sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

POR QUE O JUÍZO?



II Ts. 1.-3-12

OBJETIVO: Apresentar a realidade do juízo de Deus como manifestação da justiça de Deus retribuindo a cada um segundo as suas obras.

INTRODUÇÃO: Justiças e injustiças vemos noticiadas como resultados de nossos tribunais brasileiros.
Nos entristecemos quando vemos que a justiça não foi feita e pessoas ficaram prejudicadas.
Nos alegramos quando vemos ajustiça penalizando culpados que têm causado, mortes, dor e perdas à indivíduos ou à nação.

CONTEXTO: Paulo escreve esta carta aos Tessalonicenses complementando assuntos que tratara na primeira carta, sendo uma das fortes ênfases de Paulo à esta Igreja, a doutrina das últimas coisas, pertinentes à volta do nosso Senhor Jesus Cristo.
Nesta perícope , Paulo destaca pelo menos três temas: a) o crescente desenvolvimento dos crentes da Tessalônica; b) as tribulações que os cristãos enfrentavam devido a fé em Cristo; c) o reto juízo de Deus na manifestação da vinda de Cristo.

TRANSIÇÃO: Não negligenciando o todo da perícope, mas me atinando em especial sobre a terceira parte, quero vos falar sobre o tema: POR QUE O JUÍZO?


I – O JUÍZO DE DEUS ALCANÇARÁ A TODOS.

1. A doutrina de um juízo de Deus espalha-se por toda a literatura bíblica, desde a história de Noé, Sodoma e Gomorra, Egito e tantos outros fatos que ilustram o juízo de Deus.

2. De um modo mais restrito a Escritura nos fala de um juízo que Deus executará no limiar da história, encerrando assim esta ordem, onde o pecado paz parte da vida humana, e iniciando a existência de dois mundos distintos:
2.1 – Um mundo sem a presença e os efeitos do pecado.
2.2 – Um mundo onde o pecado continuará a existir.

3. Ambos os mundos serão eternos em existência e natureza, de tal forma que no primeiro o pecado jamais conseguirá se alojar; e no segundo o pecado jamais deixará de existir.

4. No primeiro mundo seus habitantes viverão eternamente em santidade e perfeição, o que lhes permitirá uma vida de alegrias e perfeições sem fim.
4.1 – Ap. 21. 4Ele enxugará todas as lágrimas dos olhos deles, e não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. Tudo isso passou para sempre’.

5. No segundo mundo viverão eternamente em degenerações e corrupções sem fim, onde o pecado será qual câncer a lhes provocar os mais terríveis sofrimentos, cumprindo-se assim uma certa máxima teológica: ‘O pecado é punição ao pecado’, acrescido o fato de que além do próprio pecado lhes trazer sofrimento, experimentarão também a ira do eterno e bendito Deus.

6. Neste texto aos tessalonicenses, que já estavam sofrendo as perseguições por causa do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, o apóstolo Paulo lhes escreve para trazer consolo em meio a tais sofrimentos.

7. Paulo lhes esclarece que o reto juízo de Deus será executado tanto nos perseguidos, quanto nos perseguidores, apresentando aqui dois grupos distintos: Tanto salvos quanto não salvos serão julgados.
7.1 – II Ts. 1.5-6Isto é apenas um exemplo do modo justo e correto como Deus faz as coisas, pois Ele está usando os sofrimentos de vocês a fim de prepará-los para o Seu reino enquanto ao mesmo tempo está preparando o julgamento e o castigo para aqueles que estão afligindo vocês’.



II – O JUÍZO DE DEUS SOBRE OS SALVOS.

1. O Juízo de Deus sobre os salvos tem dois aspectos que não se pode perder de vista, e tendo-os como frontais aos olhos, são-nos de grande consolo e ânimo.
1.1 – Juízo de Redenção.
1.2 – Juízo de Remuneração.

