domingo, 21 de fevereiro de 2010

RECONCILIADOR E RECONCILIADOS

II Co. 5.18-6.3


OBJETIVO: Ensinar que Reconciliador e reconciliados têm missões com aspectos semelhantes, no intuito de alcançar o pecador.


INTRODUÇÃO: Há nações que vivem em um conflito histórico. Não se vê para elas uma possibilidade de reconciliação. Uma que nos serve como exemplo é Israel e as nações muçulmanas. Casos de amizades plenas entre indivíduos são possíveis, mas amizade plena entre as nações ainda não se conseguiu.


CONTEXTO: Paulo trata com os coríntios sobre a nova vida do cristão e a missão que é dada a cada um.


TRANSIÇÃO: Você acredita numa salvação universal, numa salvação onde cada um constrói seus próprios caminhos para Deus ou numa salvação onde Deus resolveu salvar os que crêem na obra reconciliadora de seu Filho Jesus Cristo?


I – O MUNDO IRRECONCILIADO COM DEUS.

a – O conceito ocidental é universalista.

1. O universalismo teológico apregoa um Deus bom e piedoso que não condenará ninguém às chamas e ao inferno eterno.

2. Mesmo que Deus traga punições sobre o pecado, tais punições serão temporárias, e todos ao fim de um tempo estarão redimidos.

b – A Bíblia aponta para um Deus irado contra pecadores.

1. O VT aponta para Deus irado contra o pecado e contra os pecadores.
1.1 – Pode-se ver Deus irado contra Adão, expulsando-o do Éden por causa do pecado.
1.2 – Pode-se ver Deus irado contra a humanidade, chegando a destruí-la por meio de um dilúvio universal.
1.3 – Pode-se ver Deus irado contra a nova sociedade pós-noética, confundindo as línguas e dividindo os povos, devido a desobediência estabelecida.
1.4 – Pode-se ver Deus irado contra cidades como Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, reduzindo-as a cinzas, devido sua pecaminosidade e maldade.
1.5 – Pode-se ver Deus irado contra o Egito, arruinando aquela grande potência com as dez pragas.
1.6 – Pode-se ver Deus irado contra os povos cananeus ordenando a matança de todos, desde os mais velhos até as crianças de colo.
1.7 – Pode-se ver Deus irado no meio da própria história de Israel, trazendo juízo e disciplina contra o seu povo ou contra outras nações.

2. O Novo Testamento não é diferente:
2.1 – Rm. 2. 5-9 ‘Contudo, por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento. Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento. Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça. Haverá tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o judeu, depois para o grego’.
2.2 – II Ts. 1.7b-9 ‘Isso acontecerá quando o Senhor Jesus for revelado lá dos céus, com os seus anjos poderosos, em meio a chamas flamejantes. Ele punirá os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder’.
2.3 – II Pe. 2.9-10 ‘Vemos, portanto, que o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo, especialmente os que seguem os desejos impuros da carne e desprezam a autoridade’.
2.4 – Jd. 14b-15 ‘Vejam, o Senhor vem com milhares de milhares de seus santos, para julgar a todos e convencer todos os ímpios a respeito de todos os atos de impiedade que eles cometeram impiamente e acerca de todas as palavras insolentes que os pecadores ímpios falaram contra ele’.
2.5 – Ap. 21.8 ‘Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte’.

c – Reconciliação entre Deus e Homem é uma iniciativa de Deus.

1. Existe uma inimizade entre Deus e o homem por causa do pecado e Deus não pode se reconciliar com o pecador aceitando-o como está, pois Deus é santo e não pode ter comunhão com o pecado.

2. Reconciliar (Dicionário Michaelis).
2.1 – Fazer voltar à antiga amizade (aqueles que se desentenderam).
2.2 – Fazer as pazes; congraçar-se.

3. A palavra usada por Paulo neste texto é Κατάλλασσο (katálasso ) e significa ‘trocar’, ‘mudar’ e está ligado à ideia da restauração original entre pessoas depois da hostilidade ou desagrado.

4. A volta da paz entre Deus e o homem é uma questão de justiça, e a menos que a justiça seja cumprida, jamais a paz pode ser estabelecida.

5. As diversas passagens sobre reconciliação sempre colocam o homem como objeto e nunca como sujeito. O sujeito da reconciliação é Deus, não o homem.


