja.
6. Toda prática do fenômeno das línguas e de profecias que não siga as orientações de 1 Co 14.27-28, é contrária ao ensino bíblico e deve ser rejeitada, constituindo-se em desobediência à vontade revelada de Deus. Ou seja, que falem somente dois, ou no máximo três, cada um por sua vez, e que haja intérprete (depreende-se que Paulo se refere a outra pessoa que não o que falou em línguas).
7. A base para as nossas formulações doutrinárias é a Escritura, e não as experiências individuais — por mais emocionantes e preciosas que elas sejam. Portanto, a Igreja recomenda o estudo sério de todos os fenômenos e experiências, à luz da Palavra da Deus.
8. A Igreja recomenda que os Concílios estudem esta Pastoral e que cultivem o diálogo com a Comissão Permanente de Doutrina.

Soli Deo Glori
Rev. José Emiliano da Cunha


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

QUAL A MISSÃO DA IGREJA?



I Pe. 2.9

OBJETIVO: Ensinar que a missão precípua da Igreja é proclamar o ser de Deus.


INTRODUÇÃO: Qual é a missão [tarefa] da Igreja?
William Temple disse que ‘A Igreja é a única sociedade cooperativa no mundo, que existe em benefício dos que não são membros’.
Dietrich Bonhoeffer , teólogo alemão, afirmou que ‘A Igreja só é Igreja quando o é para os de fora’.
A razão de ser da Igreja se encontra no propósito de anunciar o evangelho e discipular os convertidos [ensinar a ser seguidores de Jesus].


CONTEXTO: O apóstolo Pedro escreve suas cartas para as Igrejas da região da Ásia Menor no intento de motivá-las na missão, apesar de sofrer oposição.


TRANSIÇÃO: O Rev. Ricardo Agreste, autor do livro ‘Igreja: tô fora!’ diz que ‘a Igreja se tornou em uma associação religiosa dedicada a organizar atividades de entretenimento e cultura de seus associados’. Quero refletir nesta oportunidade sobre o tema: QUAL A MISSÃO DA IGREJA?


I – A MISSÃO DA IGREJA IMPLICA EM ANUNCIAR O SER DIVINO.

a – O fim principal do homem.

1. A Confissão de Fé de Westminster afirma: ‘O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre’.

2. Deus criou o ser humano para O glorificar de forma inteligente e consciente.

3. Glorificar a Deus é viver de tal forma que todo o viver do indivíduo com todas as atitudes e comportamentos honrem o Criador.

4. Um viver com esta qualidade resulta na mais realizada e feliz forma de vida aqui neste mundo.

b – O fim principal da Igreja.

1. O apóstolo Paulo ensina que a finalidade precípua da Igreja não se distancia nem se divorcia da finalidade do homem, pois a Igreja é o povo resgatado do pecado.

2. Se a finalidade da existência do homem é por a glória de Deus em evidência, a da Igreja é a mesma.
2.1 – Ef. 3.7,10 ‘Deste evangelho me tornei ministro pelo dom da graça de Deus, a mim concedida pela operação de seu poder... A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais’.

3. O apóstolo Pedro declara explicitamente a mesma coisa a respeito da missão da Igreja.
3.1 – I Pe. 2.9 ‘Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz’.

4. A Igreja só é Igreja quando proclama e anuncia Quem é o seu Deus e Senhor.


II – A MISSÃO DA IGREJA IMPLICA EM ANUNCIAR A CONDIÇÃO HUMANA.

a – A condição humana diante do pecado.

1. O ser humano não é um ser ‘humano’ na plenitude da humanidade para a qual ele foi criado.

2. Na Queda o ser humano teve a experiência de ser desumanizado e assim, deixou de ser plenamente humano.

3. O que era então uma experiência só dos demônios tornou-se também uma experiência dos humanos.

4. Na condição de humanos demonizados o ser humano tornou-se desumanizado, e assim, a vida humana já não é mais humana, mas desumana e insana.

5. O pecado nos rouba a humanidade e nos oferece a insanidade. Todo tipo de doenças e distorções passaram a fazer parte da desumana vida humana.
5.1 – Is. 1.4-6 ‘Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade! Raça de malfeitores, filhos dados à corrupção! Abandonaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel e o rejeitaram. Por que haveriam de continuar a ser castigados? Por que insistem na revolta? A cabeça toda está ferida, todo o coração está sofrendo. Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são; somente machucados, vergões e ferimentos abertos, que não foram limpos nem enfaixados nem tratados com azeite’.

6. A missão da Igreja anuncia nossa condição diante do pecado como seres desumanizados e enfermos e sujeitos à corrupção e desgraças oriundas do pecado.

b – A condição humana diante de Deus.

1. Se nossa situação diante do pecado é de enfermidade e de desumanidade, qual é então nossa condição diante de Deus?

2. As Escrituras Sagradas nos situam diante de Deus como mortos espirituais desgarrados de Deus, entregues à todo tipo de expressões pecaminosas.
2.1 – Rm. 3.10-17 (BV) ‘Tal como as Escrituras afirmam: Ninguém é bom - ninguém no mundo inteiro é inocente. Ninguém jamais seguiu realmente as veredas de Deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo. Todos se desviaram; todos caíram no erro. Ninguém, em parte alguma, fez só o que é direito durante toda a sua vida nem uma só pessoa. O que falam é abominável e tão sujo quanto o mau cheiro de uma sepultura aberta. Suas línguas estão cheias de mentiras. Tudo o que dizem tem o ferrão e o veneno de serpentes mortíferas. Suas bocas estão cheias de maldição e de amargura. Estão prontos para matar, odiando qualquer um que não concorde com eles. Por onde quer que vão, eles deixam a miséria e o transtorno atrás de si. Nunca chegaram a saber o que é sentir-se seguro e desfrutar as bênçãos de Deus. Não se importam com Deus, nem tampouco com o que Ele pensa deles’.

3. As Escrituras Sagradas nos situam diante de Deus como condenados à morte eterna.
3.1 – Rm. 6.23 (BV) ‘O salário do pecado é a morte, mas a dádiva gratuita de Deus é a vida eterna por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor’.
3.2 – I Ts. 1. 8-9 ‘Ele punirá os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder’.

4. As Escrituras Sagradas nos situam diante de Deus como portadores de uma dívida impagável.

5. As Escrituras Sagradas nos situam diante de Deus como incapazes de realizar a própria salvação.
5.1 – Sl. 49.7-8 (NVI) ‘Homem algum pode redimir seu irmão ou pagar a Deus o preço de sua vida, pois o resgate de uma vida não tem preço. Não há pagamento que o livre’.

