quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A PEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA


I Pe. 1.1-10


OBJETIVO: Apresentar ao povo de Deus o ensino de que o Senhor Jesus é o alicerce sólido sobre o qual está construída a nossa salvação.

INTRODUÇÃO: Geralmente na construção de um templo como este, lança-se previamente a pedra fundamental.
O que é a pedra fundamental?
O que se coloca ali?
O que significa?

CONTEXTO: Vamos falar um pouco de arquitetura. Quando vamos construir uma casa o que fazemos? Achamos o terreno. Limpamos. Preparamos os alicerces para depois começarmos a construir ou levantar as paredes. Ao levantarmos as paredes, no canto, na união entre uma e outra parede normalmente colocamos, o que? Exatamente! Nesse lugar vão as colunas de concreto. Essas colunas são fortes e proveem a sustentação da casa. Estas colunas são angulares pois situam-se num ângulo apropriado para dar sustentação, normalmente na junção entre duas paredes. Essas pilastras sustentam as paredes e o telhado e mantém a casa de pé. Hoje em dia usamos pilastras para dar sustentação a um edifício. Na arquitetura antiga, quando as construções eram feitas com pedras, uma pedra muito forte era utilizada como “pedra angular”. Esta pedra era cuidadosamente selecionada na pedreira e talhada no tamanho e formato corretos para ser a “pedra angular” – a pedra que iria receber o maior peso do edifício e sustentá-lo.

TRANSIÇÃO: A Igreja de Jesus também é alicerçada sobre um firme fundamento tendo como pedra principal o próprio Senhor Jesus.


I – UMA PEDRA PROFETIZADA.

a – O que é Pedra angular?

1. Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra de esquina que servia para alinhar toda a construção.
1.1 – A escolha de uma boa pedra facilitaria a construção conforme a planta.
1.2 – Uma pedra fora de esquadria resultaria numa construção errada.
1.3 – Os construtores de Israel julgavam Jesus uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam.
1.4 – Deus o julgou perfeito para edificar a igreja conforme a planta divina.

2. Pedro fez a aplicação direta quando repreendeu os líderes em Jerusalém:
2.1 – At. 4:11 ‘Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular’.

b – Jesus era profetizado como a Pedra desde o VT.

1. Sl. 118.22-23 ‘A essa pedra, que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular. E essa pedra eu quero para mim, como firme fundamento, que procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos’.

2. Is. 8. 14 ‘Tropeçaram na pedra de tropeço, como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido’.

3. Is. 28.16 ‘Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge’.


II – UMA PEDRA ESTABELECIDA.

a – Pedro ou Jesus?

1. Uma leitura tendenciosa em Mateus pode levar a uma conclusão errada.
1.1 – Mt 16.18-19 ‘Jesus diz: Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus’.

2. Breve consideração exegética:
2.1 – Pedro em grego é petros, que significa pequena pedra movível.
2.2 – A palavra grega para pedra é petra, que significa massa imóvel ou rochedo.
2.3 – Poderíamos traduzir o que Jesus disse assim: ‘Você é uma pequena pedra móvel, mas a minha Igreja está alicerçada em uma rocha firme’.

3. Qual pedra então é a que Jesus se refere?
3.1 – A afirmação de Pedro.
3.2 – O fato de que Ele, Jesus, era o Cristo, o Filho do Deus vivo.
3.3 – Todo o ensino bíblico dos apóstolos indicará que Jesus é a rocha sobre a qual Jesus está construída.

b – A Igreja é construída sobre a pessoa e obra de Cristo.

1. A doutrina acerca do alicerce da Igreja não pode ser baseada numa única referência bíblica e ainda assim interpretada de forma tendenciosa.

2. É preciso que se veja todos os outros textos que apontam para Jesus como a base sólida sobre a qual a Igreja é edificada.
2.1 – Ef. 2: 19-22 ‘Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito’.
2.2 – 1 Pe. 2.4-6 ‘E chegando-vos para Ele pedra Viva, reprovada na Verdade pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. 6 Pois na Escritura se diz: Vede, ponho em Sião uma Pedra Angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido’.
2.3 – Mt 21.42 ‘Nunca leste nas Escrituras; A pedra que os edificadores rejeitaram, essa se tornou a Pedra Angular; o Senhor fez isto, e é maravilhoso aos nossos olhos’.


III – UMA PEDRA ETERNA.

a – A Pedra Angular é a principal do edifício.

1. 1 Pe. 2.4,6 ‘E chegando-vos para Ele pedra Viva, reprovada na Verdade pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. 6 Pois na Escritura se diz: Vede, ponho em Sião uma Pedra Angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido’.

2. É nele que todas as pedras se apoiam e se alinham.
2.1 – 1 Pe. 2.5 ‘também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo’.
2.2 – Ef. 2.11b-22a ‘Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado...’.

b – A salvação do cristão é construída sobre Jesus.

1. Pedro é que mais se refere a Cristo como a Pedra onde se constrói o edifício que é a Igreja.
1.1 – At. 4.11-12 ‘Porque Jesus, o Messias, é Aquele a quem se referem as Escrituras quando falam de uma 'pedra rejeitada pelos construtores que se tornou a pedra principal da esquina. Não há salvação em nenhum outro mais! Debaixo do céu inteiro não existe nenhum outro nome para os homens chamarem a fim de serem salvos’.
1.2 – 1 Pe. 2.4-6 ‘E chegando-vos para Ele pedra Viva, reprovada na Verdade pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. 6 Pois na Escritura se diz: Vede, ponho em Sião uma Pedra Angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido’.

2. Paulo: 1 Co 3.11 ‘Pois ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo’.

c – Que significa construir sobre a Rocha.

1. É o próprio Senhor Jesus que faz alusão de se construir sobre a rocha.

2. Mt. 7.24-27:
2.1 – A rocha está em referência para as Palavras de Jesus.
2.2 – Crer em Jesus é crer em suas Palavras.
2.3 – Construir sobre a rocha, que é sua palavra, é construir sobre o próprio Jesus.

3. O fundamento onde se constrói nossa vida é o próprio Senhor, e não há outro.
3.1 – 1 Co 3.10 (NVI) ‘Conforme a graça de Deus que me foi concedida, eu, como sábio construtor, lancei o alicerce, e outro está construindo sobre ele. Contudo, veja cada um como constrói’.

4. Construir sobre a rocha significa construir nossa vida.
4.1 – Seus valores.
4.2 – Seus princípios.
4.3 – Seus procedimentos.

5. Cada um dos salvos dará contas de si mesmo a Deus.
5.1 – II Co. 5.10 (NVI) ‘Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más’.
5.2 – Como você está construindo sua vida?
5.3 – Como Deus o avaliará?


CONCLUSÃO: Jesus é o Alicerce.
Nós o edifício.
Como temos construído?

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A Prática da Oração

O PODER DA ORAÇÃO

III

‘A Prática da Oração’.


Mt. 6.5-13

‘E agora, a respeito da oração. Quando orarem, não sejam como os fingidos, que oram publicamente nas esquinas das ruas e nas sinagogas, para todo mundo ver. Verdadeiramente, essa é toda a recompensa que eles poderão ter. Mas vocês, quando orarem, retirem-se, completamente a sós, fechem a porta atrás de vocês, e orem ao seu Pai secretamente; e seu Pai, que conhece os seus segredos, recompensará vocês". Não fiquem recitando sempre a mesma oração, como os pagãos fazem, pois pensam que as orações repetitivas é que são eficientes. Lembrem-se: seu Pai sabe exatamente o que vocês precisam, até mesmo antes que vocês peçam a Ele! Orem desta maneira: 'Nosso Pai do céu, nós adoramos o seu santo nome. Pedimos que seu reino venha logo. Que a sua vontade seja feita aqui na terra, tal como é feita no céu. Dê-nos hoje outra vez o nosso alimento, como sempre, e perdoe-nos os nossos pecados, tal como nós temos perdoado aqueles que pecaram contra nós. Não nos ponha em tentação, mas livre-nos do Maligno. Amém!' (BV).

INTRODUÇÃO: O próprio Senhor Jesus nos ensinou a não sermos incessantemente repetitivos.

Em algumas culturas pagãs as orações são sempre a repetição da mesma coisa. Nos dias de Elias os pagãos até mesmo se mutilavam enquanto repetiam a mesma frase. Jesus disse: ‘Não pensem que serão ouvidos pelo muito falar’.

Por outro lado Jesus nos diz para orarmos sem desistir.

A oração, mais que uma lamúria sobre problemas, colocada aos pés do Senhor, deve fluir na vida do cristão de forma tão natural que não precise nem de lugar de hora certa, mas que so0e sempre como uma conversa suave e tranquila de um filho com o Pai amado.

No Antigo Testamento encontramos cerca de oitenta e cinco orações originais (Kohler). Há mais ou menos sessenta salmos completos e cartoze porções de salmos que podem ser chamados de orações.

No Novo Testamento existem certas áreas claramente definidas nas quais se exibe ensinamento sobre a oração; porém, a fonte de onde todas as suas instruções à oração emanam, é a própria doutrina e prática de Cristo.

Hoje compartilharemos sobre o subtema A Prática da Oração.


I – OBSERVANDO A PRÁTICA DA ORAÇÃO PELOS NOSSOS SÍMBOLOS DE FÉ.

a – A Oração pelo prisma da Confissão de Fé.

1. A Confissão de Fé de Westminster no Capítulo XXI (do Culto Religioso e do Dia de Repouso), nas Seções III e IV nos dizem o seguinte:

1.1 – SEÇÃO III – ‘A oração, com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus requerida de todos os homens; e, para que seja aceita, tem de ser feita em nome do Filho, com auxílio de seu Espírito, segundo sua vontade, com entendimento, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança; e se for vocal, que seja numa língua conhecida’.

1.2 – SEÇÃO IV – ‘A oração deve ser feita por coisas lícitas e em favor de todo gênero de pessoas vivas ou que virão a viver no futuro; mas não em favor dos mortos, nem em favor daqueles de quem soubermos que cometeram o pecado da morte’.

b – A Oração pelo prisma do Catecismo maior.

1. Os Catecismos de Westminster (Breve e Maior) foram elaborados para a catequese e discipulado da membresia através de perguntas e respostas.

2. Nesta consulta usaremos o Catecismo Maior de Westminster:

2.1 – Pergunta 178. ‘O que é oração?’ Resposta: ‘Oração é um oferecimento de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo e com o auxílio de seu Espírito, e com a confissão de nossos pecados e um grato reconhecimento de suas misericórdias’.

2.2 – Pergunta 185. ‘Como devemos orar?’ Resposta: ‘Devemos orar com solene apreensão da majestade de Deus e profunda convicção de nossa própria indignidade, necessidades e pecados; com corações penitentes, gratos e francos; com entendimento, fé, sinceridade, fervor, amor e perseverança, esperando nele com humilde submissão à sua vontade’.

2.3 – Pergunta 183. ‘Por quem devemos orar?’ Resposta: ‘Devemos orar por toda a Igreja de Cristo na terra, pelos magistrados e outras autoridades, por nós mesmos, pelos nossos irmãos e até mesmo pelos nossos inimigos, e pelos homens de todas as classes, pelos vivos e pelos que ainda hão de nascer; porém, não devemos orar pelos mortos, nem por aqueles que se sabe terem cometido o pecado para a morte’.


