domingo, 20 de março de 2011

PORQUE ‘DESENVOLVEI A VOSSA SALVAÇÃO’?

Fp. 2.12-18

OBJETIVO: Ensinar que a salvação é de graça, mas a santificação deve ser desenvolvida com o esforço e diligência de cada cristão.

INTRODUÇÃO: A indiana Jyoiti Amge tem 15 anos. Mede aproximadamente 58 centímetros, e pesa pouco mais de 5 kg. Ela é menor que um bebê de 2 anos de idade!

CONTEXTO: Paulo estabeleceu esta igreja durante sua Segunda Viagem Missionária, por volta de 51 (dC). Desde o começo esta Igreja apresentava um forte zelo missionário e era constante em seu apoio ao ministério de Paulo (Fp. 4.15-16; II Co. 11.8-9). Paulo desfrutou de uma amizade mais próxima com os filipenses do que com qualquer outra Igreja. É mas provável que Paulo tenha escrito esta carta durante sua primeira prisão romana, por volta de 61 dC, para agradecê-los pela contribuição que tinha recebido deles.
A mensagem permanente dos filipenses diz respeito à natureza e base de alegria cristã, que não é uma emoção superficial que depende de circunstâncias favoráveis do momento, porque esta verdadeira alegria é fruto da salvação e da comunhão com o Cristo ressuscitado e glorificado.

TRANSIÇÃO: A vida é dinâmica e o crescimento e desenvolvimento devem ser consequências naturais a cada ser vivo. Você crê que está crescendo em sua vida com Deus ou se julga estagnado? Quero compartilhar hoje sobre o tema: PORQUE ‘DESENVOLVEI A VOSSA SALVAÇÃO’?


I – PORQUE É UMA RESPONSABILIDADE DE CADA CRISTÃO.

1. Paulo reconhecia o desenvolvimento na vida dos cristãos filipenses:
1.1 – Fp. 1.5 ‘vossa cooperação no evangelho...’.
1.2 – Fp. 1.7 ‘sois participantes da graça comigo...’.
1.3 – Fp. 1.9 ‘que o vosso amor aumente mais e mais....’.
1.4 – Fp. 2.12 ‘como sempre obedecestes...’.

2. Ainda que reconhecesse o desenvolvimento na vida destes cristãos, Paulo estimula os mesmos a continuar a desenvolverem a salvação.
2.1 – Fp. 2.12 ‘Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor’.
2.2 – Ilustração: ‘A herança do mendigo’ (Israel Biorque).

3. A salvação como uma conquista para se pertencer ao Reino de Deus, não é uma realização humana, mas uma obra de Deus a favor do pecador, realizada por Jesus Cristo em seu sacrifício.
3.1 – Nada podemos fazer para ajudar a obra salvadora realizada por Cristo Jesus.
3.2 – É uma obra completa, realizada de uma vez por todas.

4. Desenvolver a salvação, portanto, implica no crescimento, amadurecimento, desenvolvimento e envolvimento espiritual de cada cristão.
4.1 – ‘Desenvolvei a vossa salvação’ implica em desenvolver a vida cristã, multiplicar, fazer prosperar, fazer crescer.

5. É importante desenvolver a salvação – crescer na fé – amadurecer, crescer sempre.
5.1 – Na oração.
5.2 – No conhecimento da Palavra.
5.3 – Na comunhão com os irmãos.
5.4 – No serviço ao próximo.

6. Para muitos cristãos, o Batismo e a Profissão de Fé, pode significar uma ‘linha de chegada’; mas não! É um marco importante: é a ‘linha de largada’, é a saída, é o começo.

II – PORQUE É UMA PARCERIA NOSSA, MAS A OBRA É DE DEUS.

1. Paulo compreendia e ensinava que a salvação é uma obra de Deus, do começo ao final.
1.1 – Rm. 8.29-30 ‘Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou’.
1.2 – Fp. 2.13 ‘Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar’.

2. Deus está sempre agindo no cristão, conduzindo-o à obediência.
2.1 – A perseverança do cristão só é possível porque Deus é quem continua e completa a obra da salvação.
2.2 – Fp. 1.6 ‘Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês vai completá-la até o dia de Cristo Jesus’.
2.3 – Ele quer que cada cristão obedeça a sua vontade, nos pensamentos e nas ações.