6. O ser humano é pecador, destituído da glória de Deus e precisa ser salvo, ou experimentará eterna condenação e sofrerá o furor da justa ira divina.

7. A missão da Igreja inclui anunciar ao pecador seu estado diante do pecado e diante do Senhor Deus Todo Poderoso.


III – A MISSÃO DA IGREJA IMPLICA EM ANUNCIAR A SALVAÇÃO EM CRISTO.

a – A salvação em Cristo é uma oferta do amor de Deus.

1. Por amor às suas criaturas, Deus preparou um plano para salvá-las da triste condição a que o pecado as submeteu.

2. Este plano de salvação custou altos dividendos ao próprio Deus Triúno.
2.1 – O Pai entrega seu Filho amado como pagamento pela pecaminosidade humana.
a) Isto implicaria em que toda a justiça divina seria executada contra seu filho em lugar do pecador.
b) O Pai puniria seu filho com o sofrimento do inferno para poupar o pecador.
2.2 – O Filho se submete a assumir a vida humana para ser o nosso resgatador.
a) Seria encarnado e sujeito aos sofrimentos e limitações humanas.
b) Se entregaria à vergonhosa e horrível morte de cruz e experimentaria o horror da punição divina sobre o pecado.
2.3 – O Espírito Santo assume o compromisso de estar presente neste mundo podre e vil.
a) Aqui Ele tem a tarefa de convencer o pecador de seu estado e levá-lo ao arrependimento.
b) Também acompanha os convertidos durante toda a vida, suportando seus pecados e conduzindo-os sempre de volta ao caminho que agrada a Deus.

3. A salvação em Cristo é a oferta do amor de Deus para a salvação do pecador. A missão da Igreja inclui anunciar esse maravilhoso amor de Deus para resgatar o pecador de sua triste condição.

b – A salvação em Cristo é uma oferta do amor da Igreja.

1. Não existe o cumprimento da missão se a Igreja não ama o pecador perdido e condenado pelo pecado.

2. Compreender a missão da Igreja inclui saber que estamos aqui para anunciar o amor de Deus aos pecadores.
2.1 – I Pe. 2.9 ‘Mas vocês não são assim, pois foram escolhidos pelo próprio Deus, vocês são sacerdotes do Rei, são santos e puros, pertencem ao próprio Deus - tudo isto para que vocês possam mostrar aos outros como Deus os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz’.

3. A Igreja é o povo que ama o perdido com o amor de Deus, desejando intensa e incessantemente a sua salvação.


CONCLUSÃO: Até onde você tem cumprido sua missão?
Você tem aproveitado as oportunidades para anunciar Cristo como a única fonte de salvação aos pecadores?

Dedique sua vida em gratidão à tão grande salvação conquistada por Jesus na cruz do Calvário.

Anuncie o ser maravilhoso de Deus.
Anuncie o amor de Deus.
Anuncie Jesus.

O NANISMO ESPIRITUAL É POSSÍVEL NA VIDA DO CRISTÃO?


Hb. 5.11-14


OBJETIVO: Ensinar que cristãos que não chegam à maturidade e sempre são como bebês espirituais, precisam superar pequenos obstáculos e caminhar rumo ao crescimento espiritual.

INTRODUÇÃO: Justo González, historiador da Igreja Cristã, lançou ‘UMA HISTÓRIA ILUSTRADA DO CRISTIANISMO’ em dez volumes, sendo o segundo volume intitulado de ‘A Era dos Gigantes’. Nele o autor se refere aos grandes nomes do cristianismo que se seguiram ao fim das perseguições à Igreja, a partir do quarto século. Nele encontramos gigantes da fé como Atanásio de Alexandria; os grandes Capadócios como Macrina da Capadócia, Basílio, o Grande, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo; Ambrósio de Milão; João Crisóstomo; Jerônimo e Agostinho de Hipona.
A História do cristianismo registra muitos gigantes da fé. Todos nós somos chamados ao crescimento e desenvolvimento normal de nossa vida cristã. Porém nem todos são ou serão gigantes.

CONTEXTO: Esta Epístola é escrita para crentes judeus que não estavam desenvolvendo corretamente a vida cristã.

TRANSIÇÃO: Considerando o tempo que você é cristão, acha que está crescendo na medida certa?


I – A REALIDADE DO NANISMO ESPIRITUAL.

a – O nanismo na história humana.

1. Nanismo é uma doença que provoca um crescimento esquelético anormal, que geralmente resulta em um indivíduo de baixa estatura, inferior à da média populacional.

2. Você conhece ou já viu uma pessoa raquítica ou um anãozinho?

3. Podemos até mesmo achar bonitinho, mas por detrás de tal pessoa há uma série de doenças e anomalias que complicam sua vida ou de outras pessoas que estão por perto.

b – O nanismo espiritual na Bíblia.

1. As Escrituras é o Manual da Maturidade Cristã. Como na utilização de qualquer produto, se não usarmos o manual haverá possível prejuízo.

2. As Escrituras afirmam pessoas na comunidade cristã que já podiam ser mestres, ainda eram crianças.
a) I Co. 3. 1-2 ‘Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições, porque ainda são carnais’.
b) Hb. 5.12 ‘Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus’.

3. Calvino ‘Com o fim de fazê-los ainda mais envergonhados, de si mesmos ele (o autor aos Hebreus) usa a Palavra “primeiros princípios”, justamente como alguém fala do alfabeto’ .


II – AS CAUSAS DO NANISMO ESPIRITUAL.

a – Causas comuns no nanismo físico.

1. Causas genéticas.
a) Nanismo pituitário: O nanismo pituitário gera baixa estatura, porém o corpo é proporcional. Adultos com esse tipo de nanismo chega a medir 1,50m, pode causar atraso no desenvolvimento sexual. É causado por um problema na glândula pituitária, também conhecida como hipófise responsável pela produção do hormônio do crescimento.
b) Nanismo por acondroplasia é a chamada deficiência dos anões, pois gera indivíduos de baixa estatura, normalmente com altura inferior a 1,50m. Com aumento do perímetro cefálico e membros curtos.

2. Causas emocionais.
a) Privação emocional extrema pode retardar o crescimento, aparentemente por inibição hipotalâmica do hormônio liberador de crescimento (GRH).
b) Caracteristicamente o meio familiar é pobre e desordenado.
c) A criança pode ser negligenciada, isolada e sofrer abuso.
d) A volta do crescimento normal ocorre rapidamente após a remoção da criança do ambiente opressivo.

