sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A Prática da Oração

O PODER DA ORAÇÃO

III

‘A Prática da Oração’.


Mt. 6.5-13

‘E agora, a respeito da oração. Quando orarem, não sejam como os fingidos, que oram publicamente nas esquinas das ruas e nas sinagogas, para todo mundo ver. Verdadeiramente, essa é toda a recompensa que eles poderão ter. Mas vocês, quando orarem, retirem-se, completamente a sós, fechem a porta atrás de vocês, e orem ao seu Pai secretamente; e seu Pai, que conhece os seus segredos, recompensará vocês". Não fiquem recitando sempre a mesma oração, como os pagãos fazem, pois pensam que as orações repetitivas é que são eficientes. Lembrem-se: seu Pai sabe exatamente o que vocês precisam, até mesmo antes que vocês peçam a Ele! Orem desta maneira: 'Nosso Pai do céu, nós adoramos o seu santo nome. Pedimos que seu reino venha logo. Que a sua vontade seja feita aqui na terra, tal como é feita no céu. Dê-nos hoje outra vez o nosso alimento, como sempre, e perdoe-nos os nossos pecados, tal como nós temos perdoado aqueles que pecaram contra nós. Não nos ponha em tentação, mas livre-nos do Maligno. Amém!' (BV).

INTRODUÇÃO: O próprio Senhor Jesus nos ensinou a não sermos incessantemente repetitivos.

Em algumas culturas pagãs as orações são sempre a repetição da mesma coisa. Nos dias de Elias os pagãos até mesmo se mutilavam enquanto repetiam a mesma frase. Jesus disse: ‘Não pensem que serão ouvidos pelo muito falar’.

Por outro lado Jesus nos diz para orarmos sem desistir.

A oração, mais que uma lamúria sobre problemas, colocada aos pés do Senhor, deve fluir na vida do cristão de forma tão natural que não precise nem de lugar de hora certa, mas que so0e sempre como uma conversa suave e tranquila de um filho com o Pai amado.

No Antigo Testamento encontramos cerca de oitenta e cinco orações originais (Kohler). Há mais ou menos sessenta salmos completos e cartoze porções de salmos que podem ser chamados de orações.

No Novo Testamento existem certas áreas claramente definidas nas quais se exibe ensinamento sobre a oração; porém, a fonte de onde todas as suas instruções à oração emanam, é a própria doutrina e prática de Cristo.

Hoje compartilharemos sobre o subtema A Prática da Oração.


I – OBSERVANDO A PRÁTICA DA ORAÇÃO PELOS NOSSOS SÍMBOLOS DE FÉ.

a – A Oração pelo prisma da Confissão de Fé.

1. A Confissão de Fé de Westminster no Capítulo XXI (do Culto Religioso e do Dia de Repouso), nas Seções III e IV nos dizem o seguinte:

1.1 – SEÇÃO III – ‘A oração, com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus requerida de todos os homens; e, para que seja aceita, tem de ser feita em nome do Filho, com auxílio de seu Espírito, segundo sua vontade, com entendimento, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança; e se for vocal, que seja numa língua conhecida’.

1.2 – SEÇÃO IV – ‘A oração deve ser feita por coisas lícitas e em favor de todo gênero de pessoas vivas ou que virão a viver no futuro; mas não em favor dos mortos, nem em favor daqueles de quem soubermos que cometeram o pecado da morte’.

b – A Oração pelo prisma do Catecismo maior.

1. Os Catecismos de Westminster (Breve e Maior) foram elaborados para a catequese e discipulado da membresia através de perguntas e respostas.

2. Nesta consulta usaremos o Catecismo Maior de Westminster:

2.1 – Pergunta 178. ‘O que é oração?’ Resposta: ‘Oração é um oferecimento de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo e com o auxílio de seu Espírito, e com a confissão de nossos pecados e um grato reconhecimento de suas misericórdias’.

2.2 – Pergunta 185. ‘Como devemos orar?’ Resposta: ‘Devemos orar com solene apreensão da majestade de Deus e profunda convicção de nossa própria indignidade, necessidades e pecados; com corações penitentes, gratos e francos; com entendimento, fé, sinceridade, fervor, amor e perseverança, esperando nele com humilde submissão à sua vontade’.

2.3 – Pergunta 183. ‘Por quem devemos orar?’ Resposta: ‘Devemos orar por toda a Igreja de Cristo na terra, pelos magistrados e outras autoridades, por nós mesmos, pelos nossos irmãos e até mesmo pelos nossos inimigos, e pelos homens de todas as classes, pelos vivos e pelos que ainda hão de nascer; porém, não devemos orar pelos mortos, nem por aqueles que se sabe terem cometido o pecado para a morte’.


II – OBSERVANDO A PRÁTICA DA ORAÇÃO PELA EXPERIÊNCIA DA IGREJA.

a – A simplicidade da oração.

1. Olhando nossas raízes reformadas podemos alavancar alguns nomes da história:
1.1 – O mais longo capítulo das Institutas é dedicado à oração, que Calvino chamou ‘o principal exercício da fé e o meio pelo qual recebemos diariamente os benefícios de Deus’.

1.2 – Porém, se toda a vida cristã, desde o primeiro passo até a perseverança final, é um dom de Deus, por que orar? A resposta é que os fiéis não oram para informar ou convencer Deus de alguma coisa, mas para expressarem sua fé, confiança e dependência dele.