3. A salvação é uma obra monergista; isto é possui um único agente: Deus.
3.1 – Mono (Μονο) = um
3.2 – Ergon (Έργόν) = obra.
3.3 – É somente Deus quem realiza cada um dos atos para que o projeto da salvação se conclua: desde antes da fundação do mundo até à glorificação, tudo é obra de Deus.
3.4 – Fp. 2.13 (BV) ‘Porque Deus - está operando em vocês, ajudando-os a desejar obedecer-Lhe, e depois ajudando-os a fazer aquilo que Ele quer’.
3.5 – Fp. 2.13 (NVI) ‘pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele’.

4. Embora Deus seja o único agente, somos parceiros e atuamos muito pouco, unicamente na obra da santificação; mas o pouco que participamos é de responsabilidade unicamente nossa.
4.1 – Hb. 5.11-14 (BV) ‘Existe muito mais que eu gostaria de falar nestas linhas, mas vocês parecem não prestar atenção, portanto é difícil fazê-los compreender. Vocês agora já são cristãos há muito tempo e já deviam estar ensinando aos outros, mas ao invés disso andaram para trás, a tal ponto que precisam de alguém que lhes ensine completamente de novo, até mesmo as primeiras noções da Palavra de Deus. Vocês são como criancinhas que só podem beber leite, sem idade suficiente para alimento sólido. E quando uma pessoa ainda está vivendo de leite, isso demonstra que ela ainda não foi muito longe na vida cristã, e não sabe muito sobre a diferença entre o certo e o errado. Ainda é um cristão bebê! Vocês nunca poderão comer alimento espiritual sólido, nem compreender as coisas mais profundas da Palavra de Deus enquanto não se tornarem melhores cristãos, e não aprenderem a distinguir o certo do errado por meio da experiência em fazer o que é correto’.

5. Você pode permanecer um cristão raquítico e anão, mas se tal acontecer a responsabilidade é unicamente sua, e os resultados não serão dos melhores; pois trarão implicações que trarão limitações para uma vida plena, conforme Deus espera te conceder.

III – PORQUE PRODUZ TRANSFORMAÇÕES, TESTEMUNHO E GLÓRIA.

1. Paulo admoesta os cristãos de Filipos a que demonstrem a nova vida.
1.1 – Fp. 2.14 (BV) ‘Em tudo quanto vocês fizerem, evitem queixas e discussões de modo que ninguém possa dizer nenhuma palavra de censura contra vocês’.

2. Como pode o cristão ser um imitador de Cristo, se vive em murmurações e contendas?

3. Aquele que nasceu de novo possui agora as mesmas inclinações do caráter de Cristo, e esta nova vida precisa ser manifesta.

4. Paulo admoesta aos cristãos de Filipos para que brilhem no meio das trevas.
4.1 – Fp. 2.15 (BV) ‘Vocês devem levar uma vida pura e imaculada como filhos de Deus num mundo em trevas, cheio de gente desonesta e obstinada. Brilhem entre eles como a luz de um farol’.

5. Resplandeçam como luzeiros do mundo! Brilhem como as estrelas!
5.1 – No meio de uma geração pervertida e corrupta vocês devem brilhar como as estrelas no céu, entregando às pessoas a sua volta a mensagem da vida.
5.2 – Resplandeçam como luzeiros do mundo em meio a uma geração corrupta, em meio a tanta violência, em meio ao mundo que está nas trevas da incredulidade, da idolatria, brilhem como as estrelas.
5.3 – Testemunhem! Falem por meio das atitudes e falem usando as palavras.
5.4 – Ilustração: ♫ HNC 320 ‘Brilha no meio do teu viver’.

6. O cristão que brilha em seu viver traz:
6.1 – A manifestação de uma vida transformada.
6.2 – O testemunho do Evangelho em palavras e obras.
6.3 – Glória e exaltação a Deus.


CONCLUSÃO: Se Paulo fosse escrever uma carta para você hoje, diria que você está com o mal do nanismo e que não está crescendo?
Diria que murmurações, queixas, divisões e outros pecados demonstram que não está desenvolvendo a vossa salvação?
O que diria Paulo a seu respeito?
Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.
Brilhem como as estrelas do céu.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A MELHOR HERANÇA A SER DEIXADA

Gn. 24.1-9


OBJETIVO: Ensinar que a melhor herança que se pode deixar para a família são os valores da Palavra de Deus e não bens materiais.


INTRODUÇÃO: Golda Meyr, primeiro ministro de Israel entre 17/03/1969 e 03/05/1974: ‘A maior escolha que alguém tem a fazer na vida não é o que será na vida, mas a maneira como viverá a sua vida’.