3. Causas alimentares.
a) A desnutrição na infância pode influenciar no raquitismo ou nanismo de uma pessoa.
b) As possíveis correções precisam se dar ainda na infância, antes da maturação do organismo.

4. Causas ambientais.
a) Os pigmeus africanos são o melhor exemplo desse tipo de nanismo.

b – Causas comuns no nanismo espiritual.

1. Nossa natureza pecaminosa:
a) O pecado que habita em nós, faz guerra contra nossa alma. É a velha natureza pecaminosa lutando contra a nova natureza em Cristo.
b) João Calvino ‘Somos continuamente impedidos, ou por nossa rebelião, ou pelos cuidados deste mundo, ou pela luxúria de nossa carne’ .
c) O pecado que habita em nós gera atitudes de indolência, negligência e nos tornamos preguiçosos contentando em sermos crianças e anões espirituais.
d) Lutar contra o pecado é lutar contra nós mesmos.

2. O mundo.
a) O mundo nas Escrituras é o sistema de vida a nossa volta, entrelaçado com o pecado.
b) O mundo exerce forte influência em nosso crescimento. Por isso o apóstolo João admoesta: ‘Não ameis o mundo’ (I Jo. 2. 15).

3. O Diabo.
a) O diabo representa toda a casta angelical que se rebelou contra Deus, o Criador, e se insurge contra a humanidade.
• Levou a humanidade à Queda.
• Continua sendo o enganador das nações.
• É preciso vigiar, pois anda ao derredor dos salvos.
b) Cristãos que não vigiam são envolvidos pelo diabo em tantas outras coisas, mesmo não pecaminosas, para desviá-las do crescimento.

4. Comparando o nanismo físico com espiritual.
a) Em paralelo ao nanismo oriundo de causas emocionais, crianças que não tiveram o devido cuidado e amor, assim também cristãos que não são discipulados e treinados logo após o novo nascimento poderão sedimentar seu crescimento em um nível pequeno e acomodar-se como se este fosse o seu máximo.
b) Igualmente ao nanismo por causas alimentares, o cristão novo que não recebe ou não busca a devida alimentação ficará sem desenvolvimento espiritual.
• Hb. 5.13-14 ‘Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal’.
c) Como há nanismo ligado a causas ambientais, devemos refletir se nosso ambiente como Igreja local proporciona o crescimento dos novos na fé, ou se apenas fazemos programas para distraí-los.


III – A CURA DO NANISMO ESPIRITUAL.

a – Os estímulos do Espírito Santo.

1. O Espírito Santo é o Mestre incansável, longânimo e persistente, que não desiste de nos ensinar.

2. Calvino ‘Devemos aprender ao longo de toda a vida, porquanto verdadeiramente sábio é aquele que sabe quão longe se acha do perfeito conhecimento’ .

b – Os estímulos dos Mestres.

1. Donald Guthrie: ‘A comunicação de uma compreensão plena da mensagem cristã, só pode acontecer se os cristãos maduros instruírem os cristãos imaturos’ .

2. Encontramos na Bíblia exortações para darmos ouvidos àqueles que o Senhor colocou como mestres sobre nossa vida.
a) Is. 30.21 ‘Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: “Este é o caminho; siga-o”’.
b) Hb. 13.17 ‘Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês’.

c – A determinação pessoal.

1. A disciplina pessoal é essencial para qualquer pessoa que queira desenvolver-se e adquirir habilidade em qualquer área a que lhe seja afeta.

2. Calvino ‘Poucos são aqueles que se disciplinam a fazer um balanço do tempo passado, ou que se preocupam com o tempo por vir... a maioria de nós dissipa sua vida nos estágios elementares como crianças’ .

3. O vs. 14 (ARA) usa a expressão ‘pela prática’ (διά τήν έχιν), que podem ser traduzidas ‘pelo hábito’.
a) Peritos da educação ensinam que é preciso pelo menos 21 dias para se formar um hábito.
b) São necessários determinação, disciplina e persistência por parte daqueles que desejam crescer espiritualmente.

4. ‘Não é a teologia que faz de um homem de valor aquilo que ele é, mas sim, a "trabalhologia"!’ (Leslie Carter).


CONCLUSÃO: Não se permita ser um anão espiritual.
O Pai espera que cheguemos à maturidade.

COMO AMAR O PERDIDO COM O CORAÇÃO DO SENHOR?


Jo. 3.16

INTRODUÇÃO: Até onde nos importamos com a salvação eterna das pessoas que estão a cada dia morrendo sem o conhecimento de Deus?
Até onde nos importamos com as pessoas que estão a nossa volta e ao nosso alcance?

CONTEXTO: Encontramos este evento sem uma precisão de datas, mas possivelmente inserido na segunda metade do ministério de Jesus, o chamado Ministério da Judéia.
Neste contexto o Senhor Jesus está atendendo um dos príncipes de Jerusalém, Nicodemos, que o procurara incomodado com os qualificativos de messianidade que Jesus esposava.
Depois de demonstrar a Nicodemos que lhe era necessário nascer de novo o Senhor Jesus afirma que isto só é possível ‘porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.’

TRANSIÇÃO: O amor de Deus por nós pecadores é algo inexplicável. Como pode alguém oferecer a vida do filho inocente para isentar a penalidade de um criminoso? Esta é uma questão que não cabe em nossa capacidade de amar ou de entender o ser o humano.
Podemos amar as pessoas assim? Podemos nos importar e nos interessar de tal maneira pela salvação e bem estar eterno dos piores pecadores? Com estas questões em mente quero refletir nesta oportunidade sobre o seguinte tema: COMO AMAR O PERDIDO COM O CORAÇÃO DO SENHOR?


I – TER RECEBIDO NOVO CORAÇÃO DO PAI.

a – A realidade do Reino de Deus é oculta ao homem.

1. O tema da entrevista de Nicodemos com Jesus versava sobre o Reino de Deus.

2. O enfoque central que o Senhor Jesus propõe a Nicodemos era de que ninguém jamais poderia entrar no Reino de Deus, nem mesmo ver o Reino (compreender a realidade do Reino) sem que primeiro nascesse de novo.

3. O homem na concepção terrenal jamais pode ter uma compreensão ou assimilação real do que o Reino de Deus e seus valores; por isso o apóstolo Paulo diz que ao homem comum isto é loucura.

b – Só o coração doado por Deus pode amar o pecador.

