segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

DÍZIMOS, IMPOSIÇÃO OU PRIVILÉGIO?

Mt. 23.23


OBJETIVO: Levar o membro da Igreja a verificar sua fidelidade para com o sustento da obra de Deus.


INTRODUÇÃO: Se se descobrisse a cura para todos os tipos de câncer e fosse solicitado de cada habitante uma contribuição percentual sobre seu ganho para ajudar na produção e aplicação da cura, você estaria disposto a contribuir de bom grado?


CONTEXTO: Neste texto o Senhor Jesus está advertindo aos fariseus sobre a prática de uma religiosidade hipócrita e destituída de verdadeiros compromissos éticos com o Reino de Deus.


TRANSIÇÃO: Nossa reflexão nesta oportunidade será sob o tema: DÍZIMOS, IMPOSIÇÃO OU PRIVILÉGIO?



I – O DÍZIMO NA BÍBLIA
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a – A prática do dízimo é milenar.

1. A palavra dízimo no Antigo Testamento vem de ma‘aser e significa ‘décima parte’.
1.1 – Geralmente estava relacionado ao pagamento de um décimo dos frutos da terra e dos animais.
1.2 – A origem da quantidade pode estar relacionado ao sistema de contagem decimal, baseado nos dedos das mãos.
1.3 – Ou pode estar relacionado também ao fato de que dez é em si mesmo considerado perfeito, além de ser a soma de dois outros números considerados sagrados: sete e três.

2. A literatura antiga indica que a prática do dízimo era comum entre o povo semita e outros povos da antiguidade.

3. Muitas vezes se restringia a um imposto pago aos reis ou conquistadores, mas era geralmente relacionado com o sagrado.

b – O Dízimo é antes da nação judaica e da Lei mosaica.

1. As Escrituras mostram que antes de se fundar a nação judaica e antes da Lei ser dada, a prática do dízimo já era prática corrente na região da Palestina.

2. Abraão foi o primeiro caso de Dízimos registrado na Bíblia.
a) Quando Melquisedeque veio ao seu encontro, trazendo pão e vinho após uma batalha.
b) Gn 14:20 ‘de tudo lhe deu Abrão o dízimo’.

3. O dízimo de Abraão se dá num contexto político e religioso, pois Melquisedeque era não apenas rei de Salém mas também ‘sacerdote do Deus Altíssimo’ (Hb 7:1).


II – O DÍZIMO NA PRÁTICA JUDAICA.

a – O Dízimo no nascedouro na nação.

1. A primeira pessoa a dar dízimos na Bíblia foi Abraão.
1.1 – Entretanto, a prática do dízimo não começou com Abraão e não se pode dizer que foi uma prescrição divina feita a ele.

2. Depois de Abraão, vemos seu neto Jacó prometendo que ‘de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo’ (Gn 28:22). Era uma forma de reconhecer o direito soberano de Deus sobre os sucessos da vida.

3. Foi durante a trajetória dos filhos de Israel pelo deserto que o dízimo surgiu como uma prescrição da lei.

b – O Dízimo na trajetória da nação judaica.

1. Levíticos é o único livro a declarar ‘que todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor’ (Lv. 27:10).

2. Em Números Deus diz: ‘aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação’ (Nm. 18:21).

3. Em Deuteronômio, o dízimo é tratado sob a perspectiva do estabelecimento na Terra Prometida.
3.1 – Dt. 12.17 ‘nas tuas cidades, não poderás comer o dízimo’.
3.2 – Dt. 12.11 ‘haverá um lugar que escolherá o Senhor, vosso Deus... a esse lugar fareis chegar tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos’.

4. Todas as demais citações sobre o dízimo no Antigo Testamento não alteram as disposições do Pentatêuco, mas indicam que o povo frequentemente as descumpriam.

5. No pós-exílio:
5.1 – Ne. 13:10 ‘os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo’. Neemias fez todos retornarem aos seus postos na casa de Deus e ‘todo o Judá trouxe os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite aos depósitos’ (Ne. 13:12).
5.2 – Mas a mesma situação se verificou durante o ministério de Malaquias: ‘Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas’ (Ml. 3:8).

c – O Dízimo no Novo Testamento.

1. Do período pós-exílico ao início do NT o dízimo sofreu algumas modificações.
1.1 – Inicialmente, eram sujeitos às leis do dízimo apenas os frutos da agricultura e dos animais.
1.2 – Mas o Mishná e o Talmude definiram que ‘tudo o que é utilizado para alimentação, que é cuidado e cresce sobre o solo é susceptível ao dízimo’. Por isso, os fariseus dos dias de Jesus davam dízimo de hortaliças como a hortelã e o cominho.

2. Os rabinos definiram cuidadosamente uma época sagrada quando as coisas deveriam ser dizimadas.
2.1 – Havia um tempo certo para que gado, frutos da terra e das árvores fossem apresentados aos sacerdotes.
2.2 – O judeu é minucioso na sua prática do dízimo.


III – O DÍZIMO CRISTÃO.

a – Está valendo ainda?

1. O NT não traz material novo sobre o Dízimo, mas amplia o conceito da contribuição, sem anular o VT.
1.1 – Mt. 23.23 ‘Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas’.
1.2 – Até das hortaliças e pequenas produções o judeu separava o dízimo.
1.3 – Davam o dízimo, mas falhavam no amor, na misericórdia e na fé. Deviam ser cuidadosos no exercício dessas virtudes e ainda assim continuar sendo dizimistas.
1.4 – Praticar estas coisas (o dízimo nas menores coisas), sem omitir aquelas (a justiça, a misericórdia e a fé).

2. Quando se olha para o aspecto da contribuição no NT o cristão é desafiado a entregar sua vida e a partir daí todas as coisas são reconhecidas como sendo de fato do Senhor.

b – Considerações a luz das Escrituras.

1. Dizimar é dizer sim ao plano de Deus para a manutenção de sua obra.

2. Devolver ao Senhor a parte estabelecida por Ele em sua Palavra é reconhecer sua soberania sobre nossas vidas e saber que somos mordomos dele.

3. Não ser dizimista é negar um princípio claro da Palavra de Deus.
3.1 – Lv. 27.30 ‘Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor’.
3.2 – Pv. 3.9-10 ‘Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações; os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de vinho’.
3.3 – Ml. 3.8-10 ‘Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: Como é que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova, diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las’.

4. Mesmo se não tivéssemos bênçãos e recompensas aqui nesta vida, valeria a pena investir financeiramente com o dízimo para a sustentação da obra da Evangelização?


CONCLUSÃO: Se se descobrisse a cura para todos os tipos de câncer e fosse solicitado de cada habitante uma contribuição percentual sobre seu ganho para ajudar na produção e aplicação da cura, você estaria disposto a contribuir de bom grado?

O que Deus propõe na participação financeira de cada cristão é a viabilização de recursos e meios para a aplicação do Evangelho que é a cura para a maior enfermidade do ser humano: o pecado.

Seja um participante da obra da salvação.

Seja um dizimista.

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