CONTEXTO: Abraão estava consciente de que não viveria por muito mais tempo. Sara, sua esposa já havia falecido. Seu filho Isaque ficaria sozinho. Ele precisaria de alguém para ser-lhe companheira de jornada e cumprirem a missão dada a Abraão.
Como todo pai que se preocupa com seus filhos, Abraão procurou deixar tudo em ordem, para que Isaque pudesse continuar sua história da melhor maneira possível.


TRANSIÇÃO: Qual a sua preocupação em relação aos seus filhos? O que pensa em deixar para que eles vivam bem? Quero pensar nesta oportunidade sobre o tema: A MELHOR HERANÇA A SER DEIXADA.



I – A HERANÇA DA BÊNÇÃO DE DEUS NA VIDA.

a – A bênção foi prometida a Abraão desde sua chamada.

1. Deus renovou sua Aliança com Abraão.
1.1 – Gn. 17.1-5 ‘Quando Abrão estava com noventa e nove anos de idade o Senhor lhe apareceu e disse: Eu sou o Deus todo-poderoso; ande segundo a minha vontade e seja íntegro. Estabelecerei a minha aliança entre mim e você e multiplicarei muitíssimo a sua descendência. Abrão prostrou-se, rosto em terra, e Deus lhe disse: De minha parte, esta é a minha aliança com você. Você será o pai de muitas nações. Não será mais chamado Abrão; seu nome será Abraão porque eu o constituí pai de muitas nações’.
1.2 – Abrão foi chamado a ser Abraão.
a) Abrão: ‘Pai exaltado’.
b) Abraão: ‘Pai de uma multidão’ ou ‘Pai de nações’.

2. A caminhada de Abraão frutificou em bênçãos.
2.1 – Gn. 17.1-5 ‘Quando Abrão estava com noventa e nove anos de idade o Senhor lhe apareceu e disse: Eu sou o Deus todo-poderoso; ande segundo a minha vontade e seja íntegro.
2.2 – Gn. 24.1 ‘Abraão já era velho, de idade bem avançada, e o Senhor em tudo o abençoara’.
2.3 – Essas poucas palavras são tão poderosas e impactantes! Um homem no final de sua vida, velho e em contagem regressiva.
2.4 – Aos olhos humanos alguém que poderia morrer logo, para não dar mais trabalho...
2.5 – O que marcou Abraão não foi o fato de ser velho e sem forças; mas sim o fato de ter sido abençoado em tudo pelo Senhor.

b – A bênção se cumpriu numa vida longa sem neurose.

1. Abraão era velho e de idade bem avançada.
1.1 – Isso caracterizava Abraão naquele momento.
a) Seus dias eram cheios de contagem regressiva.
b) Não residia mais nele, nenhum vigor físico.
c) Mas, o Senhor em tudo o abençoara!

2. Nossa sociedade é caracterizada pelo culto à beleza e ao físico invejável.
2.1 – Os interessados em estipular um padrão de beleza são as indústrias da moda que lucram seus bilhões.
a) Os jovens, com corpos esculturais, são o padrão para as pessoas.
b) A beleza é cosmética!
c) O padrão é irreal!
2.2 – Olhamos para os padrões de beleza e nos sentimos desvalorizados.
2.3 – Ninguém precisa nos dizer o quanto estamos distantes do padrão estabelecido pela mídia.

3. Precisamos deixar como herança para os nossos filhos a libertação da neurose da busca pela perfeição física.
3.1 – A bênção da velhice é podermos olhar para as rugas do rosto e os cabelos brancos e saber que eles fazem parte da nossa história.
3.2 – É certo que devemos cuidar de nossos corpos, com alimentação e exercícios físicos.
3.3 – O cuidado com a vaidade, onde se busca o idolatrar do corpo, é pecaminoso!

4. A herança a ser deixada está no valorizar a relação correta com Deus.


II – A HERANÇA DA ALIANÇA COM DEUS.

a – Abraão: Um pai que valorizou a aliança com Deus (24.2-4).

1. Um pai que procura preparar o caminho para que seu filho continue a história iniciada por Deus em sua vida!

2. Abraão sabia que não teria muito tempo mais para estar com seu filho e estava preocupado pelo fato de Isaque não ter mais sua mãe, Sara.