II – O RECONCILIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS.

a – O amor de Deus O leva a cumprir a justiça para os pecadores.

1. O homem por natureza está morto espiritualmente e incapaz de agradar a Deus.
1.1 – Ef. 2.1 ‘Ele vos deu vida estando vós mortos em vossos delitos e pecados’.
1.2 – Is. 64.6a ‘Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia’.

2. Por Deus amar a sua criação resolve cumprir a justiça em lugar do pecador.

b – A reconciliação é possível por causa de Cristo.

1. Cristo se encarna na própria figura humana, tornando-se plenamente humano, sem pecado, para como homem, poder sofrer a condenação no lugar do homem pecador.

2. A encarnação e a morte de cruz foram necessárias para que Cristo, o Deus-homem perfeito, pudesse pagar nossa condenação.
2.1 – II Co. 5.19 ‘a saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões’.

3. Não é o homem que se reconcilia com Deus, mas Deus que nos reconcilia com Ele.
3.1 – II Co. 5.18 ‘Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo’.
3.2 – Você já foi reconciliado com Deus?


III – OS RECONCILIADOS POSSUEM O MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO.

a – Quem são os reconciliados?

1. As Escrituras apontam o homem como inimigo de Deus.
1.1 – Cl. 1.21 (ARA) ‘... vós outros, que também éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas’.

2. São reconciliados todos aqueles que são alcançados pela fé em Cristo Jesus. Deus é quem paga a condenação de seus inimigos.
2.1 – Rm. 5.10 (NTLH) ‘Nós éramos inimigos de Deus, mas Ele nos tornou seus amigos por meio da morte de Seu Filho’.
2.2 – Ilustração: Pai e filho inimizados. Mãe no leito de morte manda chamar os dois. Um de cada lado da cama nem se olhavam. A mãe toma a mão de cada e enquanto orava vai aproximando as mãos de ambos até uní-las. Morre e deixa os dois unidos. Assim, Cristo nos une a Deus em sua morte.

b – Qual a missão dos reconciliados?

1. O apóstolo Paulo enfatiza que recebemos ministério da reconciliação.

2. A palavra ministério é Διακονία (diaconia) que significa serviço.
2.1 – Assim, o cristão recebe o serviço da reconciliação.
a) II Co. 5.18 ‘e nos deu o ministério da reconciliação’.
2.2 – Assim, o cristão é constituído embaixador de Deus.
a) II Co. 5.20 ‘De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio’.
2.3 – O embaixador é enviado no lugar de seu rei e com a mesma autoridade para falar e resolver em seu nome.
a) II Co. 5.20 ‘Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus’.

3. Tanto Cristo como Reconciliador, quanto os cristãos como reconciliados possuem missão semelhante: reconciliar o pecador com Deus.
3.1 – Cristo o fez pagando o resgate e cumprindo a pena dos condenados.
3.2 – Os cristãos o fazem anunciando o perdão de Deus aos pecadores.

4. Como embaixador o que você tem feito pelo Reino de Deus?


CONCLUSÃO: ‘Eis agora o tempo’.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

MARCA ESSENCIAL NO RELACIONAMENTO FAMILIAR

I Co. 13.1-13


OBJETIVO: Ensinar que a família que desenvolve um verdadeiro relacionamento baseado no amor, sobrevive aos problemas internos ou externos.

INTRODUÇÃO: Amor ilimitado – Festo Kinvergelle.

CONTEXTO: O apóstolo Paulo estava tratando aqui das questões pertinentes aos dons espirituais; e demonstra que o fator que pode nivelar todos os dons dentro de uma vivência altruísta e frutífera é o exercício do amor, não como mero sentimento emocional ou romântico, mas como prática de relacionamento saudável.

TRANSIÇÃO: O texto dentro de seu contexto não trata necessariamente de família, mas do amor, que cobre todas as diferenças, que equilibra, que qualifica, que possibilita, de fato a vida em família. Nesta oportunidade quero refletir sobre: MARCA ESSENCIAL NO RELACIONAMENTO FAMILIAR.



I – A REALIDADE DE UM AMOR ANÔMALO.

1. O apóstolo Paulo não estava tratando necessariamente sobre amor na família, neste texto; contudo os princípios aqui exarados são legítimos no âmbito familiar.