II – OBSERVANDO A PRÁTICA DA ORAÇÃO PELA EXPERIÊNCIA DA IGREJA.

a – A simplicidade da oração.

1. Olhando nossas raízes reformadas podemos alavancar alguns nomes da história:
1.1 – O mais longo capítulo das Institutas é dedicado à oração, que Calvino chamou ‘o principal exercício da fé e o meio pelo qual recebemos diariamente os benefícios de Deus’.

1.2 – Porém, se toda a vida cristã, desde o primeiro passo até a perseverança final, é um dom de Deus, por que orar? A resposta é que os fiéis não oram para informar ou convencer Deus de alguma coisa, mas para expressarem sua fé, confiança e dependência dele.

1.3 – Calvino propôs quatro regras para a oração:
a) reverência: evitar toda ostentação ou arrogância;
b) contrição: deve proceder de um coração arrependido;
c) humildade: ter em mente a glória de Deus;
d) confiança: firme esperança de que a oração será respondida.

1.4 – Isso se aplica tanto à oração individual quanto às orações coletivas da igreja. A oração é a parte principal do culto a Deus (Is 56.7; Mt 21.13)

2. ‘Quando buscamos a Deus em oração, o diabo sabe que estamos querendo mais poder para lutar contra ele, e por isso procura lançar contra nós toda a oposição que é capaz de arregimentar’ (Richard Sibbes – 1577-1635 Pastor anglicano).

3. ‘A oração é um instrumento poderoso não para fazer com que a vontade do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra’ (Robert Law – 1788-1874 – Tenente General do Exército Britânico).

4. ‘Aqueles que oram fazem mais pelo mundo que aqueles que lutam; e se o mundo vai de mal a pior, é porque existem mais batalhas do que orações’ (George S. Patton – George Smith Patton, 11/11/1885-21/12/1945, Gal do 3º Exército EUA, 2ª Guerra Mundial).

b – A oração e a manipulação do divino.

1. A oração não funciona como um instrumento de manipulação dos caprichos ou necessidades humanas.

1.1 – ‘Não é a aritmética de nossas orações - quantas elas são; nem a retórica de nossas orações - quão eloquentes elas são; nem a geometria de nossas orações - quão longas elas são; nem a música de nossas orações - quão doce nossa voz pode ser; nem a lógica de nossas orações - quão argumentativas elas podem ser; nem o método de nossas orações – quão ordenadas elas podem ser, que Deus leva em consideração. O que mais importa é o fervor espiritual’ (William Lee – 1563-1614, clérigo e inventor inglês).

2. Não somos nós que mudamos o eterno propósito de Deus com a nossa oração, mas Ele nos aperfeiçoa no cumprimento diário de Sua vontade em nós.

3. Benjamin Palmer afirma que a oração é essencialmente feita em três aspectos:
3.1 – É o apelo da criatura dependente.
3.2 – É o lamento do culpado pecador.
3.3 – É a articulada adoração de uma alma inteligente.

Assim, pode-se ver nestes três aspectos a relação de Deus com o homem:

3.4 – Sob o primeiro aspecto, Deus é considerado em sua relação natural como o criador e preservador de todas as suas criaturas.

3.5 – Sob o segundo, ele é contemplado em sua graciosa relação como o redentor e salvador dos pecadores.

3.6 – E por último, ele é adorado em sua consumada santidade e glória.

c – A oração que Deus responde.

1. Já se viu que Deus não tem prazer na oração do ímpio.

2. Deus responde a oração de pessoas que guardam os seus mandamentos.

3. Quais são as partes constantes da oração verdadeiramente bíblica?
3.1 – Características da Oração Modelo:
a) Adoração: ‘Pai nosso, santificado seja o Teu nome’.
b) Proclamação: ‘Venha o teu reino...’.
c) Intercessão: ‘O pão nosso de cada dia...’.
d) Confissão: ‘Perdoa as nossas dívidas’.
e) Proteção: ‘Não nos deixes cair, mas livra-nos...’.
f) Glorificação: ‘Teu é o Reino, o poder e a glória’.

4. Mesmo que se tenham muitos exemplos de orações registradas nas Escrituras, recebemos de nosso Senhor um modelo de oração: A Oração Dominical.


III – OBSERVANDO OS EMPECILHOS À ORAÇÃO.

a – Alguns empecilhos à oração.

1. Orar fora da vontade de Deus.
1.1 – I Jo. 5.16

2. Satanás e seus anjos.
2.1 – Dn. 10.10-12

3. Pecados guardados.
3.1 – Is 59.1-2, Sl. 66.19-20

4. Dúvida em Deus.
4.1 – Tg. 1.5-7

b – A oração pela perspectiva bíblica.

Vista Panorâmica da Oração

Quanto a Diz a Bíblia Base Bíblica

Instrumentalidade Meio de graça Hb. 4.16
Aperfeiçoamento Espírito Santo Rm. 8.26
Alvos internos Todos os santos Ef. 6.18
Alvos externos Todos os homens I Tm. 2.1
Ter respostas Vontade de Deus I Jo. 5.16
Organização Não sabemos orar Rm. 8.26
Divulgação Orarás em secreto Mt. 6.6
Orientação Orarás ao Pai Mt. 6.8
Constância Sem cessar I Ts. 5.17
Mediação Em nome de Jesus Jo. 14.15
Eficácia Pode muito Tg. 5.16
Formas Oração, Súplicas, Intercessão, Ações de Graças, Petições I Tm. 2.1
Tempo Em todo o tempo Ef. 6.18
Mito Não tem poder Mt. 18.18

CONCLUSÃO: Não deixe de orar.
Ore na perspectiva correta.
Não faça da oração uma muleta ou um amuleto.
Exerça a oração como meio de comunhão constante com o Pai.

Lembre-se: A oração é instrumento de comunhão, afeto e amor entre Deus e seus filhos.

A Razão de Ser da Oração na Vida do Cristão

O PODER DA ORAÇÃO

II


‘A Razão de Ser da Oração na Vida do Cristão’.
Mensagem: Rev. Emiliano Cunha


Jó 23.3-4

Introdução: Foi dito que a oração não é o que muitos pensam ser:
- A Oração tem poder.
- A Oração é respondida pela quantidade de fé de quem ora.
- A Oração é um cheque em branco.
- A Oração é solução para todos os problemas.
- A Oração é a mão que move a mão que move o mundo.
- A Oração é aceita quando é bem orquestrada com palavras.

Existem alguns mecanismos que Deus instituiu com a finalidade de transmitir sua graça aos seus filhos. Na teologia reformada isto é chamado de ‘meio de graça’.

A verdadeira oração é um meio que Deus estabeleceu para que pudéssemos utilizar a aliança que ele tem conosco.

Quero compartilhar nesta oportunidade, dentro do tema geral O Poder da Oração, acerca do sub tema ‘A Razão de Ser da Oração na Vida do Cristão’.


I – A ORAÇÃO E O MISTICISMO CRISTÃO.

a – Onde se aloja o misticismo na Oração.

1. O que é o elemento místico?
1.1 – Aquilo que a inteligência humana tem dificuldade em explicar.
1.2 – Misterioso.

2. Toda religião tem seu aspecto místico, mágico, sobrenatural. A religião cristã não é diferente.

3. Não podemos negar a presença do sobrenatural no cristianismo, justamente porque é a verdadeira e única religião e o poder de Deus nos é revelado.

4. Se tirar o sobrenatural do cristianismo não será mais o cristianismo e a Bíblia poderá ser rasgada e descartada.

5. Vivemos em uma época de grande misticismo supersticioso misturado ao cristianismo. Especialmente no cristianismo brasileiro, e olhando só para a classe evangélica, temos muito engano por conta do misticismo:
5.1 – Água ungida.
5.2 – Óleo ungido.
5.3 – Rosa ungida.
5.4 – Lenço abençoado.
5.5 – Sal grosso.
5.6 – Lâmpada santa.
5.7 – Oração de poder.

b – A oração não possui mística própria.

1. Existe por ai muito engano sobre o assunto, e falar sobre isso causa um determinado desconforto para muitos.

2. Quando o Senhor nos deixou essa opção de oração ele queria que utilizássemos este recurso para estreitar essa relação e comunhão com Ele.

3. A oração NÃO tem poder em si mesma. O poder quem tem é Deus, Ele é o Todo- poderoso, capaz de transformar situações irreversíveis em algo totalmente possível.

4. A oração só funciona se estivermos em concordância com aquilo que Deus nos deixou através de seus ensinamentos. Somente com essas condições ela vai atender o que pedimos.

c – A oração do ímpio não é aceita pelo Senhor.

1. A oração feita por um ímpio alcançará o favor e a resposta de Deus?
1.1 – Pr. 15:8 ‘O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos justos é o seu contentamento’.
1.2 – Pr. 15:29 ‘Longe está o Senhor dos ímpios, mas escutará a oração dos justos’.
1.3 – Jo.9.31 ‘Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade, a esse ouve’.

2. Ordinariamente a Deus não tem prazer na oração do ímpio, pois a oração importa em comunhão e que comunhão tem o ímpio com Deus?

d – A oração é um privilégio para os filhos de Deus.

1. Mas na sua muita misericórdia e devido a sua graça comum que é derramada sobre maus e bons, o ímpio muitas vezes é agraciado com o favor de Deus.

2. ‘A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos’ (Tg. 5:16).

3. Note que não se diz que a oração é poderosa, mas que ela pode muito em seus efeitos.

4. A oração não precisa ser bonita, longa com palavras difíceis, ela tem que ser sincera, objetiva e principalmente com fé. Vejam o exemplo de Elias quando fez descer fogo do céu. Sua oração foi curta, mas a resposta foi imediata (1 Re. 18:36-38).

5. Não se pode esquecer que oração não deve ser somente para pedir.

6. A oração como meio de comunhão com Deus é carregada de agradecimento, de um senso de confissão e principalmente de um desejo de glorificar e adorar o nosso do Senhor.

e – Siga o modelo conforme foi dado.

1. Veja isso na oração em que ele nos orientou a fazer: (Mt. 6:9-13).

2. A Oração do Senhor é uma Oração à ser rezada (meramente repetida) ou um modelo de oração?

3. Se a resposta a primeira interrogação for positiva, então a oração tem poder em si mesma.

4. Se a resposta da segunda interrogação for positiva então nossas orações precisam ser reconstruídas.

5. Só quero abrir os olhos de algumas pessoas que acham que se fecharem os olhos de qualquer maneira, e começar a falar e pedir as coisas vão acontecer, porque entendem que sua oração tem poder.

6. Muitas vezes nem é uma oração verdadeira, pode ser apenas um desabafo, que nem é direcionada para Deus.

7. Imagine se Deus não fosse o mediador entre o que pedimos em oração e o que realmente precisamos?
7.1 – O mundo seria bem bagunçado, porque sinceramente tem gente por ai pedindo cada coisa em oração que se realizasse o mundo estaria muito enrolado.
7.2 – Tem pessoas que vão orar e praticamente se esquecem de Deus.
7.3 – É um tal de ‘sai capeta’, ‘não te aceito demônio’, ‘tá amarrado Satanás’ que, parecem que a oração é até para ele.

