segunda-feira, 9 de junho de 2008

A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ

A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ

Sl. 133

OBJETIVO: Ensinar que a unidade do povo de Deus deve levar ao desfrute de uma comunhão profunda e contagiante.

INTRODUÇÃO: Tem sido reforçado no contexto social brasileiro o sentido da palavra ‘comunidade’. Substituindo o termo favela, que é carregado de sentido pejorativo e depreciante, o termo comunidade traz a idéia de um povo comum em busca de relacionamentos saudáveis e alvos de melhoria para o todo.

CONTEXTO: Alguns eruditos vêem o Salmo como meditação isolada na vida de Davi. Outros vêem a composição deste Salmo situada no ato de todas as tribos de Israel se unirem ao redor de Davi para consagrá-lo rei sobre o reino de Israel, reclamando de Davi a unidade da nação, a eleição divina de Davi e a bênção prometida por Deus (II Sm. 5.1-5).

TRANSIÇÃO: Deste possível contexto na vida de Davi, e do conteúdo do salmo, proponho falar aos irmãos nesta oportunidade sobre o seguinte tema: ‘A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ’.



I – A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ PORQUE É BOM E AGRADÁVEL.

a – Viver em unidade é bom.

1. Davi tinha experimentado boa parte do governo de Saul, e tinha visto nos últimos anos uma nação em profunda crise.
– Crise política – manifestada na insatisfação de boa parte do povo com respeito ao rei, chegando até mesmo às raias do desespero e deserção, ligando-se ao pior inimigo de Saul, que naquele momento estava sendo o próprio Davi.
– Crise social – manifestada no desassossego do povo.
– Crise espiritual – manifestada no declínio do temor do Senhor por parte do povo, exemplificada na desobediência do povo em I Sm. 15; ou no fato de o próprio rei Saul procurar uma médium em virtude de ter perdido a comunhão com Deus.

2. ‘Bom’ aponta para a qualidade de vida oriunda da unidade.
– É bom porque a unidade propicia reflexão integral, participativa e comunitária acerca da crise.
– É bom porque a unidade possibilita ação restauradora dentro da crise.
– É bom porque a unidade faculta a capacidade de comunhão e socorro recíproco, na própria crise.
– Era num ambiente assim que Davi afirmava que é ‘bom’ a unidade dos irmãos.

b – Viver em unidade é agradável.

1. ‘Agradável’ aponta para a sensação de prazer e realização oriunda do exercício da unidade.
– É agradável porque a unidade estabelece circunstâncias onde, a paz e o amor, podem ser reais e efetivamente exercitados.
– É agradável porque a unidade dizima e extermina amarguras e rancores, possibilitando o cultivo dos frutos do Espírito (Gl. 5.22-23).


II – A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ PORQUE É AMBIENTE DE UNÇÃO E FERTILIDADE.

a – A metáfora da unção de Arão.

1. A unção de Arão.
– A unção era o ato pelo qual se conferia poder e autoridade de Deus para a execução de trabalhos específicos.
– Foi na unidade do povo no deserto que, por ordem de Deus, Moisés ungiu e consagrou Arão para o exercício do sacerdócio.

2. É na unidade da Igreja que Deus unge se povo com dons e poderes do Espírito Santo, capacitando-os para a realização da obra a que é chamado.

b – A metáfora da fertilidade presente nas encostas do Hermom.

1. O valor do monte Hermom para a região.
– O monte Hermom era o monte que fazia a divisa de Israel ao norte com a Síria. Tinha 3.000 metros de altitude, tendo seu cume constantemente coberto de neve.
– A geleira derrete o tempo todo, regando toda a área ao seu redor, tornando-a terra extremamente fértil e produtiva.

2. Quando a unidade se torna manifesta no povo de Deus, a Igreja realiza com eficácia seu papel de semear a divina semente da Palavra em ambiente de fertilidade.
– Jesus orou por isso: ‘... que eles sejam um... para que o mundo creia...’ (Jo. 17.21).


III – A COMUNHÃO DO CRISTÃO É EXTENSIVA Á FAMÍLIA DA FÉ PORQUE É O VÉRTICE DA BÊNÇÃO DE DEUS.

a – Ali o Senhor ordena a sua bênção.

1. Qual o significado do adjunto adverbial de lugar: ‘ali’?
– ‘Ali’ era uma referência a barba de Arão, ou ao óleo da unção.
– ‘Ali’ era uma referência ao monte Hermom?

2. Estava falando da unidade dos irmãos. Ali, na unidade dos irmãos, o Senhor derrama a sua bênção.

b – Bênção.

1. Bênção é uma palavra desgastada hoje no meio evangélico.
– Quando se usa esta palavra nos cultos evangélicos, grosso modo falando, se pensa em dinheiro ou em cura.

2. O que é bênção.
– Bênção não é Deus realizar o que quero ou peço, mas Deus impulsionar-me e equipar-me a realizar aquilo que ele quer.
– É a dotação de todo tipo de suprimento, da providência e do cuidado de Deus para que eu seja o que Deus quer.

3. Isso pode acarretar em providências materiais, curas, fé, forças e poderes espirituais para uma vida vitoriosa onde o nome de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo será glorificado.
– Ef. 1.3 ‘Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo Jesus...’.

c – Vida para sempre.

1. É na unidade do povo de Deus que se manifesta a vida verdadeira em todas as extensões e significações.

2. O verbo ‘ordenar’ nos permite dois significados:
– ‘O Senhor “ordena” a vida continuamente’.
a) ‘Colocar’, ‘dispor em ordem’, ‘organizar’.
b) Assim, é na unidade dos irmãos dentro do Corpo de Cristo, que a vida plena é disposta, colocada em ordem, desenvolvida e experimentada.
c) A comunhão verdadeira é o elemento sensitivo do Corpo de Cristo, pois ali se experimenta prazer, realização e o sentido de utilidade na vida uns dos outros.
– ‘O Senhor “ordena” a vida para sempre’
a) ‘Dar ordem’, ‘determinar’, ‘mandar que se faça algo’.
b) É quando a comunhão é exercida e desfrutada que Deus estabelece o prazer da vida de comunidade, de pertencer um ao outro no meio de seu povo.
c) Não existe vida eterna divorciada da comunhão dos santos.
d) Não existe comunhão apenas no relacionamento com Deus, mas todo convertido experimenta comunhão no relacionamento com a família da fé.


CONCLUSÃO: Comunhão não é apenas a convicção de uma amizade reatada com o Criador, mas um envolvimento que se estende uns aos outros dentro da família cristã.
Somos desafiados a viver em união e unidade, expressando verdadeira comunhão.

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