1. Quando o Senhor Jesus afirma que é preciso ‘nascer de novo’ usa uma expressão no original grego que significa ‘nascer de cima’ → γεννηθή άνωθεν.

2. Implica em ‘nascer de cima’, do mundo celestial.
2.1 – Ez. 36.26-27: ‘Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis’.
2.2 – Só um coração assim pode amar outros pecadores.
2.3 – Você já recebeu o novo coração do Pai?


II – TER O MESMO SENTIMENTO QUE JESUS.

a – O sentimento de Jesus foi de compaixão.

1. Foi a compaixão de Jesus por nós que o levou a vir ser o sacrifício pela nossa culpa.

2. Jesus se compadecia pelos pecadores ao ver a dureza de seus corações.

3. Jesus se comovia no íntimo pela incredulidade dos circunstantes de seus dias. Ele chorava e lamentava a pecaminosidade do ser humano.

4. Amar o perdido com o coração de Deus implica que também uma compaixão profunda, muitas vezes acompanhada de sentimentos e lágrimas, encherá nossos corações.

b – O sentimento de Jesus foi de humilhação.

1. O texto de Paulo ao Filipenses nos diz que Ele, Jesus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes a se mesmo humilhou, esvaziando-se, despindo-se de sua glória, e descendo no nível humano para nos alcançar.

2. Se quisermos alcançar o perdido com o amor de Deus, precisamos nos despir de nossa grandeza, nosso status, nosso egoísmo.

c – O sentimento de Jesus foi de doação.

1. Jesus entregou-se por nós. Doou a sua própria vida para nossa redenção.

2. Se quisermos alcançar o pecador com o amor de Deus precisamos aprender a nos doar.
2.1 – Vivemos muito para nós mesmos ou para os outros?


III – TER A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO.

a – A plenitude do Espírito é a plenitude de Deus.

1. Estar cheio do Espírito Santo é estar cheio do amor de Deus.

2. Precisamos buscar a plenitude da presença e da ação do Espírito de Deus sobre nossa vida.

b – A plenitude do Espírito produz amor.

1. Paulo ensina que um coração cheio do Espírito de Deus é um coração cheio de amor pelos perdidos.

2. O exemplo do apóstolo:
2.1 – Rm. 1.14-16 ‘Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes; por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma. Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego’.
2.2 – Rm. 9.1-3 ‘Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne’.
2.3 – I Co. 9.22-23 ‘Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele’.

3. Se quisermos amar o pecador com o mesmo amor do coração do Senhor precisamos nos encher do Espírito Santo de Deus.


IV – TER A DISPOSIÇÃO DE PAGAR O PREÇO.

a – Deus pagou o preço por nos amar.

1. Deus deu o seu próprio Filho por nós.

2. Deus pagou o preço por nos amar.
2.1 – Como estava Deus no momento da morte de seu Filho?
2.2 – Sorrindo ou sofrendo?

b – Jesus pagou o preço para nos resgatar.

1. Jesus sofreu.
1.1 – Sofreu a antecipação.
1.2 – Sofreu a humilhação e a zombaria de um julgamento desumano e injusto que ele sabia em que daria.
1.3 – Sofreu a dor e a crueldade dos soldados.
1.4 – Sofreu o martelar dos cravos.
1.5 – Sofreu rasgar do seu corpo pela lança do soldado.
1.6 – Sofreu a cruz.
1.7 – Sofreu a ira de Deus e o inferno por você.

2. Jesus pagou o preço para ser o nosso resgate.

c – O Espírito Santo pagou o preço para nos alcançar.

1. O ministério do Espírito Santo no mundo é a continuidade do sofrimento de Deus pelo homem.

2. É Deus presente no meio do lixo humano, em meio ao pecado humano, para convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo, trazendo a vida para o pecador.

d – Pessoas pagaram o preço para salvar outros.

1. Muitos morreram ou deram sua vida pela causa do Evangelho.

2. O Evangelho chegou até nós porque muitos pagaram com o preço da vida: Dezenas de pastores e missionários morreram com febre amarela no século XIX aqui em nosso Brasil.

3. É emocionante ver a história das missões, e percebermos os sofrimentos e privações por que passaram muitos dos nossos antepassados para levar o Evangelho ao mundo.

4. ‘Quanto mais profundas as marcas que Cristo sofreu tanto mais lhe sou devedor’ (Tertuliano).

e – Temos que pagar o preço para alcançar outros.

1. Cada um é responsável pelos seus pecados, mas nós somos responsáveis pelo anúncio da boa nova.

2. O que você tem feito para ajudar a livrar pessoas da perdição eterna tem sido o bastante?

3. Ilustração: ‘Certo paralítico foi levado a Jesus para ser curado. Havia tanta gente à porta da casa que não puderam entrar. Descobriram o telhado e desceram o doente por cordas até o centro da sala onde estava Jesus. Alguém pagou pelo telhado’.

4. Você tem se disposto a pagar o preço para levar alguém até Jesus?
4.1 – O preço pode ser nosso tempo.
4.2 – O preço pode ser nosso compromisso.
4.3 – O preço pode ser nossos bens.

5. Estamos prontos a pagar o preço para que outros conheçam a salvação?

6. Como amar o perdido com o coração de Deus?


CONCLUSÃO:

I – TER RECEBIDO NOVO CORAÇÃO DO PAI.
II – TER O MESMO SENTIMENTO QUE JESUS.
III – TER A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO.
IV – TER A DISPOSIÇÃO DE PAGAR O PREÇO.

Precisamos ser o povo que se importa com a salvação eterna das pessoas.

Só assim cumpriremos nossa missão.

COMO SERVOS DE DEUS SOMOS TAMBÉM MORDOMOS



I Co. 4.1-5


OBJETIVO: Impingir na Igreja o valor de se aplicar a mordomia para com a família de Deus.


INTRODUÇÃO: Se você pudesse escolher, qual lugar gostaria de ocupar? O Lugar de Barack Obama, com todo poder nas mãos sobre o destino de nações; ou, o lugar de Madre Tereza de Calcutá, sem muito conforto gastando sua vida a cuidar de pobres e maltrapilhos num lugar sem expressão?


CONTEXTO: Paulo está tratando com uma Igreja que tinha dificuldade de ajudar os menos favorecidos. Havia grupinhos, panelinhas e partidos dentro daquela Igreja.
Paulo demonstra em toda a carta que o grande privilégio de termos sido feitos filhos de Deus também nos delegou a incumbência de sermos servos uns dos outros no intuito de alcançarmos outros para a família de Deus.