3. Abraão queria ter certeza de que seu filho continuaria nos caminhos de Deus.
3.1 – Eles presenciaram a provisão divina no Monte Moriá.
3.2 – Isaque ouvira as histórias de Abraão, de seus encontros com Deus, mas ele precisaria construir sua história com Deus.
3.3 – Quando Abraão chamou seu servo mais velho, a orientação era clara: ele deveria buscar dentre seus familiares, uma esposa para Isaque.

4. O servo devia cumprir a Aliança de Abraão com Deus.
4.1 – Gn. 24.2 ‘Disse ele ao servo mais velho de sua casa, que era o responsável por tudo quanto tinha: Ponha a mão debaixo da minha coxa’.
4.2 – A imagem de Abraão conversando com seu servo, em hebraico, é muito forte para nós brasileiros, mas era um costume comum naquela região, principalmente para os povos da região.
4.3 – A expressão no original hebraico é muito mais intensa. O texto do hebraico pode ser traduzido como: ‘Ponha a sua mão em direção à minha circuncisão’.
4.4 – Literalmente, o servo de Abraão deveria pôr sua mão nos genitais de Abraão.
a) Isso não possuía nenhuma conotação sexual, mas a valorização da circuncisão, da Aliança eterna que todos os homens da casa de Abraão realizaram.
b) Com isso Abraão pedia a seu servo, não por si mesmo, mas em função da Aliança eterna realizada por Deus com ele e com todos de sua casa.

b – O juramento da Aliança deveria ser levado a sério.

1. O juramento incluía não quebrar a Aliança e misturar a descendência de Deus com povos pagãos.
1.1 – Gn. 24.3-4 ‘Jure pelo Senhor, o Deus dos céus e o Deus da terra, que não buscará mulher para meu filho entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais estou vivendo, mas irá à minha terra e buscará entre os meus parentes uma mulher para meu filho Isaque’.
1.2 – Este princípio precisa ser vivenciado hoje pelo povo de Deus.
a) Pais, cuidem de seus filhos para que não quebrem a Aliança neste item tão importante!
b) Jovens! Não se misturem! Mantenham-se na família cristã!

2. A fidelidade à Aliança descansa no fato de que Deus proverá:
2.1 – Gn. 24.5-7 ‘O servo lhe perguntou: E se a mulher não quiser vir comigo a esta terra? Devo então levar teu filho de volta à terra de onde vieste? Cuidado!, disse Abraão, Não deixe o meu filho voltar para lá’.
2.2 – Abraão não queria que Isaque casasse com cananeus.
a) Haveriam conflitos culturais e religiosos.
b) Vários deuses eram adorados naquela região.
c) O relacionamento correto com o Deus verdadeiro deveria ser preservado.
d) Abraão confiava no fato de que Deus honraria a Aliança e conduziria até uma esposa para seu filho.
• Gn. 24.7 ‘O Senhor, o Deus dos céus, que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal e que me prometeu sob juramento que à minha descendência daria esta terra, enviará o seu anjo adiante de você para que de lá traga uma mulher para meu filho’.

3. Ilustração: Conta-se de um homem ainda jovem, ambicionando chegar ao topo de sua empresa, entrou na sala do presidente e disse: ‘Senhor, como é de seu conhecimento, fui apontado pela diretoria para sucedê-lo como presidente do banco e ficaria muito grato por qualquer conselho e ajuda que o senhor pudesse me dar’. O velho homem disse: ‘Filho, sente-se. Tenho duas palavras que servirão de conselho para você. Duas palavras’. ‘Quais são?’ perguntou o jovem executivo. ‘Decisões certas’, disse o chefe. O jovem pensou um momento e disse: ‘Senhor, isso certamente é muito útil, mas como se faz para tomar as decisões corretas?’ O velho homem respondeu: ‘Uma palavra: experiência’. ‘Obrigado, senhor’, disse o jovem. ‘Estou certo de que isso me ajudará bastante. Mas, como se pode fazer para obter experiência?’ O homem sorriu e disse: ‘Duas palavras: decisões erradas’.

4. Para chegar a tomar essa sábia decisão, Abraão precisou passar por um processo de decisões erradas.

5. Alguns pais procuram deixar para seus filhos algo no aspecto material:
5.1 – Uma boa casa, bens ou dinheiro.
5.2 – Economia para fazerem uma faculdade.
5.3 – Princípios e valores éticos e morais.
5.4 – Tudo isso é importante, mas não for acompanhado do temor em um relacionamento e uma Aliança com Deus, cairá no esquecimento e na falta de importância.

