terça-feira, 20 de outubro de 2015

Por Que a Morte?


I Co. 15.55-57

OBJETIVO: ‘Demonstrar o horror da morte em suas diversas manifestações e apontar para a cura única possível através da pessoa e sacrifício de Cristo Jesus’.

INTRODUÇÃO: A Morte – horror de tantos – está entre os grandes universais da humanidade.
A psicologia nos leva a compreender que a morte não é encarada unicamente como um fenómeno instantâneo, mas sim um verdadeiro processo, não só biológico, como também psicossocial, em que um grande número de atos vitais se extinguem numa sequência tão gradual e saliente que escapa geralmente à simples observação (Quando morre um indivíduo, morre com ele todos os seus atos, projetos, sonhos, ações, transformações nele ou na sociedade em que está inserido, bem como morre todos os seus relacionamentos humanos).
O medo da morte coexiste com o ser humano desde o seu nascimento.

CONTEXTO: Neste contexto o tema em foco não é a morte, mas a ressurreição e a vitória de Cristo sobre a morte para aqueles que nele crêem, contudo quero congelar nossa leitura nestes versículos, para que paremos e observemos mais de perto esse espectro que nos assusta sempre: a morte.

TRANSIÇÃO: Certamente você já parou diante do fim de uma vida e perguntou: ‘Por quê?’. Esse é o nosso tema desta oportunidade: Por que a morte?


I – A MORTE VISTA PELOS OLHOS HUMANOS.

1. Jean-Paul Sartre (1905-1980).
1.1 – Para Sartre a morte é um acontecimento meramente ocasional, quando acontece faz desaparecer o indivíduo do palco do mundo.
1.2 – A morte de alguém é algo que não tem qualquer significado para a sua própria vida — nem é sequer um fato da vida — ela simplesmente acontece e tira-o do mundo.
1.3 – A existência humana ocorre em meio aos nadas (ou ao único nada?) cujos limites são o nascimento e a morte.

2. Martin Heidegger (1888-1976).
2.1 – Heidegger dá ênfase ao sentimento de angústia do homem diante da morte.
2.2 – A angústia da morte é algo que altera radicalmente a existência do homem.
2.3 – Todos os seres vivos morrem, é verdade, mas vivem e morrem enquanto espécie, não têm consciência da mortalidade individual.

3. Karl Jaspers (1883-1969).
3.1 – Semelhante a Heidegger, o filósofo e psicanalista Karl Jaspers a define como uma situação-limite.
3.2 – Situações-limite são aquelas em que o homem é convidado a sair do anonimato da espécie para assumir sua autenticidade, forjar e construir sua vida segundo um plano próprio, não se perder nem se deixar levar pela massificação, pela frivolidade, pela tagarelice, enfim, a metamorfosear-se através da angústia.

4. Sören Kierkegaard (1813-1855).
4.1 – A morte é uma tragédia solitária.
4.2 – Sören Kierkegaard questiona a solidão da morte em seu Livro das reflexões: “Perguntaram a um adolescente como ele gostaria que acontecesse a sua morte: ‘quero morrer dormindo e quando acordar já estar morto’”.
4.3 – Olhe a solidão da morte em pelo ângulo da experiência de espanto ocorrida com um atleta que narrou o seguinte: ‘Sonhei que eu estava no estádio, lá embaixo, correndo na área central, mas... quem era o eu que estava na platéia me assistindo?’.
4.4 – Como um ato solitário aprendemos desde cedo que cada um tem que lidar com sua própria morte.

5. Os pensadores do nosso século estão divididos em duas tendências:
a) niilista: a morte é o fim total do homem.
b) não-niilista: a morte não é o fim total do homem.


II – A REALIDADE DA MORTE.

1. É incontestável o fato de que o homem morre, e dela se fala sem tê-la experimentado, pois quem já experimentou não pode mais falar dela.

2. A experiência da morte não foge ao nosso conhecimento, pois temos a visão dos outros que morrem.

3. De acordo com estimativas, morrem 3 pessoas no mundo a cada segundo; 180 por minuto; 10800 por hora; 259.200 por dia; 7.776.000 por mês; 93.312.000 por ano (eu e você estamos na fila – e a fila anda).

4. Do ponto de vista filosófico, morte é a separação da alma e do corpo.

5. A morte clínica é a cessação das funções essenciais do corpo, mas não há necessariamente uma separação da alma e do corpo. A morte absoluta é a separação definitiva da alma e do corpo.