2. O que denomino de juízo de redenção se estabelece no seguinte parâmetro:
2.1 – Para que alguém seja salvo da ira de Deus, devido a pecaminosa latente e patente do indivíduo, é preciso pagar o devido preço de resgate.
2.2 – O preço do pecado é a morte eterna.
2.3 – O preço seria pagar o salário do pecado (Rm. 6.23), e uma vez pago, o indivíduo estaria quites e merecedor da salvação.
2.4 – Mas como pagar, se a pena é de morte eterna?
2.5 – Só Deus poderia sofrer toda a punição da ira divina e o inferno e voltar à vida.
2.6 – É isso que Cristo faz em lugar do pecador: Ele, sendo Deus, sofre a morte e o inferno que caberiam ao pecador, pagando o seu resgate.
2.7 – Rm. 3.26Sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça... mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus’.

3. O que denomino de juízo de remuneração se dá da seguinte forma:
3.1 – As Escrituras nos ensinam que Deus retribuirá o esforço e a obediência de seu povo.
3.2 – Enquanto o juízo de redenção é de graça e pela graça, o juízo de retribuição é concernente às obras de cada um.
3.3 – Rm. 2.6-7 ‘Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento. Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade’.
3.4 – Cada salvo no último dia receberá galardões, que são recompensas pela obediência e santidade de seus filhos.
3.5 – II Co. 5.10 (BV) ‘Porque todos nós teremos de comparecer diante de Cristo para sermos julgados e termos as nossas vidas desnudadas, diante dele. Cada um de nós receberá o que merecer pelas coisas boas ou más que tiver feito neste corpo terreno’.

4. Neste texto Paulo sinaliza que Deus trará um tempo de descanso aos que foram convertidos ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
4.1 – II Ts. 1.7E, portanto eu quero dizer a vocês que estão sofrendo: Deus lhes dará alívio juntamente conosco quando o Senhor Jesus aparecer subitamente, descendo do céu em fogo ardente, com seus poderosos anjos’.
4.2 – A palavra grega anesin (descanso, alívio) significa ‘liberdade de restrições e tensões’, como o afrouxamento de um fio esticado.

5. O juízo de Deus neste caso não visa mensurar merecimentos que qualifiquem o indivíduo à salvação, pois não é esta a base da salvação de qualquer pessoa, mas tão somente o amor e presente gracioso de Deus em Cristo Jesus.

6. O juízo de Deus aos salvos destina-se a remunerá-los com o descanso da casa paterna: ‘... entra para o gozo de teu Senhor...’.


III – O JUÍZO DE DEUS SOBRE OS PERDIDOS.

1. O Juízo de Deus sobre os perdidos tem dois aspectos que precisam ser considerados à luz das Escrituras.
1.1 – Juízo de Rejeição.
1.2 – Juízo de Retribuição.

2. O que denomino de juízo de rejeição se estabelece no seguinte parâmetro:
2.1 – O juízo de Deus neste caso não visa mensurar deméritos que desqualifiquem o indivíduo à salvação, pois a não salvação de qualquer pessoa não se limita às suas obras, boas ou más.
2.2 – A rejeição de alguém à vida eterna reside no simples fato de ser um pecador que não se quebrantou diante do convite da graça de Deus mediante o Evangelho de Cristo Jesus.
2.3 – Explicitamente Paulo afirma que pessoas estarão fora da salvação do último dia, embora não seja este o enfoque principal do texto, mas também declara que estes tais passaram pelo juízo, ou critério de avaliação de Deus, e foram reprovados.
2.4 – O juízo de rejeição se estabelece num único fato, declarado na sentença do próprio Juíz, o Senhor Jesus: ‘Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus’ (Jo. 3.18).

