quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PERDÃO, MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA

Mt. 18.23-35


OBJETIVO: Apresentar ensino de que o cristão foi perdoado numa dívida impagável e por isso, qualquer ofensa recebida é pequena e deve perdoar.


INTRODUÇÃO: Quantos aqui já possuem dívidas para o ano seguinte? Tratar com dívidas nem sempre é fácil.
Como você se sentiria se, de repente, um coração bondoso se prontificasse para quitar todas as suas dívidas?


CONTEXTO: A questão do perdão, levantada nesta parábola pelo Senhor Jesus, nasce de uma discussão dos discípulos sobre quem seria o maior no reino dos céus.
O Senhor Jesus alude que, o Reino não é lugar para ostentação de grandezas, mas lugar de salvação a todos que, igualmente estão caídos e destruídos pelo poder do pecado. Para esclarecer esse fato o Senhor conta a parábola da ovelha perdida.
Jesus conduz o assunto para a questão da culpa que se pode ter uma pessoa em relação a outra e dá instruções sobre como se tratar desses casos no meio do povo de Deus. Pedro pergunta então quantas vezes se deve perdoar o culpado.
A partir desta pergunta o Senhor Jesus apresenta esta parábola, foco de nossa reflexão nesta ocasião, e norteia toda a questão a partir do prisma de um perdão maior.


TRANSIÇÃO: Você já perdoou alguém que te ofendeu? É fácil perdoar? Você ainda precisa perdoar alguém em seu relacionamento? O que está impedindo o seu perdão? Nesta oportunidade quero refletir sobre o tema: PERDÃO, MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA.

I – O PROBLEMA DO PERDÃO.

a – Todos tem dificuldade em perdoar.

1. O Senhor Jesus estava ensinando aos discípulos sobre o amor perdoador de Deus e o dever de se haver perdão entre os filhos de Deus.
1.1 – A parábola da ovelha perdida (Mt. 18.10-14).
1.2 – Como tratar a um irmão culpado (Mt. 18.15-20).

2. Pedro, querendo ser magnânimo, aumenta a taxa de perdão oferecida comumente pelo judeu de 3 vezes ao dia para sete vezes (Mt. 18.21-22).

3. O Senhor Jesus responde que não sete vezes, mas setenta vezes sete, o que chegaria a um número de quatrocentas e noventa vezes para se perdoar uma pessoa num dia.

4. Quando Jesus acabou de responder a Pedro, o Senhor Jesus, iniciou uma parábola: ‘Por isso o Reino dos Céus é semelhante’, ou seja, essa parábola é a ilustração do que Jesus estava querendo ensinar sobre perdão.


II – O MODELO DO PERDÃO.

a – Somos devedores a Deus.

1. A súmula da parábola:
1.1 – Certo Rei chamou seus servos para prestarem contas.
1.2 – Um lhe devia 10 mil talentos (+- U$10.000.000,00).
a) Ele não tinha como pagar.
b) O Rei ordenou: ‘Vendam a ele, a mulher e os filhos como escravos, a casa e tudo que ele tem’.
c) Ele devia tanto que nem ele mesmo com tudo que possuía dava para pagar.
d) Caiu então de joelhos: ‘Eu suplico, pelo amor de Deus, não faça isso comigo’.
e) Então o Rei declarou a dívida está paga e o réu perdoado.
1.3 – Ele saiu da presença do rei.
a) No caminho encontrou um homem que lhe devia 100 denários .
b) Saltou-lhe ao pescoço, sufocando-o, e sacudindo-o: ‘Pague-me o que me deves’.
c) O outro implorava: ‘Eu suplico, por favor, eu não tenho como’.
d) Ele então disse: ‘Lancem-no na cadeia! Ele só vai sair de lá quando pagar o que me deve’.
e) Seus companheiros viram sua atitude; sabiam da graça e do favor imerecido que o Rei lhe dispensara.
f) Contaram ao rei e este o chamou: ‘Tu és malvado, eu te perdoei a tua dívida, por que não fizeste o mesmo com o outro?’.
g) Então o rei, indignado, o entregou aos verdugos até que ele pagasse toda a dívida.

2. Nesta parábola o Senhor Jesus ensina que todos têm uma dívida impagável para com Deus, e mesmo tudo o que o indivíduo é, faz ou possui não é suficiente para quitar esta dívida.

3. O Senhor Jesus propõe um valor impagável a qualquer pessoa dentro do seu contexto palestino, sabendo que seus ouvintes compreenderiam o tamanho da dívida que se tem para com Deus.

4. O perdão de Deus é estendido graciosamente, sem qualquer mérito ou realização humana que leve a Deus o conceder do perdão.

b – Somos devedores a terceiros.

1. Cada pessoa em sua caminhada nesta vida também comete falhas e se torna devedor para com outros.

2. Nesta condição de devedores, cada um precisa estar disposto a perdoar o próximo, ou a pedir perdão.

3. A relação demonstrada pelo Senhor Jesus entre os dois servos exemplifica este dever de perdoar o próximo.

4. A base do perdão ao próximo, para o cristão, está no fato de que foi enormemente perdoado por Deus.
4.1 – Ef. 4.32 (NVI) ‘Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo’.
4.2 – Cl. 3.13 (NVI) ‘Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou’.
4.3 – Mt. 18.35 (NVI) ‘Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão’.


