sexta-feira, 6 de março de 2009

TABERÁ OU QUIBROTE-HATAAVÁ?

Nm. 11.1-9, 31-35


OBJETIVO: Ensinar que nossas concupiscências devem permanecer sepultadas em Cristo, enquanto prosseguimos rumo a santificação, olhando firmemente para o Senhor.


INTRODUÇÃO: Você sabe o que são recidivas? Mesmo sem saber a maioria das pessoas sofrem com as recidivas. Aquela gripe mal curada que volta é uma recidiva. Uma sinusite que, volta e meia retorna com todos os seus incômodos é uma recidiva. Herpes que vai e vem... Tuberculose... Câncer...


CONTEXTO: O povo de Israel em sua peregrinação rumo a Canaã, teve algumas recaídas e não foram poucas as vezes que pressionaram Moisés para fazer o caminho de volta ao Egito. Este texto aponta para uma destas reações de Israel.


TRANSIÇÃO: Você já teve uma recaída em algum pecado? Quem não tem pecado que atire a primeira pedra!



I – A MURMURAÇÃO DENOTA INCONFORMIDADE.

a – A proposta de salvação implica na transformação do pecador.

1. A história de Israel em sua saída do Egito, sua caminhada pelo deserto e sua entrada numa terra abençoada, é uma forma análoga de se contar a história da salvação, que se consuma na pessoa de Cristo.

2. A proposta da salvação implica na transformação do pecador, pois no Reino de Deus não entra o pecado. Para a entrada do pecador ali, ele passa por um processo de transformação.

3. Observe o paralelo entre a analogia e a realidade em Cristo:
Analogia em Israel Realidade em Cristo

Israel escravizado. Pecador escravizado.
Morre um cordeiro. Morre o Cordeiro de Deus.
Israel peregrina. Pecador peregrina.
Israel abandona valores. Pecador abandona valores.
Israel entra em Canaã. Pecador entra no Reino.

4. Deus propõe libertação e salvação ao pecador, culminando com sua entrada eterna no Reino de Deus.

b – O pecador não se predispõe abrir mão das concupiscências.

1. O exemplo análogo é demonstrado neste episódio da saída de Israel do Egito.

2. Juntamente com Israel saíram muitos outros povos menores que também estavam escravizados no Egito. Este ‘populacho’ era composto de ‘minorias perseguidas ou outros escravos. Certamente também egípcios que se casaram com israelitas e até mesmo egípcios tementes a Deus’ (Bíblia de Genebra, Comentário de Ex. 12.38).

3. A natureza pecaminosa é arraigada de tal maneira que o pecador não possui condições próprias para vencer o pecado por sua própria disposição e capacidade.
3.1 – Rm. 8.3 ‘Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado’.


II – A INCONFORMIDADE NASCE DA CARNALIDADE.

a – A natureza do pecador é carnal.

1. ‘Todos pecaram’, nos ensinam as Escrituras.
1.1 – Rm. 3.23 (NTLH) ‘Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus’.
1.2 – Rm. 5.12 (NTLH) ‘O pecado entrou no mundo por meio de um só homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana, porque todos pecaram’.
1.3 – I Re. 8.46 (ARA) ‘Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares às mãos do inimigo, a fim de que os leve cativos à terra inimiga, longe ou perto esteja...’.

2. O pecado deformou de tal maneira a natureza humana que todos os âmbitos de nossa existência foram afetados pela força corruptora do pecado.

3. Dentre as formas de expressar sua fé, o calvinismo o faz através do acróstico TULIP, se assevera a Total Depravação da raça humana.
3.1 – Rm. 7.14-15 ‘Eu sou carnal, vendido a escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto’.
3.2 – Sl. 51.5 ‘Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe’.

4. Dado a essa natureza pecaminosa e carnal o ser humano não se conforma à vontade santa e perfeita de Deus, desejando antes, sempre satisfazer seus instintos pecaminosos.

