segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ASSUMINDO O COMPROMISSO PARA COM OS OPRIMIDOS

Lc. 10.25-37


OBJETIVO: Ensinar que o cristão precisa ter um coração amável e pronto a socorrer aos que estão em situações de necessidade, como se fosse o próprio Senhor.

INTRODUÇÃO
: Existem várias perguntas sem resposta nas Escrituras. Certamente elas teriam suas respostas; mas por razões de retóricas ou da inspiração, foram deixadas como pontos abertos para que o cristão pense um pouco mais.
– Jesus: ‘Deus meu, Deus meu. Porque me desamparaste?’.
– Paulo: ‘Que diremos pois? É a Lei, pecado?’.
– Caim: ‘Acaso sou eu tutor de meu irmão?’.
Se Deus tivesse que oferecer uma resposta a pergunta de Caim, qual seria a resposta? A resposta à pergunta de Caim certamente seria: ‘Sim, você é’. Isto porque nem o cristão como indivíduo, nem a Igreja como coletividade, estão no vácuo, mas inseridos em um contexto social onde temos laços de solidariedade uns com os outros.
O que é solidariedade? Solidariedade é o sentimento de quem compartilha do sofrimento alheio, ou se propõe a aliviá-lo. Ser solidário refere-se a um laço ou vínculo entre pessoas, nações e grupos sociais, demonstrando apoio, interesse e ajuda em momentos que requerem ações de socorro.

CONTEXTO: O Senhor Jesus, sendo questionado sobre o cumprimento da Lei, leva seus inquiridores a entender que o amor ao próximo é o mandamento que cumpre a Lei.

TRANSIÇÃO: ‘A menor das boas ações é melhor do que a maior das boas intenções’. Jesus ensinou através da parábola do Bom Samaritano o exercício da solidariedade. Quero refletir nesta parábola sob o tema: ASSUMINDO O COMPROMISSO PARA COM OS OPRIMIDOS.

I – OBSTÁCULOS À DEMONSTRAÇÃO DA SOLIDARIEDADE.

a – A hipocrisia religiosa.

1. Os personagens da história: Um homem assaltado, um sacerdote, um levita, um samaritano.

2. Uma releitura: Uma pessoa necessitada, um pastor, um diácono, um descrente.

3. Dr. Russel Shedd: ‘Religiosidade não significa, automaticamente bondade’.

4. Os religiosos daqueles dias foram hipócritas: a solidariedade não foi manifestada.

5. Jesus sempre foi contra a hipocrisia:
5.1 – Mt. 23.27 ‘Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície’.
5.2 – Mt. 23.3 ‘Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam’.

6. A verdadeira religião:
6.1 – Tg. 1.27 ‘A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo’.

b – Preconceitos.

1. O judeu não mantinha amizade ou relacionamentos com os samaritanos.

2. O preconceito sempre é uma barreira à prática da solidariedade.

3. O texto enfatiza a prática da solidariedade independentemente da raça, religião, etc...

4. Deus não faz acepção de pessoas e cada cristão é chamado a ser imitador de Deus.

c – Indiferentismo.

1. O sacerdote e o levita no texto foram insensíveis ao sofrimento alheio e passaram de largo.

2. Cada oportunidade deve ser aproveitada para fazer o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.
2.1 – Gl. 6.10 ‘Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé’.
2.2 – Cl. 4.5 ‘Sejam sábios no procedimento para com os de fora; aproveitem ao máximo todas as oportunidades’.

3. Muitos são insensíveis e indiferentes, alegando que a responsabilidade de socorro é das autoridades constituídas.

4. É o argumento da ‘lei do menor esforço’.

d – Egoísmo.

1. Na parábola podem-se perceber pelo menos três filosofias:
Filosofia dos salteadores O que é teu é meu; vou tomá-lo.
Filosofia dos religiosos O que é meu é só meu; vou guardá-lo.
Filosofia do samaritano O que é meu é teu; vou repartí-lo.

2. Com certeza, o egoísmo tem dificultado o exercício da solidariedade.

3. Enquanto existir egoísmo, o sofrimento continuará existindo e aumentando no mundo.

4. Os cristãos são desafiados a proceder altruisticamente.


II – ATITUDES QUE PROMOVEM A SOLIDARIEDADE.

a – Responsabilidade.

1. O samaritano entendeu que tinha a responsabilidade de ajudar o outro, como ser humano.

2. A responsabilidade de fazer o bem não é do cristão – é de todo ser humano. Somos uma mesma raça.

3. O Evangelho estimula o cumprimento responsável do dever.

4. Jesus exigiu de seus seguidores essa responsabilidade (Mt. 25.31-46).

b – Renúncia.

1. Só um espírito de renúncia pode se aplicar a fazer o bem aos outros.

2. O samaritano estava imbuído deste espírito:
2.1 – Ele interrompeu a sua viagem.
2.2 – Investiu tempo.
2.3 – Investiu dedicação.
2.4 – Investiu dinheiro.

3. A renúncia não é a anulação de si mesmo, mas uma atitude misericordiosa que procura ajudar o semelhante, com as próprias habilidades e recursos individuais.

c – Sacrifício.

1. O samaritano assumiu o auto-sacrifício para prestar solidariedade.
1.1 – Colocou o assaltado, sujo e ensangüentado, em seu próprio animal.
1.2 – Conduziu-o a uma hospedaria (pensão).
1.3 – Gastou de seus bens.

2. Faríamos isso?
2.1 – Você colocaria o assaltado, sujo e ensangüentado, em seu carro limpo?
2.2 – Você colocaria um drogado ou um bêbado em seu carro para socorro em uma clínica?
2.3 – Você pagaria o hospital ou a Clínica até que o indigente fosse recuperado?

d – Liberalidade.

1. O samaritano demonstrou liberalidade em relação ao assaltado.
1.1 – Seus bens.
1.2 – Seus recursos.

2. É necessário que a Igreja de Cristo assuma o compromisso de agir conforme os princípios do Evangelho.

3. O Pacto de Lausane foi um pacto feito em nome de todos os evangélicos numa reunião ocorrida em 1974, com lideranças evangélicas de todo o mundo buscando a reorientação para a Igreja.

‘Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de toda forma de opressão. Sendo o ser humano feito à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade, possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser servida e respeitada, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos, as vezes, considerado a evangelização e a ação social mutuamente incompatíveis. Embora a reconciliação do homem com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos partes de nosso dever cristão. Ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, do nosso amor para com o próximo e da nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também em uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando alguém recebe a Cristo, nasce de novo no seu Reino e, conseqüentemente, deve buscar não somente manifestar como também divulgar a sua justiça em meio a um mundo ímpio. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.’


CONCLUSÃO: Você conhece situações que carecem de um tratamento solidário?
O que você pode fazer de início?

Você estaria disposto(a) a ser solidário com os menos favorecidos?

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