2. Há muitos lares problemáticos – pessoas que se casaram, ou se acasalaram vivendo como marido e mulher e não se entendem, mas não conseguem viver um longe do outro.

3. Ilustração: Casal de porcos espinhos.

4. A mídia noticia com muita frequência casos de crimes passionais: Amor doentio, egoísta e distorcido.

5. Uma família com anomalias vai gerar e produzir filhos desequilibrados, pois não viram nem aprenderam o exercício de um amor sadio.


II – CARACTERÍSTICAS DE UM AMOR PERFEITO.

a – O amor aqui apresentado é o amor perfeito, dom de Deus.

1. No grego há quatro palavras para expressar o conceito de amor
1.1 – Amor eros (Έρος).
a) Expressa o amor sexual, passional.
b) De onde advém os termos: erótico, erotismo, etc.
1.2 – Amor filos (Φίλος).
a) Expressa o amor de amigos.
b) De onde advém os termos: filosofia, filatelia, etc...
1.3 – Amor storgê (Στοργή).
a) Expressa o amor de pais e filhos.
b) Não há uma vinculação deste com nossa língua portuguesa.
1.4 – Amor ágape (Άγαπή).
a) Expressa o amor perfeito, que se dá sem interesses, o amor de Deus (Ούτως γάρ ήγάπησεν ό Θεός τόν κόσμον).

2. Esse tipo de amor é que Paulo usa neste texto de Coríntios.
2.1 – Só um amor perfeito pode produzir relacionamentos duradouros.

b – As características desse amor.

1. Características com tom positivo.
1.1 – O amor é paciente.
1.2 – O amor é benigno.
1.3 – O amor regozija-se com a verdade.
1.4 – O amor tudo sofre.
1.5 – O amor tudo crê.
1.6 – O amor tudo espera.
1.7 – O amor tudo suporta.
1.8 – O amor jamais acaba.

2. Características com tom negativo.
2.1 – O amor não arde em ciúmes.
2.2 – O amor não se ufana.
2.3 – O amor não se ensoberbece.
2.4 – O amor não se conduz inconveniente.
2.5 – O amor não procura os seus interesses.
2.6 – O amor não se exaspera.
2.7 – O amor não se ressente do mal.
2.8 – O amor não se alegra com a injustiça.

3. É o exercício desse tipo de amor, que ultrapassa as raias de um mero sentimento ou romantismo, mas que se aloja nas fibras do caráter, que compõe as marcas essenciais no relacionamento familiar.


III – O VALOR PRÁTICO DESSE AMOR NA FAMÍLIA.

1. Com esse amor vivenciado no dia a dia, a família estaria isenta de discórdias, divisões e intrigas.

2. Com esse amor vivenciado a família viverá num ambiente e num clima altamente saudável que proporcione aromatizar e influenciar qualquer pessoa que dela se aproxime.

3. Com esse amor vivenciado, os filhos que vivem dentro desta família serão equilibrados e influenciadores sobre a vida de amigos e de outras famílias.

4. Com esse amor vivenciado a família será potencialmente uma força transformadora na sociedade

5. Com esse amor vivenciado a família se multiplicará em outras não só pela multiplicação biológica, mas também porque conduzirá outras a esse nível de qualidade pelo poder de sua influência.


CONCLUSÃO: Para que esse amor se torne verdadeiro e eficiente em sua família, duas coisas precisam acontecer:

1. A fonte do amor verdadeiro precisa estar presente em sua vida.
1.1 – A fonte do verdadeiro amor é Jesus.
1.2 – Não apenas o Jesus da religiosidade, mas o Jesus verdadeiro, reconhecido como Deus, recebido como o único Salvador e Senhor e, experimentado num relacionamento pessoal e diário.

2. Você precisa ser transformado diariamente a semelhança do próprio Jesus.
2.1 – Isso acontece através da obediência da Palavra de Deus, com seus princípios, mandamentos e valores.
2.2 Isso acontece através da ação poderosa do Espírito Santo que habita o coração do convertido e que potencializa nele a realidade desse amor.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A ALEGRIA DA CERTEZA DA SALVAÇÃO

Rm. 8.31-39


OBJETIVO: Ensinar que cada cristão deve desfrutar e viver seguro com a alegria e certeza da salvação.