6. Características do fenômeno da morte.
a) Individualidade: A morte é um acontecimento que cada um deve enfrentar por conta própria. Ninguém pode assumir a morte de outro. Pode-se morrer por outro, mas não substituir a morte do outro.
b) Universalidade: Todos caem sob a foice da morte. Ela não leva em consideração a posição, a raça, a idade, o sexo, a religião da pessoa antes de executar o seu golpe.
c) Inelutabilidade: Contra a morte não há o que fazer. No máximo pode-se obter um pequeno sucesso, que serve para adiar por algum tempo o golpe decisivo. Mas o golpe final pertence à morte.
d) Iminência: Os homens teimam em viver como se a morte não existisse ou fosse longínqua ou não lhes dissesse respeito. Ela é uma potência sempre presente e continuamente ameaça a vida. Ela não é uma simples presença ainda não efetuada, mas algo breve, próximo, que está para acontecer. Bem dizia Sêneca: ‘Nós nos enganamos por considerar a morte como algo de futuro; uma grande parte dela já se passou. Todos os anos já vividos estão em poder da morte’.
e) Inflexibilidade: Diante da morte toda a oração, súplica é vã. A morte quando tem de acontecer é inexorável, não se move a rogos. Ela avança contra todos os homens.
f) Temibilidade: A morte parece assustadora. Ela suscita horror, aversão, angústia no homem.

III – A POSSIBILIDADE DE SE ESCAPAR DA MORTE.

1. As Escrituras nos possibilita observar a morte pelos mais variados ângulos, mas mais comumente pode-se apontar para três deles:
1.1 – Morte física, passou a existir em decorrência do pecado de nossos primeiros pais, conforme o decreto do Todo Poderoso Deus: ‘no dia em que dela comerdes, certamente morrerás’ (Gn. 2.17).
1.2 – Morte espiritual, se tornou experiência e realidade para nossa raça também a partir do primeiro pecado e se caracteriza no rompimento das relações amigáveis entre Criador e criatura (Rm. 5.12; Rm. 6.23).
1.3 – Morte eterna, se concretiza quando a morte física alcança o indivíduo sem que as relações entre Criador e criatura sejam restabelecidas (Jo. 3.36).

2. É dogma de nossa fé cristã que a morte coloca o homem num ‘estado’ definitivo por toda a eternidade, sendo que o homem fica sendo para sempre amigo ou inimigo de Deus conforme as disposições que tenha até o momento de deixar esta terra.

3. Diante daqueles que querem fugir à realidade da punição revelada nas Escrituras Sagradas, levanta-se aqui uma boa questão:
3.1 – ‘Se o inferno não existe, seria justo Hitler e Madre Tereza de Calcutá receberem o mesmo prêmio?’.

4. O inferno não mudará a realidade de que as pessoas serão eternas pecadoras e eternos rebeldes e impenitentes:
4.1 – Inocêncio: ‘Os condenados não se humilharão; pelo contrário, crescerá neles a perseverança do ódio’.
4.2 – Jerônimo: ‘Nos réprobos, o desejo de pecar é insaciável, e a ferida de tais desgraçados é incurável; porque eles mesmos recusam a cura’.

5. Não há como fugir desta realidade: ‘morreremos!’; mas caso você soubesse da existência de uma porta lateral na vida para se escapar da morte, você entraria por ela?

6. Jesus é essa porta.
6.1 – Jo. 10.9 ‘Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem’.
6.2 – A morte de Jesus na cruz do Calvário equivale a morte eterna do pecador, pagando ele a condenação e punição dos pecados e culpas daquele que crê.
6.3 – A condenação que se pagaria por toda a eternidade, Cristo, por ser o próprio Deus, pagou num ato único em lugar do pecador que crê.

7. Para proclamar esta verdade basilar do Evangelho, o apóstolo Paulo vai terminar o texto sobre a ressurreição em Cristo, com um verdadeiro hino de vitória.
7.1 – 1 Co. 15.55-57 ‘Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo’.
7.2 – Por causa da morte de Cristo em meu lugar, esse hino também é meu: ‘Onde está, ó morte, a tua vitória?’.

CONCLUSÃO: A morte não é apenas um processo biológico mecânico, mas uma porta para uma realidade maior, que cada um tem que encarar com seriedade.

Não há como escapar: ‘Põe a tua casa em ordem porque certamente morrerás!’.

A única saída é a salvação em Cristo Jesus.

Entre pela porta de salvação.

Jesus é a porta.

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