6. Abraão sabia de alguma forma, de que nada teria maior importância para Isaque, do que viver diante do Senhor, valorizando a intimidade que poderia ter com Deus!


CONCLUSÃO: Que herança que está deixando para seus filhos?

terça-feira, 8 de março de 2011

Coragem Para Viver Na Contramão

Mensagem pregada na IPJ em 06/03/2011 pelo Ev. Israel Antônio Trajano.

I Pe. 4.12-19

Objetivo: Ensinar que o cristão terá experiência de viver na contramão da história e da cultura.

Introdução: Parece que Pedro introduz um novo assunto neste versículo. O apóstolo fala de um “fogo estranho” que tem surgido no meio dos crentes para os quais ele escreve. O que seria isso? Seria um fogo literal ou figurado, quem sabe uma forma de se referir às provações que aqueles irmãos estavam sofrendo?
Penso que esse fogo é literal. Alguns estudiosos acreditam que o apóstolo Pedro estava pensando no terrível hábito que o Nero, o Imperador romano, tinha de prender os cristãos em estacas, nos jardins do palácio, e colocar fogo nessas mesmas estacas durante a noite, causando grande iluminação ao redor. Aos olhos desse rei louco e sádico, isso era um espetáculo que lhe dava prazer.
Mais quando olhamos para a história vemos que ao longo dos séculos membros da nação judaica se acostumaram à perseguição. No decorrer do 1º século os judeus que havia posto sua fé em Jesus Crista chegaram a suportar os tormentos que seus próprios compatriotas os infligiram conforme nos diz a palavra em 1º Ts. 2.14 “14 Pois vós, irmãos, vos haveis feito imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia; porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que elas padeceram dos judeus”.
Mas os cristãos gentios não haviam sido perseguidos e para eles a perseguição era uma provação. Diante desta situação o Apóstolo Pedro lhes dirige uma palavra de encorajamento e o mesmo que ele nos faz .
Nesta oportunidade:

I. Quando tudo nos é contrario vv. 12 e 13.

Vemos aqui que Pedro tem um carinho com seus leitores e os trata de “CAROS AMIGOS” e este tipo de tratamento pode ser visto como uma demonstração de amor pessoal pelos seus, afinal o momento pelo qual estavam passando era complicado, os judeus cristãos estavam sendo perseguido pelos judeus não cristãos. Observe o que Paulo está dizendo em I Ts. 2. 14, que isso era uma prova de que a Palavra estava operando na vida deles. Parece não ter sentido o que é dito aqui, a não ser que honestamente reconheçamos que as perseguições e sofrimentos fazem parte da vida cristã.
Não foi o mesmo Paulo quem disse que “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3.12). Ele também disse: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele” (Fp 1.29). Está aí uma coisa que os teólogos da prosperidade se recusam a enxergar, mas o sofrimento, pela causa de Cristo é um privilégio para o crente, mesmo que esse sofrimento seja injusto!
Então sofrer por Cristo apesar ser contrario aquilo que queremos, pois se eu lhes perguntar quem quer sofrer aqui por causa de Jesus, creio ninguém aqui levantaria sua mão dizendo eu, eu, eu, mas ao lermos I Pe. 2. 19 – 20 entendemos que a graça neste sofrer.
Queremos andar certos e fazer as coisas certas, mas parece de nada adiantar, pois ainda assim somos perseguidos, entenda algo muito importante como filhos de Deus eu você fomos chamados para andar na contra mão do mundo, a prova dista esta no verso 13 que diz que demos nos alegrar no sofrimento de Cristo.