5. Estamos no momento da maior liberação moral de nossa cultura. Somos impactados e saturados via meios de comunicação com propagandas carnavalescas.
5.1 – De onde surgiu o carnaval? Alguns etmólogos propõem como origem o baixo latim "Carnelevamem", modificado mais tarde em "carne, vale!", que significa: "adeus carne!" e se aplicava originariamente à terça feira gorda, a partir de quando a Igreja Católica proibia o consumo de carne.
5.2 – "Carnelevamem", pode ser interpretado como "carnis levamem", "prazer da carne", antes das tristezas e continências que marcam o período da quaresma. É a libertação de todos os impulsos e prazeres, pois o tempo da restrição chegou.
5.3 – Na Quarta-feira de cinzas há confissão e abstinência por quarenta dias, se preparando para a Páscoa. Mero ritual pagão e licencioso.
5.4 – O apóstolo Paulo afirma que não pode haver comunhão da luz com as trevas, nem harmonia entre Cristo e o maligno. (II Co. 6:14-15).
5.5 – O mesmo apóstolo, escrevendo para uma Igreja que saíra do paganismo, e para nós exorta: “... revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13:14).

b – A carnalidade sempre lutará contra a ação de Deus.

1. O ser humano possui em si mesmo os códigos da vontade de Deus instalados em sua consciência, mas o pecado, seja o individual, coletivo ou cultural, degenera a consciência de tal modo que passa a fazer o que não agrada a Deus e causa mal a si mesmo.

2. O apóstolo Paulo fala desse desequilíbrio da natureza humana, colocando-se como exemplo:
2.1 – Rm. 7.22-24 ‘Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?’.

3. Esta luta do pecado contra Deus durará toda a vida do pecador. O fato que nos dá segurança de vitória é a vitória de Cristo na cruz, esmagando a cabeça da serpente e pagando com seu sacrifício uma nova vida para o pecador penitente.


III – A CARNALIDADE PRECISA ESTAR SEPULTADA.

a – Para a carnalidade ser sepultada o pecador morre com ela.

1. Na história de Israel, o povo experimentou uma situação de juízo de Deus no qual se deu a etiologia que marcou a história denominando o lugar com o nome de Quibrote-Hataavá (Sepulcros da concupiscência).
1.1 – O populacho teve desejo por carne e desejo de estar de volta no Egito.
1.2 – Numa demonstração análoga dos desejos de partilhar da vida de um mundo fora dos padrões de Deus.
1.3 – Para acabar com essa revolta contra Deus os tais foram mortos.

2. Isso se dá também com o pecador, que, para finalizar a questão do pecado e da revolta teriam que ser penalizados com o que a Escritura chama de morte eterna.

b – Para a carnalidade ser sepultada Cristo morreu pelo pecador.

1. Mas Deus, em seu grande amor para conosco e, querendo a salvação dos pecadores, ofereceu o seu único Filho à morte para pagar nossas culpas.

2. Jesus morre e com Ele, nossos pecados e culpas.

3. Jesus é sepultado e com Ele também são sepultados nossos pecados e culpas.

4. Jesus ressuscita e com Ele também recebe o poder da ressurreição os que o recebem como seu Senhor e Salvador


CONCLUSÃO: Interessante é notar que na relação de nomes dos lugares por onde Israel passou em sua caminhada rumo a terra prometida (Nm. 33), não se menciona Taberá (Lugar de fogo), mas menciona Quibrote-Hataavá (Sepulcros da concupiscência). Isto é profético e escatológico: isto é, para aquele que adentrar na Nova Terra, não haverá lugar para Taberá (Lugar de fogo), mas sempre haverá a lembrança e a gratidão de Quibrote-Hataavá (Sepulcros da concupiscência).

Na sua vida o predomina ainda é o Taberá (Lugar de fogo)?

Ou predomina em sua vida o Quibrote-Hataavá (Sepulcros da concupiscência)?

Em Cristo podemos ter nosso Quibrote-Hataavá (Sepulcros da concupiscência) ainda nesta caminhada. Sepulte as concupiscências. ‘Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos, pela renovação da vossa mente’ (Rm. 12.2).

2 comentários:

Pastor Rodolfo Silva disse...

PAREBENIZO PELO ARTIGO. DEUS CONTINUE ABENÇOANDO GRANDEMENTE.

Unknown disse...

Shalom Adonai irmao parabens pelo escrito.