TRANSIÇÃO: Com base neste texto e no contexto mais amplo da Escritura quero falar nesta oportunidade que COMO SERVOS DE DEUS SOMOS TAMBÉM MORDOMOS.


I – TODOS SOMOS SERVOS.

a – A ideia da salvação.

1. Visão míope da salvação.
1.1 – Para muitos, ser salvo, é sinônimo de ir para o céu.
1.2 – Para outros, ser salvo, é sinônimo de se tornar filho de Deus.
1.3 – Para outros ainda, ser salvo, sinônimo de ter privilégios especiais, que os outros simples pecadores não têem.
1.4 – Esta visão da salvação se mostra por demais utilitarista, se preocupando apenas com o que se pode desfrutar da salvação, não se importando com a vida aqui, com seus problemas e suas responsabilidades.

2. Visão integral da salvação.
2.1 – Tudo isso exposto anteriormente é verdade:
a) Ser salvo é sinônimo de ir para o céu.
b) Ser salvo é sinônimo de se tornar filho de Deus.
c) Ser salvo é sinônimo de ter privilégios especiais.
2.2 – A salvação traz outras implicações:
a) Ser salvo é ser servo.
b) Ser salvo é dar a vida em serviço a Deus e ao próximo.
c) Ser salvo é viver como Cristo viveu.

3. Assim, ser salvo é manifesto na prática do Evangelho.

b – Libertos do pecado e escravos (servos) de Cristo.

1. Somos privilegiados em sermos membros da família de Deus.

2. Todo aquele que se converte ao Evangelho de Jesus, esses são aproximados de Deus e são feitos filhos de Deus, mas também são tornados em seus servos.
2.1 – A frase usada por Paulo para servo aqui neste texto é: ώς ύπηρέτας Χριστού καί όικόνομους μιστηρίων Θεού.
2.2 – Na frase ‘ώς ύπηρέτας Χριστού’, a palavra ύπηρέτας aponta para o mais baixo nível de escravidão (remadores nas galés // termo galera).

3. Na qualidade de servos não podemos esquecer de que nossa dignidade não é nossa mesma. Somos ύπηρέτας.


II – TODOS SOMOS MORDOMOS.

a – Temos a chave da despensa.

1. Na família do Senhor seus servos verdadeiros são seus mordomos.

2. O termo ‘despenseiros’ indica o mordomo (Ơικόνομους) que administra a casa de seu senhor.
2.1 – Ơικος → casa + Νεμος → arrumar = mordomo.
2.2 – Um mordomo é um administrador de uma casa ou do estado.

3. Ơικόνομους – oikónomos – de onde vem a palavra ‘economia’) – é aquele que cuida das economias (distribuições) de uma casa.

4. Não somos meramente alijados como escravos (ύπηρέτας), mas colocados como despenseiros e administradores das bênçãos de Deus a favor de outros.

b – O que temos tirado de lá?

1. Um mordomo tem no seu mestre uma fonte e distribui o que seu mestre supre para o resto da casa.
1.1 – Como podemos ministrar sobre a vida uns dos outros?
1.2 – Você tem entrado na despensa de Deus e retirado dali alimento para você, ou se conforma com as migalhas que caem da alimentação de outros?
1.3 – Alimento para os outros são somente palavras do evangelho?

2. Como mordomos de Deus somos parceiros na administração e distribuição dos bens do Evangelho.
2.1 – Paulo diz que o cristão é όικόνομους μιστηρίων Θεού, isto é: ‘mordomo dos mistérios de Deus’.
2.2 – Levando aos outros o Evangelho em forma de conhecimento da graça salvadora de Deus em Cristo.
2.3 – Levando aos outros o Evangelho em forma de amor em ação, que socorre as pessoas em suas necessidades.
2.4 – Levando aos outros o Evangelho em forma de consolo e ajuda em momentos de aflição.

3. Só podemos dar daquilo que recebemos.
3.1 – ‘Na qualidade de filhos de Deus, ou de servos, somos chamados a viver em estreito relacionamento com o Senhor, e assim, podermos alimentar outros que necessitam’.
3.2 – Caso não tenhamos recebido nada de Deus, como poderemos dar?
3.3 – Só podemos dar daquilo que recebemos.


III – TODOS TÊM O DESAFIO DE SER FIÉIS.

a – O chamado é para ser mordomo fiel.

1. A figura do mordomo tem sido explorada de diversos ângulos:
1.1 – Servo fiel e prestativo como a figura de Alfred, mordomo de Bruce Wine (Batman).
1.2 – Servos corruptos e desleais que roubam e administram mal os bens de seu senhor.
1.3 – ‘O assassino é o mordomo’.

2. Como mordomos somos chamados a sermos fiéis: prontos a servir uns aos outros, como despenseiros da bênçãos de Deus.
2.1 – I Pe. 4.10 ‘Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus’.

b – Onde se mostra nossa fidelidade na mordomia?

1. No relacionamento com Deus.
1.1 – Nossa fidelidade para com Deus se expressa através de um relacionamento pessoal e real como Senhor através da leitura da Palavra, da oração e da obediência.
1.2 – Não existe relacionamento com Deus baseado apenas na nossa relação religiosa com a Igreja.

2. No relacionamento com os irmãos.
2.1 – Nossa fidelidade na mordomia para com os irmãos se expressa por um relacionamento pessoal e real.
2.2 – Não existe relacionamento com os irmãos baseado apenas na nossa relação religiosa com a Igreja.

3. No relacionamento com o mundo.
3.1 – Nossa fidelidade na mordomia para com o mundo se expressa através da administração da criação.
3.2 – Não existe mordomia correta se não administramos bem a criação e aquilo que Deus colocou em nossas mãos.


CONCLUSÃO: Na qualidade de mordomo como você está servindo a Deus?
Servir pessoas a sua volta é tocá-las em suas necessidades e sensibilizar seus corações para o evangelho de Jesus.
Amor prático. Amor em ação. Cristo encarnado em você. Assim é que pessoas se converterão a Jesus.

COMO FILHOS DE DEUS, SOMOS TAMBÉM SEUS SERVOS



Mc. 10.35-45

OBJETIVO: Conscientizar os cristãos de que ser filho de Deus é grande privilégio que implica em serviço para alcançar outros com a salvação.


INTRODUÇÃO: Onde você prefere estar: na mesa do banquete ou na cozinha como garçom?