8. Não se deve esquecer que a oração visa ser direcionada para Deus e não usá-la para falar com o inimigo. Isso é falta de discernimento.


II – A RAZÃO DE SER DA ORAÇÃO.

a – A oração é meio de graça, não máquina de guerra.

1. A oração está mais para um conversar amável entre Pai e filho, entre o Noivo e a noiva, do que para uma metralhadora pronta para aniquilar o inimigo.

2. Deus nos deu a oração como meio de graça, não como máquina de guerra.

3. Você precisa saber: A sua oração não tem poder, mas a oração entre você e Deus com total comunhão é MUITO EFICAZ e vai te conduzir às bênçãos de Deus e seu Reino.

4. A vida cristã tem como alvo maior a glória de Deus e esta através da obediência sincera que é fruto de um coração quebrantado e entregue diante da cruz do Senhor, qual oferta colocada no altar.

b – O perigo de não orarmos.

1. Embora filhos de Deus por adoção em Cristo, os efeitos da Queda perduram em nossa vida no presente de modo tal que nos tornamos preguiçosos e até indiferentes à oração.

2. Através das Escrituras Deus nos convida e até mesmo nos ordena a orar, de sorte que não orar se constitui em pecado contra Deus, pois o mesmo se desdobra na quebra de muitos aspectos da vida cristã:
2.1 – Não orar é não manter comunhão com o Pai.
2.2 – Não orar é não amar o perdido com paixão salvadora.
2.3 – Não orar é não buscar a comunhão e o bem do próximo.
2.4 – Não orar é deixar de participar do governo de Deus no mundo.

3. Nas palavras de eminente teólogo reformado Robert Charles Sproul em seu livro A Oração Muda As Coisas? pág. 10: ‘O novo nascimento desperta um novo desejo de comunhão com Deus, mas o pecado resiste ao Espírito’ .

4. A negligência da oração é uma das principais causas de estagnação na vida cristã.

5. O mesmo teólogo e pastor, Sproul, em seu livro ‘A Oração Muda as Coisas?’ indica-nos que ‘a oração motiva e nutre a obediência, colocando o coração na mentalidade apropriada para desejar a obediência’ .

6. A Bíblia nos oferece diversos exemplos desta realidade, contudo apresento aqui dois breves textos:
6.1 – Lc. 22.39-62: Pedro e os outros discípulos não foram determinados na oração quando o Senhor Jesus lhe dissera: ‘Orai para que não entreis em tentação’ e o próximo passo destes aprendizes do Senhor foi o de tentar enfrentar o exército romano com uma única espada, em seguida Pedro nega a Jesus e os demais fogem.
6.2 – Js. 9.14: Josué não buscou ao Senhor foi enganado facilmente pelo inimigo.


III – OUVINDO A IGREJA SOBRE A ORAÇÃO.

1. Isaac Watts, nascido a 17/07/1674 e falecido em 25/11/1748, foi poeta, pregador, teólogo, lógico e pedagogo inglês, tendo sido autor de cerca de 750 hinos, chamado o pai do hino inglês, no livro A guide to Prayer: ‘Oração é a conversa que Deus permite-nos manter com Ele, enquanto estamos aqui embaixo. Ela é a linguagem que a criatura usa para se comunicar com o Criador, e que a alma de um santo muitas vezes recorre para aproximar de Deus, experiências de grande deleite e, deste modo, habita com seu Pai celestial por um curto período de tempo, antes que ele vá para o céu’ .

2. João Crisóstomo: ‘A oração é uma panóplia (armadura) contra todo mal, um tesouro que nunca se diminui, uma mina que jamais poderá ser esgotada, um céu sem qualquer obstrução de nuvem, um horizonte imperturbado por tempestades. É a raiz, a fonte, a mãe, de incontáveis bênçãos’ .

3. Robert Charles Sproul em seu livro The Prayer of the Lord, assim diz: ‘O mais importante, é que a oração é que nos transforma. Podemos envolver mais profundamente nesta comunhão com Deus e conhecer Aquele com quem estamos falando mais intimamente, e um crescente conhecimento de Deus é revelado ainda mais brilhante, e o que somos e a nossa necessidade é transformada em conforme Ele quer. A oração nos altera profundamente’ .

4. A oração bíblica nada mais é do que uma conversa com Deus, mas isso é tudo. Podemos ilustrá-la de várias maneiras:
4.1 – Adoração.
4.2 – Intercessão.
4.3 – Gratidão.

5. Li algures:
Orar antes de fazer algo é dependência.
Orar depois de fazer algo é gratidão.
Orar sempre é comunhão.


CONCLUSÃO: Mais do que nos achegarmos a Deus com uma lista de pedidos, somos ensinados a orar numa relação de adoração e comunhão como filhos que conversam amavelmente com o Pai.

Vamos conversar um pouco em nossa próxima preleção sobre a prática da oração.

Que continuemos com o mesmo pedido dos discípulos em nossos lábios: ‘Senhor, ensina-nos a orar!’

Feche seus olhos e fale isto com Jesus: ‘Senhor, ensina-me a orar!’

‘Desmistificando a Oração’

O PODER DA ORAÇÃO

Introdução: Alguém pode orar e não ser um cristão, mas é impossível ser um cristão e não orar.

A oração era a conversação diária e natural que Adão mantinha com o Criador antes da Queda. Certamente Adão não empostava a voz, colocava-se de pé e falava num tom retumbante!

Como é que você se dirige ao seu esposo pela manhã, ao lhe avisar que o café está servido?
– ‘Oh, meu amado! Venho nesta manhã linda e radiante lhe informar que o café está na mesa. Que seja para você tão nutritivo e abençoador’.

Ou você diz simplesmente:
– ‘Querido, o café está pronto. Venha!’

Embora Deus nos tenha criado para a comunhão com Ele, os efeitos da Queda trouxeram grande avaria em nossa espiritualidade e desta forma, em certo sentido, a oração não é natural para nós.

Mesmo que o novo nascimento desperta um novo desejo de comunhão com Deus, o pecado, que continua presente em nosso ser, resiste ao Espírito, por isso, em certa medida o exercício da oração é laborioso e exige trabalho e disciplina.

A oração é tanto um privilégio como um dever para cada cristão.

A oração é para o cristão o que a respiração é para a vida, no entanto, nenhum outro dever cristão é tão negligenciado.

Quero falar nesta primeira conversa, dentro do tema O PODER DA ORAÇÃO, sobre o seguinte sub-tema:


I ‘Desmistificando a Oração’.


Ef. 3.20-21

Qual é o poder da oração? Ganha um chocolate quem acertar a resposta!

Existem muitos cristãos frustrados com a oração e mesmo que orem, por ser um exercício religioso, já não esperam realmente que suas orações sejam ouvidas ou respondidas.


I – CONCEITOS ERRADOS SOBRE A ORAÇÃO.

a – A Oração tem poder.

1. Há uma ideia popular que afirma que a oração tem poder inerente.
1.1 – Este é um conceito errado e que precisamos ter o discernimento correto: A oração não tem poder nela mesma!
1.2 – De acordo com a Bíblia, o poder da oração é simplesmente o poder de Deus, o qual escuta e responde às orações.

2. Considere o seguinte:
2.1 – O Senhor pode fazer qualquer coisa; não há nada impossível para Ele (Lc. 1:37).
2.2 – O Senhor todo-poderoso convida o Seu povo a orar a Ele.
a) A Oração deve ser perseverante (Lc. 18:1).
b) A Oração deve ser com ação de graças (Fp. 4:6).
c) A Oração deve ser em fé (Tg. 1:5).
d) A Oração deve ser conforme a vontade de Deus (Mt. 6:10).
e) A Oração deve ser para a glória de Deus (Jo. 14:13-14).
2.3 – O Senhor todo-poderoso escuta as orações de Seus filhos.
a) Ele nos manda orar, e promete escutar nossas orações.
b) Sl. 18:6 ‘Na minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos’.
2.4 – O Senhor todo-poderoso responde às orações.
a) Sl. 17:6 ‘Eu te invoco, ó Deus, pois tu me respondes; inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras’.
b) Sl. 34:17 ‘Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações’.

b – A Oração é respondida pela quantidade de fé de quem ora.

1. Outro conceito errado sobre a oração é que a quantidade de fé determina se Deus vai ou não responder as nossas orações.

2. No entanto, às vezes o Senhor responde nossas orações apesar da nossa falta de fé.
2.1 – Em Atos 12, a igreja ora pela libertação de Pedro da prisão (v.5), e Deus responde suas orações (v.7-11).
2.2 – Pedro bate à porta do lugar onde as pessoas estavam reunidas para orar, mas aqueles que estavam orando de primeira se recusaram a acreditar que realmente era Pedro.
2.3 – Eles oraram para que Pedro fosse liberto, mas não acreditavam que iriam receber uma resposta à sua oração.

3. Não existe oração poderosa, existe sim, um Deus poderoso.
3.1 – Então, pode-se perguntar até mesmo sobre o nosso tema: Qual é o poder da oração? Resposta: NENHUM!
3.2 – A oração não tem poder. Mas Deus tem poder!
3.3 – O poder não é da oração, mas o poder é de Deus.
3.4 – O poder não se aloja na oração, mas o poder se aloja em Deus.
3.5 – O poder não se encontra na oração, como um fim em si mesma, mas o poder se encontra em Deus!
3.6 – Ilustração: É como se eu dissesse que esse fio que tenho em minhas mãos, tem muita energia nele mesmo. Mão tem. Mas uma vez ligado a fonte de energia, aí sim, a energia estará no fio, mas não é energia dele mesmo; é advinda de uma outra fonte.

4. Diz a Bíblia em Tg. 5.16: PolÝ ἰscÚei dšhsij dikaίou ἐnergoumšnh – ‘a oração do justo pode muito em sua eficácia’.
4.1 – Ela tem a eficiência de acessar o poder de Deus.
4.2 – Não que ela tenha poder em si mesma, mas que alcança muito em sua eficiência.
4.3 – Não que ela tenha poder em si mesma, mas porque é o instrumento ou o mecanismo que Deus instituiu para se acessar o poder Dele.
4.4 – A eficácia da oração não vem de nós – não são palavras especiais que dizemos ou um jeitinho especial que oramos ou até mesmo quão frequentemente repetimos nossas orações.
4.5 – A eficácia da oração não é baseado em que direção nos viramos ou qual a posição dos nossos corpos quando oramos.
4.6 – A eficácia da oração não vem do uso de artefatos, imagens, velas ou do rosário.
4.7 – A eficácia da oração é baseado em Quem escuta nossa oração e a ela responde.
a) A Oração nos coloca em contato com o Deus todo-poderoso, e devemos esperar grandes resultados, quer Deus queira nos dar ou negar o que pedimos, ou até mesmo se Ele pede para que esperemos nEle.
b) Qualquer que seja a resposta das nossas orações, o Deus a quem oramos é a fonte de todo o poder. Ele pode e vai nos responder de acordo com a Sua perfeita vontade e no momento que Ele julgar correto.

5. O número de cristãos frustrados com a oração é maior do que se imagina.
5.1 – Você já se sentiu assim em algum tempo de sua caminhada cristã?
5.2 – Porque isto acontece?
5.3 – Uma das razões porque isto acontece é porque existem formas inadequadas pelas quais se olha para a oração.

c – A Oração é um cheque em branco.