III – O DEVER DE PERDOAR SEMPRE.

a – ‘De graça recebeste, de graça daí’.

1. O Senhor Jesus ensina aos seus discípulos o princípio da graça. Assim como receberam, assim também deveriam dar.
1.1 – Mt. 10.8 (ARA) ‘Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça daí’.

2. Na parábola em voga, o perdão é concedido de graça, estando assim, cada cristão, na obrigação de também perdoar de graça.

b – A medida do perdão para o povo de Deus.

1. Quando nós nos confrontamos com a necessidade de perdoar alguém devemos ter em mente seis realidades sobre o padrão divino de perdoar .
1.1 – Deve-se ter em mente que todos nós somos devedores.
a) Todos devemos ao rei, todos devemos a Deus, todos devemos mais do que valemos.
b) Nossa capacidade de dever é muito maior que a nossa capacidade de ser.
c) O que somos não paga nem o que devemos.
d) Somos eternos devedores: nosso pecado, nossa culpa, nossa condenação, nossa dívida é maior do que a nossa capacidade de pagá-la.

1.2 – Sempre que estiver confrontado com a necessidade de perdoar alguém, deve-se lembrar que todos nós recebemos graça.
a) Quando nos ajoelhamos e suplicamos: Tem piedade de mim, Senhor, Ele já perdoou toda a dívida.
b) A dívida está paga, está consumada não há mais o que pagar, Deus cancelou todo o débito, usou de graça para comigo e para com você.

1.3 – Tudo quanto nosso próximo nos deve é infinitamente menor do que aquilo que devemos a Deus.
a) Quando alguém houver feito alguma coisa contra você, saiba que sua dívida com Deus é infinitamente maior do que a dívida do seu próximo para com você.
b) A dívida de qualquer pessoa para comigo é infinitamente menor do que a minha dívida para com Deus.
c) Vejam a comparação que Jesus fez:
• O servo devia ao rei 10 mil talentos (60 milhões de denários).
• Já o outro lhe devia 100 denários.
• Observem a diferença de 60 milhões para 100.
d) O que meu próximo deve a mim não se compara com o que eu devo a Deus.

1.4 – Não perdoar é tratar o outro como Deus não nos tratou.
a) É jogar o meu próximo no cárcere psicológico, existencial, moral e espiritual.
b) É lançá-lo num inferno temporal.
c) E Deus não nos lançou no inferno eterno.

1.5 – Todos os que recebem o perdão de Deus têm perante Ele o compromisso perpétuo de repetir o mesmo gesto com os outros tantas vezes quantas sejam necessárias.
a) Mt. 18.32-33 ‘Então o seu Senhor, Chamou-o, disse: Servo malvado perdoei-te aquela dívida toda, porque tu pediste, tu me suplicaste; não devias tu igualmente, ou como eu fiz contigo, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?’.
b) Quem recebeu o perdão de Deus tem um compromisso perene, perpétuo, definitivo, repetível tantas vezes quantas sejam necessárias de dar aos outros o mesmo perdão que Deus lhe deu.
c) Cabe a você o compromisso de ser uma miniatura de Deus nas relações com o seu próximo!

1.6 – Quem não perdoa coloca a si mesmo debaixo do juízo de Deus.
a) Mt. 18.34-35 ‘Indignando-se o Senhor o entregou aos verdugos até que pagassem toda a dívida. Assim também da mesma maneira, meu Pai Celeste vos fará, se no íntimo, não perdoardes cada um ao seu irmão’.
b) Há muitos verdugos psicológicos, existenciais, emocionais e espirituais para nos punirem já nesta vida.
c) Quem não perdoa não será punido apenas na eternidade, é punido aqui.
d) Quem não perdoa envenena o coração e se auto-chicoteia pelo verdugo da consciência.


CONCLUSÃO: Ilustração: ‘Um certo beduíno estava dentro da sua tenda ao sol da Palestina quando entrou correndo, um garoto adolescente, que se refugiou atrás dele, chorando e grunhindo. Logo em seguida chegou uma turba alvoroçada, empunhando cacetes e facas. Abriram a portinhola da tenda e disseram ao beduíno: Dá-nos este menino porque ele é um assassino. O beduíno respondeu: Mas há uma lei entre nós que diz que quando um assassino se refugia numa tenda e o dono da tenda lhe dá abrigo e guarida, ele está absolvido. Eu me compadeci deste garoto, quero perdoar-lhe. E o garoto tremia..... Mas eles disseram: Você lhe quer perdoar porque não sabe o que ele fez e nem a quem matou. O beduíno falou: Não importa, eu quero perdoar a ele. Os homens então afirmaram: ele matou seu filho. Vá ver o corpo dele sangrando na areia ali fora. O beduíno caiu num profundo silêncio, depois, enxugando as lágrimas, disse: Então eu vou criá-lo como se fosse o meu filho a quem ele matou’.


Esse é o padrão do perdão divino.

Deus não fez isso por nós?

Jesus fez muito por nós na cruz.

Escondidos atrás da Cruz temos acesso à Tenda do perdão.

E não apenas esse é o padrão divino, mas o padrão para o qual Deus nos desafia.

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