INTRODUÇÃO: Existem muitas alegrias na vida. Existem muitas alegrias advindas da religião, seja um culto prazeroso, seja um momento festivo, sejam as alegrias próprias das verdades do evangelho.
Contudo, a maior alegria que o cristão pode experimentar e obter é a alegria da certeza de sua salvação.


CONTEXTO: O apóstolo Paulo ensinava neste contexto aos cristãos de Roma que Deus é o autor e consumador da salvação daqueles que dele se aproximam por meio de Jesus Cristo.


TRANSIÇÃO: O salmista Davi, no contexto de um pecado que o levou ao pó do arrependimento clama a Deus: ‘Restitui-me a alegria da salvação e sustenta-me com um espírito voluntário’ (Sl. 51.12).




I – A ALEGRIA DA CERTEZA DA SALVAÇÃO É RESULTADO DA CONFIANÇA EM DEUS.

a – A incisiva pergunta de Paulo.

1. O apóstolo Paulo inicia seu arrazoado nesta perícope do texto bíblico, apelando para a soberana majestade do excelso Deus:
1.1 – Rm. 8.31 ‘Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?’.
1.2 – ‘Estas coisas’ aventadas na pergunta do apóstolo são todas as coisas arroladas nos parágrafos anteriores que demonstram o projeto de salvação para o ser humano engendrado por Deus.
1.3 – A pergunta, pois, do apóstolo é alusiva exata e pertinentemente à salvação daquele que crê.

b – Conhecer a Deus é a base da confiança do cristão.

1. Não existe fé onde não haja o conhecimento de Deus. Em toda a sua extensão as Escrituras desafiam o cristão a conhecer a Deus.

2. A certeza da salvação é fruto da confiança que o cristão pode e deve ter em Deus.
2.1 – Calvino nos seus escritos afirma que se alguém não tem certeza da sua salvação, sua fé não é autêntica.
2.2 – Muitos cristãos vivem em constantes dúvidas e incertezas, muitas vezes migrando deste para aquele seguimento evangélico, sempre em busca de uma nova sensação de segurança, ignorando que o que ele realmente precisa é conhecer a Deus e sua Palavra.

3. O ensino da fé reformada transporta o cristão do medo de perder sua salvação para a alegria e segurança de viver pela fé em Cristo, o autor e doador da Salvação.


II – A ALEGRIA DA CERTEZA DA SALVAÇÃO É RESULTADO DA OBRA DE JESUS
.

a – O apóstolo lança questões diretivas para a obra de Cristo.

1. Observe as expressões nos versos 32-34:
1.1 – Rm. 8.32 ‘... não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou...’. A obra de Cristo é resultante do grande amor de Deus.
1.2 – Rm. 8.33 ‘Deus quem os justifica’. A obra de Cristo resulta na justificação dos que crêem.
1.3 – Rm. 8.34 ‘Quem os condenará?’ A obra de Cristo tem um caráter de eficácia, pois que pagou completamente os pecados dos que nele crêem, nada ficando de débito para um possível condenação.

2. Nossos Símbolos de Fé atestam para esta segurança de salvação:
2.1 – CFW § II – ‘Esta certeza não é uma simples persuasão conjectural e provável, fundada numa esperança falha, mas uma segurança infalível da fé, fundada na divina verdade das promessas de salvação’.

3. Calvino argumentou sobre a fé como fonte de nossa segurança e certeza, pois ela é gerada por Deus e é dirigida para ele. A salvação não é dependente do homem, mas de Cristo.
3.1 – ‘Penso que a principal evidência da diferença entre a certeza verdadeira e a falsa baseia-se no fato de que a verdadeira produz humildade’ (A. A. Hodge).

b – A certeza da salvação descansa na suficiência da redenção.

1. O evangelista João registra que quando o Senhor Jesus rendeu o espírito, com um brado afirmou: ‘Está consumado’ (Jo. 19.30).
2. Isto aponta para a consecução última de sua redenção: Está pago todo o preço da redenção dos que crêem.

3. A alegria da salvação se apóia na certeza de que toda a dívida está paga, pois se dependesse de qualquer pagamento da parte do pecador, jamais o tal seria salvo.


III – A ALEGRIA DA CERTEZA DA SALVAÇÃO TEM COMO RESULTADO A SEGURANÇA.

a – As afirmativas do apóstolo Paulo (Vs. 35, 38-39).