1. Muitos que encaram a oração como um cheque em branco se vêm no direito de pedir o que quiserem e exigir que Deus lhes seja favorável.

2. Para que a oração obtenha resposta, não basta apresentar o pedido, antes, há condições estabelecidas pelo próprio Deus.

d – A Oração é solução para todos os problemas.

1. Há problemas que Deus não dará solução numa perspectiva ou expectativa humana.

2. Há doenças que são para a morte, e mesmo que se ore incessantemente sobre a cura, Deus não realizará o nosso desejo.
2.1 – Um exemplo bem simples é a morte de Tiago em Atos 12.
a) Não estava a Igreja orando?
b) No entanto Deus permitiu que Tiago fosse degolado.
c) Se algum cristão ali pensava nesta proposição, ficou frustrado e sem entender.

e – A Oração é a mão que move a mão que move o mundo.

1. Muitos oram como se sua oração fosse mais forte que o próprio Deus.

2. Se nossa oração pudesse mover a mão de Deus, teríamos mais poderes que o próprio Deus.

f – A Oração é aceita quando é bem orquestrada com palavras.

1. ‘Não é a aritmética de nossas orações - quantas elas são; nem a retórica de nossas orações - quão eloquentes elas são; nem a geometria de nossas orações - quão longas elas são; nem a música de nossas orações - quão doce nossa voz pode ser; nem a lógica de nossas orações - quão argumentativas elas podem ser; nem o método de nossas orações - quão ordenadas elas podem ser, que Deus leva em consideração. O que mais importa é o fervor espiritual’ (William Lee).

CONCLUSÃO: É preciso que tenhamos a compreensão correta acerca da oração, sem o misticismo que a religiosidade a cobre.
– A oração não é mágica!
– A oração não tem poder em si mesma.

John Piper: ‘Orar não significa que tudo o que pedimos acontecerá. Significa que confiamos que Deus nos escutará e nos atenderá da melhor forma’.

Leonard Ravenhill: ‘Livros sobre oração são excelentes, mas são insuficientes. Livros sobre cozinhar podem ser muito bons, porém se tornam inúteis se não houver alimentos para se fazer algo prático; assim também é a oração. Pode-se ler uma biblioteca de livros sobre oração e não obter, como resultado, nenhum poder para orar. Precisamos aprender a orar, e para isso, é preciso orar’ .

Samuel Chadwick: ‘A maior preocupação do diabo é afastar os cristãos da oração. Ele não teme os estudos, nem o trabalho e nem a religião daqueles que não oram. Ele ri de nossa labuta, zomba de nossa sabedoria, mas treme quando nós oramos’.

Agostinho de Hipona: ‘A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem’.


Ela não é o poder!
A oração é meio de graça!
Ela não possui poder nela mesma!
A oração é uma ferramenta que Deus disponibilizou para que acessássemos o seu poder.

Uma vida de oração sem frustação e sem culpa é vivida pelo cristão quando se tem esta compreensão.

Meu sincero desejo é que essa reflexão possa ser útil para uma perspectiva correta da oração em nossa vida.

Que Deus nos ajude a vivermos em oração de forma correta, desfrutando de verdadeira comunhão com o Pai e buscando acima de tudo a glória e a honra de seu santo nome.

sábado, 27 de abril de 2013

ONDE ESTÁ O TEU CALOR?



Ap. 3.14-22


OBJETIVO: Ensinar ao povo de Deus que somos chamados a uma vida de coerência e compromisso fervoroso com o Reino.


INTRODUÇÃO: Laodicéia, a sétima e última Igreja a quem o Senhor Jesus se dirige em Apocalipse, sofria de uma doença crônica terrível: mornidão espiritual, que também pode ser chamada de complacência ou falta de compromisso.


CONTEXTO: A cidade fora fundada em 250 a.C. por Antíoco, da Síria; e nos dias de João era um dos grandes centros comerciais do Oriente Médio. Esta cidade ficava a dezesseis km de Colossos e próximo a Éfeso.
A Igreja fora fundada no período do trabalho de Paulo na região, possivelmente pelo colaborador Epafras.
Há três informações básicas para compreendermos o texto:
a) Era um grande centro bancário e financeiro, a ponto de, em 61 d.C., ter sido destruída por um grande terremoto e reconstruída sem o auxílio do Império Romano.
b) Possuía uma próspera rede industrial na área têxtil, especialmente de lã aveludada, violeta escuro retiradas de ovelhas de cor negra. A cidade se gabava de suas roupas finíssimas e luxuosas.
c) Era um centro médico importante. Havia até escola de medicina em Laodicéia, com médicos famosos. Produziam ungüentos para a cura de doenças dos olhos e ouvidos. Orgulhavam de seus colírios.


TRANSIÇÃO: Não se encontra nenhuma palavra de louvor ou recomendação a esta Igreja. Às demais, Cristo elogiou seus pontos positivos e censurou seus desvios e comportamentos doutrinários. À Igreja de Laodicéia não havia o que elogiar.
Uma Igreja morna possui três características:



I – UMA IGREJA MORNA POSSUI A SÍNDROME DO CONFORMISMO.

a – O conformismo produz envelhecimento precoce e ocaso.

1. O poeta judeu Samuel Ulman (1840-1924), deixou a máxima que afirma: ‘A juventude não é uma época da vida, mas uma qualidade do espírito’.

2. Bem que poderíamos na mesma assertiva parodiar a frase da seguinte maneira: ‘A velhice não é uma idade na vida mas um estado de espírito’

3. Li em algum lugar que, via de regra, ‘a velhice é a época em que a pessoa troca seus sonhos por lamentos’.

4. Quando se perde a capacidade de sonhar entra-se em estagnação e acomoda-se a vida de tal maneira que qualquer coisa serve.

5. Assim estava a Igreja de Laodicéia.

b – A Igreja de Laodicéia entrara em estagnação.

1. Na Igreja de Laodicéia, até onde se percebe, a grande maioria estava feliz com a situação em que se encontravam.

2. Viviam como se dissesse o tempo todo: ‘Somos prósperos! Somos abençoados!’ (vs. 17):
2.1 – ‘Estou rico e abastado’.
2.2 – ‘Não preciso de coisa alguma’.

c – Não deixe a síndrome do conformismo te alcançar.

1. O povo de Deus não pode perder a capacidade de sonhar de pensar projetos que tornem viáveis a proclamação e a expansão do Reino de Deus em nosso tempo.

2. É preciso sonhar com conquistas para o Reino de Deus no tempo presente.
2.1 – William Carey, o pai das missões modernas dizia: ‘Faça grandes coisas para Deus, espere grandes coisas de Deus’.

3. É possível nos acomodarmos com o senso de que tudo está bem a nossa volta, seja em nossa vida material, seja em nossa vida devocional com Deus, ou em nossa vida comunitária como Igreja.
3.1 – Podemos ter um bom momento de adoração e louvor, ter um culto bem animado, ter bons pregadores; mas tudo isso não incomodar nem transformar o mundo a nossa volta.


II – UMA IGREJA MORNA POSSUI A PATOLOGIA DO DEFORMISMO.

a – A mornidão produz conformismo e deformismo.

1. A Igreja de Laodicéia, acostumada e conformada com sua situação não percebeu que o mundo e o pecado estavam minando sua saúde.

2. Ilustração: Um homem corpulento e forte que se gaba de sua saúde e de sua vida liberal, enquanto prossegue com o fumo, bebida exagerada e outros abusos, está ‘dormindo com o inimigo’.

3. O Senhor Jesus estampa ante os olhos da Igreja o que caracterizava o conformismo.
3.1 – Ap. 3.15-16 ‘Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca’.

4. O contexto cultural da região ilustra a situação desta Igreja.
4.1 – Entre Hierápolis e Laodicéia havia muitas fontes dágua à beira do caminho. Muitas delas eram fontes termais, de águas eméticas e mornas. Os viajantes, cansados, desciam de seus camelos e, sedentos, corriam a beber água nestas fontes. Quando enchiam a boca de água morna, a sensação que tinham era de ânsia de vômito e assim, cuspiam a água de imediato.

b – A mornidão espiritual produz infelicidade.

1. Jesus não economiza palavras para diagnosticar a Igreja de Laodicéia: ‘Tu és infeliz’.

2. Igrejas ou indivíduos, embora religiosos, podem ser desprovidos da verdadeira vida de Deus, onde não há espaço para a ação do Espírito Santo.

c – A mornidão espiritual produz pobreza.

1. ‘Tu és pobre’.

2. Pobreza espiritual.
2.1 – Árvores desprovidas de frutos.
2.2 – Rebanhos que não tem filhotes ou crias.

d – A mornidão espiritual produz cegueira.

1. ‘Tu és cego’.

2. Há pessoas que não enxergam as ações de Deus na sua vida.

3. Ilustração: Geazi e Elizeu.

e – A mornidão espiritual produz nudez.

1. ‘Tu és nu’.

2. A nudez espiritual é a falta de atos e obras que adornam a vida do cristão neste mundo ou a falta de frutos permanentes que acompanham o cristão para a eternidade.
2.1 – I Co. 3.10-17 → O galardão é mediante obras realizadas no nome e no caráter de Jesus nesta vida.


III – UMA IGREJA MORNA POSSUI O URGENTE DIAGNÓSTICO: REFORMA JÁ.

a – A reforma sempre acompanhou o povo de Deus.

1. Na história de Israel temos bons exemplos de reforma religiosa:
1.1 – Josias.
1.2 – Ezequias.
1.3 – Ageu, Esdras e Neemias.

2. Na história da Igreja isso também se deu em várias ocasiões:
2.1 – Os pré-reformadores:
a) Pedro Valdo.
b) João Huss.
c) John Wicliff.
2.2 – Os reformadores:
a) Martinho Luthero.
b) Ulric Zwínglio.
c) João Calvino.

b – Para se reformar é preciso adquirir (vs. 3.18).

1. Ap. 3.18 ‘Aconselho que de mim compres ouro ...’.
1.1 – A verdadeira riqueza espiritual, vida abundante, não só na eternidade, vem de Deus através do relacionamento pessoal que se desenvolve através de seu Espírito e de sua Palavra.
1.2 – Laodicéia que se julgava rica, é conclamada a adquirir a verdadeira riqueza que vem de Deus.
1.3 – Apenas ser religioso não significa nada se não existir verdadeiro relacionamento com Deus.

2. Ap. 3.18 ‘Aconselho que de mim compres... vestiduras ...’.
2.1 – Laodicéia se vangloriava de ser a produtora das melhores vestiduras da época, contudo a Igreja é aconselhada a buscar a verdadeira vestimenta em Deus.
2.2 – A Igreja adornada e vestida de obras e atos que glorificam a Deus é o conselho de Jesus à Igreja de Laodicéia.

3. Ap. 3.18 ‘Aconselho que de mim compres... colírio ...’
3.1 – Se a uma das melhores universidades médicas da região estava em Laodicéia isto não significava que esta Igreja tinha a melhor visão de Deus e de seu Reino.
3.2 – A verdadeira visão do Reino que traz impulso para a Igreja só é possível através de uma vida íntegra e genuína com Cristo.
3.3 – Por isso esta Igreja é aconselhada a adquirir colírio, remédio de Deus para a falta de visão espiritual que estava vivendo.

c – Reforma exige arrependimento (vs. 3.19).