CONTEXTO: O texto se encontra dentro da ‘Narrativa de Viagem’, ou seja, dentro dos registros dos últimos dias de Jesus, quando ele saiu da região norte para se dirigir a Jerusalém onde seria sacrificado.
Jesus estava ensinando aos discípulos que ser povo de Deus implica em serviço. No caminho encontram-se com certo homem rico, de alta posição na sociedade que o interpela sobre a vida eterna dizendo que havia aprendido a guardar toda a lei desde seus dias de infância e juventude. Jesus afirma que deveria servir ao próximo com os seus bens: ‘Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu...’ (Mc. 10.21).
Mais à frente, ao falar de seu sacrifício que se daria dentro de poucos dias em Jerusalém, dois de seus discípulos lhe pedem um lugar de honra no Reino e, o Senhor Jesus lhes ministra o ensino de que, embora sendo filhos do reino, o lugar que devemos ocupar não é o trono, mas o lugar do serviço, para abençoarmos uns aos outros.


TRANSIÇÃO: Estamos aqui apenas para desfrutarmos das bênçãos do Reino de Deus? Devemos mesmo reivindicar o posto de ‘Filhos do Rei’ como alguns proclamam? Podemos exigir de Deus que nos coloque sempre em lugar de destaque e honra aqui neste mundo? Com base no contexto e nestas inquirições, quero vos falar nesta ocasião que COMO FILHOS DE DEUS, SOMOS TAMBÉM SEUS SERVOS.


I – TEMOS A HONRA DE SER FILHOS DE DEUS.

a – Jesus é o eterno Filho de Deus.

1. Desde os primeiros tempos da Igreja levantou-se questionamentos se Jesus era de fato Filho de Deus.
1.1 – Chegou a ser tema de discussão de reuniões conciliares que envolveu representantes da Igreja de todo o mundo daquela época.

2. A afirmação da Igreja em todos os tempos é que Jesus é o Eterno Filho de Deus.
2.1 – Credo Apostólico: ‘Creio em Jesus Cristo, Seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria...’
2.2 – Credo Atanasiano (Documento escrito entre o 2° e 6° século, possivelmente no norte da África): ‘O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem gerado. O Filho provém apenas do Pai, não foi feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado pelo Pai ou pelo Filho, mas deles procede.’

3. Jesus veio à terra como Filho, mas para ser servo de seu Pai.
3.1 – Jesus sabia de sua posição e de sua relação com o Pai, na qualidade de Filho eterno.
3.2 – Mc. 1.11 (BV) ‘Uma voz do céu disse: Você é meu Filho amado; Você é minha alegria’.
3.3 – Sabia que estava aqui não para se vangloriar de sua posição.
3.4 – Sabia que aqui viera para dar sua vida em serviço, para a salvação dos pecadores.

b – É maravilhoso nos ver como filhos de Deus.

1. As Escrituras declaram que aquele que crê e que recebe Jesus como seu salvador e Senhor, recebe o poder de ser transformado em filho de Deus (Jo. 1.12).

c – A posição a qual fomos alçados é posição de honra.

1. É maravilhoso saber que aquele que entregou sua vida a Jesus é adotado como filho e colocado na relação e na posição de filho de Deus.


II – RECEBEMOS A POSIÇÃO DE SERVOS DE DEUS.

a – Esse foi o caminho de Jesus (Fp. 2.7).

1. Embora sendo o próprio Deus, o Senhor Jesus veio na condição e na posição de servo.

2. Nosso texto básico oferece grande clareza essa afirmação: ‘Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos’ (Mc. 10.45).

b – No reino de Deus o caminho para cima é para baixo.

1. Paradoxos do Evangelho:
1.1 – Não há coroa de glória sem coroa de espinhos.
1.2 – Não há vitórias sem lutas.
1.3 – Não há vida sem morte.
1.4 – Não há glória sem cruz.
1.5 – No reino de Deus o caminho para cima é para baixo.
a) Mt. 20.26 (NVI) ‘Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo’.

2. O apóstolo Paulo afirma aos Filipenses que depois de ter padecido, o Senhor Jesus foi exaltado (Fp. 2.7-11).

c – Embora sendo filhos, somos chamados a servir.

1. O lugar de honra no mundo é dado aos mais capazes, mais sábios, mais produtivos ou àqueles que têm maior poder de controle sobre outros.
1.1 – O lugar de honra no Reino é com a toalha e bacia à mão, pronto a servir om próximo.
1.2 – Nosso serviço é prova de gratidão a Deus.
1.3 – Nosso serviço é prova de amor a Deus.
1.4 – Nosso serviço é prova de amor ao próximo.

2. Na Igreja de Cristo não pode existir ‘crente almofadinha’; que só quer desfrutar dos privilégios da cruz, como filho de Deus, sem se dispor ao serviço.
2.1 – Fp. 2.5 ‘Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus...’.
2.2 – ‘O cristão que não é comprometido com um grupo de outros cristãos para orar, compartilhar e servir, para ser conhecido e conhecer outros, não é um cristão obediente. Não está fazendo a vontade de Deus. Conquanto possa ter uma boa teologia, ele não está obedecendo ao Senhor’ (Dr. Ray Ortland).


III – SERVIÇO É OPORTUNIDADE DE BÊNÇÃO.

a – Nossa missão é continuar a missão de Jesus.

1. Ele veio proclamar a graça salvadora de Deus, nós também estamos aqui para isso.

2. Ele veio para se misturar com pecadores e alcançá-los com o conhecimento de Deus, nós também temos esta missão.

3. Ele veio para servir e ser uma bênção ao mundo, nós também devemos imitá-lo.

4. Ele veio dar a sua vida a favor dos outros, devemos também dar a nossa vida em prol de outros. Podemos dar nossa vida em vida, isto é podemos desgastar nossa vida em favor de outras vidas. Isso é serviço.


b – Essa é uma das chaves poderosas do Reino de Deus.

1. Essa chave abre corações ao Evangelho.

2. Ao servirmos pessoas seremos capazes de ganhá-las.

2.1 – I Co. 9.19-23 ‘Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível: Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei (embora debaixo da lei não esteja), para ganhar os que estão debaixo da lei; para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. Ora, tudo faço por causa do evangelho, para dele tornar-me co-participante’.

3. Nosso serviço a Deus será recompensado.
3.1 – Cl. 3.24 ‘Tudo quando fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo.’

4. Servir é fonte de bênção ao próximo e à nós mesmos.
4.1 – Pessoas serão alcançadas com a graça de Deus através de atitudes simples de nossa parte em servir os outros.
4.2 – Nós também seremos abençoados por Deus como recompensa, ou aqui ou na eternidade.