1. Quem nos separará do amor de Cristo?
1.1 – Será tribulação?
1.2 – Será angústia?
1.3 – Será perseguição?
1.4 – Será fome?
1.5 – Será nudez?
1.6 – Será perigo?
1.7 – Será espada?

2. ‘O pecado não pode nunca despojar completamente um santo de sua jóia, sua graça; mas pode furtar-lhe a chave do cofre, sua certeza’ (William Jenkyn).

3. Estou plenamente certo:
3.1 – Nem a morte.
3.2 – Nem a vida.
3.3 – Nem os anjos.
3.4 – Nem os principados.
3.5 – Nem as coisas do presente.
3.6 – Nem as coisas do porvir.
3.7 – Nem os poderes.
3.8 – Nem a altura.
3.9 – Nem a profundidade.
3.10 – Nem qualquer outra criatura.

4. Você está seguro de sua salvação?


CONCLUSÃO: Se sua é meramente uma fé implícita e intimista, certamente você terá dificuldade de desfrutar da alegria da salvação, mas se você cresce em conhecimento e graça diante das verdades reveladas na Palavra de Deus, então a alegria da salvação será também sempre dominante e crescente em sua vida.

A IGREJA DOS SONHOS

At. 2.42-47


OBJETIVO: Ensinar que cada cristão precisa se envolve para que a Igreja seja cada vez mais relevante para nossos dias como foi a Igreja Primitiva.

INTRODUÇÃO: Hoje há Igreja para todos os gostos. A questão não é apenas buscar a Igreja que me agrada, mas sim a Igreja que cumpre sua missão e agrada a Deus.

CONTEXTO: Longe de ser uma igreja ideal ou perfeita, a Igreja Primitiva apresentou muitas falhas e imperfeições; no entanto, continua sendo um modelo inspirador para nós que vivemos num mundo tão pluralizado e relativista.

TRANSIÇÃO: Qual é a Igreja dos sonhos de Deus?


I – UMA IGREJA QUE APRENDE A EXPERIMENTAR VIDA DE CORPO E FAMÍLIA.

a – A Igreja Primitiva aprendeu que espiritualidade é perseverar no ensino apostólico.

1. Quando o Senhor Jesus Cristo estava para voltar à presença de Deus Pai, deu aos seus discípulos a responsabilidade e a missão de fazer discípulos.

2. Fazer discípulos é mais que fazer adeptos desta ou daquela denominação, em busca de um crescimento numérico ufanista e interessado em tirar a pela das ovelhas.

3. Fazer discípulos se limita às palavras do próprio Senhor na grande comissão registrada pelo evangelista Mateus:
3.1 – Mt. 28.19 ‘... ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado’.

4. O historiador e médico, Dr. Lucas, registra que a Igreja Primitiva perseverava no ensino que os apóstolos receberam do Senhor.
4.1 – At. 2.42 ‘E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações’.

5. A Igreja dos sonhos de Deus é uma Igreja obediente aos ensinos de sue Filho Jesus Cristo.

b – A Igreja Primitiva aprendeu que se pertenciam como membros uns dos outros.

1. Os cristãos da Igreja Primitiva aprenderam que se pertenciam uns aos outros assim como os membros pertencem ao corpo.
1.1 – Não viviam de modo isolacionista como a sociedade de hoje; mas desenvolveram a prática da solidariedade humana e cristã.
1.2 – Este tipo de solidariedade e senso de pertencimento marca efetivamente a vida de quantos são realmente convertidos ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, pois que Cristo era solidário às necessidades existenciais das pessoas de seus dias.
1.3 – A Igreja Primitiva repetia os atos de Jesus.
1.4 – Ele dispunha do que tinha para ajudar os menos favorecidos.
1.5 – Ele se envolvia com as doenças e carências dos outros.
1.6 – Foi nesse mesmo espírito de unidade que o apóstolo Paulo escreveu posteriormente à Igreja de Corinto:
a) I Co. 12.26 ‘De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e se um deles é honrado, todos se regozijam’.
1.7 – A Igreja Primitiva aprendeu que o conceito de Jesus de Igreja era o conceito de corpo.

c – A Igreja Primitiva viveu a prática social de família.