1. Ap. 3.19 ‘Arrepende-te’.
1.1 – ‘Eclesia reformada semper reformanda est’ – Igreja reformada, sempre se reformando.

2. Arrependimento pressupõe um caminho de volta.
2.1 – A conversão, como volta aos caminhos de Deus, é uma experiência que deve se repetir a cada dia na vida do crente.
2.2 – Há áreas em sua vida que precisam ser transformadas?
2.3 – O que Deus está dizendo para você?
2.4 – O Espírito Santo está tocando seu coração para o arrependimento e volta para Deus?

d – Reforma exige um encontro constante com Cristo (vs. 3.20).

1. Ap. 3.20 ‘Eis que estou à porta e bato’.

2. Cristo estava do lado de fora daquela Igreja, desejoso de entrar e desfrutar de uma comunhão viva e de um relacionamento significativo e transformador.

3. Cristo está de fora de sua vida, mesmo sendo você uma pessoa convertida?

4. Abrir-se para Cristo implica em um relacionamento de vida e íntima comunhão.


CONCLUSÃO: Onde está o seu calor?
Caso o Senhor Jesus tivesse que lhe escrever uma carta que lhe diria?
Estás morno?
Onde está o teu calor?

A hora é de decisão: Abra o seu coração para Jesus recebendo-o como seu salvador pessoal. Venha a Jesus!

A hora é de consagração: Venha adquirir a verdadeira riqueza em Cristo. Abra o seu coração para o arrependimento que restaura e transforma. Abra o seu coração para uma vida de maior intimidade com o Senhor.
Venha!



ONDE ESTÁ A TUA OPORTUNIDADE?



Ap. 3.7-13


OBJETIVO: Demonstrar ao povo de Deus que o Senhor coloca diante de nós portas abertas e oportunas, as quais devemos aproveitar para partilhar e proclamar seu Reino.


INTRODUÇÃO: No conto mítico a oportunidade é representada por uma bela e exuberante ave de lindas plumagens multicoloridas.
O estranho é que a mesma possui um topete atirado para frente e é dito que se alguém quiser segurá-la deve segurá-la de frente ou se deixa-la passar não conseguirá tê-la.


CONTEXTO: Filadélfia, uma das cidades da Ásia Menor, atual Turquia, fora fundada em cerca de 140 anos a.C. por Eumenes, rei de Pérgamo. Seu irmão Átalo, cuja lealdade amplamente expressa, recebeu o título de Filadelfo, dando assim o nome à cidade.
Filadélfia era uma cidade constantemente afligida por terremotos. Quando parcialmente destruída no século I, por um gigantesco terremoto, foi reconstruída por Tíbio Cezar, e em honra a este, teve seu nome mudado para Nova Cezaréia.
Mais tarde, quando Vespasiano Flávio subiu ao poder, teve novamente seu nome mudado para Flávia.
Nesta cidade estava aquela Igreja de Jesus, que foi elogiada e motivada a perseverar, mas que, contudo, não recebeu nenhuma repreensão ou acusação.
Sabiam aproveitar as oportunidades para proclamar e glorificar o nome do Senhor Jesus.


TRANSIÇÃO: Situações oportunas todos temos em diferentes ocasiões de nossa vida. Uma vez passada a oportunidade, dificilmente a teremos repetida. Olhando para este texto, nesta ocasião quero vos propor o seguinte tema: ONDE ESTÁ A TUA OPORTUNIDADE?

I – CRISTO É O SENHOR QUE CRIA CIRCUNSTÂNCIAS OPORTUNAS.

a – ‘Tenho posto diante de ti uma porta aberta’.

1. Filadélfia era cidade pagã e idólatra, mas o Senhor da Igreja havia colocado sua luz naquele lugar.

2. A luz do Evangelho brilha onde a pregação das Escrituras é fiel e pessoas são libertadas pelo verdadeiro conhecimento de Deus, em Cristo Jesus.

3. A Igreja é a luz do mundo.
3.1 – Mt. 5.14-16 ‘Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus’.
3.2 – Ap. 1.20 – candeeiros (Λίχνος - lichinos).
3.3 – Fp. 2.15 ‘Em tudo quanto vocês fizerem, evitem queixas e discussões de modo que ninguém possa dizer nenhuma palavra de censura contra vocês. Vocês devem levar uma vida pura e imaculada como filhos de Deus num mundo em trevas, cheio de gente desonesta e obstinada. Brilhem entre eles como a luz de um farol’.

4. A Igreja sempre terá portas abertas, mesmo que os homens as fechem:
4.1 – I Co. 16.9 ‘uma porta grande e oportuna se me abriu’ (Paulo em Éfeso).
4.2 – II Co. 2.12 ‘uma porta se me abriu no Senhor, para pregar o Evangelho’ (Paulo em Trôade).
4.3 – Cl. 4.3 ‘suplicai ... para que Deus nos abra porta à Palavra’.

5. A Igreja não é meramente a cara do pastor, mas é sempre a cara de cada crente que lhe é membro.
5.1 – A evangelização bíblica deve ser o estilo de vida de cada cristão genuíno.

6. A Igreja de Filadélfia era uma Igreja fraca e pequena, mas era fiel.
6.1 – Ap. 3.8b ‘... tens pouca força, entretanto guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome’.


II – CRISTO É O SENHOR QUE EMUDECE OS ADVERSÁRIOS.

a – Os judeus perseguiam a Igreja.

1. Negavam que Jesus era o Cristo e se diziam filhos de Abraão.
1.1 – Gl. 3.7 ‘... os da fé é que são filhos de Abraão’.
1.2 – Rm. 9.6 ‘... nem todos os de Israel são de fato israelitas’.

2. O judaísmo seria destronado tempos a frente como ‘religious lícita’.

b – Os romanos perseguiam a Igreja.

1. Com a conversão de Constantino esses adversários seriam emudecidos.

2. O Império não mais exerceria sua autoridade e poder para calar o Evangelho, mas se transformaria num instrumento de divulgação do mesmo por todo o mundo.

c – Há inimigos da Igreja também hoje.

1. Não precisamos ir longe para vermos os inimigos do Evangelho espalhados mundo afora.

2. Em nosso contexto evangélico bem próximo podemos ver ações dos inimigos do Evangelho.


III – CRISTO É O SENHOR QUE RECOMPENSA O SEU POVO.

a – ‘Fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus’.

1. Com os constantes terremotos vividos na cidade de Filadélfia até as colunas dos templos (verdadeiras rochas sólidas) tombavam.

2. O Senhor promete que o seu povo será sólido e inabalável como as colunas na casa de Deus.
2.1 – Ser coluna fala de estar firme e confiante na presença de Deus eternamente.
2.2 – Somos pedras vivas no Templo de Deus.
2.3 – I Pe. 2.5 ‘vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo’.

b – ‘Gravarei sobre eles o nome do meu Deus’.

1. O nome fala do caráter.
1.1 – Fulano tem o nome sujo = tem o caráter sujo.
1.2 – Fulano tem um bom nome...

2. Ter o nome de Deus implica em semelhança com ele.
2.1 – II Co. 3.18 ‘... somos transformados ...’.
2.2 – Rm. 8.29 ‘... para sermos conformes a imagem de seu Filho ...’.
2.3 – I Jo. 3.2 ‘... quando ele se manifestar seremos semelhantes a ele ...’.

3. O cristão recebe do caráter de Deus aqui e assim é conhecido entre os homens e também o será por toda a eternidade.

c – ‘Gravarei sobre ele o nome da cidade do meu Deus’.

1. O nome de Filadélfia havia sido mudado várias vezes.
1.1 – Filadélfia.
1.2 – Nova Cesaréia.
1.3 – Flávia.

2. Os verdadeiros cristãos receberão o nome de Deus sobre eles e jamais será mudado.

3. Os cidadãos romanos recebiam títulos de cidadania que poderiam ser confiscados, mas os cristãos serão habitantes permanentes na cidade de Deus.
3.1 – Mt. 25.34 ‘... vinde benditos de meu Pai, entrai na posse do Reino ...’.


CONCLUSÃO: Oportunidades estão postas diante dos cristãos a cada momento. Como as aproveitamos?
Seja apenas para servir, sem palavras.
Seja para testemunhar com palavras e atos.
Seja para proclamar em alto e bom som a redenção em Ccristo.
Onde está a tua oportunidade?




ONDE ESTÁ A TUA VIDA?



Ap. 3.1-6

OBJETIVO: Levar cada ouvinte a questionar sobre a realidade de sua vida em Cristo.

INTRODUÇÃO: Em todo e qualquer campo da vida humana, o plágio pode ser bem feito, mas creio que no âmbito da religião é onde ele se manifesta com maior desenvoltura. É fácil sermos hipócritas ou falsificarmos a aparência de espiritualidade.

CONTEXTO: Sardes era uma cidade pequena, de pouca expressão cultural e política. Por estar na encruzilhada de várias estradas romanas, tornara-se um centro de comércio e prosperava economicamente, sendo considerada uma cidade rica.
Plínio, historiados dos romanos, nos informa que a arte de tingir a lã fora inventada ali. Uma grande indústria têxtil e de tinturaria se desenvolveu naquela cidade.
Também muitos metais eram trabalhados em minas da região, especialmente o ouro.
Andrew Tait, historiador, que o povo de Sardes adorava Cibele, a deusa-mãe, cujo culto era do mais degradante com orgias carnavalescas que envolviam toda a cidade. Sardes tinha a reputação de uma cidade imoral e de aberta licenciosidade.

TRANSIÇÃO: A Igreja alemã na época do nazismo, em grande escala passou a ter o mesmo discurso que Hitler. A Igreja brasileira, no período da ditadura militar, assumiu não poucas vezes o mesmo discurso do militarismo.
Esta síndrome de camaleão ainda pode acontecer conosco?
Nesta oportunidade quero compartilhar com vocês, no intuito de questionarmos se de fato vivemos a vida cristã como Jesus a viveria em nossos dias, o seguinte tema ‘ONDE ESTÁ A TUA VIDA?’

I – A APARENTE VIDA DE UMA IGREJA MORTA.

a – ‘Tens nome de que vives, e estás morto’.

1. Tinha fama de uma Igreja atuante.
1.1 – Programas os mais diversificados para atrair ou divertir os interessados.
1.2 – Cultos animados com cânticos e euforia.
1.3 – Atividades as mais diversas que pudessem prender a atenção das pessoas.
1.4 – Jantares, reuniões...

2. Era a Igreja da moda, pois ganhava facilmente os aplausos e a glória dos homens.

b – Detinha a forma, mas não o conteúdo.

1. ‘Não tenho achado íntegras as suas obras’.
1.1 – ‘Íntegras’ – ‘Πεπληρώμενα’ – completas, plenas, cheias, indicadas aquelas obras realizadas dentro do propósito de Deus, com motivações corretas.
1.2 – Obras não íntegras são aquelas que, mesmo sendo boas, são realizadas com motivações egoísticas e erradas; que não buscam a glória de Deus e o bem do próximo em primeiro lugar.