Ilustração: “SOFRIMENTO, PRIVILEGIO DO SER HUMANO 1 Pe 4.13

"Pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo para que também na revelação de sua glória vos ale¬greis exultando" (1 Pe 4.13).
O sofrimento nos dá mais viva apreciação da obra redentora.
Faz-nos conscientes dos resultados do pecado e ajuda-nos a criar um anseio pelo dia em que o pecado não mais existirá.
A paz depois da aflição é uma experiência que ninguém pode apreciar com exceção dos que sofreram; e a ressurreição acontece com a coroa em face da cruz.
A comunhão com Cristo em Seus sofrimentos é um privilégio que nem mesmo os anjos têm.
"Anjo algum já soltou o angustioso brado:
'Por que de Deus estou assim desamparado?'
Anjo algum conheceu o momento cruel
De sorver esse cálice horrível de fel.
Anjo algum já sentiu o aguilhão do pecado
Ou vacilou ao peso infamante da cruz;
Ou, junto à porta da esperança, perturbado,
Viu se abrirem portais, numa prisão sem luz.
Anjo algum solta a cruz da peleja renhida
Para entrar, triunfante, em uma eterna vida.
Anjo algum vê de Deus o bálsamo eficaz.
Anjo algum necessita a Sua infinda paz.
Sim, paz após a dor, o homem tão somente, usufrui;
Anjo algum a goza nem a sente.
Que a gratidão, qual fonte sempre a avolumar-se,
Excedendo à medida e ao que possa contar-se,
Emane sempre mais de nossos corações,
Correspondendo “assim do Céu às atenções.”



II. Somos Bem-Aventurados v 14

Temos aqui duas razões para sofrermos sem nos queixarmos.
2.1. Que aos olhos de Deus, somos felizes por sofremos por ele. Conforme At. 5. 40 – 41
“40 Concordaram, pois, com ele, e tendo chamado os apóstolos, açoitaram-nos e mandaram que não falassem em nome de Jesus, e os soltaram.
“41 Retiraram-se, pois da presença do sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus”.
Entender esta verdade como ensina os apóstolos que havia uma ordem para se alegrarem, talvez você possa perguntar por quê? E’ quero lhes dar alguns motivos pelo qual devemos nos alegrar diante dos sofrimentos:
2.1.1. Nós podemos participar: os apóstolos sentiram-se honrados por serem considerados dignos de sofrer por cristo e nos como temos nos sentidos diante das varias adversidades.
2.1.2. Dever ser exultantes: aqui mais uma vez somos chamados a pensar na volta de Cristo, pois teremos o privilégio de vermos a Glória Celestial, afinal seus seguidores compartilham de seus sofrimentos mais também de sua vitória.
2.2. Que isso é um indicio de que sobre nós repousa o Espírito de Glória e de Deus.

Se nos estamos prontos a sofrer por causa do nome de Cristo com resignação então é claro que o espírito de Deus está em nós e isso por si só é motivo de grande alegria. Na comunidade primitiva cristã, a palavra “nome” por si só era sinônimo da religião cristã.
Este texto faz menção a Is. 11,2 “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. Pelo fato de Isaias profetizar sobre Cristo nesse texto alguns comentaristas dizem que Pedro está se referindo a Trindade. Outra explicação possível aqui era uma referencia a Glória de Deus enchendo o tabernáculo conforme Ex. 40.34-35, “34 Então a nuvem cobriu a tenda da revelação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo;
“35 de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da revelação, porquanto a nuvem repousava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo”. Ainda é possível dizer que esta citação poderia ser apenas um referencia de que o Espírito do Senhor está sobre nós, se tratando de uma repetição explanatória. Mas olhando para estas três vertentes passamos a entender como Cristãos que diante de nossos sofrimentos o Espírito de Cristo repousa sobre nós, nos levando a pensar como o profeta Isaias no cap. 11.

Conclusão
Creio que muito mais poderia se dito aqui, porém o tempo não nos permite então que me ater apenas a estes dois pontos.
Eu sei que não é fácil ser Crente, e viver com cristão neste tempo é muito complicado afinal o mundo livre em que vivemos e digo isso me referindo aos nossos pais onde tudo parece ser permitido e isso é sim uma grande utopia, pois, o mundo tem nos perseguido a fé, como por exemplo, a homofobia, onde está para ser aprovado um projeto de lei que vem para cercear nossa liberdade Cristã, sofremos recentemente uma perseguição na universidade Mackenzie pelo fato de nosso chanceler Dr. Augustus Nicodemos divulgar no site da chancelaria a opinião de nossa Igreja, ou melhor, a opinião bíblica com relação ao assunto. Hoje vemos por vezes o estado tentando interferir na vida útil da igreja através da Receita Federal, do Congresso e por aí a fora, na TV diariamente somos atacados como Cristãos por causa da pornografia, das chacotas com crentes ou com as igrejas isso realmente nos entristece mais como nos diz a palavra devemos nos alegramos no Senhor, pois se nos sentimos incomodados é por termos o Espírito de Deus sobre nós. O importante é nunca esquecer que: Coragem para andar na contramão é saber que quando tudo nos é contrario somos bem aventurados. Que Deus nos abençoe nesta noite. Amém.