1. É natural às mais diferentes famílias alimárias o conceito de proteção e de grupo, e a Igreja Primitiva aprendeu a viver esta prática.
1.1 – At. 4.32 ‘Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das cousas que possuía; tudo, porém, lhes era comum’.
1.2 – At. 2.44 ‘Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum’.

2. A Igreja Primitiva desenvolveu o que mais tarde veio se chamar de comunismo cristão.
2.1 – O comunismo cristão reflete o desinteresse e a desambição pelo bem particular.
2.2 – O comunismo cristão reflete um desejo real de viver a vida com simplicidade para que a família cristã local pudesse ter a mesma assistência.
2.3 – At. 2.45 ‘Vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade’.
2.4 – ‘Viva com simplicidade para que outros possam simplesmente viver’.
2.5 – At. 4.34-35 ‘Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade’.


II – UMA IGREJA QUE APRENDE QUE SUA MISSÃO É A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO COM O EVANGELHO.

a – A Igreja possui uma missão redentora e transformadora.

1. Numa proposição teológica pode-se dizer que a missio ecclesiae não é distante da missio dei, isto é, a missão da Igreja não é tão distante da missão de Deus em Cristo Jesus.

2. Enquanto a missão de Jesus implicava em doar-se pela redenção dos pecadores, a missão da Igreja implica em doar-se na proclamação desta redenção aos mesmos pecadores.

3. Assim como a missão de Jesus exigiu sacrifício e o pagamento de um alto preço, a missão de proclamação também exige o sacrifício da entrega total e o preço da renúncia e abnegação.
3.1 – Mt. 16.24 ‘Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me’.

4. Ilustração: Alguém sempre tem que pagar pelo telhado (Lc. 5. 17-19).

b – A Igreja é agência de transformação da sociedade.

1. Por onde passa o Evangelho de Jesus Cristo provoca transformações sociais.
1.1 – Ilustração: Plínio Segundo, o jovem, fora nomeado governador da região da Bitínia – isto é, a costa norte do que hoje é a Turquia – no ano 111 d.C. Alguém fez chegar a ele uma acusação anônima que continha uma larga lista de cristãos. Plínio nunca tinha assistido a um julgamento de cristãos, e, portanto carecia de experiência no assunto. Escreve uma correspondência então ao imperador Trajano querendo saber como se portaria com os cristãos. Plínio diz que os templos pagãos estavam praticamente abandonados e que não se encontravam compradores para as carnes sacrificadas aos ídolos. O contágio desta seita está, não só nas cidades, mas em todos os povoados e nos campos. ‘O crime dos cristãos é que adoram a Cristo como Deus, fazem votos de não cometer roubos, adultérios e coisas que prejudiquem o ser humano. Cuidam de seus velhos e enterram os seus mortos e como se isso não bastasse, cuidam também dos nossos velhos e doentes e enterram os nossos mortos’.
1.2 – Genebra na época de Calvino se tornou uma cidade limpa de prostituições, roubos e muitos outros males da sociedade.
1.3 – O Exército de Salvação foi fundado em 1865 por William e Catherine Booth, chamados por Deus para declarar guerra ao vício e ao pecado em um dos bairros miseráveis da cidade de Londres. William pregava aos pobres, ao passo que Catherine contatava os ricos, conseguindo assim apoio financeiro para o trabalho. Rapidamente o movimento cresceu, organizou-se e hoje atua em 115 países, pregando a palavra de Deus em 175 idiomas, aliando seu trabalho evangelístico a uma opção social intensa. No Brasil, o Exército de Salvação chegou em 1922 e atua minimizando a miséria e levando a mensagem da salvação em Cristo.

2. A Igreja Primitiva descobriu que adorar a Deus, portanto, no conceito mais lato do verdadeiro cristianismo, implica em suprir as necessidades uns dos outros, como uma só alma.

3. Fazer parte da Igreja é aprender a vivenciar a vida de corpo e família como os irmãos da Igreja Primitiva; caso contrário, sua vida cristã não terá eficácia nem verdade alguma que testemunhar.

4. Fazer parte da Igreja é fazer parte desta força transformadora; contudo há que engajar-se e doar-se para que outros venham conhecer o poder transformador do Evangelho de Jesus.


CONCLUSÃO: Você está disposto a tornar a Igreja a Igreja dos sonhos de Deus, para que possa também vir a ser o sonho de muitos pecadores resgatados pelo Evangelho?