2. Obras com aparência de cristianismo, mas vazias.

3. ‘Por fora bela viola ...’ – No culto, uma beleza! Por fora, compromisso com a licenciosidade, com o permissivismo e com a imoralidade.

4. Ilustração: É como se tais crentes esquecessem que os olhos do Senhor a tudo vêem. Pensam em encontrá-lo semanalmente, a cada domingo na Igreja (onde é a sua casa), e depois vive o resto da semana como se Deus não os estivesse vendo.


II – O GRITANTE DESAFIO À CONVERSÃO E À VIDA.

a – Uma exortação à reflexão:

1. ‘Lembra-te!’
1.1 – Sardes já estivera em melhor situação diante de Deus.
1.2 – Era desafiada a olhar para trás e trazer a mente tempos de mais intimidade com Deus e de maior integridade.

2. ‘do que tens recebido’.
2.1 – A Igreja era chamada a considerar o que Deus já fizera na vida deles como pessoas que conheciam a graça e o poder transformador de Jesus.

3. ‘e ouvido’.
3.1 – Nesta palavra o Senhor Jesus os desafiava a considerar como a pregação do Evangelho tivera efeito transformador na vida deles como indivíduos e como Igreja.
3.2 – Testemunhos de pessoas impactadas pelo Evangelho eram conhecidos entre eles eram coisas que ficara no passado ou pertencentes a alguns poucos.
3.3 – Rm. 10.17 ‘A fé vem pelo ouvir da Palavra ...’.

b – Uma exortação à vigilância.

1. ‘Guarda-o’, indica a vigilância com o que se tinha recebido.

2. Em tantos outros lugares das Escrituras somos advertidos a cuidar com zelo do tesouro e bens que recebemos de Deus em Cristo Jesus.

3. A parábola dos talentos ilustra o desenvolvimento e zelo que se deve ter com o que se recebeu de Deus.

4. Fp. 2.12 ‘... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor ...’.

c – Uma exortação à mudança de atitude.

1. ‘Arrepende-te’.

2. Os cristãos de Sardes eram desafiados a mudar a postura e atitudes assumidos até ali.

3. Deus está de fato satisfeito com sua vida pessoal?
3.1 – Seus negócios?
3.2 – Sua vida familiar?
3.3 – Seus estudos?
3.4 – Seu namoro?

4. Ser cristão é uma questão de atitude e não meramente uma questão de religião.
4.1 – At. 11.26 ‘Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos’.

d – Uma ameaça aos faltosos.

1. ‘Se não vigiares, virei como ladrão’.

2. Deus não se mantém indiferente ao pecado de seu povo; antes, ao contrário, disciplina de maneiras variadas na intenção de que possam se arrepender e voltar aos seus caminhos.


III – CONSOLO PARA UMA IGREJA DECADENTE.

a – ‘Tens contudo os que não se contaminaram’

1. O problema da Igreja de Sardes era a contaminação com o estilo de vida da sociedade decadente onde estava inserida.

2. Como já ilustrado na introdução, essa pode ser uma tendência da Igreja em várias épocas e culturas.

3. Porém, em Sardes havia aqueles que não se contaminaram.

4. Ilustração: Dietrich Bonhoefer, conhecido teólogo luterano da Alemanha, que resistiu fortemente as ideologias nazistas, indo preso e por último sendo enforcado pelo Reich alemão em 1945.

b – O desafio é não se contaminar.

1. ‘Não contaminaram as suas vestiduras...’.

2. Ap. 7.14 ‘Lavaram as suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro’.

3. Ap. 3.4 ‘... andarão de branco junto comigo ...’.
3.1 – Indica que viverão na santidade e pureza de Cristo e com Cristo por toda a eternidade.
3.2 – Somos chamados à santidade e, ‘sem a santificação ninguém verá o Senhor’ (Hb. 12.14).
3.3 – ‘pois são dignas’ indica que a mesma dignidade do Cordeiro lhes é repassada. Como diz o cântico:
‘Tudo o que Jesus conquistou na cruz
É direito nosso, é nossa herança
Todas as bênçãos que tem prá nós
Tomemos posse, é nossa herança.
Toda vida, todo o poder.
Tudo o que Jesus tem prá dar
Abrimos nossas vidas prá receber
E nada mais nos resistirá...’.

4. Terão os nomes no livro da vida.
4.1 – Todos os que rejeitaram o culto ao Imperador e a idolatria pagã tiveram seus nomes cortados dos livros de cidadãos romanos.
4.2 – Os fiéis com Deus terão seus nomes no Livro da Vida.


CONCLUSÃO: Você pode ter o seu nome no Rol de Membros de uma Igreja e não tê-lo no Livro da Vida.
Você pode ter cargos e atividades e não ter o nome no Livro da vida.
Você pode ter o nome de que vive...
Você pode ter aparência de piedoso, mas se não tiver um coração lavado no sangue do Cordeiro, então seu nome não está no Livro da Vida.
Àqueles que nasceram de novo em Cristo a palavra é: ‘Aquele que começou a boa obra em vós, há de completá-la até o dia final’ (Fp. 1.6).
Suas atitudes demonstram que você é de fato um cristão, um seguidor de Cristo? Ser cristão é uma questão de atitude.
Onde está a tua vida?




ONDE ESTÁ O TEU TESTEMUNHO



Ap. 2.18-29


OBJETIVO: Conduzir cada cristão a considerar se seu testemunho tem sido suficiente para incomodar e impactar outros com a mensagem do Evangelho do Reino de Deus.


INTRODUÇÃO: É de Antoine de Saint’Exupery a frase: ‘Teus atos falam tão alto que já não escuto as tuas palavras’.


CONTEXTO: Tiatira era a cidade natal de Lídia que foi uma das primeiras pessoas a se converter em Filipos. Possivelmente o Evangelho tenha chegado a Tiatira através de Lídia ou outro discípulo de Paulo.
Era uma cidade inexpressiva do ponto de vista político, econômico ou cultural, todavia era conhecida pelo comércio; de modo especial o comércio de púrpura, tecido e roupas finas.
A rede comercial de Tiatira era organizada em agremiações (espécie de sindicatos) que promoviam jantares e cerimônias de cunho social ou religioso. Cada agremiação possuía uma entidade tutelar, uma espécie de padroeiro. Nestes jantares e festas comiam-se alimentos sacrificados e oferecidos a esses deuses. Tais festas terminavam em libertinagem e promiscuidade.
Poderiam os cristãos fazer parte de tais festas, ou freqüentar tais ambientes?


TRANSIÇÃO: O cristão é a Bíblia do mundo. Muitos estão lendo a sua vida. O que encontram? A partir desta carta de Jesus enviada a Igreja de Tiatira, quero vos falar nesta oportunidade sobre o seguinte tema: ONDE ESTÁ O TEU TESTEMUNHO?


I – JESUS VÊ UMA IGREJA COMPROMETIDA.

a – ‘Conheço as tuas obras’.

1. A semelhança da Igreja de Éfeso esta era uma Igreja ativa e realizadora.

2. Apesar da pressão de Domiciano, a Igreja de Tiatira era uma que propagava a mensagem do Evangelho de Cristo Jesus.

b – ‘Conheço o teu amor’.

1. No grego temos quatro palavras para amor.
1.1 – Eros (Έρος) → amor físico, erótico, o interesse de uma pessoa pela outra, baseado nas paixões físicas.
1.2 – Filos (Φίλος) → amor de amigos.
1.3 – Storgê (Στοργή) → amor entre pais e filhos, amor fraterno, sendo que esta não aparece na Bíblia.
1.4 – Ágape (Άγαπή) → amor perfeito, desinteressado, amor que se dá sem reservas pelo bem da pessoa amada, sem pedir nada em troca, amor sacrificial. Palavra usada nas Escrituras sempre em relação ao amor de Deus pelo ser humano.

2. O Senhor Jesus usa aqui a palavra ‘Ágapê’ (Άγαπή), que indica um amor sacrificial.
3.1 – O amor de Deus é derramado nos corações dos que crêem em Cristo como seu salvador e Senhor, capacitando-os a amar assim como Deus ama.
3.2 – Jesus reconhece que esse amor fazia parte da vida daquela Igreja.

c – ‘Conheço a tua fé’.

1. A fé indica aquela confiança plena e absoluta na pessoa e na obra do Senhor Jesus Cristo.

2. É o reconhecimento e a confissão de que não podemos resolver o problema do nosso pecado por nós mesmos ou por qualquer outro meio, ou pessoa, a não ser unicamente através da morte expiatória de Cristo.

d – ‘Conheço o teu serviço’.

1. A palavra grega usada aqui é ‘Diaconia’ (Διακονία), onde cada irmão está servindo outros irmãos.

2. A fé cristã é uma experiência comunitária e prática, e não apenas uma contemplação de um Deus distante e até quase impessoal.

3. ‘Diaconia’ aponta para o lugar que cada crente tem no corpo de Cristo, a Igreja. A Igreja de Tiatira tinha aprendido este conceito.

4. Numa Igreja assim o trabalho não recai sobre pastores, presbíteros, diáconos e uma pequena minoria que trabalha; mas, cada irmão, compreendendo e exercendo seu dom espiritual, permite o corpo (a Igreja) funcionar sem se tornar um peso a ninguém.

e – ‘Conheço o teu progresso’.

1. Jesus fala da perseverança e avanço daquela Igreja através de obras numa escala progressiva, onde as últimas obras eram mais numerosas que as primeiras.

2. A tendência na vida de muitos cristãos é o arrefecimento, assim como a brasa fora do fogo.
2.1 – Já não é mais aquele ou aquela que buscava a plenitude do Espírito Santo.
2.2 – Já não ora mais como no início.
2.3 – Já não jejua mais.
2.4 – Já não evangeliza mais com o interesse e paixão pela salvação de pessoas a sua volta.
2.5 – Começam a carreira cristã com muito gás, mas com o passar dos anos vai perdendo o vigor e contenta-se em se tornar um mero religioso.

3. A Igreja de Tiatira cada vez mais buscava produzir no avanço do Evangelho.


II – JESUS REPREENDE UMA IGEJA CONIVENTE.

a – ‘Tenho porém contra ti’.

1. Apesar de comprometida, a Igreja de Tiatira, a exemplo de Pérgamo, tolerava o pecado.

b – ‘... o tolerares essa mulher, Jezabel’.

1. Uma membro da Igreja que arrogava ser profeta. Quem a si mesmo se declara profeta, geralmente não o é.

2. Esta pessoa era praticante da doutrina corrente denominada de ‘Antinomianismo’, que estabelece que o cristão já não vive mais debaixo de leis ou regras, portanto é livre para fazer o que bem quiser, até mesmo pecar.

3. Jezabel, estimulava os crentes a experimentar o pecado até o último grau (as coisas profundas de Satanás), para que pudessem vencê-lo.

4. ‘ensinava e seduzia’ (vs. 20).
4.1 – Instigava.
4.2 – Convencia.
4.3 – Conduzia ao erro.

5. Jezabel era condenada pelo que fazia.
5.1 – É advertida: ‘... dei-lhe tempo...’ (vs. 21).
5.2 – É refreada: ‘... a prostro de cama...’ (vs. 22).
a) Doença.
5.3 – Tribulação: ‘... bem como em grande tribulação os que com ela adulteram...’ (vs. 22).
5.4 – Morte para seus filhos: ‘... matarei os seus filhos...’ (vs. 23 // I Co. 11.30).