CONCLUSÃO: Não está na hora de servir a Deus servindo aos outros, levando-lhes a salvação?
Disponha-se a servir!
Não se vanglorie da posição de filho, mas tome a toalha de servo e repita o gesto do legítimo Filho de Deus.
Pequenos gestos podem gerar grandes impactos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

NA IGREJA HÁ DIFERENTES NÍVEIS DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL



I Jo 2.12-14


OBJETIVO: Ajustar nossa compreensão dos diferentes estágios na maturidade cristã e estimular a tolerância e o estímulo de uns para com os outros.

INTRODUÇÃO: O crente que não cresce rumo à maturidade geralmente pode ser chamado de Crente 3 “S”:
Salvo.
Satisfeito.
Sentado.

CONTEXTO: João escreveu suas cartas para as Igrejas da região da Ásia Menor, instruindo os cristãos a vencerem os desvios doutrinários que se apresentavam a eles através do gnosticismo enquanto cumpriam a tarefa da evangelização.

TRANSIÇÃO: João usa três nomenclaturas para se referir aos crentes: Filhinhos, Jovens e Pais. Quero compartilhar nesta oportunidade o tema: NA IGREJA HÁ DIFERENTES NÍVEIS DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL.


I – NÍVEL UM: INFÂNCIA NA FÉ.

a – A primeira fase na caminhada da vida.

1. Após o nascimento a criança experimenta por algum tempo o que se denomina de ‘primeira infância’.

2. Esta é uma fase de muitos cuidados pela família e ao mesmo tempo uma fase de descobertas incríveis por parte da criança.

3. Na Igreja, existem pessoas nos mais diversos níveis de maturidade espiritual: filhinhos, jovens e pais.

4. Os crentes recém convertidos estão nesta fase de descobertas e aprendizado dos primeiros passos.

5. O que não pode acontecer é o retardo no crescimento como aconteceu com cristãos na carta aos Hebreus:
5.1 – Hb. 5.12-14 ‘Vocês já deveriam ser mestres, mas percebo que ainda precisam de alguém que se sente com vocês e ensine de novo os princípios elementares acerca de Deus, desde o início. Estão bebendo leite materno, quando deveriam estar, há muito tempo, ingerindo alimento sólido! O leite é para principiantes, inexperientes nos caminhos de Deus; o alimento sólido é para quem tem maturidade e alguma prática em discernir o que é certo do errado’.
5.2 – I Co. 13.11 ‘Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino’.

b – Filhinhos: convicção dos pecados perdoados.

1. A primeira infância é a fase que a criança, além de aprender os conceitos básicos da vida, aprende a receber o amor dos pais.

2. Nesta fase de nossa espiritualidade tropeçamos e erramos no aprendizado dos princípios da fé.

3. Aprendemos que Deus é perdoador e coisa boa é desfrutar do perdão do Pai.
3.1 – I Jo. 1.9 ‘Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça’.
3.2 – I Jo. 2.12 ‘Filhinhos, os vossos pecados são perdoados por causa do seu nome’.


II – NÍVEL DOIS: JUVENTUDE NA FÉ.

a – A fase das conquistas.

1. Após sair da primeira infância experimenta-se a adolescência e a juventude marcada pelas conquistas e descobertas mais significativas.

2. Mesmo nesta fase nem todos crescem na mesma proporção.

3. Na caminha cristã o processo não é tão diferente. Alguns não cresceram o quanto deveriam crescer.
3.1 – Is 5.4 ‘Parábola da vinha má’.
• Deus deu toda as condições.
• Não houve resposta satisfatória.
• ‘Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito?’.

4. Fatores que influenciam o crescimento: [corpo humano = Igreja é comparada].
Corpo Humano Igreja = Corpo de Cristo
Hormônios, controlados pela glândula cerebral. A Cabeça é Cristo. Não há problema hormonal. Glândula libera hormônio, ele dá condições para nosso crescimento.

Alimentação. Alimentação que todos recebem e tem acesso é a Palavra de Deus. Não apenas nos cultos, mas no quarto fechado.
Resposta que o organismo dá à alimentação recebida. Resposta do Organismo: Como reagimos? Praticamos ou somos ouvintes?

Exercícios praticados. Exercícios: Obediência voluntária aos princípios de Deus ou situações que nos permite passar [escola prática].

b – Jovens: vitória sobre o pecado.

1. Uma das mais significativas conquistas da juventude espiritual é quando o cristão aprende a fazer uso da Palavra de Deus e vence as ciladas do diabo, obtendo vitória sobre o pecado.
1.1 – I Jo. 2.14 ‘Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno’.

2. Você já passou do primeiro para o segundo nível de crescimento na caminhada cristã?


III – NÍVEL TRÊS: PATERNIDADE ESPIRITUAL.

a – A multiplicação da espécie marca o terceiro nível.

1. Para a maioria das pessoas é natural o sonho de se constituir uma família e ter filhos.

2. Uma das marcas da maturidade do indivíduo está no desenvolvimento de um relacionamento de maior intimidade.
2.1 – Acontece aqui a multiplicação da família.
2.2 – Aqui acontece o cuidado responsável pelo crescer e desenvolver dos filhos.

b – Pais: conhecem mais a Deus e levam outros a Cristo.

1. Na vida da Igreja não é diferente da vida familiar.

2. Somos desafiados a crescer.
2.1 – II Pe. 3.18 ‘Mas cresçam em força espiritual e conheçam melhor ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja toda glória e honra sublime, tanto agora como eternamente. Adeus. Pedro’.
2.2 – O desejo de Deus é que TODOS alcancem a maturidade.
2.3 – Ef 4.11-13 ‘E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo’.

3. Nós somos responsáveis pelo crescimento uns dos outros e por isso não podemos nos isolar e nem isolar o nosso próximo.

4. O que indica o crescimento espiritual do cristão não é o nível de seu conhecimento bíblico teológico, mas a capacidade de um relacionamento mais íntimo com Deus e a geração de filhos espirituais.


CONCLUSÃO
: Você tem crescido?
Maturidade não está relacionada ao tempo que você frequenta a Igreja.
Quem é você:
Filhinho?
Jovem?
Pai?

COMO SERVOS DE DEUS SOMOS TAMBÉM MORDOMOS



I Co. 4.1-5


OBJETIVO: Impingir na Igreja o valor de se aplicar a mordomia para com a família de Deus.


INTRODUÇÃO: Se você pudesse escolher, qual lugar gostaria de ocupar? O Lugar de Barack Obama, com todo poder nas mãos sobre o destino de nações; ou, o lugar de Madre Tereza de Calcutá, sem muito conforto gastando sua vida a cuidar de pobres e maltrapilhos num lugar se expressão?