1.3 – Calvino propôs quatro regras para a oração:
a) reverência: evitar toda ostentação ou arrogância;
b) contrição: deve proceder de um coração arrependido;
c) humildade: ter em mente a glória de Deus;
d) confiança: firme esperança de que a oração será respondida.

1.4 – Isso se aplica tanto à oração individual quanto às orações coletivas da igreja. A oração é a parte principal do culto a Deus (Is 56.7; Mt 21.13)

2. ‘Quando buscamos a Deus em oração, o diabo sabe que estamos querendo mais poder para lutar contra ele, e por isso procura lançar contra nós toda a oposição que é capaz de arregimentar’ (Richard Sibbes – 1577-1635 Pastor anglicano).

3. ‘A oração é um instrumento poderoso não para fazer com que a vontade do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra’ (Robert Law – 1788-1874 – Tenente General do Exército Britânico).

4. ‘Aqueles que oram fazem mais pelo mundo que aqueles que lutam; e se o mundo vai de mal a pior, é porque existem mais batalhas do que orações’ (George S. Patton – George Smith Patton, 11/11/1885-21/12/1945, Gal do 3º Exército EUA, 2ª Guerra Mundial).

b – A oração e a manipulação do divino.

1. A oração não funciona como um instrumento de manipulação dos caprichos ou necessidades humanas.

1.1 – ‘Não é a aritmética de nossas orações - quantas elas são; nem a retórica de nossas orações - quão eloquentes elas são; nem a geometria de nossas orações - quão longas elas são; nem a música de nossas orações - quão doce nossa voz pode ser; nem a lógica de nossas orações - quão argumentativas elas podem ser; nem o método de nossas orações – quão ordenadas elas podem ser, que Deus leva em consideração. O que mais importa é o fervor espiritual’ (William Lee – 1563-1614, clérigo e inventor inglês).

2. Não somos nós que mudamos o eterno propósito de Deus com a nossa oração, mas Ele nos aperfeiçoa no cumprimento diário de Sua vontade em nós.

3. Benjamin Palmer afirma que a oração é essencialmente feita em três aspectos:
3.1 – É o apelo da criatura dependente.
3.2 – É o lamento do culpado pecador.
3.3 – É a articulada adoração de uma alma inteligente.

Assim, pode-se ver nestes três aspectos a relação de Deus com o homem:

3.4 – Sob o primeiro aspecto, Deus é considerado em sua relação natural como o criador e preservador de todas as suas criaturas.

3.5 – Sob o segundo, ele é contemplado em sua graciosa relação como o redentor e salvador dos pecadores.

3.6 – E por último, ele é adorado em sua consumada santidade e glória.

c – A oração que Deus responde.

1. Já se viu que Deus não tem prazer na oração do ímpio.

2. Deus responde a oração de pessoas que guardam os seus mandamentos.

3. Quais são as partes constantes da oração verdadeiramente bíblica?
3.1 – Características da Oração Modelo:
a) Adoração: ‘Pai nosso, santificado seja o Teu nome’.
b) Proclamação: ‘Venha o teu reino...’.
c) Intercessão: ‘O pão nosso de cada dia...’.
d) Confissão: ‘Perdoa as nossas dívidas’.
e) Proteção: ‘Não nos deixes cair, mas livra-nos...’.
f) Glorificação: ‘Teu é o Reino, o poder e a glória’.

4. Mesmo que se tenham muitos exemplos de orações registradas nas Escrituras, recebemos de nosso Senhor um modelo de oração: A Oração Dominical.


III – OBSERVANDO OS EMPECILHOS À ORAÇÃO.

a – Alguns empecilhos à oração.

1. Orar fora da vontade de Deus.
1.1 – I Jo. 5.16

2. Satanás e seus anjos.
2.1 – Dn. 10.10-12

3. Pecados guardados.
3.1 – Is 59.1-2, Sl. 66.19-20

4. Dúvida em Deus.
4.1 – Tg. 1.5-7

b – A oração pela perspectiva bíblica.

Vista Panorâmica da Oração

Quanto a Diz a Bíblia Base Bíblica

Instrumentalidade Meio de graça Hb. 4.16
Aperfeiçoamento Espírito Santo Rm. 8.26
Alvos internos Todos os santos Ef. 6.18
Alvos externos Todos os homens I Tm. 2.1
Ter respostas Vontade de Deus I Jo. 5.16
Organização Não sabemos orar Rm. 8.26
Divulgação Orarás em secreto Mt. 6.6
Orientação Orarás ao Pai Mt. 6.8
Constância Sem cessar I Ts. 5.17
Mediação Em nome de Jesus Jo. 14.15
Eficácia Pode muito Tg. 5.16
Formas Oração, Súplicas, Intercessão, Ações de Graças, Petições I Tm. 2.1
Tempo Em todo o tempo Ef. 6.18
Mito Não tem poder Mt. 18.18

CONCLUSÃO: Não deixe de orar.
Ore na perspectiva correta.
Não faça da oração uma muleta ou um amuleto.
Exerça a oração como meio de comunhão constante com o Pai.

Lembre-se: A oração é instrumento de comunhão, afeto e amor entre Deus e seus filhos.

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