6. ‘De Deus não se zomba’.


III – JESUS RECOMPENSA A IGREJA FIEL.

a – Conselho:

1. ‘... tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha...’ (vs. 25).

2. A Igreja de Tiatira era aconselhada a conservar aquela vida de obras, de fé, amor, serviço e perseverança.

3. A Igreja de Jesus sempre é aconselhada a abandonar o pecado e conservar uma vida de testemunho calcado na pureza, obras, de fé, amor, serviço e perseverança; no intuito de impactar o mundo com a realidade do Evangelho.

b – Promessa:

1. ‘... eu lhe darei autoridade sobre as nações...’ (vs. 26).
1.1 – Ter autoridade sobre as nações implica em receber na vida presente poder para vencer os pecados que seduzem as nações.
1.2 – Indica ainda autoridade futura no Reino dos céus, ou ser participante da administração do Reino e do galardão dos que forem fiéis a Cristo.

2. ‘... assim como também recebi de meu Pai, dar-lhe-ei a estrela da manhã... ’ (vs. 28).
2.1 – Um indicativo de um amanhecer glorioso na vida do cristão através da ressurreição, assim como Cristo teve um amanhecer para a vida eterna depois de três dias no túmulo.
2.2 – A Estrela da manhã aponta ainda para a própria pessoa de Cristo, que é ‘a mais brilhante estrela da manhã’. Isso significa receber a plenitude de Cristo nesta vida presente e participar da mesma qualidade de sua vida na eternidade.


CONCLUSÃO: Onde está o teu testemunho?

Seu testemunho tem sido suficiente para incomodar e impactar outros com a mensagem do Evangelho do Reino de Deus?

Você ainda não se entregou a Cristo crendo nele como seu salvador pessoal? Ainda estás seduzido pelo brilho deste mundo? Ainda estás seduzido pelos pecados que seduzem as nações?

Jesus quer te libertar e fazer de você uma pessoa vitoriosa, que experimentará do poder de sua vida nesta vida presente, e de uma forma plena, participar de sua natureza divina por toda a eternidade.

ONDE ESTÁ O TEU ARREPENDIMENTO?



Ap. 2.12-17

OBJETIVO: Apresentar o ensino de que sem verdadeiro arrependimento é impossível se viver a vida cristã de modo agradável a Deus.

INTRODUÇÃO: Ser cristãos nos dias da Igreja primitiva não era fácil A licenciosidade, a promiscuidade e a libertinagem era generalizada e tudo isso influenciava a Igreja.
Hoje não é diferente. Quem quiser ser verdadeiro cristão tem que estar disposto a pagar o preço.

CONTEXTO: Guardadas as devidas proporções, Pérgamo era uma cidade comparada às cidades de Brasília ou Washington, sendo o grande centro político da região da Ásia menor.
Era também grande centro religioso.
a) Era uma cidade devota a Zeus e a Atena, deuses do panteão grego.
b) Era devota a adoração do imperador. Em 29 a. C. foi construído em Pérgamo um Templo ao Divino Augusto e à deusa Roma.
c) Era devota à Esculápio, a serpente dourada que simbolizava a saúde (usada ainda hoje como símbolo da medicina). As ruínas do Templo de Esculápio ainda existem. Seu culto envolvia curandeirismo e magia.

TRANSIÇÃO: Por isso tornou-se fácil entendermos a expressão inicial de nosso Senhor Jesus: ‘Conheço o lugar em que habitas’ (vs. 13).
O Senhor Jesus não está alheio ao seu povo, e tem algo importante a dizer àquela Igreja.
O Senhor Jesus tem algo importante a dizer à sua Igreja hoje, ao povo que aqui está, e o faz através de algumas palavras específicas.


I – UMA PALAVRA DE APROVAÇÃO.

a – ‘Conservas o meu nome’.

1. Em meio a tanto paganismo os cristãos de Pérgamo conservavam o nome do Senhor Jesus.

2. O nome indica o caráter.
2.1 – Exemplo: ‘Fulano tem o nome sujo’.

3. Conservar o nome então, aponta para as seguintes realidades na vida do cristão:
3.1 – Assumir o mesmo caráter de Jesus, ter o mesmo procedimento do Mestre.
3.2 – Guardar seus ensinos e andar em obediência aos mesmos.
3.3 – Ter familiaridade e intimidade com o nome do Senhor, isto é com sua pessoa e caráter.
3.4 – Estar em posição firme e inarredável ao lado de Cristo e de sua Palavra, mesmo que isto nos custe o desprezo, a discriminação ou mesmo a vida.

b – ‘Não negaste a minha fé’.

1. O tempo do verbo indica uma posição definida no passado.

2. ‘... ainda nos dias de Antipas ...’
2.1 – Ilustração: Segundo a tradição, Antipas era o pastor de Pérgamo. Devido sua grande influência sobre a Igreja e cidade de Pérgamo, e, por não negar sua fé em Jesus, Antipas foi assado vivo, agrilhoado à uma forma de bronze.

3. Não negar a fé é manter um testemunho vivo acerca da pessoa e obra do Senhor Jesus, independente do que pensam as pessoas à sua volta.

4. ‘Ser cristão não é apenas possuir um certo rótulo ou denominação. É muito mais. É comprometer a vida, saúde, recursos, dons e talentos ao serviço do Senhor’ (Guilherme Keer Netto).

5. ‘Não é tolo aquele que dá o que não pode guardar, para ganhar aquilo que não pode perder’ (Jim Elliot).


II – UMA PALAVRA DE ADVERTÊNCIA (vs. 14-15).

‘Tenho, todavia, contra ti algumas coisas ...’

a – ‘Tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão’.

1. A história de Balaão encontra-se em Nm. 22-24 (lição de casa).

2. Balaão, impossibilitado pelo Senhor de amaldiçoar com palavras a Israel, sugere a Balaque que as moças moabitas devessem convidar os moços de Israel a participar de suas festas com elas, onde praticariam toda sorte de imoralidade sexual.

3. A superficialidade na vida de devoção e apego aos valores de Deus tem levado o povo de Deus a cair na doutrina de Balaão.
3.1 – A promiscuidade anda muitas vezes a solta entre o povo que se diz evangélico em nosso país.
3.2 – A literatura a favor do sexo livre, o namoro sem regras e limites e, não poucas vezes a própria prática sexual entre os jovens cristãos se tornam coisa comum em meio ao povo de Deus.
3.3 – É comum termos em nossas Igrejas moços e moças que já não se lembram mais quantas namoradas ou namorados tiveram. Na onda do ‘ficar’, meninas com seus 15 ou 16 anos já ficaram com dez ou mais namorados. Ele ou ela andam com preservativos em suas carteiras e bolsas como um acessório indispensável à sua felicidade. E isso tudo soa como algo perfeitamente normal. ‘Somos pós-modernos! A vida hoje é outra!’

4. ‘Mais que nunca a promiscuidade tem sido legalizada e ovacionada, sobrando as vaias e o desprezo ao pudor e à castidade’ (Rev. Emiliano).

b – ‘Tu tens os que sustentam a doutrina dos nicolaítas’.

1. Nicolau – identidade desconhecida.

2. Sua pregação era caracterizada pelo Antinomianismo, que tinha como máxima a seguinte expressão: ‘Não existe lei para o salvo, porque ele está debaixo da graça. Já não há nada que o condene, portanto está liberado para fazer tudo que desejar, mesmo que se desejo seja pecar’.

3. Ilustração: ‘Na literatura brasileira, o Arcadismo foi o movimento criado pelos poetas de Vila Rica, hoje Ouro Preto, em Minas Gerais. Eram eles: Alvarenga Peixoto, Basílio da Gama, Cláudio Manoel da Costa, Manuel Inácio da Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga.

Em seus escritos, além dos temas políticos, os árcades defendiam a vida rural como um ideal maravilhoso: morar no campo, estar em contato direto com a natureza. Mas é curioso o fato de que, embora advogassem esse estilo de vida, eles mesmos não se mudaram definitivamente para o campo. Ou seja, o campo era um ideal, mas para os outros.

Há muitos que são adeptos de uma espécie de arcadismo espiritual. Com unhas e dentes defendem o Evangelho, seus valores e verdades. Mas só defendem. Porque eles mesmos não mudam para o campo da fé e prática. Eles mesmos não rompem com a ditadura do pecado. Falam a favor mas vivem contra.

O Senhor não admite advogados em cima do muro. Ele quer seguidores no chão da luta, guerreiros que se disponham mesmo a tombar lutando pelas causas do Evangelho’.

4. O ensino apostólico é que nossa liberdade é para desfrutar a vida em sua plenitude com Deus e a favor do próximo mas nunca para o pecado.
4.1 – Rm. 6.15 ‘Haveremos de pecar porque não estamos debaixo da lei e sim da graça? De modo nenhum’.
4.2 – Gl. 5.13 ‘Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne...’.
4.3 – I Pe. 2.16 ‘... como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus’.


III – UMA PALAVRA DE ADMOESTAÇÃO.

‘Portanto, arrepende-te’

1. A Igreja é um corpo e quando há crentes vivendo em pecado, não podemos acobertá-los ou por panos quentes sobre o caso.

2. Se não é do conhecimento da liderança, os que conhecem devem testemunhar para que haja, disciplina, tratamento e cura.

3. Caso a liderança ponha pano quente, a palavra do Senhor é incisiva: ‘Se não, venho a ti ... ’ (vs. 16).

4. O Senhor visita sua Igreja com disciplina:
4.1 – Onde há pecado não há a bênção do Senhor.
4.2 – Onde não há a bênção do Senhor não há edificação.
4.3 – Onde não há a bênção do Senhor não há crescimento.
4.4 – Onde não há a bênção do Senhor não há conversões.

5. Embora a admoestação seja geral, a punição é específica:
5.1 – ‘Contra eles pelejarei com a espada de minha boca’
5.2 – Ilustração: Balaão morreu à espada (Nm. 31.8) e aos seus seguidores é dito que enfrentariam a espada do Senhor, que simboliza juízo e morte.


CONCLUSÃO: Sem o verdadeiro arrependimento que leve cada crente a um novo compromisso e a uma nova postura, a Igreja jamais prosperará.
Para a Igreja moderna a pergunta de Jesus continua sendo a mesma dirigida à Igreja de Pérgamo: ‘Onde está o teu arrependimento?’
Há fraquezas que não consegue vencer? Coisas que gostaria que não fizessem mais parte de sua vida? É hora de prostrar-se diante do Senhor!
Há em sua vida pecados que tem tido domínio sobre você, os quais você deseja deixar? Arrependa-se!
Coloque-se diante do Senhor.
Venha a frente.
Consagre-se!



ONDE ESTÁ TUA RIQUEZA?



Ap. 2.8-11


OBJETIVO: Apresentar aos cristãos o convite de Jesus a buscar a verdadeira satisfação nele.


INTRODUÇÃO: Em nossos tempos modernos vivemos uma desenfreada corrida ao materialismo e a uma busca por conforto, posição e riqueza.
Na verdade, o material e a riqueza sempre foram objeto de fascínio ao ser humano, e nesse prisma pode-se sintetizar a vida humana a uma constante corrida do ouro.