3. O que denomino de juízo de retribuição se dá da seguinte forma:
3.1 – O juízo de retribuição não se limita apenas em não estarem eternamente na nova terra prometida pelo Senhor aos que nele crêem, mas também, e apesar disto, de experimentarem o furor da ira de Deus.
3.2 – A asseveração paulina é contundente e enfática neste texto, vaticinando o juízo de Deus de forma ativa contra os réprobos.
a) II Ts. 1.8-9 (BV) ‘Trazendo o julgamento sobre aqueles que não querem conhecer a Deus, e que se recusam a aceitar o seu plano de salvá-los por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Eles serão castigados num inferno perene, expulsos para sempre da face do Senhor, para não verem jamais a glória de seu poder’.
b) Na ARA a tradução traz ‘tomando vingança’ demonstra a atividade de Deus em aplicar o juízo como vingador que é sobre o pecado e a obediência humana.
c) Fica claro quem são as pessoas objeto da vingança de Deus: ‘aqueles que não querem conhecer a Deus, e que se recusam a aceitar o seu plano de salvá-los por meio de nosso Senhor Jesus Cristo’.
3.3 – Paulo também descreve a natureza do castigo envolvido nesta retribuição:
a) II Ts. 1.9 (NVI) ‘Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder’.
b) O termo destruição, no original grego é olethros, e significa o estrago de algo, a fim de que não possa exercer suas funções ou propósitos originalmente tencionados.
c) ‘Destruição eterna’ não é aniquilamento, mas ‘perdição eterna’.
d) O que temos nas Escrituras não é ‘aniquilamento’, mas separação eterna da presença, das bênçãos e da face de Deus.
e) Implica na separação eterna de Deus ‘longe da face do Senhor’ (1.9).
f) II Ts. 1.9 (BV) ‘Eles serão castigados num inferno perene, expulsos para sempre da face do Senhor, para não verem jamais a glória de seu poder’.
3.4 – Ilustra-se aqui com a narrativa de Jesus Cristo sobre o rico e Lázaro.
a) O rico estava no inferno.
b) O rico estava em tormentos.
c) O rico estava separado de Deus.
d) O rico tinha consciência da sua condição.
e) Não há aqui qualquer indício de aniquilamento.
3.5 – II Ts. 1.9 (ARA) ‘banidos da face do Senhor’, trata-se da separação para longe da fonte de bênçãos, ficando o individuo privado daquela gloria de seu poder que enriquece aos homens a um ponto como agora não pode nem sequer ser imaginado (R. N. Champlin).
3.6 – Rm. 2.6-7Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça. Haverá tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o judeu, depois para o grego’.

4. Este é o juízo retribuitivo, no qual Deus retribuirá a cada um dos reprovados, o justo pagamento conforme o que sua rejeição de Cristo merece, bem como o que cada uma de suas obras merece.

5. Paulo deixa claro quando isso se dará:
5.1 – II Ts. 1.10 (NVI) ‘Isso acontecerá no dia em que ele vier para ser glorificado em seus santos e admirado em todos os que creram, inclusive vocês que creram em nosso testemunho’.
5.2 – Lucas registra as palavras de Paulo em Atenas quando afirma que Deus já marcou esse dia em seu calendário:
a) At. 17.31 (NVI) ‘Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos’.
5.3 – ‘Quando se manifestar o Senhor Jesus do céu’ (verso 7), refere-se à sua manifestação em glória (1Co. 1.7; Lc. 17.30).
5.4 – ‘Com os anjos do seu poder’ (verso 7), reporta à anúncios anteriores pelo próprio Senhor Jesus (Mc. 8.38; Mt. 25.31).
5.5 – ‘Como labareda de fogo’ (verso 8), reflete a linguagem teofânica do Velho Testamento (Sl. 18.8ss; Is. 66.15).
5.6 – Em breve estes céus se abrirão para que entre o Rei da Glória.


CONCLUSÃO: Quando o ser humano não responde ao Seu Criador, que oferece perdão e graça na salvação em Cristo, então responderá por si e para si mesmo assumindo os riscos inevitáveis da justiça divina.

Haverá um Juízo.
Não procrastine!

Não espere Deus te julgar e dar o que você merece!
Vá à Cristo agora e receba de graça o que você não merece.

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