CONTEXTO: Paulo está tratando com uma Igreja que tinha dificuldade de ajudar os menos favorecidos. Havia grupinhos, panelinhas e partidos dentro daquela Igreja.
Paulo demonstra em toda a carta que o grande privilégio de termos sido feitos filhos de Deus também nos delegou a incumbência de sermos servos uns dos outros no intuito de alcançarmos outros para a família de Deus.


TRANSIÇÃO: Com base neste texto e no contexto mais amplo da Escritura quero falar nesta oportunidade que COMO SERVOS DE DEUS SOMOS TAMBÉM MORDOMOS.


I – TODOS SOMOS SERVOS.

a – A ideia da salvação.

1. Visão míope da salvação.
1.1 – Para muitos, ser salvo, é sinônimo de ir para o céu.
1.2 – Para outros, ser salvo, é sinônimo de se tornar filho de Deus.
1.3 – Para outros ainda, ser salvo, sinônimo de ter privilégios especiais, que os outros simples pecadores não têem.
1.4 – Esta visão da salvação se mostra por demais utilitarista, se preocupando apenas com o que se pode desfrutar da salvação, não se importando com a vida aqui, com seus problemas e suas responsabilidades.

2. Visão integral da salvação.
2.1 – Tudo isso exposto anteriormente é verdade:
a) Ser salvo é sinônimo de ir para o céu.
b) Ser salvo é sinônimo de se tornar filho de Deus.
c) Ser salvo é sinônimo de ter privilégios especiais.
2.2 – A salvação traz outras implicações:
a) Ser salvo é ser servo.
b) Ser salvo é dar a vida em serviço a Deus e ao próximo.
c) Ser salvo é viver como Cristo viveu.

3. Assim, ser salvo é manifesto na prática do Evangelho.

b – Libertos do pecado e escravos (servos) de Cristo.

1. Somos privilegiados em sermos membros da família de Deus.

2. Todo aquele que se converte ao Evangelho de Jesus, esses são aproximados de Deus e são feitos filhos de Deus, mas também são tornados em seus servos.
2.1 – A frase usada por Paulo para servo aqui neste texto é: ώς ύπηρέτας Χριστού καί όικόνομους μιστηρίων Θεού.
2.2 – Na frase ‘ώς ύπηρέτας Χριστού’, a palavra ύπηρέτας aponta para o mais baixo nível de escravidão (remadores nas galés // termo galera).

3. Na qualidade de servos não podemos esquecer de que nossa dignidade não é nossa mesma. Somos ύπηρέτας.


II – TODOS SOMOS MORDOMOS.

a – Temos a chave da despensa.

1. Na família do Senhor seus servos verdadeiros são seus mordomos.

2. O termo ‘despenseiros’ indica o mordomo (Ơικόνομους) que administra a casa de seu senhor.
2.1 – Ơικος → casa + Νεμος → arrumar = mordomo.
2.2 – Um mordomo é um administrador de uma casa ou do estado.

3. Ơικόνομους – oikónomos – de onde vem a palavra ‘economia’) – é aquele que cuida das economias (distribuições) de uma casa.

4. Não somos meramente alijados como escravos (ύπηρέτας), mas colocados como despenseiros e administradores das bênçãos de Deus a favor de outros.

b – O que temos tirado de lá?

1. Um mordomo tem no seu mestre uma fonte e distribui o que seu mestre supre para o resto da casa.
1.1 – Como podemos ministrar sobre a vida uns dos outros?
1.2 – Você tem entrado na despensa de Deus e retirado dali alimento para você, ou se conforma com as migalhas que caem da alimentação de outros?
1.3 – Alimento para os outros são somente palavras do evangelho?

2. Como mordomos de Deus somos parceiros na administração e distribuição dos bens do Evangelho.
2.1 – Paulo diz que o cristão é όικόνομους μιστηρίων Θεού, isto é: ‘mordomo dos mistérios de Deus’.
2.2 – Levando aos outros o Evangelho em forma de conhecimento da graça salvadora de Deus em Cristo.
2.3 – Levando aos outros o Evangelho em forma de amor em ação, que socorre as pessoas em suas necessidades.
2.4 – Levando aos outros o Evangelho em forma de consolo e ajuda em momentos de aflição.

3. Só podemos dar daquilo que recebemos.
3.1 – ‘Na qualidade de filhos de Deus, ou de servos, somos chamados a viver em estreito relacionamento com o Senhor, e assim, podermos alimentar outros que necessitam’.
3.2 – Caso não tenhamos recebido nada de Deus, como poderemos dar?
3.3 – Só podemos dar daquilo que recebemos.


III – TODOS TÊM O DESAFIO DE SER FIÉIS.

a – O chamado é para ser mordomo fiel.

1. A figura do mordomo tem sido explorada de diversos ângulos:
1.1 – Servo fiel e prestativo como a figura de Alfred, mordomo de Bruce Wine (Batman).
1.2 – Servos corruptos e desleais que roubam e administram mal os bens de seu senhor.
1.3 – ‘O assassino é o mordomo’.

2. Como mordomos somos chamados a sermos fiéis: prontos a servir uns aos outros, como despenseiros da bênçãos de Deus.
2.1 – I Pe. 4.10 ‘Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus’.

b – Onde se mostra nossa fidelidade na mordomia?

1. No relacionamento com Deus.
1.1 – Nossa fidelidade para com Deus se expressa através de um relacionamento pessoal e real como Senhor através da leitura da Palavra, da oração e da obediência.
1.2 – Não existe relacionamento com Deus baseado apenas na nossa relação religiosa com a Igreja.

2. No relacionamento com os irmãos.
2.1 – Nossa fidelidade na mordomia para com os irmãos se expressa por um relacionamento pessoal e real.
2.2 – Não existe relacionamento com os irmãos baseado apenas na nossa relação religiosa com a Igreja.

3. No relacionamento com o mundo.
3.1 – Nossa fidelidade na mordomia para com o mundo se expressa através da administração da criação.
3.2 – Não existe mordomia correta se não administramos bem a criação e aquilo que Deus colocou em nossas mãos.


CONCLUSÃO: Na qualidade de mordomo como você está servindo a Deus?
Servir pessoas a sua volta é tocá-las em suas necessidades e sensibilizar seus corações para o evangelho de Jesus.
Amor prático. Amor em ação. Cristo encarnado em você. Assim é que pessoas se converterão a Jesus.