CONTEXTO: Esmirna foi fundada em 1.000 a.C. e mesmo passando por períodos de destruições, ela nos dias do NT era uma cidade muito rica.
Sendo uma cidade portuária do Mar Egeu, e provida de outras rotas comerciais por terra, possuía toda sorte de comércio de onde provinha sua riqueza.
Era também região extremamente fértil e possuía uma produção agrícola muito forte.
No meio dessa cidade rica estava a Igreja. Igreja pobre, à base de escravos e camponeses, mas rica diante de Deus.
À esta Igreja Jesus não dirige nenhuma recriminação ou queixa, porém só elogios e incentivos.


TRANSIÇÃO: Como seria viver em meio a pobreza material, seja como Igreja ou mesmo como família? Quero refletir nesta oportunidade: ONDE ESTÁ TUA RIQUEZA?






I – A APARENTE POBREZA MATERIAL.

a – Uma Igreja composta de pessoas espoliadas.

1. Prática de Domiciano.
1.1 – Confiscava os dos cristãos para que estes se rendessem negando a Cristo e assumindo o culto ao Imperador.
1.2 – Ênfase do romano:
a) ‘César é o Senhor’.
b) ‘César Augustus’.
1.3 – Dessa maneira os cristãos de Esmirna haviam perdido todos os seus bens materiais.

b – Uma Igreja composta de pessoas pobres.

1. Muitos escravos, desprezados e marginalizados eram os membros dessa Igreja.

2. O termo pobre usado no texto de Ap. 2.8.
2.1 – Penês (Πενής) – indicava falta do supérfluo, ou seja, relativa pobreza que permite a sobrevivência apenas com o necessário.
2.2 – Ptóchos (Πτόχος) – indica falta do essencial, extrema carência, indigência, mendicância.

3. Na Igreja não há lugar para ostentação.
3.1 – Há pessoas que tem alguma posse ou alguns ou muitos bens e se julgam superiores.
3.2 – Há pessoas que não se dão a uma comunhão e aproximação com irmãos menos favorecidos.
3.3 – Na História a Igreja perdeu seu referencial e ao invés de se fiar na riqueza de Cristo Jesus e abençoar a humanidade, passou a acumular riquezas.
3.4 – Muitas vezes os próprios cristãos têm perdido seu referencial e passado a acumular bens e a construir impérios e reinos particulares.

4. Como tais cristãos conviveriam com Jesus e sua pobreza humana?


II – A INIMAGINÁVEL RIQUEZA ESPIRITUAL.

a – Ricos na fidelidade ao Senhor.

1. Ap. 2.10 ‘Sê fiel até a morte e eu te darei a coroa da vida’.

2. ‘Sê fiel...’.
2.1 – Indica o verbo no original que eles já estavam sendo fiéis e eram encorajados a permanecer fiéis.

3. ‘Até’ (Άχρί).
2.2 – Preposição grega que indica não extensidade, mas intensidade ou profundidade.
2.3 – ‘Mesmo que isto te leve a morte’.

4. ‘Fiel’.
4.1 – Indica alguém digno de confiança, alguém persuadido, convencido, rendido a um compromisso com Deus que ultrapassa as dificuldades da vida.

5. Há daqueles que se dizem cristãos, que por qualquer dificuldade deixam de lado o Evangelho que um dia abraçaram.

c – Ricos de valores eternos.

1. Ap. 2.10 ‘Dar-te-ei a coroa da vida’.

2. Aqui figuram as riquezas eternas prometidas aos que verdadeiramente se entregaram à fé salvadora em Cristo Jesus.
2.1 – Rm. 8.18 ‘Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada’.
2.2 – II Co. 4.18 ‘Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno’.
2.3 – I Co. 2.9 ‘Este é o significado das Escrituras que dizem que nenhum mero homem jamais viu, ouviu, nem mesmo imaginou que coisas maravilhosas Deus preparou para aqueles que amam ao Senhor’.


III – A INTERMITENTE PROVA DA FÉ.

a – As provas vêm e vão.

1. Provas anteriores.
1.1 – Prisões.
1.2 – Espoliações, por ordem do imperador Domiciano.
1.3 – Mortes.

2. Provas por vir.
2.1 – ‘Tereis tribulações de dez dias... o diabo está para lançar na prisão...’
2.2 – Indica tribulação ou até a morte para alguns deles como resultado de crerem e proclamarem o nome de Jesus como exclusivo salvador.

3. Ilustração: Dia 22 de fevereiro do ano 156, Policarpo, o bispo de Esmirna é colocado para adorar César, em troca de sua liberdade, ao que responde:
– ‘Oitenta e seis anos tenho servido ao meu Senhor e ele jamais me negou ou decepcionou. Como posso blasfemar e negar ao Rei que me salvou?’
Depois de muitas tentativas do pró-cônsul para livrá-lo da morte, Policarpo, irredutível, foi queimado vivo enquanto entoava hinos de louvores ao Senhor Jesus.


CONCLUSÃO: Onde está a tua riqueza?
Nos bens ou na vida aqui?
Ostenta-te nas tuas posses e conquistas?
‘Onde estiver o teu tesouro estará também o teu coração’.
Que diria o Senhor a teu respeito?
‘Tu és rico’?

Possa o Senhor encontrar em nós as marcas da verdadeira riqueza: um coração fiel e comprometido com Deus e seu Reino.

ONDE ESTÁ O TEU AMOR?



Ap. 2.1-7

OBJETIVO: Desafiar a Igreja a vivenciar uma vida apaixonada por Jesus e seu Reino, sem cair no comodismo religioso.

INTRODUÇÃO: É possível alguém ser evangélico sem ser realmente cristão ou verdadeiro discípulo de Cristo Jesus? Assim esse alguém poderia ser membro comungante de uma Igreja, ser assíduo e participativo, e manter as características externas do cristianismo e ainda assim estar longe de Jesus?
É possível isso acontecer com um grande número de pessoas num mesmo lugar?

CONTEXTO: Éfeso era chamada ‘A porta de Roma’, por ser a passagem obrigatória para todos os que quisessem ir da Ásia para Roma.
Era a maior e mais rica das cidades da província da Ásia. Era a capital do comércio e do prazer. Cidade de Diana ou Ártemis, a grande deusa da beleza e da fertilidade.
A Igreja de Éfeso fora fundada pelo trabalho missionário do apóstolo Paulo e à sua frente estiveram grandes pastores como o próprio Paulo, Timóteo, João (escritor do Evangelho), Apolo e teve ainda a mãe do Senhor como seu membro.

TRANSIÇÃO: Éfeso era uma Igreja ativa, batalhadora, fiel, mas em falta. Havia uma queixa de Jesus: ONDE ESTÁ O TEU AMOR? Este é o tema que desejo abordar com vocês nesta oportunidade.

I – OS PONTOS FORTES DA IGREJA DE ÉFESO.

a – As obras.

1. ‘Obras’ indicam o serviço que é fruto de uma conversão à Cristo.
1.1 – Ef. 2.10 ‘’

2. Bons serviços que a Igreja estava prestando à causa do Evangelho; testemunho e proclamação.

b – O labor.

1. O termo labor advém da palavra Κοπος (kopos) no grego, que deriva de Κοπτος que significa: bater, ferir.

2. Κοπος aponta para aquele tipo de serviço intenso, trabalho árduo, indicando um exaurir-se em serviço, um desgastar-se por amor à obra de Cristo.

3. Assim, a Igreja de Éfeso era batalhadora, intensa, laboriosa, agressiva, comprometida.

4. Ilustração: A frase predileta de seus primeiros anos: ‘O que eu posso fazer pela minha Igreja?’
A frase mais falada trinta anos depois: ‘O que esta Igeja pode fazer por mim?’

c – Perseverança.

1. Ύπομονην (hupomonén) significa estar sob pressão, e ainda assim submeter-se e sofrer corajosamente.

2. A Igreja de Éfeso experimentou pressão e perseverança em Atos (At. 18 – conflito com os ourives).

3. Pressão sob Domiciano.

d – Fidelidade na doutrina.

1. ‘... puseste a prova os que se declaram apóstolos e os achastes mentirosos ...’
1.1 – Gnósticos.
1.2 – Detectaram e rejeitaram a heresia.

2. ‘... odeias as obras dos nicolaítas ...’
2.1 – Antinomianismo – Negação da santificação.
a) ‘O crente não precisa mais guardar a lei moral, pois já está justificado. Isso é heresia!’
b) Ainda hoje há muitos cristãos que professam e praticam esse erro.

II – O PONTO FRACO DA IGREJA EM ÉFESO.

a – ‘Tenho porém contra ti...’

1. A frase é adversativa e estabelece um forte contraste com os elogios anteriores.

b – ‘Abandonaste o teu primeiro amor...’

1. Ilustração: Russel Shedd – Trabalhando na I. P. de Edimburgo – Escócia – recebe um casal de missionários que dera toda a vida na obra em outro país. Procuraram o Pr. Shedd e lhe disseram: ‘Pastor, estamos vindo de uma Igreja onde trabalhamos muito. Não espere nada de nós...’

2. Ilustração: Satélite espacial que inicia sua jornada com forte ímpeto, quebrando a força da gravidade, escapando e vencendo todas as forças que o prende e depois entra em órbita constante, monótona, sem motor, uma eterna mesmice, uma espécie de inércia de movimento.

3. Esta frase: ‘Abandonaste o teu primeiro amor...’ aponta para vidas que já não tem mais paixão e zelo pela causa de Cristo, mas apenas o segue como por costume.

4. ‘Acabou a lua de mel’.

III – CONSELHO VIVIFICADOR PARA ESTA IGREJA.

a – ‘Lembra-te, pois, de onde caíste...’

1. As grandes derrotas de nossa vida começam com pequenos problemas não solucionados.

2. O crente vai deixando pequenos detalhes (pecados internos), insignificantes às vezes, mas que geram raízes de amargura, insatisfação, desânimo, esfriamento...

3. Apesar disso continua ativo, contudo, sem amor.

b – ‘Arrepende-te...’

1. Μετανοέω – (metanoéô) ‘pense de novo’.

2. A Igreja deve estar constantemente se policiando quanto ao pecado, e ao mesmo tempo sempre se quebrantando com respeito ao pecado, pois os mesmos ‘fazem separação entre vós e o vosso Deus’ (Is. 59.2).

c – ‘Volta à prática das primeiras obras...’

1. Não existe cristianismo só de mente, só de convicções.

2. O cristianismo se expressa em obras, ações e feitos de amor a Deus e ao próximo.

3. É voltar ao primitivo espírito de serviço e compromisso que brota de um coração cheio de amor.


CONCLUSÃO: Hoje Éfeso já não existe. No seu lugar, um vilarejo muito pobre de nome Ayassaluk. Sobrevive em meio às ruínas da pomposa e rica cidade. Ali não há Igreja.
O desafio é para a Igreja: Lembra! Arrepende-te! Volta.
Deixa a tua luz brilhar.
O desafio é também para indivíduos: Que poderá restar de sua vida se não voltares ao primeiro amor?

IPJ 03-04-2005 / IPBA 03-03-2013